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Esta é a história do dia da Rádio observador onde falha um sistema prisional que permite fugas uma organização muito complexa estamos a falar de crime organizado com capacidade financeira detetamos que todos os pormenores foram pensados a mais é caracterizada como uma operação complexa E extremamente bem organizada e pode até ter sido mas o resultado final é muito simples cinco presos perigosos saltaram simplesmente para o outro lado da prisão de Vale de judeus em alcoentre e puseram-se em liberdade sem que ninguém tivesse estado por nada as prisões são habitualmente uma realidade esquecida ou que a sociedade procura esquecer mas quando há uma fuga mediática todo os problemas voltam à superfície e aí diz-se que há sobrelotação nas prisões que há falta de meios humanos para guardar os recusos que há edifícios velhos e sem condições que até há câmaras de videovigilância mas não há olhos suficientes para as vigiar nos últimos 15 anos fugiram 160 recusos das prisões portuguesas de acordo com as contas feitas pelo jornal público o que é que falhou no caso da fuga da prisão de Vale de judeus ou será que falhou tudo ao mesmo tempo vamos conversar com Catarina fre professora no is queé da Universidade de Lisboa e autora do livro prisões publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos eu sou o João Santos Duarte e esta é a história do dia de terça-feira 10 de setembro bem-vinda Catarina FR Olá bom dia estudou a fundo o sistema prisional em Portugal tem dois livros publicados sobre o tema vários artigos falemos um pouco primeiro do do contexto das prisões no nosso país quantas prisões temos em Portugal eh atualmente temos 49 prisões em funcionamento estabel cementos prisionais em funcionamento para uma população de de quantos recursos aproximadamente entre 10 e 12.000 sim é uma população que vai variando mas mas será esse o número indicativo sim eh falando desta prisão de Vale de judeus em alcoentre que agora está está nas notícias Que tipo de prisão é esta a prisão de Val do Deus é uma prisão que que acolhe a reclusos homens condenados a a Penas longas ou seja eh normalmente a partir dos mais do que 7 anos de de de privação de liberdade e h por norma também assim em em traços Gerais podemos dizer que eh o o tipo de crimes praticados é um tipo de crime que envolve alguma violência e e portanto H já é uma população que tem características específicas não é não é a única prisão em Portugal que que tem estas características de ha de de ser destinada especialmente a pessoas com penas de prisões longas e mas tem Tem essa falando também um bocadinho desta prisão e e das questões suscitadas por este caso em específico agora desta fuga eh os sindicatos eh afetos aos profissionais não é da deste setor queixam-se da falta de meios humanos tanto no no que diz respeito aos guardas prisionais como aos técnicos de reinserção eh social embora a direção-geral de reinserção e dos serviços prisionais tenha garantido que 33 guardas que eram os que estavam a serviço naquele momento seriam os suficientes para aqu a prisão na sua opinião e falando aqui no contexto geral há ou não falta de de meios humanos nas prisões Sim essa e falando no contexto geral porque não posso não posso dar uma opinião sobre se 33 guardas prisionais seriam ou não suficientes naquele estabelecimento prisional não é porque isso e é a própria direção da cadeia e de dos serviços prisionais que fazem essa essa avaliação agora que e os estabelecimentos prisionais eh em Portugal têm eh falta de recursos humanos em termos de Guardas prisionais de técnicas de reinserção mas podemos também falar por exemplo do acompanhamento médico nível de Enfermeiros eh de eh eh Psicologia de portanto desses serviços assim básicos que é acompanhado a a a edifícios degradados à sobrelotação prisional portanto Isto é um problema crónico e que conflui para que sejam lugares que por vezes não não são seguros nem sequer para os próprios profissionais que ali trabalham portanto não é só relativamente à segurança posterior portanto às pessoas que estão fora da prisão e não querem que aquelas pessoas saiam Mas mesmo para a própria segurança das pessoas que ali trabalham e das e dos próprios reclusos e reclusas que estão eh lá dentro não é portanto ISS Esse é um problema eh de facto muito muito Evidente e nos estudos no estudo que eu fiz e não houve prisão alguma que que não tenham falado desse dessa questão e Catarina falando também um pouco desta desta fuga as autoridades dizem que foi uma fuga complexa organizada ao por menor a uso de telemóveis e da internet terá ajudado a planear tudo a sensação com que a opinião pública fica nestes casos é que entra quase qualquer coisa nas prisões portuguesas isso é assim eh como é que isso é possível as as prisões são como muitos outros lugares são espaços em que estão presentes não só as pessoas que que ali trabalham e neste caso os reclusos também mas tem muitos muitas pessoas que vêm do exterior não é hum todos os dias H entrada de de pessoal de fora não é podemos estar a falar de pessoal médico podemos estar a falar de professores podemos estar a falar dos Advogados podemos estar a falar das visitas portanto H isso aí é também é um é um é um elemento que as próprias que os próprios serviços prisionais não escondem não é que existe a entrada de diferentes mais diversos objetos dentro a prisão que alguns são apanhados outros não são quase impossível controlar tudo e toda a gente é isso é impossível controlar tudo e toda a gente porque e por exemplo se um advogado entrar a mala dele é aberta mas não é revistada quando eu ia fazer as entrevistas à prisão H deixava o telefone do lado de fora levava a minha mochila com algumas coisas é aberto mas não é revistado ao pormenor e portanto se se alguém quiser fazer entrar e eh coisas sem que seja rigorosamente vigiado isso pode perfeitamente acontecer portanto existem sim existem telemóveis na prisão e Existe internet porque todos temos internet eh nos nossos telefones hoje em dia não é e portanto isso aí não há ninguém esconde ninguém esconde que isso existe e que é um problema não é já regressamos à conversa com Catarina fris professor do is queé em Lisboa doutorada em antropologia e autora do livro prisões publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos na segunda parte vamos falar sobre esta fuga de alcoentre as condições das prisões em Portugal e o que seria necessário fazer para melhorar o sistema prisional em Portugal estamos de regresso à conversa com a investigadora Catarina freis falando deste caso em específico no momento da Fuga os recusos estavam sozinhos no Pátio uma vez que eh os guardas segundo as informações estariam na parte das visitas Isto é algo normal recos sozinhos no pátio não eu não sei muito bem o que é que o que é que significa sozinhos no pátio não é Ou seja hh nunca nunca estive em nenhuma prisão onde onde tivesse assistido H reclusos totalmente sozinhos numa num num pátio uhum não embora embora desculpe eh também não se possa dizer nem os guardas prisionais dizem que estão em excesso ou seja também eh é é muito difícil um guarda prisional por exemplo que esteja a tomar conta de um Pátio ou de uma aula Onde estão 200 reclusos ao mesmo tempo é muito difícil que uma só pessoa consiga monitorizar tudo ao mesmo tempo não é mas lá está isto também se relaciona com a falta de de recursos humanos e dentro da prisão não é uhum e supostamente enfim estariam apenas a ser vigiados pelas pelas câmaras de de videovigilância E de resto logo após a fuga começaram a surgir essas imagens dos recusos que fugiram penso também estudou esta questão não é da da vídeovigilância eh é de facto e eh difícil mesmo que se tenha câmaras em todo lado Estar atento a tudo o que se passa não é seja no pátio de uma prisão seja eh monitorizar um por exemplo a Rua Augusta uma pessoa só consegue ver algumas imagens ao mesmo tempo não consegue ver 50 imagens ao mesmo tempo permanentemente com atenção a todas as 150 ou 200 exatamente portanto ou ou Existem várias pessoas atribuídas ao serviço de monitorização das imagens que são recolhidas e em tempo real não éum ou então é quase ineficaz não é em si mesmo muitas das vezes as câmaras de vigilância são pensa-se que são o o o suprassumo do garante da segurança e não são são aquilo para que para que servem e para monitorizar mas é preciso que esteja lá alguém a ver para em caso de haver alguma coisa que seja preciso eh perceber de facto O que é que se está a passar é preciso que alguém faça um zoom para aproximar da situação não é para conseguir ver em detalhe se isto em termos práticos não for exequível é muito difícil que que a câmara seja mais do que uma televisão não é uhum a imagem que seja mais do que uma imagem de televisão uhum não é neste caso da prisão de valdos Deus uma das questões de que se fala também é é questão das torres de controle não é que foram demolidas em 2015 nunca foram substituídas era algo que poderia ajudar também a prevenir situações destas ou não Qual é a situação também de outras prisões que visitou e noutras já estive noutras prisões em que h e as torres não tinham ninguém a vigiar e existem mas existiam mas não tinham ninguém sim não sei se e num processo semelhante a este que que tá descrever de Val dos Deus em que em que as em que as torres foram desativadas não é por talvez ter substituído por câmaras não é hh mas creio que creio eu acho que é mais ou menos senso comum não é eh que os dois sistemas deveriam existir em paralelo não é que haja pessoas a monitorizar no lugar e que haja o recurso a câmara de vigilância para conseguir dar um apoio não é mas voltamos ao mesmo e havendo poucos recursos humanos não é há uma opção tem que se escolher nós vamos pôr três pessoas ou quatro ou cinco monitorizar as imagens que as câmaras recolhem ou então vamos pôr quatro ou cinco pessoas cada umem Sua torre uhum não é se não ti se não tivermos pessoas nem para uma coisa nem para outra de forma e eficaz é é complicado não é uhum isto também se cachava eh os membros das forças de segurança sobre a videovigilância na via pública que era eh tiram-se tiravam-me agentes das ruas que iam para uma uma sala de Cont controlle monitorizar as imagens e então aí a pergunta que faziam era mas se eu ver uma pessoa na rua que está já a ter um problema quando grita chama a polícia sim depois não tá lá ninguém para acudir não é porque a câmara não a câmara tá um sítio remoto quando não conseguimos chegar e não é uma pessoa que intervenha não éum na sequência desta fuga temm sido várias as denúncias e críticas dos sindicatos do setor por exemplo O Sindicatos técnicos da direção-geral de reinserção e serviços prisionais diz que esta ridícula fuga deu a conhecer apenas uma pequena parte do que é a reinserção e os serviços prisionais hoje em Portugal que funciona num sistema obsoleto feudal e com práticas de reinserção completamente cases eh concorda com esta afirmação não e e o que é que seria necessário poderia ser necessário fazer para para reformar o sistema as próprias asos próprios ministros e ministras da Justiça têm sempre falado da questão das das da das prisões e os diretores gerais TM sempre falado das dos problemas que existem nas prisões mas não muda nada ou muda muito pouco não é muda tem mudado pouco de facto porque e em meu entender o que há também é uma é temos que pensar que nós enquanto comunidade fazemos parte de um todo não é e h e e e talvez quando pensamos em estabelecimentos prisionais em pessoas que cometeram crimes e que estão condenadas e o facto a maior parte das pessoas e o que manifesta é um desinteresse sobre o tema o que manifesta também é uma visão mais punitiva não é sobre desinteresse quase no sentido desculpo de esquecer que a realidade existe às vezes não é e sim porque esta esta não é uma parte muito visível da realidade nós nós vamos há vários serviços públicos não é todos nós vamos a uma escola todos nós vamos a um a um hospital eh mas poucos de nós vão por uma prisão não é eh e portanto a hum a maior parte das pessoas nem sequer sabem onde é que há uma prisão por perto não conseguem identificar e também não tem não tem interesse H sobre o o o o que é que se passa ali dentro não é portanto Hum como eu costumo dizer e também para para para os próprios governantes e políticos têm dificuldade em em Contrariar este estado de coisas porque se for preciso escolher entre construir um hospital ou uma escola ou uma prisão a prisão fica sempre de fora se for preciso recursos humanos para um hospital médicos enfermeiros técnicos é é mais importante para o conjunto da sociedade mas também é um é um erro de perceção porque Prime em primeiro lugar as pessoas que estão presas fazem parte desta Nossa comunidade não é H em segundo lugar é para é é para a comunidade que vão voltar outra vez e portanto idealmente da mesma forma que nós queremos ter serviços públicos que funcionem também Devíamos eh querer que as prisões funcionem não é e e e aquilo que para que a prisão existe não é eh apenas uma uma justiça retributiva e punitiva não é também é de eh reinserir de voltar a dar condições àquelas pessoas para que durante o tempo que estão presos eh que estão presas haja alguma mudança não é justamente para não não Porque vão voltar e portanto que voltem de certa forma mais apetrechadas para e uma vida e produtiva e útil não é e portanto Este é um problema que que que que tem muitas décadas Uhum E que não se ultrapassa não é mas há muito para fazer por aí não é obrigado Catarina fris Obrigada foi um gosto Catarina fre é professora Noé da Universidade de Lisboa e autora do livro prisões publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos esta foi a história do dia a sonoplastia é da Mariana Sousa Aguiar a música do genérico do João Ribeiro eu sou o João Santos Duarte até amanhã m
2 comentários
Quando o PS governava, o CHEGA censurava, todos se riam e todos chumbavam as Moções de Censura. Apresentava propostas , e NEM UMA VIU APROVADA! POR QUE RAIO ÍA AGORA APROVAR UM ORÇAMENTO para o qual não foi tido nem achado? Que o aprovem aqueles que gostaram do Governo PS pois quando não aprovaram a Moção de Censura do CHEGA, assinaram a Moção de Confiança à bandidagem! Agora entendam-se entre si! Dr André Ventura ,chumbem o Orçamento! Quem chumbou a Moção de Censura ao Governo PS, TORNOU-SE SEU ALIADO. Agora, governem-se!!!
Portugal é lixo