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[Música] Esta é a história do dia da Rádio observador as casas em Portugal estão Preparadas para um [Música] sismo a terra teru em Portugal esta madrugada não há feridos ou danos o primeiro-ministro agradece a prontidão das autoridades reagiu na rede social x luí Montenegro est de férias o cargo de primeiro ministro é desempenhado de forma provisória por Paulo Rangel Montenegro agradece a prontidão da Proteção Civil realça a serenidade do Povo português que reagiu sem alarmismos C há mais de 50 anos que não se sentia um ambalo tão forte em Lisboa um sismo de 5.3 na escala de R com epicentro ao Largo de sines foi sentido na madrugada de segunda-feira na região da grande Lisboa e no sul do país não há registo de danos pessoais ou materiais mas o abalo serviu para nos Recordar do risco sísmico que existe no sul do país os edifícios em Portugal estão preparados para um Abalo mais forte a sua casa é segura Quais são as regiões de Portugal com maior risco vou falar com Rodrigo Falcão Moreira docente do Instituto Superior de engenharia do Porto e especialista em engenharia sísmica eu sou a Teresa abcis e esta é a história do dia de terça-feira 27 de [Música] agosto bem-vindo Rodrigo Falcão Moreira Olá viva Obrigado pelo convite o professor está no distrito do porto sentiu o sismo na madrugada de segunda-feira hum não tenho que dizer e rosamente não quando o sismo ocorreu eu estava a dormir e só me apercebi pelas notícias depois quando quando acordei portanto não este sismo teve uma magnitude de 5.3 na escala de rister tem um máximo de 9 gra foi um Abalo Forte Sim já já não é já não é um Abalo já não é um Abalo pequeno eh pronto e a magnitude mede apenas a libertação de energia não é depois há outros há outros aspectos que têm que ser contemplados para para podermos comentar as as consequências ou potenciais consequências deste sismo Isto foi uma coisa que que que enfim que que já que já tive oportunidade de referir algumas vezes não é Hum temos que avaliar também a a posição do epicentro a profundidade e a distância ao local não é seria neste caso teria sido poderia ter sido muito diferente e as consequências do cismo poderiam ter sido muito diferente se epicentro tivesse Estado mais próximo da cidade de sinos não é exato neste caso o epicentro situa-se no mar não é a 60 km aest sines certo sim sim portanto no caso no caso em apreço vamos imaginar que o epicentro teria eh ocorrido à mesma profundidade mas mais perto da cidade de cindes não é Eh aí eh já teríamos outro tipo outro tipo de consequências portanto a magnitude sozinha digamos assim apenas vos dá uma indicação da da libertação de energia se eu tivesse se eu tiver dois ciros de iG de igual magnitude mas com é a profundidades diferentes as consequências à superfície também serão diferentes não é uhum Normalmente quando falamos de risco sísmico falamos mais do risco das construções em Lisboa porquê Ora bem eh o risco o risco sísmico é uma é uma convolução de três três fatores a perigosidade sísmica a vulnerabilidade e a exposição ou seja E porque é que falamos mais na região de Lisboa precisamente por causa da ade sísmica a perigosidade é algo que tem a ver com o nosso país não é e e o que sucede é que a porosidade sísmica do país cresce de Norte para o sul ou seja nós temos o o dentro da mesma da mesma probabilidade de ocorrência um um sismo que V em Lisboa será mais intenso do que na região centro ou na região norte por isso é que o mesmo Edifício digamos em termos de engenharia o mesmo Edifício projetado na cidade do Porto ou na cidade de Lisboa o edifício na cidade de Lisboa terá de ser mais robusto porque a intensidade da ação cívica regulamentar vai ser superior portanto naturalmente nós estamos mais focados na cidade de Lisboa por ter já uma perigosidade sísmica considerável e por outro lado pelo número de pessoas que vivem em Lisboa e e a quantidade de edifícios que lá temos não é não é o não é a Zona ou melhor não não é exatamente não é a zona do país onde a perigosidade é mais elevada não é temos temos concelhos na na região do Algarve em que a perigosidade sísmica é superior à da zona de Lisboa mas repito temos mais pessoas e mais edifícios em em Lisboa é a capital do país é natural que olhamos mais para para para esse local uhum H por isso é que todo acabamos e depois temos toda a questão do 6755 não é que ocorreu na zona de Lisboa é aquilo que as pessoas têm gravado na memória Apesar portanto daí a conversa a conversa acaba sempre por por irar à cidade de Lisboa em princípio são consideradas construções seguras em caso de sismos as construções que datam depois de 1990 a legislação é de 1983 mas estamos aqui a dar uma margem para as regras serem aplicadas no terreno em Lisboa de acordo com os dados do censo 2021 quase 70% dos edifícios foram construídos antes de 1990 Podemos dizer que a maior parte não está preparada para um sismo Sim há uma grande parte do Parque Habitacional de edifícios tão armado em Portugal que foi construída antes antes da da digamos da da data de entrada em vigor do do do antigo regulamento de seguran e ações Ora bem é evidente que esses edifícios não é não têm obrigação vou dizer assim de de suportar um evento sísmico desta natureza porque foram projetados com as regras que existiam à data e as regras de segurança sísmica que existiam à data Apesar apesar de existirem já algumas algumas regras Portanto o regulamento anterior que datava e 1958 e se não me falha a memória já incluía já algumas regras de segurança sísmica mas H eram enfim relativamente contidas e portanto são estruturas que efetivamente não não em princípio não se irão comportar bem quando sujeitas a a um event sismo desta natureza a partir daí do ponto de vista regulamentar naturalmente essas estruturas deviam estar preparadas Claro que pode haver casos pontuais seja por erro de projeto ou ou seja por erro de de construção Porque podemos ter um projeto que até está OK mas depois por algum motivo ter sido mal interpretado e mal executado uhum h de facto termos edifícios eh modernos vamos dizer assim que cujo comportamento não vai ser o esperado nós por vezes mostramos uma fonte digamos muito interessante de conhecimento na engenharia sísmica são as fotografias de de de dos danos que ocorrem em cidades onde ocorreram sismos por vezes nas aulas até mostramos fotografias de de danos aos alunos para eles perceberem O que é que sucedeu ali o que é que está ali errado em termos de priza do pão armado seja o que for uhum eles até são capazes de identificar e depois a questão colocamos é mas então e e este Edifício quando é que vocês acham que foi projetado e eles respondem naturalmente não tem que ter sido antes desta data porque estas regras Despois é s colhem por acaso este Edifício foi construído em 2011 Portanto o que vocês estão a ver não tem a ver com a regulamentação mas tem a ver com o erro de construção não é que pode suceder é claro que nós queremos queremos acreditar que esses casos sejam sejam já pontuais não é Ou seja do ponto de vista legislativo e do ponto de vista do conhecimento e as construções projetadas e Constru Depois dessa data tem obrigação de ser competentes já regressamos à conversa com Rodrigo Falcão Moreira professor do Instituto Superior de engenharia do Porto e especialista em engenharia sísmica na segunda parte falamos sobre o que ainda falta ser feito para proteger os edifícios em caso de [Música] sismos Esta é a história de como os nazis tentaram retar em Cascais o rei [Música] [Música] deam B umi boca doe paraisos pod nada porim com Bora Origin Deia um novo episódio a cada terça-feira os assinantes do Observador têm acesso antecipado a todos os episódios desta série já disponíveis em observador.pt os podcast Plus do Observador tem o apoio da Kia estamos de regresso à conversa com Rodrigo Falcão Moreira especialista em engenharia sísmica o abalo sentido na madrugada de segunda-feira voltou a lembrar-nos do risco sísmico que Lisboa e o sul do país correm quando lhe liguei para termos esta conversa disse-me que era preciso aproveitar esta altura para falar e alertar para esta situação O que é que o preocupa mais em que é que pensou quando começou a ouvir as notícias do sismo desta segunda-feira fiquei digamos expectante para saber se haveria ou não danos em edifícios uhum eh pronto não não não era não era certo tive tinha tinha dúvidas e pronto tive isso confirmar que nada nada de extraordinário eh sucedeu portanto foi logo a minha primeira preocupação Será que efetivamente temos aqui um um um evento sismico em que efetivamente vamos ter danos materiais sérios não é e isso sim era um evento que já não tínhamos há bastante tempo felizmente não foi não foi o o que ocorreu eh portanto isto vem sempre Recordar e nós que trabalhamos na na digamos no no domínio da análise de vulnerabilidade do do do parque Nacional isto vos sempre Recordar que vai haver um dia em que as consequências vão ser muito mais muito mais severas portanto hoje digamos tivemos várias declarações na televisão de que a Proteção Civil respondeu muito bem eh enfim eu não vi que a Proteção Civil tivesse que ter respondido a grande coisa não é atenção não há registro deos pessoais n materiais Exatamente exatamente portanto não estou a dizer que nada de de de extraordinário houve responder a não ser relatar o a ocorrência informar a população etc e o que é que poderia estar a ser feito nesta altura em que felizmente Como disse eh este Abalo não foi suficientemente forte para causar eh danos nem materiais nem pessoais ou seja os edifícios de habitação e o que como é que as pessoas podem saber se a sua casa é um lugar seguro or bem os edifícios privados uma vez que estão construídos e completamente comercializados estão na mão dos dos proprietários portanto os os donos do dos edifícios são as pessoas que lá moram depois há um condomínio uma administração de condomínio constituída etc mas para todos os efeitos aquilo é um é um é é propriedade privada portanto a o estado não tem e eh poder para obrigar os privados a intervir a intervir e nos seus edifícios as pessoas podem procurar informação uhum não é portanto e uma administração de condomínio e e repito que isto tem que ser uma coisa o Riter isto tem que ser uma coisa conjunta portanto um a vulnerabilidade sísmica do edifício tem que ser avaliada na sua globalidade seja não faz qualquer sentido o morador por exemplo do terceiro esquerdo vou dizer assim não se refere a uma a um andar ou uma fração refere-se ao Edifício fração como é evidente quer dizer é evidente que esse esse morador pode manifestar junto do seu administrador ou junto do restante dos moradores a dizer Olha nós vivemos aqui em Lisboa e se calhar Devíamos nos informar se se o nosso Edifício está seguro pronto e aí a administração domínio contacta uma empresa prestadora de serviços de engenharia que lhes que lhes diz sim senhor nós fazemos uma avaliação de vulnerabilidade do vosso Edifício tenho terminado custo etc isso é um serviço como out qualquer que é contratado e as pessoas depois no fim eh recebem um relatório em que os informa sobre as condições em em que estão o seu Edifício e e e naturalmente depois se entenderem querem eh avançar com o reforço CCO Edifício tem de contratar esse uma empresa que que primeiro tem de contratar um projeto de reforço e depois uma empresa que que lhes Execute esse serviço da mesma forma que se contrata uma realação de uma fachada não é portanto é uma intervenção que outra qualquer como outra qualquer não vou dizer assim porque o reforço sísmico em princípio no edifíci antigo será sempre uma coisa com alguma expressão não é em termos de de de invasivos não é não é uma coisa muito simples de de ou por princípio não será uma coisa muito simples de ser feita e existe essa consciência diz que eh acompanha o tema mais de perto não é também é sua área mas que se calhar no dia a dia não não estamos tão conscientes eu acho que não eu acho que para muita gente pelo menos acho que não porque veja uma coisa eu às vezes dou este exemplo que acho que é tem alguma piada que é quando qualquer um de nós acho que se informa muito mais quando vai comprar um carro quando vai comprar uma casa e e e se calhar o carro vai custar 10% do do que do que nós vamos investir quando Compramos uma casa Portanto vamos comprar um carro falamos com os nossos amigos pisamos da internet compramos vistas quando chegamos ao stand se calhar amos mais sobre o carro do que o tipo que não está a vender o carro eh quando as pessoas vão comprar um um uma habitação acho que não vejo pelo menos que que que que as pessoas coloquem essas questões quer dizer as pessoas estão preocupadas naturalmente com com com as questões do conforto e muito bem Quer dizer não vamos agora pôr a segurança estrutural acima de todas as outras coisas mas também acho que é um bocado estranho as pessoas preocuparem-se com tudo o que é com foro térmico acústico e depois não estarem preocupadas se efetivamente vão fazer um investimento que financeiramente pode ser muito Av voltado num Edifício que se calhar é um edifício antigo que foi requalificado sei lá estou-me lembrar um edifício qualquer na bxa de Lisboa que tem sido muito bem requalificado do ponto de vista ponto de vista arquitetónico e até do ponto vista de conforto térmico e acústico e que nada foi feito do ponto de vista da da da segurança is isso este cenário que eu estou a pintar hoje em dia até legalmente já não é possível portanto já não podemos fazer reabilitações sem sem digamos pensar nesta questão da da da segurança sísmica mas no passado era possível e acho que as pessoas não colocam essa questão deveria haver um plano Municipal ou nacional para o reforço destes edifícios mais antigos lembro-me por exemplo existem incentivos para melhorar o conforto do térmico O isolamento térmico do dos edifícios portanto mesmo que haja algum incentivo eh quer dizer todos todos nós já passamos em algos na vida por alguma circunstância em que numa Assembleia de condomínio era muito difícil aprovar um orçamento para pintar dar uma fachada agora imagine e digamos imagine aprovar um um orçamento para fazer uma intervenção profunda que vai obrigar as pessoas se carar a ter que sair de lá para se poder intervir no edifício não é porque há intervenções que são que são mais invasivas que mexem na fachada do edifício queem no interior do edifício portanto não é eu diria não é não é e por vezes simples mas ao mesmo tempo Isto também não pode ser justificação para para nada se fazer porque eu hoje falei com com muitas pessoas que se não tinham não tinham noção disto não é noção que conant a cidade onde estão poderão estar mais expostos ao perigo ou menos expostos ao perigo e que estão que quem estiver em lago está exposto a um perigo muito muito maior do que quem estiver em Bragança pessoas não nem sequer fazem ideia disto não é por exemplo eh portanto mas isso está nesse momento essa informação está à distância de um clique ou qualquer um agora é preciso depois não é tem que haver um momento em que é preciso passar dos dos levantamentos e de aumentarmos o conhecimento e estarmos informados sobre a vulnerabilidade dos edifícios mas depois sermos consequentes não é porque se não Ou seja Temos que passar de um de de um período em que estamos apenas a aumentar o nosso conhecimento sobre o que pode acontecer o que é que se nada mais fizermos o que pode acontecer vai mesmo acontecer Obrigada Rodrigo Falcão Moreira nada foi um gosto Obrigado pelo vosso convite Rodrigo Falcão Moreira é professor no Instituto Superior engenharia do Porto e é especialista em engenharia sísmica esta foi a história do dia a sonoplastia é da Mariana Sousa Aguiar a música do genérico É do João Ribeiro eu sou TRS abcis até amanhã [Música]