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[Música] partimos agora para a análise a este tema com a ajuda de Nuno Rodrigues secretário Geral do sindicato independente dos médicos Doutor seja muito bem-vindo ao fala Portugal como é que olha para toda esta situação olho com muita preocupação o sindicato Independentes médicos já tem vindo a alertar há vários anos para para esta situação porque ela decorre de duas tendências uma tendência de longo prazo que é a reforma de várias cortes de médicos neste período e que já sabíamos que iria agravar a situação dos serviços a outra tendência é de mais curto prazo e resulta do desinvestimento e resulta da não captação dos 100 especialistas e se esta tendência de longo prazo é é digamos inevitável que aconte a reforma dos profissionais quando chegam à sua idade a captação dos rec especialistas não é pode ser alterada e é isso que os Sindicado Independent doos médicos tem defendido tem defendido que sejam dadas condições para que os recens especialistas no serviço Nacional de saúde portanto esta crise deve-se Então à falta de organização e gestão sim nomeadamente na área dos recursos humanos é é necessário que haja um planeamento e que haja realmente as condições de atrabilis falamos e nós falando de Salários toda a gente sabe que no setor privado os médicos ganham mais mas não podem ganhar muito mais do que o no setor público só assim é que conseguimos atrair os médicos para o setor público e também há outra questão que é a questão do projeto projeto de vida projeto de trabalho projeto de evolução na carreira os jovens médicos quando olham para o serviço de saúde neste momento o que é que eles pensam como é que eu vou estar daqui a 5 10 anos se a resposta consensual que tem que é o que nós vemos todos os dias é de que vão estar a fazer mais de 200 horas extraordinárias por ano vão estar em urgências com equipas reduzidas que em que não vão ter progressão na carreira 0% dos médicos está na primeira categoria da carreira se é essa a perspectiva de futuro a que é dada aos recé especialistas naturalmente Eles tomam outras opções que têm passado ou pela escolha no setor privado ou no estrangeiro os médicos querem praticar a medicina mais moderna e que podem oferecer aos seus doentes e É É aí que o estado também tem de investir vimos Agora Numa das vossas peças esta questão dos cuidados paliativos é preciso reforçar esta estrutura e é preciso que o estado Invista nestas estruturas toda a gente sabe que Portugal é um dos países mais envelhecidos assim sendo eh tem de investir nos cuidados paliativos não pode deixar a população a abandono E é isso que está a acontecer infelizmente também na parte da ginecologia Obstetrícia quando temos a península de Setubal sem uma maternidade aberta ou seja Que resposta é que nós estamos a dar a esta população é preciso assumir responsabilidades mas também é preciso arranjar respostas e é isso que nós defendemos parece que está sempre aqui um braço de ferro entre os profissionais de saúde e o governo como é que se resolve isto de uma vez por todas não eu acho que pelo contrário eh o síndic independente dos médios reuniu com todos os partidos políticos antes das eleições já começou a reunir com todos os partidos agora depois das eleições e todos eles foram consensuais a dizer duas coisas primeiro que o SNS tem problemas e que é preciso resolvê-los segundo que os profissionais de saúde são eh essenciais para que isso aconteça portanto Nós não vemos com um braço Ferro o que nós queremos é soluções concretas E porque é que essas soluções não avançam porque é que não muitas vezes fala-se da da da questão cimental orçamental mas é uma perspectiva de curto prazo no longo prazo toda a gente sabe que um bom Sistema de Saúde poupa muito dinheiro ao país poupamos com quando apostamos na prevenção deixamos de ter e algumas doenças Vamos diminuir o número de pessoas que precisam de ir à urgência claro que também é uma questão de organização esta questão dos centros de atend ento eh É uma opção legítima do governo eh a nossa crítica era relativamente a quais os profissionais queriam uma vez que H que falta deles mas nós não somos contra as medidas estruturais não somos contra por exemplo e sempre o dissemos esta redução da lista de espera de Oncologia achamos essencial portanto eh Há algumas medidas que são úteis e que estão a ser bem tomadas mas há outras em que o governo precisa realmente de ceder e dar a mão à palmatória de que sem investiment concreto sem um projeto de futuro e é isso que o planeamento de Recursos Humanos tem de fazer sem um projeto de futuro não vamos conseguir manter os médicos não esperava-se mais deste executivo Portanto o Executivo tem pouco mais de 100 dias nós já o criticamos diversas vezes Olhe desde logo nesta questão dos concursos estamos há 4 meses para os recens especialistas ficarem colocados e tem gravado a situação há três uls que nem sequer ainda lançaram os concursos O que é que isto O que é que sucede por por isto acontece que o os especialistas estão à espera os C especialistas estão à espera de serem colocados nos sítios corretos para poderem exercer as suas funções Além disso nestes 4 meses apesar de já serem especialistas eles estão a ganhar com internos e portanto a vontade deles de ficar no SNS imagine um especialista que tem determinadas condições está a trabalhar como especialista e a ser remunerado como interno Eh toda a gente concordará que é do mais estrito bom senso que isto não suceda eh trabalho para trabalho igual pagamento igual Portanto o governo tem de dar sinais concretos de quer melhorar por exemplo na a questão das especialidades das vagas o sindicato independente dos médicos defende a abertura de mais vagas para as especialidades e defende como quando temos especialistas nos serviços eles conseguem formar internos se não temos os especialistas nos serviços e 99% dos especialistas são formados no SNS nós não vamos ter tantos internos porque não há quem os forma e portanto é preciso realmente ver que o investimento agora vai valer a pena no futuro e o sindicato independente dos médicos trabalha todos os dias para que isso aconteça e talvez se calhar começar já a pensar num plano antecipado porque esta situação agrava-se todos os anos Neste período de verão h no verão temos a questão das maternidades no inverno temos a questão das urgências com com as infecções respiratórias e e portanto Isto é cíclico É verdade e portanto é preciso essar mas é preciso essar de forma estrutural com estas medidas que que eu tenho referido a aposta salarial não é por não é por acaso nós não não os médicos não querem ganhar muito mais querem ganhar é eh para que se sintam confortáveis e comparativamente com o que já estão a pagar no setor privado e social que são Dados concretos não não estão a pedir utopias eh e portanto eh Quando tivermos isso quando tivermos um projeto de futuro Quando tivermos evolução na carreira Aí sim os médicos que são 99% formados no não se importarão nada de ficar no SNS agora situações como que vimos hoje h nas notícias de que há internos e mesmo alunos de medicina a assegurar serviços isso é lamentável como é que fica o setor perante tudo isto o setor da saúde é um setor altamente complexo costuma-se dizer que um hospital é das organizações e em termos de empresas mais difíceis de gerir porque é preciso desde canalizadores eletricistas é preciso funcionar 24 horas é preciso um um serviço de logística tremendo para assegurar que os medicamentos não faltam e portanto eh o setor da Saúde também apoia eh os médicos e apoia que a população seja dada uma resposta e acho que acho que todos nós que trabalhamos no setor da Saúde conhecemos problemas e Eh expomos esses problemas também sabemos muitas vezes que os administradores hospitalares também sabem esses problemas querem resolvê-los mas não têm autonomia financeira e portanto é preciso que a autonomia financeira também seja garantida pelo Ministério das Finanças Sem dúvida muito bem muito obrigado e até uma próxima oportunidade Obrigado e boa noite ob [Música]