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Olá seja bem-vindo a este Episódio 269 de e o resto da história com os dois do costume Rui Ramos João Miguel Tavares o ouvinte Duarte Azevedo enviou-nos uma pergunta assim daquelas mesmo muito direta para quando um episódio especial sobre a guerra da patuleia hã é um facto da nossa história tão interessante diz ele e ao mesmo tempo muito desconhecido dos portugueses como se costuma dizer verdades como punhos bom ainda para mais Rui S um Apaixonado pelo século XIX a guerra da patuleia realmente uma paragem obrigatória e que já tardava mas a guerra propriamente dita que decorreu entre o final de 1846 e meados de 1847 e opôs os chamados cartistas aos setembr istas e Rui Vais ter explicar mais à frente o que é que isto tudo significa essa guerra foi precedida precedida por dois outros acontecimentos fundamentais a revolta da Maria da fonte na primavera de 1846 da qual já falamos aqui mas isto é mesmo só para os nossos ouvintes com memória de elefante foi há mesmo muito tempo foi no Episódio 67 já lá vão quase 4 anos e além da Revolta da Maria da fonte também aconteceu antes da guerra da patole a chamada emboscada que é o golpe palaciano 6 de outubro desse mesmo ano de 1846 através do qual a rainha Dona Maria I depôs o governo presidido pelo duct palmela que tinha sido instituído 5 meses antes precisamente na sequência da Revolta da Maria da fonte bem nós já sabemos isto de outros episódios a política dos nossos dias é para meninos de cor quando comparada com a política do século XIX que foi mesmo muito complexa e mesmo muito confusa e É para desconfundir ou até nos teus dias bons para esclarecer que tu estás aqui Rui O que foi como é que se explica esta guerra da patuleia que é um daqueles nomes de que já todos oumos falar alguma vez na vida e que talos e que talvez até saibamos o que foi desde Claro que não nos peçam para explicar Ora bem Quer dizer não é assim tão confuso como isso vamos vamos vamos vamos tentar tornar as coisas bastante mais claras aqui eu vou gritar Alerta confusão sem que tivesses a dizer alguma coisa que não se está a perceber examente esta Guerra Civil de 1846 47 que se chamou depois patuleia e sobre isso há várias sobre a origem do nome várias teses várias e não é muito claro de onde é que veio o o nome curiosamente uma patele não quer dizer aquilo vem vem de onde há quem diga h historiadores que dizem que vem de pato a Léu quer dizer enfim há várias teses não vou entrar Gu log isto é uma guerra que se chama patuleia e nós não vamos saber porque é que se chama patle é o nome que foi já estou dizado é o nome que lhe foi dado tradicionalmente a guerra civil de 1846 D7 durou 8 meses e o que é que o que é que opôs basicamente opõe um governo um governo que é de liberais eh conservadores a uma oposição de liberais radicais hum portanto eles eram todos liberais eh porque tinham todos eles eh combatido contra Dom Miguel na guerra civil anterior a guerra de 1828 1834 portanto antigos Aliados que se zangar eh não eles já estavam zangados Nessa altura quer dizer mas tinham estado do mesmo lado contra o rei eh Dom Miguel eh ao contrário do que durante algum tempo os historiadores disseram e costumavam dizer isso há uns 40 anos já já enfim já já passou um certo tempo sobre isso sobretudo os historiadores marxistas os historiadores para os historiadores marxistas quando se dizia liberais conservadores liberais radicais eles iam Logo eles imaginavam não não não isto eram duas classes sociais diferentes e andavam a tentar descobrir duas classes sociais isso hoje já está um bocadinho menos é menos considerado é muito liberais conservadores e liberais radicais recrutavam nos mesmos grupos sociais portanto de um lado e Doutro nesta guerra civil temos gente da nobreza gente da classe média gente Popular portanto havia aristocratas da ambos os lados um dos que estava ao lado dos radicais do chamados radicais portanto da esquerda e Liberal era o Marquês de lolet que era o tio da rainha portanto estava lá e uma grande parte dos nomes da aristocracia portuguesa est do lado da esquerda mais radical dobras marqus de Valada o o de Melo estavam lá não não é não não vai ser não vai ser confusão porque vão ver o que é que se passa quer dizer isto é é para explicar arrasas radicais que verdadeiramente há há vários fatores para esta guerra que não tem a ver com as classes sociais o primeiro eu vou chamar atenção para três três fatores de guerra quer dizer o primeiro é ideológico quer dizer não é propriamente social é ideológico é aquilo que as pessoas acreditam ou aquilo que as pessoas pensam h e estamos a falar de liberais que não tinham as mesmas ideias sobre o que é que era o liberalismo estamos a falar de liberais que são conservadores porque querem a monarquia querem um um estado dirigido pelo Rei embora sim que deve haver um Parlamento mas um Parlamento com duas câmaras a câmara dos pares e a Câmara dos Deputados e depois a câmara dos deputados Eleita por sufrágio restrito Isto é só votam aqueles que pagam uma determinada quantia em impostos e e também um um método de eleição indireto portanto elege-se primeiro eleitores que depois elegem os deputados numa segunda volta portanto Isto é aquilo que os liberais conservadores acham que é o modelo político de um estado liberal é assim que eles o concebem e depois temos outros bra que chamamos podemos chamar radicais eh que acham que não que não é o rei que deve dirigir o o o estado que é o Parlamento que deve dirigir o estado e que esse Parlamento deve ser Unic camaral ISO deve ser deve haver apenas uma Câmara de Deputados não deve haver portanto câmara dos chamados pares do reino para nobreza ou para o o alto clero e que essa Câmara dos Deputados deve ser Eleita por um sufrágio mais alargado isto é geralmente e com requisitos eh de capacidade eleitoral um bocadinho mais generosos portanto por exemplo pagar menos impostos já dava direito a poder eh votar eh e que devia ser direto quer dizer portanto os próprios eleitores deviam eleger diretamente os deputados e não eleger eh representantes para depois elegerem deputados estes radicais às vezes diziam que estavam a defender uma democracia eh precisamente que eles associavam a democracia ao facto do ser o Parlamento eleito por estes por o maior número de cidadãos que dirigia o estado portanto um uma ideia bastante diferente do que deveria ser o estado liberal mas com o rei mesma ó pod parecia uma espécie de pré republicanos digamos ass uma um rei que está basicamente muito reduzido no seu papel político com uma espécie de chefe de estado honorário e portanto para os conservadores isto era não era uma monarquia e para os estes liberais radicais às vezes chamavam isto criam uma democracia Isto é mesmo com a monarquia eles criam uma democracia chamavam isto uma democracia obviamente a democracia deles não era muito parecida com a democracia doje Mas eles chamavam-se às vezes Democratas a eles próprios para se distinguirem dos outros liberais enfim que tinha uma maior que dava uma maior importância ao papel que o rei devia ter eh no caso de Portugal nesta época de facto até devia na condução do negócios políticos Mas esta não é uma discussão muito semelhante àquela que já tinha oposto liberais amig listas não eh porque os miguelistas não têm a ideia de um estado liberal quer dizer os miguelistas têm um poder do rei como um poder absoluto quer dizer e portanto estes liberais conservadores eh não estão a pensar não é não estão a pensar de maneira nenhuma no poder absoluto quer dizer o rei faz parte de uma estrutura constitucional equilibrado pelo Parlamento por e tribunais Independentes portanto é quase um regime mais presidencialista para pôr em termos republicanos é isso que eles estão a pensar é um regime parecido este este regime que concebido pelos liberais conservadores é um regime em que o presidente da república em que o governo depende também do Presidente da República neste caso aqui é do Rei Isto É em que o é é um regime parecido com o regime francês atual da quinta República francesa portanto não tem nada a ver com o o regime miguelista que é S rei o o rei no regime iga não tem nenhum outro órgão do estado que o limite as suas funções é uma coisa completamente diferente novamente uma discão sob os poderes do Rei sim sob os poderes do rei ou sobre os poderes do Parlamento quer dizer Depende do ponto os liberais conserv os liberais conservadores acham que é uma tentativa de promover o Parlamento que dará a pena dará anarquia porque não há esse efeito ponderado o papel do Rei agora porque é que uns chamavam cartistas e cistas Isto é os liberais conservadores são chamados cartistas e porquê Porque o modelo político deles está Digamos que encarnado numa constituição que é a carta constitucional de 1826 e portanto é essa que eles defendem e portanto chamam-se lhe cartistas e os eh estes radicais aqueles chamei que chamei liberais radicais têm também um outro modelo na tradição constitucional Portuguesa que é o da Constituição de 1822 que é esta Constituição em que de facto o a Parlamento tem apenas uma câmara a câmara dos deputados e é essa Câmara dos Deputados que verdadeiramente dirige o estado Portanto o que nós estamos a falar é de uma questão ideológica que já vem desde os anos 20 esta oposição destas duas modelos constitucionais o da carta constitucional de 1826 e o da Constituição de 1822 e portanto estamos aqui a falar de um de uma questão ideológica devide estes liberais quer dizer há quem acha que o melhor modelo é o da carta consum constitucional há quem acho que é o da Constituição de 1822 por é que não se chamam cartistas e constitucionalistas não se chamavam porque que bem porque eles eram todos constitucionalistas porque é que eles não chamavam-se porque é que os radicais e chamavam-se tembras porque precisamente porque se remetia para um outro momento e da história política portuguesa desta época que é a revolução de setembro de 1836 que tinha abolido a carta constitucional e que tinha reposto em vigor a Constituição de 1822 aliás durante um tempo eh limitado mas tinha sido isso que aconteceu portanto os os eh a esquerda liberal os liberais radicais têm como grande referência esta revolução de setembro de em Lisboa setembro de 1836 e portanto chamam-se setembr istas e portanto temos a partir de 1836 temos setembr istas e cartistas estas não são específicas de Portugal em Espanha há uma divisão exatamente igual entre moderados e progressistas portanto mas ainda não usas aí os termos esquerda e direita sim usamos usamos eles não são muito usados na época porque é um termo bastante franas mais à direita direita esquerda quer dizer porque é que eles não são usados muito porque as posições de esquerda e direita nos parlamentos desta época na europ Europa São H móveis Isto é está à direita quem apoia ao governo e está à esquerda quem é da oposição e portanto eles estão constantemente a mudar e e portanto não são às vezes bem usados Isto é eles usam à direita Mas de repente aquilo que nós chamamos a esquerda tá à direita para está a apoiar o governo e a e portanto há esta divisão ideológica Este é um fator da Guerra o segundo fator da Guerra eh é o de personalidades políticas Isto é porque as pessoas não se arrumam simplesmente em função das ideias ou arrumam se também em função de partidos e em função dos líderes desses partidos e portanto h e o o segundo fator desta Guerra está neste nestas personalidades portanto entre 1836 e 1846 nos 10 anos anteriores a história de Portugal é a luta entre setembr istas e cartistas portanto os setembr istas tinham derrubado a carta em 1836 e depois os cartistas tinham restaurado a carta em 1842 portanto é este governo Car artista que tinha restaurado a carta que é derrubado em 1846 em Maio de 1846 com a revolta da Maria da fonte e é desfiado por Costa Cabral diz-me só uma coisa que artistas e sbras são expressões que foram batizadas quando já existiam antes da guerra da patuleia não vem desde 1836 portanto desde 183 aqueles que derrubaram a carta constitucional passaram a chamar-se taristas e aqueles que defendiam a carta constitucional começaram a chamar-se a eles próprios e e a ser designados por cartistas Uhum mas durante uma década tinham coabitado sem desatar aos tiros uns aos outros não já tinham dado muitos tiros uns nos outros Até quando chega-se até 1846 já tinha havido uma guerra civil em 1837 portanto ou ponto também Car artistas e setoristas portanto tinha havido vários momentos de conflito durante esta esta época colou o conflito armado também Este não é o primeiro quer dizer portanto isto erado partidos que estavam já habituados ao à violência política à violência política Mas esta violência nesta neste ano de 1846 é indissociável desta figura de António Bernardo da Costa Cabral que é o líder do do governo ele não era o primeiro-ministro era o ministro do reino mas o ministro do reino nesta época Portanto o ministro do interior ministro da administração interna era verdadeiramente o líder político do governo e é Costa Cabral Costa Cabral é um Liberal Eh agora ele tem um caráter muito especial é um caráter que toda a gente na época considera extramente irritante quer dizer uma agressividade enorme ao falar com os adversários eh políticos no parlamento é um bom orador parlamentar Mas tem uma uma tendência para o usar o ataque e o sarcasmo e a a violência contra os outros e depois Além disso ele é acusado de ter sido um governante entre 1842 e 46 o governante corrupto a ter-se aproveitado do cargo para enriquecer ele de facto não era um homem muito rico em 1846 tinha-se Tornado um homem historiad gente rico e toda a gente dizia que o tinha feito abusando do seu cargo e além disso era um entre três irmãos que estavam também na política portanto além dele havia outros irmãos às vezes chamavam-se os cabrais eh os cabrais eh o irmão também era Ministro havia outro que era juiz salvo erro todos composições no estado Portanto o que dava ao cabralismo e e chamava-se cabralismo um arte de família quer dizer num ar num espécie de família portanto eles estavam à frente de uma verdadeira fação assent em lojas maçónicas eh o Costa Cabral também era grão mestre de uma federação eh maçónica Sobretudo com Oficiais do Exército que lhes dava uma grande influência nos meios militares e esta esta personalidade de costa Cabral a maneira como ele mandava quer dizer com os os seus fiéis isto tinha-se Tornado uma questão política fundamental nos anos 40 Isto é portanto visão já não é bem entre setembr istas e cartistas já é mais entre Cabral istas e todos os outros que não são Cabral istas e o que quer dizer que na Oposição não há só sebras há também cartistas que não são Cabral istas e que estão fartos do Costa Cabral portanto há uma há uma oposição que não é simplesmente cista tem também cartistas tem sebras tem toda a gente que está contra o Costa Cabral isto para tornar a história mais complicada curiosamente o Costa Cabral tinha sido um setembr ista radical e que depois tinha-se tornado cartista em 1842 portanto eles tinham enfim estes políticos geralmente tinham percursos às vezes bastante sinuosos e de passarem de um lado para o outro eh o que dava portanto há esta há esta dimensão da política desta época que é uma dimensão extraordinariamente personalizada também estes líder do que por estratégia de poder di há ideologia e há também a personalidade deles quer dizer e neste caso há a personalidade fortíssima do Costa Cabral ele é de facto um homem é é daqueles homens que define uma época eh politicamente quer dizer ele ele quando entra portanto há esta divisão entre eh cartistas e sbras e quando ele entra a competir pelo poder aquilo de repente torna-se uma a divisão é entre Cabral istas e os outros quer dizer ele de facto for ele é uma espécie de uma força gravitacional na política Portuguesa que faz com que tudo mude e tudo anda à volta à volta dele Aliás ele em Maio de 1846 a Maria da fonte a revolta da Maria da fonte acaba pelo derrubar Portanto ele sai e ele é substituído por um governo este governo de maio de 1846 e presidido pelo Duque de Paul mela que é um governo que é uma mistura de cartistas e de setembr istas quer dizer portanto não não o governo não passa para o lado dos setembr istas quer dizer passa para o lado destes destes cartistas e e e sbras que estão a tentar arranjar ali uma situação que seja aceitável pelos dois pelas duas correntes políticas e isto também era tinha sido muito frequente na política de 1836 e 1846 Isto é havia cartistas e cistas intransigentes e depois havia muitos cartistas e muitos setoristas que sobretudo estavam preocupados em arranjar governos que fossem de compromisso com o outro lado e que permitissem uma certa eh uma certa eh conciliação uma certa aceitação é é isso um bocadinho que o palmela a partir de Maio está a fazer o que acontecia a estes governos estes governos de conciliação era que havia-se sempre quer cistas quer Car artistas intransigentes que que achavam que estas compromissos davam apenas governos fracos e traidores e e esses os cabalistas são precisamente destes cartistas intransigentes que acham que aquilo que o eh duco de palmela no verão de 1846 está a fazer é uma é uma cedência aos tembras e portanto há uma conspiração antes de outubro de 1846 há uma conspiração quer destes cabalistas quer também decembristas mais radicais para derrubar o governo e é isso que acontece na chamada emboscada e a emboscada é apenas eh o Enfim uma intervenção da dona Enfim então não qu já fica fica para a segunda parte porque o tempo da nossa primeira parte já já se foi até já Olá seja bem-vindo eh de regresso a esta segunda parte e o resto da história estamos a falar da guerra da patuleia e a enquadrar aquilo que se passou até chegar aos tigros propriamente ditos embora tu Tenhas dito que já havia tigros há muitos anos e entre eles bom mas estávamos Então em Outubro de 1846 e na chamada emboscada que emboscada então foi essa R em outubro de 1846 temos um governo desfiado pelo Duque de palmela o duco de palmela e tem setembr istas e cartistas como ele está ali A tentar fazer uma situação que seja aceitável eh para ambos os lados e mas Em ambos os lados há intransigentes que estão a conspirar com o duco de palmela E é isso que acontece era cartista mas era muito lado e não era cab Cabral ista Não era todo quer dizer e portanto era e reparem neste momento mais do que há cartistas há setembr isas mas sobretudo há Cabral istas e há anticristos e entre os antic abralas Há tudo quer dizer há cartistas há cistas e Há outras coisas que ainda vão que ainda vão aparecer mais à frente e portanto o duc paela está a fazer isso mas está a ser minado deambos os lados e são de facto os cabalistas conseguem convencer a a rainha Dona Maria II a a derrubar o Duque de palmelo El eles chamam emboscada mas isso são obviamente é a oposição eh setembr ista que depois vai tentar dar à o à demissão do duc de palmela um sentido um bocado sinistro um governo que é demitido de noite aliás o duco paela também já está convencido que vai cair e e está também em conversações com os e com o duco de Saldanha que o vem a substituir h para essa substituição Portanto o próprio duco de palmela está a colaborar na emboscada quer dizer portanto contra os seus colegas e setembr istas agora o duco de Saldanha quando vem em outubro de e 1846 substituir o duco palmela ele continua a dizer uma coisa muito importante que é os cabrais não vão voltar isto não é um governo cabrela que eu vou formar os cabrais não vão voltar Onde é que estavam os cabrais agora ainda estav em Portugal crais os não o Costa Cabral estava em Espanha os cabrais estavam em Espanha tinham tinham-se exilado portanto estavam fora do país quer dizer não podiam estar no no país agora o que acontece é que os cistas não vão acreditar nisso portanto os cistas dizem não não Isto é o governo de regresso dos cabrais o Duque Saldanha vem para defender os cabrais portanto é isso que vai levar à à guerra civil basicamente e à guerra civil porque Há também um terceiro fator a ajudar essa guerra civil esta época eh este terceiro fator é esta grande reação Popular que há contra o estabelecimento em Portugal do tipo de estado moderno Isto é um estado em que as pessoas pagam eh impostos em função da sua riqueza e não apenas em relação àquilo que compra Isto é que há impostos diretos fortes eh e Costa Cabral quando caiu em maio de 1846 ele caiu por causa da Revolta da Maria da fonte e essa revolta da Maria da fonte que é uma revolta das populações Rurais do Norte sobretudo doinho e traz os montes é verdadeiramente uma revolta contra o governo do Costa Cabral mas é verdadeiramente uma revolta contra o tipo de estado que o Costa Cabral estava a tentar implantar em Portugal Isto é um estado moderno em que havia Impostos sobre a propriedade em que os mortos não eram enterrados nas igrejas mas nos cemitérios isto isso tinha provocado uma revolta imensa das populações do Norte que estavam habituadas a sepultar os seus mortos nos ados das igrejas Isto é a igreja era um era um sítio onde se reuniam os vivos e os mortos quer dizer e portanto Estavam todos juntos quando na sua quando se fazia as cerimónias religiosas e eles achavam bizarro quer dizer essa necessidade de ir enterrar os mortos fora das Aldeias Isto é separá-los do Convívio com os vivos quer dizer que era uma uma coisa que era muito importante para eles e portanto Há uma grande revolta contra as chamadas principal fosse higiénico sim eram as leis da saúde que eram as leis da Saúde isto obviamente não era isto não foi aceito pelas populações rurais e depois claro também não foi aceito os impostos que iriam ter de pagar pelas propriedades portanto há esta revolta que é uma revolta contra Costa Cabral porque é ele que está no governo e obviamente a oposição setembr ista e oposição antic Cabral vai cavalgar esta revolta popular não não porque os tembras não queeram o tipo de estado igual ao do Costa Cabral mas já agora porque se as populações estão a revoltar com esta Costa Cabral nós vamos dizer que estamos do lado da população e que estão e vamos dizer que verdadeiramente As populações estão-se a revoltar é contra o Costa Cabral e não e não contra este tipo de estado de facto As populações estão-se a revoltar é contra aquele tipo de estado e e vão-se aliás continuar a revoltar depois quando os teoristas estiverem quando há quando houvesse tembras no poder eles querem não querem aquele tipo de estado que os Liber estão a implantar em Portugal agora claro o que é que isto permitiu isto permitiu aos tembras em outubro de 1846 terem uma base na qual se podem apoiar para tentarem fomentar uma revolta geral contra este novo governo que a rainha Dona Maria I nomeou presidido pelo duco de Saldanha Portanto vamos ver quais são os triunfos de um lado e do outro Isto é de cartistas e tembras vamos falar agora de cartistas e sbras só para eh para facilitar eh os cartistas Têm dois triunfos em 1846 em primeiro lugar o apoio da rainha Dona Maria I portanto a Dona Maria segunda apoi a Dona Maria ia tinha gostado da ordem imposta pelo Costa Cabral receava que os tembras depois dela ter estado 4 anos a apoiar o Costa Cabral a quisessem forçar a abdicar Isto é que os teoristas não tivessem confiança nela e a quisessem forçar a sair e portanto ela sentia-se comprometida com os eh Aliás com não só com os cartistas mas em especial com os cabelas portanto isto era um era um apoio era um triunfo grande dos que desistas terem a rainha de Portugal eh eh do lado deles tinham também o general Saldanha o general Saldanha tinha-se posto à frente do governo em lugar do Costa Cabral que continuava exilado precisamente para não irritar e o general Saldanha tinha a reputação de ser o melhor General português eh desta época o grande Comandante militar e depois os cartistas vamos falar também dos problemas que tinham e tinham um grande problema esse grande problema era também um triunfo deles era o general Saldanha porquê Porque o general Saldanha além de ter esta reputação do melhor General português também tinha uma outra reputação que era de ser um C examente original e e portanto era alguém que tinha uma opinião de manhã e à tarde tinha a opinião contrária quer dizer e portanto formar um governo com o general saldanho era uma coisa absolutamente Insana porque combinava se que ele próprio General Saldanha trazia um dizia falando tal é ótimo para Ministro portanto isto manhã ele dizia fantal é ótimo para Ministro dos jos estrangeiros tenho aqui este nome que é excelente portanto todos toda a gente ali concordava ele vai este este senhor vai ser Ministro dos negócios estrangeiros à tarde eh vinse depois do almoço ia-se falar outra vez com o general Saldanha e alguém lembrava bem estamos a formar o governo portanto já temos este senhor para Ministro goos estrangeiros e o geral Saldanha dizia mas quem é que teve a ideia desse indivíduo esse indivíduo é absolutamente inaceitável não aceita esse indivíduo quer dizer um um é um idiota é um estúpido jamais quer dizer e enfim e depois ninguém tinha coragem de dizer mas foi o senhor que indicou o nome dizendo que ele era ótimo enfim o general Saldanha tinha estas originalidades mas sobretudo ele tinha também uma ideia política isto é ele ele tinha estado fora do país durante nos anos anteriores portanto nos anos em que o Costa Cabral tinha estado no governo o general Saldanha tinha estado fora numas embaixadas e e portanto quando voltou no verão de 1846 para um país dividido entre cabalistas e anticristo e portanto ele ele também tinha a sua ideia de uma espécie de conciliação quer dizer que ele queria também impor e portanto os Cabral istas que eram verdadeiramente a base do governo de Lisboa em 1846 tinham o general Saldanha à frente do governo mas não podiam confiar inteiramente no General sal porque ele andava sempre a ter as suas ideias políticas além de eh nunca saber exatamente se tinha à tarde as mesmas ideias que tinha eh que tinha de manhã bom Tu disseste que isso era um triunfo mas e era um triunfo não era um triunfo porque enfim eles não podiam ter como chefe Costa Cabral que estava exilado E e ter o general saldanho era um era muito forte quer dizer provavelmente sem isso eles não tinham tido possibilidade aliás de ter derrubado o Du palmela em outubro de 1846 os teoristas por outro lado tinham eh tinham também dois trunfos H havia muita gente farte dos cabrais e do governo Cabral ista exp portanto tinha havia tembras havia também muitos cartistas do lado dos tembras porque já não queriam os cabrais tinham a revolta da Maria da fonte Isto é que tinha feito alastrar as insurreições pelo país no verão de 1846 desde abril maio e portanto era fácil montar uma revolta contra o governo porque havia muit muita gente revoltada pelo país mas tinha um problema Esse problema era a rainha Dona Maria I E porque é que era um problema bem porque não era só porque a rainha estava do lado dos cabrais e do Costa Cabral mas é que os tembras não podiam reconhecer isso Isto é não podiam atacar a rinha e porquê Porque isso colocava-os imediatamente como revolucionários Eles não queriam aparecer como revolucionários ou melhor havia alguns tembras que não se importavam de aparecer como tal e aliás alguns até vêm depois a exigir a abdicação da rainha durante a guerra mas a maioria dos tembras eh tem noção eh de que não podem dispensar a rainha Dona Maria I numa Europa de monarquias isto é uma Europa em que praticamente só a Suíça é que é uma república portanto eles não podem e portanto estão criam uma fantasia quando se revoltam contra o governo em Lisboa dizendo eh a rinha está coata tá sob coação a rainha não está livre a rainha está a apoiar este governo mas verdadeiramente não está contra este governo bem toda a gente sabia que a rainha estava imensamente contra governo mais que a rainha achava até o governo fraco e até queria um governo muito mais duro a rainha é muito dura H ela tem apoio também internacional o apoio do de um dos do do do tio do marido do Dom Fernando I que é o rei Leopoldo da Bélgica que diz resista não Não ceda a esses revolucionários e portanto ela é uma por exemplo em fevereiro de 1847 há uma H há um ato do governo de Lisboa que chocou muita gente que foi a deportação para a Angola de uma série de prisioneiros de guerra e e eram líderes importantes militares importantes e que são deportados p Loanda isso era uma coisa que não não era costume quer dizer não não era costume fazer e a rinha está desse lado quer dizer a rainha diz sim senhora esta gente vai para Loanda eh porque se revoltou contra mim Qual era a situação militar Então em Outubro de eh 1846 portanto Saldanha está em Lisboa portanto Lisboa tá a rainha Dona Maria ia tá Saldanha Portanto o governo de Lisboa mas antes disso houve algum alguma pinga que fez transbordar o copo de água sim não foi estea o der rub do Duque de palmela quer dizer e o o Saldanha vem e para os tembras Isto é o regresso dos cabrais quer dizer portanto ess é eles imediatamente rompam aí quer dizer e a 9 de outubro repar dois dias depois lá da dois três dias depois da da emboscada há uma os tembras no porto constituem um outro governo portanto uma junta de governo provisório portanto um outro governo is é um governo alternativo presidido pelo General o con das Antas mas de facto quem dirige o governo é o José passos que é o irmão do Passos Manuel Portanto o que nós temos de repente em Portugal é dois governos há um governo em Lisboa e há um governo no porto portanto há o governo de Lisboa liado e aliás a junta do porto começa a referir-se ao a Lisboa como ao governo de Lisboa portanto não reconhece aquilo Como o governo da rainha Dona Maria ia nem como ao governo de Portugal chama-lhe o governo de Lisboa portanto há dois governos há dois exércitos o exército de vids uma parte que fica com a junta do porto há outra parte que fica com o governo de Lisboa portanto há dois exércitos e há duas Finanças quer dizer há dois estados quer dizer há duas Finanças o governo de Lisboa tem como receita principal a receita da Alfândega de Lisboa e tem também o crédito do daquilo que vai ser chamado ainda não se chama Nessa altura o banco de Portugal portanto começa a sacar dinheiro sobre o o banco de Portugal e o governo do porto da junta de governo tem AL do porto como principal e receita e tem a caixa filial do banco de Portugal no porto onde também faz e saques portanto temos dois dois dois governos dois exércitos dois sistemas financeiros dois sistemas fiscais portanto obviamente quer quer o governo de Lisboa quer a junta do porto escrevem logo para todos os oficiais de Finanças no país dizer atenção o dinheiro vem para aqui Não mandem dinheiro para Lisboa Não mandem dinheiro para o porto etc não há muito dinheiro no país quer dizer não há muito dinheiro no país portanto isto eles têm de manter por exemplo os exércitos são pequeninos os exércitos regulares o o governo de Lisboa tem 4000 homens e no Exército profissional a junta tem mais tem 6.000 eh Isto é em outubro depois eles vão fazer uns recrutamentos mas eles não têm muito mais dinheiro para ter muito mais homens depois eles têm voluntários mas os voluntários são mais baratos e do que os profissionais nós estamos a falar dos profissionais isso lembra qualquer coisa nãoé sim e um governo em Lisboa e outro governo no porto faz lembrar a guerra civil de 1832 34 quando o Dom Miguel tinha estado em Lisboa os liberais tinham estado no porto mais uma vez Lisboa contra o porto e as ideias são exatamente as mesmas as ideias que eles têm são as mesmas Isto é o governo de Lisboa o governo de Lisboa Saldanha põe-se à frente do exército e vai tentar atacar o porto eh portanto faz uma marcha para o Norte para atacar o porto e depois há uma batalha em Torres vedas porque encontra um exército da junta do Porto que já entretanto também tinha descido e estava em Torres Vedras o Saldanha derrota esse exército em é uma batalha Torres Vedras em 22 de dezembro de eh 1846 mas e portanto continua a avançar mas depois ficou em Oliveira da zemis e nunca mais nesceu daí Quer dizer ficou por ali durante o resto da Guerra fica por ali portanto é as mesmas ideia tinha tido a mesma ideia dos h e neste caso dos miguelistas a partir de Lisboa de cercarem o porto mas não a consumou e a mesma coisa fizeram a junta do Porto a junta do porto também se lembrou de como é que os liberais tinham resolvido o problema em 1800 e e 33 porque estavam cercados no porto e fizeram uma expedição ao Algarve e a partir do Algarve depois avançaram e até Lisboa portanto eles fazem a mesma coisa fazem uma expedição por mar que desembarca no Algarve só que depois também não chegam a Lisboa ficam em Setúbal portanto não há meios para chegar e isto tem a ver com aquilo que é torna h a guerra duas coisas que torna a guerra muito discutida quer dizer esta guerra da patuleia que são muito discutidas a primeira é a vontade de combater de cada um dos lados isto eles queriam ou não queriam combater hum eh a Maria de Fátima Bonifácio que é uma historiadora que tem publicou em 1993 um livro sobre chamar precisamente a guerra civil da patuleia ele ela diz que a vontade de combater e não era muita e E isso tem a ver com uma questão política porque tanto os líderes da junta do aporto como ao General Saldanha em Lisboa não queriam verdadeiramente derrotar os adversários por é que eles não queriam derrotar os adversários porque isso os tornaria muito dependentes das correntes mais extremistas do seu próprio lado Portanto o que eles queriam Apenas era ficar em posição de vantagem de maneira a levar o adversário a submeter-se mas não a destruí-lo militarmente a por exemplo a ideia do Saldanha é e vou primeiro eliminar a junta do porto mas depois vou tentar também eliminar os cabrais Portanto ele na prática via a junta do porto como adversário mas via também os cabrais como adversários e portanto não queria destruir militarmente a juna do porto acompanhado pelos pelos cabrais porque isso daria muita força aos cabrais portanto isso provav e e a junta do porto por sua vez que também tinha muita gente intransigente e radical Com eles também não os queria e não queria ficar dependente deles portanto provavelmente também não queria derrotar o governo de Lisboa queria que o governo de Lisboa lhes desse eh melhores condições portanto esta podia explicar uma guerra civil em que os exércitos para Desespero de alguns nunca se mexiam quer dizer estão ali parados quer dizer não avançam não fazem nada o exército a junta do porto Alin Setúbal não avança para Lisboa o exército da do governo de Lisboa eem Oliveira do zemis também não avança para o porto ah mas deixa-me interromper porque uma coisa que avançou eh foi o tempo o tempo de facto avança sempre eh e e chegamos ao final desta primeira parte nós eh voltamos eh já a seguir bem do lançarote final faz parte de uma uma coisa muito importante H que é segundo aspeto que é muito discutido em relação a esta guerra da patuleia que é um terceiro personagem nós estivemos a falar de eh cartistas tembras Cabral istas anticristos eh tinham passado 12 anos desde o fim do reinado Dom Miguel em 1834 mas o país ainda estava cheio de miguelistas sobretudo entre a nobreza e o clero da província e quando o governo de Lisboa e a junta do porto entraram em guerra os miguelistas também entraram em ação eh eles formam guerrilhas com os seus antigos Generais o general povas e o general mcdonal que eram um escocês que tinha estado ao serviço Dom Miguel um general escs e que volta a estar outra vez à frente de H grupos armados nesta época em 1846 Mas onde é que estava o Dom Miguel nessa altura O Dom Miguel tá exilado e não voltou nem Tent não há há há rumores de que ia voltar mas não voltou hh eles ocupam os miguelistas ocupam Braga portanto nós em terminado altura temos três capitais em Portugal portanto os cartistas em Lisboa os tembras no porto e os miguelistas em Braga hh e agora a questão era de que lado é que se Vão pôr os miguelistas hum do lado dos liberais conservadores ou do lado dos liberais radicais daqueles que criam o poder do Rei eh à frente do estado ou daqueles que queriam uma democracia eh bem os miguelistas são contra Dona Maria ia e portanto eles vão-se pôr é contra aqueles que estão contra Maria Dona Maria I e portanto aparecem ao lado da esquerda ou aparecem ao lado do do dos radicais portanto temos neste momento fim de 1846 princípio de 1847 os Defensores do absolutismo ao lado dos Defensores da Democracia contra os liberais conservadores portanto os dois extremos contra os liberais conservadores agora isto não é uma má notícia para o governo de Lisboa pelo contrário é uma ótima notícia isto é uma excelente notícia porquê Porque em 1834 no fim da guerra civil entre os liberais e Dom Miguel os governos da Inglaterra da França e da Espanha tinham feito uma aliança com o governo Liberal português para a defesa das monarquias constitucionais na Península Ibérica portanto a Inglaterra a França e a Espanha tinham-se comprometido a intervir militarmente em Portugal se a Monarquia Constitucional alguma vez tivesse em caus em Portugal hum Ora bem enquanto a luta enquanto esta guerra civil Foi uma guerra entre a junta setembr ista e o governo de Lisboa eh o governo de Lisboa não pôde invocar Essa aliança a chamada quadrupla aliança de 1834 porquê Porque os setoristas não punham em causa a Monarquia Constitucional isso é eles não gost muito da Dona Maria seg mas não diziam que queriam substituir a Dona Maria seg por um miguelista ou por uma república alguns deles os mais radicais diziam que queriam substituí-la pelo Dom Pedro V que era o filho de Dona Maria I que ainda era novinho e e portanto forçar a mãe a abdicar e e tornar o o filho Dom Pedro Rai mas isto não era pôr em causa a Monarquia Constitucional J repente muda com entrada quando os legalistas se põem ao lado da junta tudo meor Portanto o governo de Lisboa já pode di dizer que a junta era miguelista e que o Dom Miguel vinha eh vinha aí e de facto eh foi isso que eles dizem eles dizem isso os ingleses não acreditam em nada disso quer dizer os ingleses estão a acompanhar esta guerra muito diretamente em muitos representantes no terreno a ver o que é que cada um está a fazer H eh é um o governo Inglês é um governo do partido Liberal Portanto o partido Liberal é o partido da esquerda em Inglaterra portanto era o grande partido e era o segundo grande partido depois do partido conserv os liberais e conservadores e e a imprensa de esquerda em Londres apoia à junta do Porto é toda simpática para a junta do para a junta do porto O que é que os ingleses apesar de tudo e mesmo o governo Liberal inglês e receia o governo Liberal inglês receia que o o governo de Lisboa seja apoiado pelo governo espanhol porquê porque o governo espanhol também é um governo de liberais conservadores e de amigos do Costa Cabral Portanto o governo de Madrid é um é um governo de amigos do Costa Cabral eh e o que é que os ingleses temem os ingleses temem que haja uma intervenção espanhola em Portugal dos espanhóis sozinhos Para apoiar o governo e o governo de Lisboa e que isso deixaria e Portugal na esfera de influência de Espanha e como a Espanha já está também na esfera de influência de França isto queria dizer que Portugal caía na Esfera da influência de França e isso é o que os ingleses não querem aceitar de maioria nenhuma e portanto esta rivalidade entre a França e a Inglaterra na península ibérica é fundamental para levar os ingleses a dizer bem se não podemos eh eh impedir uma intervenção da Espanha e os espanhóis estavam com muita vontade de ajudar o governo em Lisboa então é melhor eh fazermos uma intervenção todos juntos porque assim é vamos controlar um bocadinho melhor e portanto é isso que acontece em Maio de 1847 portanto há uma intervenção de um exército espanhol que entra no Norte a partir da Galiza no Minho traz os montes e há uma intervenção da armada britânica que vem aliás capturar a esquadra da junta do porto junto do porto tinha ficado com a Marinha curiosamente também tinha ficado com a com a Marinha de guerra e portanto Essa Marinha de guerra é capturada pela armada britânica é nesse momento mas a intervenção é a favor dos cartistas é a favor do governo Lisboa quer dos espanhóis quer dos Ingleses porque é o governo de Lisboa que diz que estão aí os miguelistas está em causa a Monarquia Constitucional obviamente a junta diz que não que não é verdade que tem o apoio dos miguelistas mas que os miguelistas não estão a defender Dom Miguel São apenas Patriotas que estão também contra Costa Cabral mas a verdade é que a coisa tinha muito mau aspeto por exemplo o general povas que tinha sido um dos grandes Generais Dom Miguel é nomeado para Comandante das forças da junta do po Porto e é recebido no porto eh com um grande eh Enfim uma grande recessão pública quer dizer e claro o governo de Lisboa diz estão a ver os miguelistas a regressar os setembr istas a esquerda aqui a abrir as portas ao Dom Miguel e portanto há esta grande ameaça estamos perante esta grande ameaça da reação do do Regresso do antire regime eh é isso que a junta do porto vem trazer e portanto as potências da as potências que em 1834 tinham garantido a Monarquia Constitucional em na península ibérica aliás também em Espanha mas em Portugal também tinham eh para intervir em Portugal obviamente iam intervir a favor da do governo de Lisboa a junta rende nesta altura há quem tem tenha a tese que a junta rendeu-se porque já não não sabia também o que é que havia de fazer com um um movimento que juntava ao mesmo tempo a esquerda mais radical e os miguelistas todos misturados quer dizer o que é que O que é que se fazia politicamente com isto é assim que acaba a guerra mas não acaba a guerra com uma simples Vitória dos que dos cabalistas porquê Porque a Inglaterra força também a Dona Maria I primeiro a am menear a junta portanto não há perseguições políticas portanto todos todos mantém os os lugares que tinham por e porque a Inglaterra não consente quer dizer porque a Inglaterra diz nós vamos forçar Já percebi que não consen mas porque é que não consentiu porque é que não consentiu porque não qu iia também uma vitória dos Cabral istas em do governo cabrela em Lisboa porque estes estão feitos com a Espanha e portanto não quer também uma grande influência das repara a Inglaterra aliás intervém precisamente para não deixar a Espanha e sozinha em Portugal portanto eles não querem portanto força e o o governo em Lisboa a dar uma amnistia e e força depois a rainha Dona Maria ia em agosto a mudar de governo quer dizer a mudar de governo um governo menos e mais moderado e isto com o aplauso do Saldanha que continua a desfiar o eh o governo isso aliás vem depois a dividir o Saldanha e os Cabral istas e e vai dar origem vai dar origem a outras revoluções e a seguir mas qual é o maior efeito desta guerra da patuleia de 1846 47 qual é o grande efeito imediato eh em Portugal o grande efeito imediato vai-se perceber em 1848 em 1848 na primavera de 1848 há revolu republicanas quase em toda a Europa nos Estados italianos nos Estados alemães na Áustria Hungria na França há revoltas republicanas chamada primavera dos povos da qual já falamos aqui ch já falamos aqui primavera dos povos de 1848 ora o que é que acontece em Portugal Portugal chega a 1848 com a esquerda a esquerda radical que tinha sido derrotada na guerra civil em 1847 e tinha sido derrotado ainda por cima com uma por uma intervenção externa quer dizer por uma intervenção da Inglaterra e da Espanha direta mas também com o apoio da da França e portanto a esquerda radical em Portugal é um grupo derrotado militarmente e não há por isso Isso é uma das razões pela qual em 1848 não há uma revolução em Portugal por isto é se não tivesse havido a guerra civil da patuleia 1846 47 Muito provavelmente teria havido uma revolta e uma revolta que provavelmente já não seria apenas uma revolta no ambiente de 1848 já não seria apenas uma revolta A em nome da Monarquia Constitucional Dona Maria I tentar manda fingir que a Dona Maria ia afinal não estava com os cartistas essas coisas mas provavelmente iia já uma uma revolta muito mais radical provavelmente mais republicana e não acontece precisamente por esta revolta portanto não há revolução em Portugal em 1848 por causa desta guerra civil da peleia de 1846 47 muito bem e assim termina então mais uma edição da e o resto da história Nós voltamos para a semana