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ora viva sejam bem-vindos ao clube dos 52 Este é um ciclo de conversas no âmbito dos 10 anos do Observador 52 personalidades foram desafiadas a pensar a próxima década do país José Cardoso Botelho é o convidado de hoje ele é CEO é o diretor executivo da Vanguard properties uma empresa de desenvolvimento de projetos Imobiliários José Cardoso balho bem-vindo a este clube de 52 muito obrigado pelo convite é um gosto tê-lo aqui vamos partir nesta conversa do artigo que escreveu e que está a ser publicado no site do Observador juntamente com esta conversa também em podcast eh escreveu como membro deste clube de 52 aborda vários assuntos vamos deixar aquele que basicamente é o centro da sua atividade que é habitação para o fim H começa por falar do sistema educativo que deve ser revisto deve ser adaptado aos Novos Tempos de avanço tecnológico de Inteligência Artificial que abordagem pedagógica e ou que mudança pedagógica é que acha que que devemos que devemos ter bom em primeiro lugar não sou especista na matéria mas enfim eh obviamente mas é fundamental é fundamental e e e lido com muita gente que nós entrevistamos muita gente porque h hoje já não somos só apenas um grupo imobiliário mas um grupo industrial e de serviços Portanto o o o âmbito foi expandido nós quos uma marca nova que é Vanguard c e estamos neste momento com quase 900 pessoas a trabalhar portanto obviamente entrevistamos muitas pessoas e o que nos parece até porque participamos n algumas iniciativas da educação privada com o p Santa Clara portanto a primeira escola 42 e agora ais e também é do Porto e o ensino por um lado tudo o que nos diz é que este centralismo que existe em Portugal do Ministério da Educação decid tudo não nos parece uma boa decisão não é portanto parece que que as escolas deviam ter mais autonomia já para não falar obviamente mais orçamento mas deviam ter mais autonomia para para desenvolver os os conteúdos que seriam apropriados no seu melhor entendimento a educação devia ser mais prática obviamente vejo muito pouco investimento a ser feito na na famosa artificial ou seja tecnologia é necessária a escola 42 é um belíssimo exemplo que é um verdadeiro elevador social acolhe pessoas com não só de de idades diversas nacionalidade e de experiências e vejo que muitas vezes alunos que nem sequer terminaram o o o 12º ano são capazes de competir na parte da PR ação com com alunos de universidades rec conceituadas o que mostra que há aí muito talento que que é desperdiçado que não é compreendido e que não há digamos assim oportunidades para eles e a escola 42 V mostar isso é muito formatado o ensino que nós temos aal é igual para todos degum Man igual para todos e e e aquilo que se vê e a escola 42 ma não me falha desde que abriu há cerca de 4 anos já recebeu mais de 60 ou 7.000 candidaturas o que é uma coisa brutal um valor enorme mostra que de f h uma procura por outro tipo de de ensino enso mais prático e neste caso em concreto o que a 42 ensina é aprender a aprender que eu acho absolutamente Fundamental e saber trabalhar em grupo que são duas características nomeadamente Dea empresa são fundamentais porque esta ideia de que um um jovem seja jovem ou não jovem mas numa garagem inventa e eh qualquer coisa de de muito fundamental pode de vez em quando acontecer mas romântico é romântico já já foi mais no passado não quer dizer que não possa voltar a acontecer masos que não é não é não é isso que vai acontecer todos os dias agora saber trabalhar em em em grupo e e saber aprender é absolutamente Fundamental e esse meto ensino acho que nos faz muita falta Claro e portanto e aliás do seu ponto de observação que é de uma empresa que que que recruta que que que precisa de de pessoas para trabalhar eh então defende que nós Devíamos ter mais pensamento ensinar mais pensamento crítico mais criativ e adaptabilidade sim aliás esse são são aliás algumas das competências quando se fala agora da Inteligência Artificial muitos diz bom não vale a pena aprender certas áreas tão profundamente porque a máquina fará muito melhor bom mas essas não faz não é É claro portanto há aqui um fto diferenciador que é cada vez mais J sim e portanto por exemplo as a parte criativa como ten dito que por exemplo faz todo sentido as pessoas aprenderem a comunicar melhor eh por exemplo que às vezes os ingleses aprendem osos a fazer teatro etc porque a expressão oral é muito importante comunicar é muito importante portanto isso são coisas que o que a inteligência artificial não fará e que os que não vai tornar as nossas pessoas os nossos alunos diferentes não é e por isso diria que esse claramente que o ensino tem que ser tem que ser mais adaptado aos os dias e hoje e claro que não não pode ser pensado de forma muito centralista como é o caso em Portugal não é hum e aborda também no seu artigo a necessidade de nós continuarmos e reforçarmos até a transição energética é uma obrigação que nós temos enquanto sociedade para as para as gerações futuras também mas será que estamos todos conscientes As populações de uma forma genérica dos custos que isso implica e do trabalho ecolo que isso significa eu diria que não e eh não é só asos custos às vezes não é tanto os custos e eh e é a forma de financiar portanto e eh e o e o o que é que aí vem portant lá ver a se nós estivos a falar mas eu quando digo Às vezes as pessoas também te falo da das empresas seja sejam promotores construtores mediadores etc portanto estas novas aqui a nova legislação que está que se está a chegar eh no ponto de vista da energia mas não é só da energia é muito desafiante né e portanto vai obrigar a fazer em em poucos anos aquilo que não foi feito em 50 anos ou mais portanto nós em Portugal continuamos a ter pobreza energética em muitos casos e em grande dimensão enfim infelizmente e tudo isto decorre pelo facto do Portugal ter crescido pouco nos últimos 25 anos que esse é o que é o principal problema aliás é o principal problema da Habitação é falta de poder de compra obviamente que esta legislação que aí vem no ponto de vista da da da energia mas da da descarbonização ETC vai fazer Vai obrigar a que num espaço de tempo muito curto se façam alterações muito radicais no nosso Parque construído não é isto é complexo porque por um lado todos sabemos que temos falta de mão deobra há há pouco capit tal as pessoas muitas vezes não têm capacidade para fazer as obras que vão ser necessárias a ser feitas Portanto tem que se arranjar programas de financiamento para quem não pode mas mais do que isso temos um problema também de mão deobra não é portanto há um volume gigantesco de de de de de reabilitações que vão ter que ser feitas nos próximos anos muito muito mão deobra intensiva que pode ser ajudado com o processo de industrialização e que é onde nós estamos já a trabalhar há algum tempo e que Portugal tem que evoluir de forma muito significativa caso contrário será m nós cumprirmos as nossas próprias obrigações enquanto país H entrando agora na habitação que que que no fundo é o centro da da da da sua atividade o problema estrutural que o país tem é é é visível é um dos temas de políticas públicas mais discutido nos últimos anos H há aqui um desequilíbrio obviamente entre oferta e procura e estão a ser Dad os espaços certos agora para tentar equilibrar esse esses dois lados do mercado bom o o o Simplex foi lançado pelo anterior governo julo que visava esse eh em parte era para resolver esse problema Ou seja a questão dos licenciamentos mais rápidos claro o que acontece é que ele na fase final digo eu foi foi não não não não não acabou bem e foi mal implementado eh e e com erros eh uns mais graves do que outros e isso está a causar digamos no mercado algum algum algum algum alguns Alguns bastantes problemas e portanto e por isso é preciso que este governo julo que já os identificou resolva rapidamente alguns que são erros por por erros técnicos por Provavelmente por falta de tempo de revisão portanto eu diria que esta implementação foi toda muito apressada até porque as câmaras queixam-se muito houve muito pouca formação e portanto Depois começamos a a ter que é uma coisa que em Portugal temos com muita frequência deada frequência diria eu o os famosos achismos n e portanto o Simplex em si foi uma coisa positiva mas tem que ser agora retificado numa série série de aspectos porque de facto o problema maior que nós temos é o licenciamento não é Portanto o tema o tema o tema do licenciamento faz com que haja pouca oferta a oferta continua muito escassa foi o ano passado com Todas aquelas eh dúvidas que foram lançadas pelo governo de de intervenções do Estado até ao nível da Casa das casas das pessoas que estariam supostamente eh vazias eh tudo isso causou muito ma estar fez com que os investidores H ou parassem ou dessem um passo atrás e portanto na naquilo que eu vejo hoje parece-me que há menos oferta ainda a oferta em construção do que havia no passado o que o que é o que é grave não é eu julo que os investidores neste momento estão a olhar com de forma positiva para aquilo que está a acontecer obviamente ainda um pouco na expectativa há quem me diga que a partir de setembro talvez a situação se altera acredito que sim estamos a falar em setembro de 2023 exat de 24 24 desculp estava atrás e portanto cas Mas o problema principal que nós temos hoje é obviamente um problema de oferta e de oferta porque a procura existe h Portanto o que me está a dizer é que sobretudo o grande nó o o gargalo aqui está no licenciamento das câmaras porque existem que promotores e dinheiro suficiente para investir existe uma oferta do outro lado isso sabemos e e o gargel está ali o que é que se passa com os licenciamentos as câmaras demoram muito aprovar sim não é só jante das câmaras portanto se nós tivermos a falar de lamentos que os lamentos não aumentam maior dimensão e fazem e é e nós precisamos de mais lamentos porque justamente Se quisermos também aumentar de forma significativa qu oferta temos que ter novos lamentos e nos lamentos eh na na na versão anterior antes do Simplex de facto careciam de não só no trabalho da câmara que muitas vezes é muito Moroso Mas também de muitos pareceres externos e a conjugação de tudo isto faz com que muitas vezes os regimentos pudessem demorar 10 15 20 anos a ser aprovados né isto tem anos a ser aprovado no loteamento Sim claro é uma coisa normal absolutamente normal eu conheço por casos de 15 20 30 ou 40 anos e como é que se aguenta um projeto e se faz as contas para um projeto para o financiar muitas vezes não se aguenta Aliás já não é a primeira vez que nós vemos situações em que os os Quem começou um projeto teve que o revender e houve duas ou três revendas durante durante tempo não necessariamente por por motivos digamos assim especulativos mas apenas e somente porque as pessoas não tinham capacidade de aguentar Porque estão a suportar custos financeiros seguramente ou financiamento para coma tereno tivemos aqui um uma situação de um terreno que nós compramos em esta pública justamente porque digamos o primeiro proprietário fez Interação em 2002 depois era suposto que que aquilo se resolvesse do ponto de vista camarário pouco tempo depois acabou por ser resolvido em 2012 10 anos 2012 não se aguentou até lá depois 2012 ou todos um conjunto de situações e e e acabou por ser resolvido ou em 2017 a venda nós a nossa compra e Depois acabamos por ser nós a desenvolver mas há muitos casos e que de 15 20 anos À Espera de um de um licenciamento não é e portanto e as pessoas há muita gente não aguenta e e Há muitas vezes com financiamento bancário portanto isto também causa e um crédito mal parado isto não é bom para ninguém H portanto nós tivemos muitas situações dessas de car de mal parado justamente poros licenciamentos que não saem né nós aqui aqui em Lisboa compramos um um ativo que começou hoje a construção que compramos hoje agora nós nós estamos a gravar em Julho de 2024 e eh compramos esse projeto a quem tinha galho masta pública em agosto de 2015 que submeteu à Câmara um pipa em outubro de 2015 e eh essa asa pública tinha como obrigação a Constituição de uma comissão de aprovação em 15 dias e uma provação em 45 dias desde que os parâmetros urbanísticos fossem cumpridos que estavam e nós recebemos uma licença 9 anos depois não é é que isso porque é que isso acontece porque é que as câmaras demoram tanto não têm pessoas não os processos burocráticos são demasiado complexos são Ah quer dizer diria que em primeiro lugar eu acho que o o ordenamento jurídico que nós temos é de tal maneira complexo e e às vezes até perigoso quer PST técnicos quer para os diretores das câmaras ou os vereadores que há muita gente que outro dia Dizia um an miní hoje é o principal problema que nós temos é o medo o medo é o princípio obice é que as coisas se resolvam porque o ordenamento é de tal forma complexo eh nós salvo erro temos entre de leis portarias e outras temos mais de 2500 e eh eh e eh eh H em vigor para Claro vigor alguém saber isto tudo é uma coisa impensável aindaa porci os tcos são pessimamente mal pagos não é e portanto muitas vezes quando há dúvidas eh e acontece sempre existirem dúvidas por uma razão ou por outra a minha decisão é não fazer nada né não Tom tomante porque de facto ninguém quer sair do lugar onde está ou um vereador que se vai embora com com 20 30% crime ou ou investigações E ainda por cima depois tem que suportar os custos e portanto a minhha decisão de facto quando há alguma coisa mais complexa não decidir e depois há aqui uma há uma inoperancia entre serviços hoje uma das coisas que está neste Simplex previsto é que deixou de haver cada um a fazer o seu relatório entre entre as entidades e externas e tentar fazer numa conferência procedimental ter um único documento porque senão são anos e anos até tentar compatibilizar as opiniões de diferentes entidades não portanto Isto é é absolutamente terrível Depois tem uma consequência gravíssima é que o mercado como em tudo e vai evoluindo e se demorar 20 anos no desenho de um loteamento aquilo que desenhou há 20 anos hoje já não faz sentido nenhum e portanto tem que voltar atrás e h 20 anos e vend a lua já não tem já não tem um telefone ou um computador ou que for não faz sentido nenhum Claro portanto isso também tem esse custo portanto para o futuro e eh José cardosa P prevê eh Das duas uma ou ou o estado resolve este novelo ou então vamos continuar com esse problema e acha que o estado deve ter um papel importante enquanto ele próprio Construtor e no e e ser dono de uma parte importante do Parque Habitacional Construtor tenho dúvidas mas não se deve deve ter um parque público maior do que tem mas também tem cuidado aquele que tem eh portanto fala-se de de de ir até 5% o que é um número eh relativamente escasso relativamente a outros a outros países mas também at é preciso perceber a história de cada um dos países e para perceber porque é que alguns têm 30% e outros e outros têm 5 ou 10 mas à parte disso diria que sim que deve ter um parque público maior eh mas tem que ter também um cuidado grande que é esta estea agora que se fala muito enfim de todas estas casas do prr e todas as casas que se pretende fazer numa situação em que exista escassez de mão deobra e escassez de empresas não é só de mão deobra nós não podemos esquecer que muitas daquelas empresas que faziam noos falta hoje médias grandes empresas faliram em 2010 11 12 13 14 e portanto nós hoje temos muito menos empresas temos menos de 300.000 pessoas a trabalhar no setor e portanto temos uma capacidade muito mais limitada e se começamos e também se aceleramos em demasia o processo de fazer casas privadas e públicas vai vai ter uma consequência os as matérias primas vão subir de preço e a matéria e a vamos ter escz de mão d’obra vai aumentar o preço ainda mais há quem diga bom mas temos que ir buscar Temos que começar a pagar bem e buscar as pessoas à Suíça ou Alemanha é isso é fantástico diria que só que tem um problema além da nossa fiscalidade ser muito mais gravosa do que nesses países o que acontece é que eles Fan muito mais e se utilizarmos essas pessoas atermos essas pessoas para Portugal o custo do mé fabricado há de ser muito superior também não é porque 20 ou 30% do custo do edifício também é é mão d’obra e por isso eh eh não há não há não há soluções fáceis mas certeza que também não é tentar agora não tentar fazer em três ou 4ro anos aquilo que não se fez em 50 eh não é a solução is tem que ser feito e um problema que nós temos em Portugal como todos sabemos é falta de estratégia e e e de planeamento a longo prazo portanto isso é essencial agora essencial não não se consegue fazer tudo ao mesmo tempo nós não podemos estar a fazer aeroportos de vez metros 50.000 casas públicas em 2 anos e maisas privadas cons e pensando que temos capacidade para isso A não ser que de facto se importe muita gente e mu muitas empresas estrangeiras para fazer esse tipo de trabalho muito bem José Cardo balho ce da Vanguard properties obrigado por ter estado connosco aqui neste clube dos 52 já sabe estando a ouvir este podcast no site encontra também o artigo deste projeto assinado também por José cardos balho esta conversa fica por aqui Voltaremos brevemente com um novo convidado até lá l