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ora viva estamos de volta ao clube dos 52 Este é um ciclo de conversas no âmbito dos 10 anos do Observador 52 personalidades foram desafiadas a pensar no futuro e e no futuro do país e a partilharem essas ideias connosco hoje temos como convidado Pedro Oliveira ele é o Dino da nova SP e a nova School of Business and economics que tem o campo em carcavelos no concelho de Cascais e é a mais bem posicionada a escola de gestão portuguesa nos rankings internacionais vamos falar de liderança inteligên artificial e e vamos falar também de ensino superior Pedro Oliveira Mais bem-vindo é um gosto e que tenha aceito este nosso convite Muito obrigado é um prazer estar aqui obrigado pelo convite vamos este este projeto parte também de artigos o Pedro Oliveira já já já partilhou connosco do artigo que Aliás está publicado já no observador e escreve H é muito claro e concreto a apontar Dois caminhos e vamos começar pela liderança em Inteligência Artificial diz que o seu potencial da inteligência espcial pode ser comparado eh ao da eletricidade é assim tão grande eu acho que sim eu acho que o que nós temos agora é uma nova tecnologia um conjunto de tecnologias algumas menos novas que de facto ainda não conhecemos bem mas que dá já para perceber que são tão revolucionárias como foi se calhar a eletricidade e quando foi inventada a eletricidade ninguém percebia exatamente para que é que aquilo ainda ia servir ainda hoje estamos sempre a inventar utilizações para a eletricidade ou se calhar um bocadinho como o iPhone também quando apareceu eu eh nós compramos o iPhone como mais um telefone eh e na realidade não pensamos que íamos ficar tão dependentes desta tecnologia e que toda a nossa vida hoje se calhar podia ser gerida através de um telefone eh eu acho que com a inteligência artificial tá a acontecer algo de muito parecido Isto vai mudar eh está a mudar e nalguns casos até já mudou e muitas dimensões das nossas vidas eh e aqui o que me preocupa um bocadinho é que eh eu sinto que na Europa nós estamos olhar para isto com como normalmente olhamos tipo ah Isto vai ter muitos riscos se calhar temos que regular se calhar temos que parar e foi muito interessante o debate quando se começou a falar muito do chpt que na Europa passou por muitas escolas muitas universidades até países e pensarem que podiam Proibir a inteligência artificial enquanto que outras viram nisto eh por exemplo os Estados Unidos a China viram nisto uma enorme oportunidade o potencial que isto tem Claro e começaram a desenvolvê-lo e começaram a desenvolvê-lo e portanto eu acho que é aí que nós estamos nós temos que eh temos que pensar agora há umas semanas o Eric Smith o anterior o anterior CEO da Google disse qualquer coisa como os Estados Unidos claramente estão à frente talvez dois anos à frente da da China e depois Europa nem aparece n se Prim lugares Europa exatamente e depois ele perguntar e a Europa ah a Europa acho que vai liderar na regulação que disse com alguma ironia não é a Europa tá tá muito obsecada como sempre e e e de certa maneira mais preocupada com os riscos do comos potencial com riscos com os aspectos éticos eh quer dizer são preocupações que todos nós temos eh mas se nós nos ficarmos só por aí vamos certamente voltar a perder Claro e como é que Portugal se pode posicionar eh na liderança Se quisermos só para apanhar esse Comboio Então eu acho que se nós começarmos por reconhecer que isto é transformacional eh nós temos que envolver nesta discussão rapidamente as empresas as entidades públicas e as Universidades e e e garantir que tiramos o máximo proveito desta desta tecnologia e nós na universidade tentamos abraçar rapidamente a tecnologia e quando eu tinha acabado de tomar posse como novo din isso foi há 1 ano e meio há um ano e meio mais ou menos e quando me vieram perguntar qual é que era a nossa política Eu na ausência de uma resposta melhor disse que nós vamos abraçar a tecnologia vamos incluir isto e eh nos Nossos programas e confesso Quando eu digo ausência de melhor resposta é que eu não vejo mesmo outra alternativa enquanto que outros países estavam a tentar proibir que rapidamente se percebeu que não dá para proibir já já é utilizada e percebe-se perfeitamente na universidade a entrada da Inteligência Artificial quanto mais não seja para ser ensinada de alguma maneira mas na atividade da Universidade da da da da da nova já já entrou dúvida então eu há mais de um ano Entrei numa sala de aulas e perguntei aos alunos quais de vocês é que já utilizaram Inteligência Artificial e lembro-me que naquela altura todos menos uma aluna levantou o braço que aliás ficou um bocadinho embaraçada por ser a única pensava que estava a acompanhada e e hoje eu tenho a certeza que 100% dos nossos alunos estão a utilizar aliás Eles sabem que devem utilizar a escola em coragem e a nossa perspectiva é que se existe uma tecnologia que está ali que os pode ajudar a trabalhar e que não vai desaparecer Ou seja quando eles forem para o mercado de trabalho também vai lá Estar nós temos é que encorajar as pessoas a utilizar e e e e portanto os alunos começaram por por quando eu fiz na mesma altura a pergunta a professores cerca de 30% já estavam familiarizados e o que nós fizemos foi sugerir às pessoas que todas elas tentar sem familiarizar com o que aquilo significava pelo menos perceberem que ferramentas pel menos perceberem não é depis perceber que Impacto é que isto tinha isto tem um enorme Impacto Por exemplo quando pensamos e nas teses nós temos 1800 alunos de Mestrado entrar todos os anos o que significa 1800 teses a ser produzidas eh Muitas delas são produzidas com apoio a esta as tecnologias e nós não vamos mais avaliar as teses como avaliável e portanto uma das coisas que por exemplo fizemos logo foi aumentar o tempo de discussão de uma tese que é para perceber se aquilo que está escrito é sustentado ou não exatamente o aluno pode tem que ter capacidade crítica em relação ao que tá escrito mesmo não tenha sido ele a escrever e na realidade mesmo antes nós não sabíamos quem é que tinha escrito aquilo sem dúvida portanto é que o aluno saiba defender aqueles argumentos e seja crítico eventualmente alguns aspectos menos Claros da tese e portanto a eu acho que isto já está a mudar mas mas isto é só o princípio isto Claro olhando agora para o país e ainda aqui na Inteligência Artificial nós podemos de alguma forma queimar alguma etapa se nos dedicarmos muito esta área ao desenvolvimento Esta área de conhecimento queimar uma etapa digo eu não somos propriamente um país tecnologicamente atrasado mas também não somos eh um país de ponta não é um país que lá fora as pessoas identifiquem na primeira na linha como sendo um país com muita tecnologia mas podemos de alguma forma dar um salto Eu Eu esperaria que sim Eu esperaria que por exemplo Eh agora que a Europa já regulou o que tem para regular Se bem que isto não vai entrar em vigor antes de quer dizer até isso não faz sentido Não é e o o a a ai act só vai entrar em vigor em 2027 quando entrar em vigor já tá desatualizado já atual já ultrapassada clar mas para já pô as empresas se calhar um bocadinho de pé atrás em relação a fazer algumas destas coisas eh portanto eu acho que nós por exemplo podemos talvez passar essa fase e começar já a experimentar era o que eu quase que sugeria que todos fizéssemos em conjunto E aliás tenho temos algumas ideias concretas para começar a fazer isso eh eh portanto eu acho que nós somos um povo que é dado à experimentação eh e e e e Portanto acho que devemos começar o mais rapidamente possível a a a a experimentar o que é que isto significa nas nossas organizações há algumas organizações que já estão a fazer isso há muitas outras que estão um bocadinho preocupadas com o que é IV bem e o que aí vem é um bocadinho assustador de certa maneira mas mas ao mesmo tempo muito entusiasmante porque se hoje temos uma tecnologia que me permite fazer o meu trabalho de uma maneira mais eficiente eu só tenha que utilizar essa tecnologia e quem vai ficar para trás é quem não adaptar rapidamente os seus processos a esta nova tecnologia corremos o risco de isso ser disruptivo disruptivo isto é de ser divisor se quiser em termos sociais isto nós já já falávamos um pouco no défice de competências tecnológicas nem toda a gente tem e a sociedade de alguma forma já vai sofrendo com isso nos segmentos menos hos a lidar com com com com a tecnologia Isto pode acentuar esse risco por um lado sim por outro lado até pode ser uma tecnologia bastante democrática vamos imaginar que eu tenho que escrever um artigo hoje Se eu tiver minimamente versado em ch GPT uma pessoa muito liter e uma pessoa sem muitos conhecimentos consegue ter uma base de trabalho eh ao mesmo tempo a aproximam-se de certa maneira pelo menos há uma baseline que eu acho que todos nós conseguimos ter claro que depois temos que ser muito críticos em relação à aquilo que o ch GPT escrever mas o que acabou de todo Foi aquele sindroma da página vazia quer dizer um Jornalista sabe exatamente o que é que isto significa quando temos que começar a escrever qualquer coisa e custa-nos e e se já tiver alguma coisa escrita é mais fácil começar a alterar uma estrutura pelo menos e portanto nesse sentido se nós todos passamos a ter uma base Eh agora obviamente todos os que tiverem acesso a estas tecnologias e por isso é que eu acho que é muito importante cedo nós e e e o acesso está-se a democratizar ainda agora com o lançamento do 4.0 o 4 vai passar a ser gratuito O quatro é uma ferramenta estou a falar do CH GPT 4 é uma é é Fabuloso portanto de repente o acesso e ser gratuito e portanto mesmo que algumas outras versões e algumas outras aplicações sejam sejam mais caras o que o que já é possível fazer com acesso bastante democrático que toda a gente pode aceder toda a gente desde que esteja tenha um computador ou um telemóvel internet basicamente hoje em dia é uma tecnologia relativamente corriqueira exatamente e portanto eu eu acho que o que temos que fazer é é é introduzir isto o mais rapidamente no nos nossos sistemas de ensino sempre de forma muito crítica obviamente e mas eu acho que introduzir é sempre um passo mais acertado do que não introduzir porque estamos com medo não sabemos bem o que é que aquilo vai dar e e e quer dizer na dúvida devemos avançar Claro outro caminho que que o Pedro Oliveira sugere de facto é e reforçar ou tornar não sei como talvez reforçar Portugal como destino global de educação superior Eh vamos tendo algum trabalho feito nessa área com sucesso Aliás a nova sbe está cabeça desse trabalho nós podemos alargar isto isto pode ser de facto um setor em que que tem que passa a ter peso na economia eu acho que sim o que está a acontecer em Portugal é muito interessante acho eu a minha escola se calhar é líder aqui eh mas nós nós Hoje Somos Um Destino para estudar eh nós acabamos de fechar as candidaturas ao nosso mestrado o nosso mestrado tem este ano cerca de 100800 alunos que Vamos admitir para os quais tivemos 4800 candidatos eh e e e significa que e são muitos candidatos e são candidatos de muitas partes do do mundo temos alunos maisos temos alunos de mais de 92 e países no mestrado claramente já temos 72 de internacionais na licenciatura Ainda não eh no Campos em média estamos FF neste momento portanto estamos estamos empatados eh mas claramente se nós quisermos podemos rapidamente passar a ter mais alunos estrangeiros do que do que portugueses eh o que já acontece aliás no mestrado eh com uma maioria de alunos alemães italianos alunos europeus nós agora estamos a fazer um esforço para atrair mais alunos de fora da Europa para aumentar a diversidade Porque apesar de termos 92 nacionalidades eh elas não tão homogeneamente distribuídas e portanto h de facto Portugal hoje é um destino para estudar não é só a nova acho que a nova por causa muito dos rankings nós hoje temos o o 11º mestrado de Finanças do mundo de acordo com Financial times do mundo nós agora já não falamos sequer da Europa an muitas áreas em que Portugal numa avaliação qualitativa se qualifique globalmente em é precisamente isso ou seja eu acho que há algumas áreas onde nós somos muito bons e se calhar podemos falar no futebol se calhar somos melhor mais mais reconhecidos glente pelo futebol do que Pelas nossas universidades traz-nos muita popularidade mas não nos traz o mesmo prestígio e o ponto é que nós começarmos hoje a ter escolas de gestão que estão entre as melhores do mundo e é bastante interessante porque de repente as pessoas pensam em Portugal não apenas pelas praias e pelo futebol e pela gastronomia mas pensam também pelo capital humano Pelas universidades pelo conhecimento que é produzido e isto é bastante revolucionário eu eu acho que há aqui uma oportunidade eh eu vejo Isto mais nas escolas de gestão mas não vejo muitas razões para que outras áreas Não façam exatamente o mesmo caminho mais tecnológicas engenharias eventualmente eventualmente as engenharias eh e Se pudermos eh juntar os dois tópicos a inteligência artificial até uma oportunidade para as Universidades também fazerem este caminho eh por exemplo nós estamos a montar com a Universidade de Harvard aqui na nova o chamado dcbe que é o data digital and design institute este nome já existe existe em Harvard Onde existe o o d Cuba Harvard nós vamos criar o decubate nova que é uma parceria também com a nossa Medical School com a nossa escola de medicina eh e que nos vai por exemplo permitir posicionar a escola e a nível Global como certamente Líder neste espaço estamos a fazer isto com com Harvard e portanto é difícil encontrar um parceiro mais reconhecido eu acho que as parcerias internacionais com escolas líderes têm esta grande vantagem põe-nos rapidamente no mapa eh obviamente só é possível fazer parcerias e com escolas líderes quando as outras já reconhecem a nós uma certa liderança também e portanto eu acho que há aqui uma oportunidade ímpar para que as escolas de Economia estão claramente Nós já estamos Aliás a falar entre nós entre vocês com as outras escolas outras escolas isto está acontecer e eseg eventualmente exatamente o porto Business School também e Portanto acho que há aqui um cluster na economia gão mas que rapidamente eu espero que possa ser alargado a escolas de Engenharia escolas de medicina a nossa escola Faculdade de Medicina tá a tentar fazer um caminho semelhante vai ter um Campus perto do nosso eh mas certamente Isto pode ser alargado noutras áreas CL partir da experiência da nova até eh e quase quase terminamos Esta esta esta nossa conversa deixa-me fazer uma pergunta tá relacionada com esta e como é que nós O que é que nós devemos fazer para reter esse talento todo que já somos capazes de formar quer o Nacional quer O internacional é uma ótima pergunta o que acontece neste momento é que as pessoas realmente estão a sair os nossos alunos não são só os internacionais que saem mas também os portugueses que nem muitos deles dizem eu nem tento procurar emprego em Portugal porque já sei o que é que vai acontecer eh e o que vai acontecer é que se conseguirem e vai ser mal remunerado vai ter poucas perspectivas e portanto eu acho que aqui também temos que ter e portanto eu eu não me importo que eles saiam o que me preocupa muito é que as pessoas não regressem não tenham neste momento perspectiva de regressar sair é bom vou ganhar mundo por alguns anos e quando regressam se regressassem tr mais experiência exatamente e portanto e nós temos que criar condições e aqui certamente não é a universidade que pode resolver isto sozinha isto é uma questão que tem que ser discutida com com as empresas com o governo há aqui um problema que e de tornar Portugal um bocadinho mais competitivo para e para o mercado trabalho porque neste momento lamentavelmente não é mas estamos muito interessados obviamente em contribuir para este debate para perceber o que é que temos que fazer do nosso lado para que as empresas possam pagar mais mais mais mais melhores salários eh eh sabemos que a carga fiscal é um tema não será o único mas eh se as empresas tiverem mais dinheiro disponíveis para eh entregar às pessoas certamente vão poder fazê-lo mas para isso se calhar tinham que entregar menos dinheiro ao estado uhum porque se não se nós não fizermos isso não não retiver esse talento eh e avançando neste caminho de tornar Portugal eh Se quisermos uma referência na formação superior como defende basicamente isto passa a ser só uma Embaixada de alguma forma dep país Isto é formamos pessoas cá que vão para fora certamente vão dizer bem do país e de quão quão bom foi a formação boa foi a formação que há mas não é mais do que isso exato e eu acho que vai se mesmo isso era muito bom não é isso está a acontecer isso vai ser muito bom porque mais tarde ou mais cedo eu acredito que Portugal se vai tornar bastante interessante e as pessoas vão todas querer voltar eh eh mas quando nós pensamos quem é que são os países que fizeram este percurso estamos a pensar nos Estados Unidos na Inglaterra na Alemanha na França na Holanda portanto são um grupo de países entre os quais Queremos estar eh portanto não não não Não há aqui nada a perder penso eu e se eles vierem se forem embora não é tão bom Como se eles vierem ficarem cá e porque eles ficarem cá significa que há aqui condições para para as pessoas ficarem mas de facto temos que garantir depois que por exemplo todos nós que cá Estamos e e conseguimos cá Continuar não é que os preços por exemplo não disparam e eh Há aqui outras considerações a ter em consideração como vimos ainda agora com a discussão em torno da Habitação claro que são temas permanentes e vamos ver se conseguimos resolvê-los Pedro Oliveira D da nova SP muito obrigado por ter aceito este nosso desafio por integrar este clube dos 52 e nós ficamos por aqui para a semana Voltamos com o novo convidado obrigado obrigado foi um prazer obrigado