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ai está tanto calor o que me ape mesmo era assim uma coisa fresca inovadora mas rigorosa uma sereia ó Rita o que tu queres é um observador fresquinho Ah era mesmo isso mas quanto é que isso me custa a partir de 70 cêntimos por semana mas só se assinar O Observador até dia 23 de agosto então é mais barato que um gelado e tuia já assinaste eu e falar português é o título do artigo assinado hoje pelo antigo secretário de estado da cultura Jorge Barretos Xavier que exerceu funções no governo de Pedro passos coalho num país de imigrantes e que acolhe também muitos imigrantes refugiados turistas e residentes não habituais que passam temporadas ou velhi em Portugal ou ainda o chamar nómadas digitais que importância tem a língua para a noção de uma comunidade Estendida é um conceito que já vamos abordar aqui num contexto de cada vez maior fragmentação social bem-vindo Jorge Barretos Xavier Obrigado pelo convite contei acho que 20 perguntas neste seu artigo que nos dá aqui pano para mangas no que toca aqui a tentarmos fazer uma uma reflexão e é essa reflexão que o Jorge barrer Xavier quer suscitar percebi isso ao ler o artigo comecemos pela exigência dos mínimos em termos de cono da língua portuguesa para quem quer viver em Portugal o que se passa hoje em dia é que é mais um pr forma essa exigência devia haver mudanças neste sentido eu creio que sim e a língua é de facto um elemento estruturante das dinâmicas relacionais no contexto de qualquer comunidade por isso h o falar português e no texto que eu escrevi para O Observador hoje eu falo da uma ideia de fala que vai para lá da da língua e e que inclui um conjunto de parâmetros culturais se quiser de enquadramento e de contexto e na residência em dado território neste caso no território nacional eh eh no que se refere à importância de do do domínio da língua eu creio que ela de facto é importante eh mas podemos falar disso ainda um pouco mais à frente porque eh sendo importante eh eu gostava que considerássemos que ela não é exclusiva ou seja no sentido de excluir mas essencialmente no sentido de incluir uhum eh E e essa essas exigências deveriam passar por exemplo por eh não só saber falar português mas outro tipo de conhecimentos culturais para que as pessoas depois também se possam integrar melhor no país eh eu diria que que sim mas temos que perceber em que termos porque a língua por si só é é uma porta de entrada extremamente importante estante e relevante para o conhecimento de uma cultura e o exemplo que se pode dar e que todos conhecemos é a palavra saudade a palavra saudade é uma palavra que eh implica um conhecimento vasto de questões de memória de questões de contexto cultural eh de hábitos de emoções e por isso o a língua por si só é uma vasta porta de entrar na cultura de determinado país e e assim Digamos que a língua é muito importante e Mas claro que as interações no quotidiano na comunidade são também extremamente importantes as narrativas as histórias os valores Mas de qualquer forma eu diria que começando pela língua éesse elemento e um critério extremamente importante uhum e e num mundo globalizado onde cada vez mais pessoas falam inglês fará sentido ao mesmo tempo toda essa exigência é cada identidade nacional que acaba por fazer a multiculturalidade Ora bem h eu creio que uma coisa não tira a outra um dos atrativos de Portugal é termos os portugueses ou muitos portugueses a falar bem inglês e e as pessoas estrangeiros que nos visitam nomeadamente saberem e sentirem que o estarem em Portugal e ou visitar em Portugal Tem facilidade de comunicação e com o os cidadãos nacionais portanto diria que o falar inglês é é importante mas isso não retira a importância do falar português e e portanto as duas componentes são me parece que não devem ser exclusivas devemos considerar de uma maneira integrada Hum e eh e neste artigo também se questiona sobre o que fazer para combater um discurso primário anti-imigração e quando eram que diz ser a demagogia de um referendo à imigração e o cha quer avançar com esse referendo quer agitar esta que acaba por ser uma bandeira antiga do partido e e e ao fazê-lo está a querer marcar a agenda da pior forma eu creio que sim eh e infelizmente eh nós Portugal estamos a assistir como tem acontecido em outros pontos da Europa há de posições eh no contexto da sociedade nomeadamente pela forma como a Extrema esquerda ou extrema direita tem avançado com o seu tipo de discurso o discurso de extrema esquerda em vários os aspectos No que diz respeito à matéria de género tem criado clivagens na sociedade portuguesa eh tem criado clivagens na sociedade europeia em geral mas ao mesmo tempo os discursos da Extrema direita TM feito exatamente e portanto no nos dois lados do aspecto político nos extremos do aspecto político tem avançado eh o divisionismo nas sociedades ocidentais eh o que obviamente nos fragiliza no contexto Global enquanto nós estamos eh discutir eh a antagonizar dentro das nossas sociedades outros países no mundo avançam e desenvolvem-se e promovem e a sua presença eh e esta maneira de nos autoflagelar e de nos diminuirmos está nos a criar problemas sérios nós precisamos de uma capacidade de coesão por exemplo eh a camala Harris no discurso que fez de aceitação eh da candidatura à presidência doos Estados Unidos eh e e ela fez questão de sublinhar isso que ela procuraria caso vença a eleição unir os americanos e vejamos que neste caso é já uma segunda vez que que o que o partido Democrata apresenta como candidato à presidência alguém que não é branco ou seja e que é o símbolo dessa multiculturalidade é um símbolo da multiculturalidade e nós verificamos na Europa em vários pontos da Europa eh aliás em Portugal tivemos durante eh os últimos anos um um primeiro-ministro eh que também é é um sinal o António Costa que não é eh que é um homem de de origem indiana ou ou que temos no caso do do Reino Unido ou na Irlanda enfim ou na Escócia sucessivamente há vários exemplos na Europa eh nesses termos e nos Estados Unidos obviamente o Barack Obama eh Portanto o problema da multiculturalidade em nenhum dos exemplos que eu estou a referir estivemos a falar eh de cidadãos nacionais que tiveram qualquer tipo de antagonismo façam uma vontade de unir o país obviamente eu pessoalmente discordo muito das medidas que António Costa tomou Mas isso não tem nada estamos a falar de discussão política não estamos a falar eh eh de de nenhum tipo de problema eu próprio sou de origem goesa portanto eh e e e e sinto-me como sempre me senti português o que Cristina guarda eh estudei em Lisboa a minha vida e o meu país eh é Portugal se nós começarmos agora a dizer que nomeadamente por causa da questão da Ah eu sou mais português do que tu porque tu és Não és branco e eu sou branco por exemplo se formos por este caminho estamos com um problema Seríssimo porque hoje em dia as sociedades são cada vez mais e a multiculturalidade origem étnica ou às questões de género ou às questões de se começamos a antagonizar esses domínios seria impossível ter feito Brasil ou os Estados Unidos Por exemplo Brasil Estados unes profundamente M profundamente acolhedores de imigrantes e E no caso português eh eh nós que somos um país de diáspora migrante temos à volta de 5 milhões portugueses ou ou luz descendentes a viver em todo o mundo eh e às vezes o argumento que é usado pela ex direita em relação a a aos imigrantes que são recebidos em Portugal ah mas nós somos os bom Anes e nós estamos a receber os maus Imigrantes O que é obviamente uma falácia H nós não podemos nunca eh estar a a a tomar uma comunidade imaginemos do banglades eh ou do Paquistão que possa estar em Portugal por se eventualmente uma pessoa dessa comunidade eh tem um comportamento criminoso neste referendo chega admite essa discriminação por por origem precisamente é completamente inaceitável então imaginemos a situação dos portugueses que no Canadá eh cometeram crimes e houve inclusivamente situações graves em relações aos portugueses ou ou na Inglaterra ou na Alemanha há Imigrantes portugueses que cometeram crimes vamos agora dizer que os portugueses todos que vivem nesses países são os criminosos portanto eh H é uma é uma generalização inaceitável eh de gente que está a fazer vir ao de cima os maus fígados eh os maus sentimentos eh eh de que eh envenenam uma sociedade e ainda por cima muitas vezes gente que se afirma como católica ou Cristã eh São se a esquecer que Jesus Cristo não era Branco estão-se a esquecer e que eh nomeadamente e e eu também sou católico eh que a mensagem de Cristo foi sempre uma mensagem acolhedora de diversos tipos eh de etnia eh mas eh portanto inventam uma religião inventam uma maneira de estar que é uma mentira em relação à aquilo que são as origens neste caso nomeadamente do cristianismo eh eh mas eh ou seja eh Há aqui também eh e não é só em Portugal na Europa a a a questão da imigração ilegal eh tem sido eh muito sobejamente falada e há aqui um problema no que toca a combater a imigração ilegal o tráfico de seres humanos eh como é que é possível eh Jorge barret vier termos esta discussão uma discussão séria sobre os instrumentos para lidar com esta situação no atual contexto político nomeadamente em Portugal Ora bem eh eh eu no texto que escrevi fiz mais perguntas do que dei respostas e de facto como reparou fiz muitas perguntas e fiz muitas perguntas porque por vezes encontrar respostas para essas perguntas é extremamente difícil e eu certamente Não não sou eh competente para dar todas as respostas sobre as perguntas que fiz mas as perguntas implicam dúvidas implicam parâmetros que nós precisamos de perceber em relação àquilo que queremos para o nosso futuro uma coisa é sermos acolhedores de de imigrantes outra coisa é sermos acolhedores Imigrantes de qualquer maneira eh faz todo sentido na minha perspectiva acolher e e imigrantes em Portugal aliás eh dificilmente hoje preencheriam uma série de fileiras de mão deobra em Portugal se não tivéssemos imigração e sejamos Claros em relação a isso não vale a pena e eh vir com ideias de diabolização dos Imigrantes quando no fundo eles têm cumprido várias necessidades no contexto nacional e tem gerado riqueza não só pelo seu trabalho como também pelo pagamento dos seus impostos e Segurança Social mas dito isso eh obviamente que a nossa tem Tem que haver um controle de fronteiras obviamente que nós temos que evitar ao máximo a imigração ilegal eh obviamente que temos que perceber os termos em que acolhemos os imigrantes e por isso a questão da língua nomeadamente o podemos melhorar para os residentes permanentes ou para quem requer nacionalidade a exigência com o falar da língua parece-me importante e se podemos criar mecanismos que são dos mais diversos de e gerar comunidade através de uma maior afirmação de valores culturais partilhados na comunidade isso também será importante e tudo começa também e Jorge Barreto Xavier nesta questão na parte burocrática desde logo e nós temos a situação que temos na na agência para a integração migrações e asilo a aima com milhares de processos por regularizar de imigrantes grandes filas de espera vidas suspensas do outro lado os trabalhadores que estão a fazer greve às horas extraordinárias o Governo está a saber atacar bem este problema Ora bem eh eu creio que eh tudo isto começou mal com a extinção do CEF hum o CEF Eh tava com problemas mas não tava com o grau de problemas que hoje estamos a viver uhum a extinção do CEP aconteceu na sequência de um problema sério que aconteceu em Portugal no aeroporto da Portela eh com a morte de um cidadão sinal ucraniano de inspetores do CF eh e obviamente Isso foi uma situação gravíssima inaceitável mas o facto daquelas pessoas em concreto terem cometido aquele ato Bárbaro não implicava na minha perspectiva a extinção do serviço ao qual as pessoas pertenciam não não se não se reforma não se melhora um serviço extinguindo e portanto a a maneira como foi feita a extinção do cev e a tentativa de criação de novos mecanismos através da polícia judiciária ou desta nova entidade tem gerado problemas seríssimos que que urge resolver o Governo está há poucos meses em funções e e obviamente tem aqui um problema sério em mãos e eu diria eh que vai ter que rapidamente encontrar soluções porque o o que se está a passar é muito mau tanto para o efeito do do controle da das situações Ilegais como para o efeito da validação das situações legais como para efeito do equilíbrio das relações contratuais e trabalho enfim e das expectativas das pessoas das situações familiares e E por aí fora uhum eh eh só para terminarmos e já que começamos esta nossa conversa sobre a questão da língua permita me também questioná-lo sobre esta polémica à volta da linguagem neutra a propósito de uma campanha da direção-geral da saúde para pessoas que menstruam e que recebeu a concordância do governo pela voz da ministra Margarida balceiro Lopes faz sentido a discussão à volta deste tema e a discussão começou logo pelo desconforto do do CDs Olhe eu eu acho que faz sentido discutir este tema eh eh eu creio que por um lado sejamos Claros nós temos que ter uma perspectiva de inclusão em relação às questões de género namente eh em relação a pessoas eh que que têm eh S géneros eh no contexto da sociedade portuguesa mas ao mesmo tempo temos que ter noção que falamos de um grupo muito pequeno no contexto nacional ou seja esse grupo eh deve ser respeitado integrado como fazendo parte eh da do contexto da comunidade Mas isso não significa que nós eh nos vamos esquecer que eh o o o gênero homem e o género mulher são dominantes no contexto e das Comunidades por isso eu diria que eventualmente é possível em termos de língua e não necessariamente anular o gênero mas podemos claramente por exemplo dizer homem mulher e Eh Ou seja para não ignorar e esta esta dinâmica que é uma dinâmica específica física mas também eh tendo um um papel de inclusão cultural eh e de inclusão social e de compreensão e aceitação dos gêneros em presença eh omitirmos aquilo que é e a maioria do da e da da sociedade sem que a inclusão tenha necessariamente de cair nas malhas da da ideologia não pode ser encarada como a evolução natural da língua nós eu sinceramente a nossa língua ao contrário nomeadamente da língua alemã eh nós não temos eh nós não criamos o géo neutro no contexto da nossa língua temos o o o masculino e o feminino podemos obviamente criar dinâmicas de neutralidade em vários domínios mas essa neutralidade também na minha opinião não nos pode levar a ignorar e a existência de maiorias e e e e chamar pelo nome essas maiorias porque essas inclusivamente no termo das dinâmicas de integração se nós ignoramos o sentimento das pessoas Face à identidade de género namente a questão de das pessoas serem quererem ser chamadas pelo nome homem e mulher e não necessariamente incluídas num género neutro estamos a criar problemas inclusivamente para efeito de integração porque criamos rejeição ou podemos criar rejeição e podemos aumentar esses sentidos sentimentos de rejeição de que nomeadamente terma direito obviamente se aproveita uhum muito obrigada Jorge Barreto Xavier por esta reflexão que nos trouxe aqui muitas perguntas de facto ficam no ar mas a reflexão está aqui lançada por si muito obrigada por ter sido o noso colonista do dia l