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está no ar o explicador da Rádio observador esta sexta-feira sobre a saúde em Portugal são convidados Joana bordalo e Sá presidente da fnam e Nuno Rodrigues secretário Geral do sim a moderação deste explicador é do Bruno Vieira Amaral e ontem numa visita ao hospital de Santa Maria o primeiro-ministro Luís Montenegro pede tempo para resolver os problemas do SNS Marcelo Rebelo de Sousa impõe o verão de 2025 para os problemas urgentes estarem resolvidos eh Luís Montenegro admite que o governo Não consegue resolver de tudo de um dia para o outro eh culpando o anterior governo pela situação muitíssimo má eh que eh deixou dizendo também que o ponto de partida era muito mau Joana bordalo is Sá começo por si muito bom dia já houve tempo para este governo mostrar resultados Bom dia e efetivamente este ministério da saúde Ana Paula Martins Está no cargo há mais de 4 meses e e o que nós assistimos é uma ruína completa um bater do fundo do serviço Nacional de saúde Mas as coisas pioraram de de nestes quro meses eh é catastrófico nós percebermos que estamos no verão de 2024 e que este ministério da saúde Ana Paula mar o que faz é encerrar 13 urgências de Obstetrícia num dia obrigando bebés e grávidas a fazerem 200 km para serem atendidos e porque isto coloca em risco a vida destas utentes Isto é absolutamente inaceitável e não podemos ficar à espera do verão de 2025 como refero o presidente da república para as coisas estarem resolvidas Além disso este governo e luí Montenegro o que tem que escolher é se quer salvar o serviço Nacional de saúde ou se calhar se quer salvar esta ministra porque nós entendemos que não tem competência neste momento para exercer um cargo de tão grande responsabilidade quando não há respeito pelas mulheres e pelas grávidas deste país eh Isto é absolutamente inaceitável e a fname tem vindo a apresentar soluções nós múltiplas vezes nós sabemos Quais são as soluções o Ministério da Saúde sabe quais são as verdadeiras ter médicos na SNS mas nada fez para garantir isso e que soluções são essas Joana Portal que soluções são essas para atrair Mais Médicos e para reter os médicos no serviço Nacional de saúde essas soluções passam por uma negociação séria e competente e que Visa acima de tudo dois grandes eixos termos salários que sejam mais justos para não continuarmos a ser dos médicos da União Europeia com os piores salários e por isso continuamos a sair todos os dias do SNS para o setor privado para a prestação de serviço para e mesmo para a imigração e também melhorarmos as nossas condições de trabalho e a fnam sim tem essas soluções a fnam sim apresentou estas soluções ao Ministério da Saúde Ana Paula Martins Mas isso foi completamente posto de lado e e não e nada está a ser feito para Isto em relação às condições de trabalho nós podemos e temos Obrigatoriamente que olhar para a nossa jornada de trabalho semanal porque somos os únicos profissionais da administração pública que trabalhamos as 40 horas mais todas as centenas de horas extraordinárias a que estamos obrigados a fazer por ano eh isto não é não é compatível com uma outra medida que era uma medida uma solução que não tem qualquer tipo de impacto orçamental H que tem a ver com os nossos médicos internos são 10.000 médicos dos 31.000 médicos do SNS e que estão fora da carreira estão desprotegidos nós tínhamos a solução e a proposta deles voltarem a fazer parte da carreira e isso que algo que não tinha qualquer tipo de impacto orçamental Mas isso foi completamente e negado por este ministério da saúde Ana Paula Martins nós apresentamos as soluções este ministério é que escolheu de forma intransigente inflexível hh portanto escolher este caminho na sua opinião trata-se aqui de uma questão de falta de de vontade política do ministério ou de incompetência eh ambas as coisas por um lado nós temos falta de vontade política para resolver a situação por outro lado claramente que não tem havido competência para devolver médicos ao serviço Nacional de saúde Senão nós não estávamos no verão de 2024 com grávidas a terem que fazer 200 km como é o caso das grávidas de que poderão ter que ir para o porto para terem os seus bebés em que ambas são colocadas em risco Isto é inaceitável Nuno Rodrigues muito bom dia do do sindicato independente dos médicos faço-lhe a mesma pergunta em relação aos resultados do governo nestes primeiros quatro meses que avaliação faz destes resultados o governo prometeu as expectativas eram elevadas um plano de emergência que iria resolver os problemas mais urgentes isso tem acontecido nós sempre interpretamos este plano de emergência Aliás o prazil indicava como sendo um plano um plano não uma concretização seria impensável resolver todos os problemas do SNS em em pouco mais de nos 60 dias e nestes 4 meses agora mas os problemas urgentes Claro os os problemas estruturais não dificilmente seriam resolvidos mas havia uma promessa de resolver os problemas mais urgentes como por exemplo a questão das urgências obstétricas esse problema não está a ser resolvido Exatamente isto é porque é um problem porque já é um problema estrutural já é um problema que de os remendos que se queram as horas feitas por prestadores neste momento já não são remendos já custam mais no primeiro semestre deste ano mais de 100 milhões de euros e portanto a partir do momento em que se aposta de não vamos contratar a peça vamos contratar para suprimir este buraco em vez de se reestruturar se aumentar o número de vagas para a especialidade conseguir construir serviço atrativo fazer com que os médicos quando os sem especialistas nomeadamente quando entram no serviço pensam onde é que eu vou estar daqui a 5 anos e se pensarem que vão continuar a fazer 300 ou 400 horas extraordinárias por ano que equivale a mais de um ou 2is meses trabalhados e que vão estar na exata mesma posição remuneratória naturalmente não se vai conseguir atrair os especialistas e é estes que nós precisamos de reter é estes que nós precisamos de ficar com eles e dar-lhes um projeto não é só as Gas salariais é um projeto de carreira no SNS mas isso isso também é um é um projeto pelo menos a Médio prazo também é mas se não dermos essa eh capacitação Essa visão eh os médicos neste momento T muitas opções eh nunca foram tão procurados como agora por todos os países da União Europeia há um défice de Formação eh também nos outros países europeus e portanto os médicos portugueses que são sítios por terem uma ótima formação naturalmente são atraídos para para esses países com propostas que o nosso país não pode dar não podemos dar isso mas podemos dar outras coisas podemos dar eh expectativas previsibilidade progressão e é isso que nós temos pedido são sinais Concretos e por isso temos dito precisamos de soluções de curto médio e longo prazo longo prazo estamos a discutir com no protocolo ncial que cima assinou com o Ministério da Saúde essas questões estruturais no curto prazo tem de se resolver e para tempos excecionais tem de haver medidas excecionais é isso que nós pedimos por exemplo e o pagamento das ecografias nos privados ão são pagos cerca de 20 € por uma ecografia e e neste momento não há sequer nenhum prestador privado a fazer o via convencionado entre Leiria e Lisboa porquê por causa desses valores o estado e neste caso o governo já poderia ter alterado isto portanto claramente há pequenos sinais que podem ser dados neste momento de fortalecimento do SNS e de resposta à população as grávidas não podem ficar reféns de e consultarem um site para saber ou telefonarem para saberem para onde é que vão o reforço o reforço da da da linha sns24 e e a criação da da linha para as grávidas ajudou de alguma forma alviar a pressão é apenas um remendo como é que olha para esta medida do governo O governo diz que eh tem tido bons resultados e tem havido adesão das grávidas a a este serviço de todo nós nós não não acompanhamos essa narrativa e a verdade é que o sns24 já tem funciona por algoritmos conforme as pessoas vão dizendo os seus sintomas e a sua situação Clínica O Enfermeiro vai percorrendo o algoritmo para dizer se a pessoa fica em autocuidados em casa se fica se vai para o Centro de Saúde se vai para uma urgência hospitalar isso já era feito com as grávidas também eh a agora dá-se mais visibilidade pública muito bem mas não vai resolver o problema certamente hum Joana bordal o bastonário da ordem dos médicos Carlos cortes quer rever a forma como são constituídas As equipas nos serviços de urgência da ginecologia e Obstetrícia diz que e funcionam de forma diferente eh em diferentes hospitais do país há urgências que fecham com o mesmo número de médicos que outras que continuam abertas e existe falta de uniformidade nos critérios para o encerramento das urgências eh mesmo que existam eh nós sabemos que há falta de médicos eh e e isso é que faz com que efetivamente haja encerramento dos serviços de urgência temos imensa falta de médicos obstetras e também de médicos pediatras e nada foi feito por este ministério de Ana Paula Martins para colocar mais médicos na nas várias áreas eh em boa verdade o que nós temos assistido é é é uma falta de respeito enorme eh pelas mulheres e pelas grávidas deste país eh e nós entendemos que todas estas medidas desastrosas que têm sido levado a cabo por este ministério de Ana Paula Martins H Portanto tem sido Tem havido aqui má fé tem havido aqui também alguma eh ou bastante até incompetência política para e Ana Paula Martins se manter em funções neste cargo de tão grande responsabilidade e se calhar deve ser mesmo equacionada à sua demissão mas o que é que poderia ter sido feito neste momento para evitar o encerramento de urgências como temos assistido este fim de semana prevê-se que as urgências obstétricas de toda a margem sul estejam encerradas O que é que poderia ter sido feito de imediato para evitar esta situação eh a negociação com os médicos devia ter devia-se Ter iniciado imediatamente como prioritária eh e sem dúvida ter sido dado um sinal aos médicos de que a situação de a sua situação laboral se ia resolver lá está Voltamos ao mesmo sem salários base justos porque os médicos não querem continuar a viver eh com base em incentivos com base em trabalho extraordinário eh e também melhorando as suas condições de trabalho seguramente se calhar este verão não já não estaríamos assim mas o que nós vimos é que já passaram mais de qu meses e Ana Paula Martins o que fez foi eh no fundo eh medidas desastrosas como as confusões com o inem eh desde o atacar as administrações hospitalares o atrasar o concurso da colocação de médicos eh Há médicos que se formaram também de ginecologia de Obstetrícia e pediatras que se formaram em março e ainda não estão colocados e a responsabilidade é deste Ministério de Ana Paula eh que também se dedicou a publicar diplomas em que paga as horas extraordinárias aos médicos como horas normais e depois dá uma espécie de de Recompensas consoante blocos de H O tem sido mesmo este encerramento diário que isto poderia ter sido revertido se outro tipo de medidas e soluções mesmo concretas já estivessem sido aplicadas Mas isso não aconteceu e o que nós vemos é este caos de norte a sul do país Nuno Rodrigues compreend o atraso de de quro meses para o concurso dos Médicos o ministério da saúde já poderia ter eh iniciado esse processo já deveria ter iniciado esse processo com certeza de facto nós não não compreendemos e fomos altamente críticos deste processo a verdade é que os internos que Terminaram a sua especialidade em março feriram a sua homologação em abril estão desde Abril à espera de colocação or naturalmente a vida não para e eles estes estes especialistas já estão a ser pagos como internos uma dupla perversidade e portanto ninguém que é especialista quer ficar e eh a trabalhar e a ganhar como interno e portanto naturalmente Fazem as suas opções este concurso tem que ser o mais célebre possível o que nós já propusemos foi que eh garantir o pagamento como especialista a partir da data de ulação do exame da especialidade é fundamental é Preciso aumentar a tabela remuneratória dos médicos internos é preciso contar o tempo que eles fazem como internos para o serviço depois no CNS para os incentivar a ficar são 5 anos da vida dele cinco quatro a se anos que eles ficam e perdem para o sistema por e por devido à legislação atual e outra outra questão não há verbas para formação do Ministério da Saúde os médicos têm de fazer a sua formação as pensas próprias não há um plano de formação do ministério da saúde por isso eu lhe dizia há pouco como é que um M um jovem médico especialista entra para con e perspectiva à sua vida daqui a 5 10 anos vai ter de gastar quer se diferenciar nalguma questão tem vai ser ser ele a financiar a a sua formação não não vai progredir na carreira porque eh est está bloqueado O se adap não vai o os concursos demoram 2 3 anos a resolverem e portanto e assim fica difícil realmente atrair o jovens especialistas e para que eles fiquem no SNS a com matar a as falhas que H Nas urgências Ana Paula Martins a ministra da Saúde diz que daqui a um ano não teremos esta situação de urgências fechadas a Joana bordal e s os médicos Estão dispostos a esperar um ano a dar um ano à ministra para que o problema seja resolvido não é possível é tarde maisis o serviço Nacional de saúde precisa de soluções agora h e se nada for feito a situação ainda poderá ser pior não só no inverno e se calhar no próximo verão portanto não no caso das urgências obstétricas o recurso aos serviços privad poderia ser uma solução para o problema agora no imediato a solução eh seguramente só pode ser atendida de forma global e transversal no serviço Nacional de Saúde Público e que é o garante do de todo o tipo de portanto de atendimento clínico e a esta população tão especial e tão sensível ou seja eh normalmente o serviço privado atende mais os os casos mais mais simples ficando sempre os casos mais complexos e mais difíceis para o serviço Nacional de saúde também não é isso que se pretende o serviço Nacional de saúde tem que ser capaz de garantir uma resposta a todas as grávidas eh e a que não seja desigual portanto eh as grávidas têm direito a ser atendidas na sua área de residência e não a deslocarem-se quilómetros e quilómetros para serem atendidas e têm direito a ser atendidas também no serviço público eh a população é algo eh que necessita de forma a que também este atendimento possa ser eh equitativo portanto eh não parece que seja o serviço privado aqui que vá resolver todas as situações eh que existem de saúde seja a nível das grávidas seja a nível das Crianças seja mesmo a nível do resto dos problemas de saúde da população e não é só a nível hospitalar temos também a questão dos dos cuidados de saúde primários onde Ainda temos 1,6 milhões de utentes mesmo depois as limpezas artificiais feitas eh pelo Ministério da Saúde da das listas dos centos médicos de família mas continuamos a ter 1,6 milhões de utentes sem médico de família eh e isto só o serviço Nacional de Saúde Público é que vai conseguir garantir Jona bordal sa ser que é a sua área a Oncologia a lista de espera para cirurgia oncológica diminuiu desde o início do do plano de emergência da Saúde mas eh no final do do do passado mês de Julho ainda eram mais de 1500 os doentes a aguardar a operação fora do tempo recomendado estes números e são tranquilizadores de forma alguma a Além de que quando nós falamos de Oncologia não podemos falar apenas a da questão do tratamento cirúrgico um doente oncológico em 2024 tem várias H portanto necessita de vários tipos de tratamentos portanto há uma equipa multidisciplinar com médicos de várias especialidades Onde está envolvida também é os médicos oncologistas os médicos Radio oncologistas ou seja o tratamento mesmo que o doente seja operado eh que deve ser operado obviamente a tempo e horas há todo um tipo outro tipo de tratamentos que se fazem antes e que se fazem depois o doente depois de fazer uma cirurgia tem vai necessitar ou pode necessitar de por exemplo quimioterapia de radioterapia e também é preciso haver garantia de que isso está calculado portanto não só a questão das listas de esperas eh estão estão resolvidas em termos cirúrgicos mas há também outro tipo de tratamentos que também têm que ser acautelados e nós para isso também temos que ter eh médicos das várias especialidades e não só e outros profissionais de saúde também envolvidos em equipas multidisciplinas multiprofissionais e motivadas para tratar estes doentes e isso não tá a ser AC calculado Nuno Rodrigues para terminar Há dias a direção executiva do SNS deu indicações para que fossem marcadas todas as cirurgias que já tinham ultrapassado o tempo recomendado de espera ou que viessem a ultrapassar até ao final do ano há condições para cumprir esse objetivo de cerca de 75.000 cirurgias parece-me um um bom procedimento em termos de gestão ou seja se realmente estão ultrapassados o Estado tem de resolver o problema tem de resolver o problema e nisso nós não temos nenhum complexo ideológico se o SNS não está a ter capacidade de resposta as pessoas têm de ter uma resposta sim e portanto nós Nunca seremos contra soluções que sejam encontradas para dar resposta ao problema das pessoas o que nós achamos é que isto vai ser extremamente oneroso daí a nossa aposta na é no reforço do SNS e Nas condições de trabalho do SNS por exemplo a criação de novas maternidades com outras capacidades em mas é preciso recursos humanos depois para operar e portanto temos de dar essa tal perspectiva tanto a nível salarial como em termos de projeto se vão ser cumpridas as 75.000 cirurgias não não tenho a certeza que isso seja verdade eh mas mas espero que sim certamente hum Nuno rodrigu Joana bordal is Sá agradeço a vossa participação neste explicador a analisar a crise eh na saúde o problema do encerramento de urgências obstétricas eh que não é previsível que se venha a a resolver tão tão depressa Um bom fim de semana muito obrigado obrigado obrigada bom dia [Música]