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Esta é a história do dia da Rádio observador alguém vai ceder nas negociações do orçamento do [Música] Estado ficamos a aguardar um convite para uma nova reunião e nessa reunião discutiremos o que entendermos discutir não é se me permitem o governo que define o calendário do partido socialista estamos disponíveis para uma reunião e Aguardamos a marcação dessa reunião um Pou num jogo de futebol em que nos momentos iniciais As equipas estão ainda a estudar-se e nenhuma tem propriamente a iniciativa de ataque depois de uma primeira reunião em que recebeu dados do governo sobre o cenário macroeconómico o PS promete que vai apresentar as suas propostas para o orçamento do Estado mas a data do próximo jogo Essa é o governo que marca dizem os socialistas O que torna as coisas mais complicadas é que neste jogo Não Há apenas duas equipas em campo e o chega já garantiu com o PS dentro das negociações o chega está fora de jogo O que quer dizer votar contra o orçamento André Ventura até recuperou uma palavra que já tem tradição na política portuguesa diz que a decisão é irrevogável com tudo isto somado o que podemos esperar das negociações do orçamento do estado e mesmo que publicamente garantam que não o querem até que ponto os partidos se preparam para a possibilidade de eleições antecipadas vamos conversar com Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador eu sou o João Santos Duarte e esta é a história do dia de quinta-feira 12 de [Música] Setembro bem-vindo Miguel Olá João Miguel logo nas primeiras reuniões com os partidos com cente parlamentar o governo apresentou as previsões do cenário macroeconómico isso é algo que costuma a acontecer tão cedo porque é que o governo decidiu fazer isso Não não é algo que costuma acontecer tão cedo e o governo decidiu fazer isto porque percebeu que todos os partidos em particular o partido socialista vinham usando a falta de informação sobre sobre o cenário orçamental como pretexto para criar dificuldades à negociação e portanto o governo sabendo isso e tendo interesse em controlar a narra decidiu então apresentar os dados não apresentou todos os dados mas no que a cenário macroeconómico diz respeito de facto apresentou mais cedo para Como dizia terminar de uma vez por todas ou tentar terminar e uma vez por todas com a discussão à volta da informação se existe se não existe sem suficiente se é insuficiente E aparentemente conseguiu até porque o partido socialista o partido que mais vinha exigindo essa essa informação em falta acabou por deixar cair o argumento nós vamos entrar aqui num jogo de quem cede quem concede quem quem negoceia as duas questões que separam mais o governo e PS tem sido o IRS jovem e a decida no irc ao que sabemos o Governo está disponível para calibrar estas propostas ir mais ao encontro daquilo que serão as pretensões socialistas não sim o governo tem dito sistematicamente em público e privado que está disponível para modelar ou calibrar estas duas propostas no caso no caso IRS jovem e no outro caso a redução do irc O que é que separa os dois partidos em Rigor ninguém consegue dizer exatamente até porque o partido socialista tem escondido muito o jogo O que nós fomos sabendo e escrevendo no observador é que Pedro Nuno Santos não aceita que as bases para a discussão sejam as propostas eh desenhadas pelo governo IRS jovem nem eh para a redução do irc portanto não aceita esta disponibilidade do governo para modelar as propostas o que o partido socialista quer é pegar em propostas ou em medidas que foram aprovadas durante o governo de António Costa nestas duas vertentes e trabalhar a partir daí ora são visões muito diferentes o ponto de partida é logo ponto de partida é muito diferente apesar de estarmos sempre a discutir redução de impostos a receita que António Costa usou para reduzir os impostos para os mais jovens e para as empresas é muito diferente daquela que Luís Montenegro quer usar e portanto admitindo Pedro Nuno Santos será irredutível neste aspeto é muito difícil imaginar como é que o governo consegue ceder em duas matérias que são tão importantes para Luís Montenegro os líderes não estiveram obviamente presentes nesta primeira reunião houve algum contacto direto entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos para tentar ultrapassar este empasse estamos no momento de em que as partes querem reservar ao máximo a informação disponível o que O Observador conseguiu apurar é que alguns durante as reuniões com os partidos com acente parlamentar a delegação do governo queixou-se de que Luís Montenegro terá feito um contacto com Pedro Nuno Santos e que a resposta não foi eh satisfatória esse contacto a existência desse contacto foi confirmada pelo observador também do lado do partido socialista eh sem mais detalhes portanto aqui o que podemos extrair ou o que podemos extrair daqui melhor dizendo é que os dois Luís Montenegro e Pedro Santos contactam ou contactaram ou estabeleceram um contacto pelo menos uma vez eh sobre o orçamento do estado e que esse contacto não conseguiu ou não foi suficiente para desbloquear as negociações é tudo o que sabemos Mas não deixa de ser relevante que existam já contactos aou mais alto nível entre luí Montenegro e Pedro n Santos agora depois desta primeira reunião entramos aqui um bocadinho num jogo do passa a bola ao outro não é o governo diz diz que está à espera do PS o PS diz por sua vez que espera que seja o verno a marcar a data de uma de uma próxima reunião e só aí é que vai então apresentar as propostas O que é que o PS estará aqui a tentar fazer qual qual será a estratégia socialista Já percebemos que passa um bocadinho por esconder o jogo nãoé sim em linha com o que eu que eu dizia H instantes e o partido socialista Partiu para estas negociações com a tal ideia de que não será possível superar estas duas materas o IRS jovem irc se o governo mantiver a linha ideológica que tem para estas duas medidas posto isto não sabemos exatamente Que medidas ou que contrapropostas o partido socialista vai apresentar e quando Foi estabelecido um prazo alguns dias falou-se até em 48 Horas enfim eh e o partido socialista tem aqui eh a iniciativa de apresentar as Tais contrapropostas uma das queixas do governo é que todos os outros partidos mesmo aqueles que já anunciaram que vão votar contra o orçamento do Estado apresentaram ideias alternativas propostas que pudessem integrar o o documento e o partido socialista ainda não o logo a iniciativa de alguma forma está do lado de Pedro n Santos depois se se a reunião é convocada pelo governo não se é pedida pelo partido socialista já parece que estamos a discutir o acessório aqui o importante de saber é e isso vai ser um momento definidor h o partido socialista aproveita para trabalhar em cima das propostas que existem do lado do governo ou apresenta algo diametralmente e diferente quando percebemos isso e não estará e não faltará muito tempo para o percebermos aí conseguiremos antecipar com mais Rigor o desfecho destas negociações orçamentais já regressamos à conversa com o Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador na segunda parte vamos falar também da posição irrevogável do chega e de um cenário de eleições antecip espas estamos de regresso à conversa com o Miguel Santos carrapatoso Miguel publicamente penso que todos os partidos vão dizendo que não desejam eleições antecipadas mas com que seriedade é que os partidos também internamente começam a encarar isso e nomeadamente o PS encara esse cenário aqui devemos falar dos três principais intervenientes Lu mon e e André Ventura para não fugir a tua pergunta comecemos por Pedro Nuno Santos aqui há teses para todos os gostos H ideia de facto e Geral de que não interessam eleições antecipadas a ninguém muito menos ao partido socialista porque a hipótese de vencer essas eleições é reduzida portanto isso é um fator eh que pesa em qualquer decisão que venha a tomar Pedro nun Santos a história diz-nos que partidos que são percecionadas como eh causadores ou corresponsáveis por uma crise política são penalizados nas urnas foi sempre isso que aconteceu quando o problema se colocou tanto em 1987 com o prd partido patrocinado por ramal Anes quer mais recentemente com os partidos das extinta J geringonça bloco de esquerda e PCP ou seja os partidos que com razão ou sem razão são percecionadas como causadores ou cor responsáveis pela crise política são penalizados nas urnas por maioria de razão seria de é possível dizer que se Pedro Nuno Santos for de facto percecionado como causador da crise vai ter um resultado menos positivo em eleições antecipadas e portanto se do ponto de vista público os principais responsáveis do partido ista tem dito que não desejam eleições antecipadas Pedro Santos até desencantou uma solução alternativa propondo-se a aprovar um orçamento retificativo caso este orçamento do estado seja chumbado enfim existe essa esse caminho público que P do Santos e os demais dirigentes socialistas estão a trilhar agora também há outras teses AF florescerem no interior do partido socialista que apontam no sentido de talvez não fosse assim tão mal existirem eleições antecipadas porquê Porque o partido socialista está aqui numa posição muito ingrata enquanto não existir uma clarificação existirá sempre uma grande pressão sobre o partido para que diga se dá ou não a mão a Luís Montenegro O que impede o partido socialista de se afirmar como líder da oposição esta toda esta discussão desde sobre se o orçamento do estado é viabilizado ou não dura desde março Desde o Primeiro Momento em que Luis Montenegro Tom tomou posse e portanto Isto vai arrastar-se sempre até ao fim eh da legislatura aconteça a ele quando acontecer eh Isso é um problema e é Um Desafio que muita gente no interior do partido socialista já percebeu que vai eh estar sempre presente ao mesmo tempo há também eh uma questão que vai pesando em quem pensa ou quem vai pensando A Estratégia do PS que é hh quanto mais tempo Luís Montenegro tiver para se afirmar como primeiro-ministro mais difícil será a Pedro Run Santos vencer umas eventuais e vencer umas eleições relativas e tornar-se primeiro-ministro é também o que nos diz sem querer fazer arqueologia histórica é também o que nos diz a o nosso passado recente desde anível Cavaco Silva portanto na era começou com anível Cavaco Silva onde houve uma normalização dos ciclos políticos nenhum primeiro-ministro em funções perdeu eleições à exceção de dois Pedro Santana Lopes e José Sócrates ambos em circunstâncias absolutamente extraordinárias portanto é de esperar que quanto mais tempo Luís Montenegro tiver para se consolidar no poder para ganhar popularidade ganhar a confiança dos portugueses eleitores tradicionalmente muito conservadores em mudanças de ciclo não é normal existirem mudanças de ciclo partidário no poder mais difícil será para Pedro Nuno Santos chegar ao poder e ter a possibilidade de exercer o cargo de chefe de governo ora isto coloca um dilema ao líder do partido socialista é mais vantajoso clarificar eh a situação política agora e ficar 2 3 4 anos à espera então que o ciclo primeira legislatura de Luís Montenegro chega ao fim para depois disputar essas eleições ou ficar dois anos eh neste permanente desgaste que é querer afirmar-se como líder da oposição quando a pressão que existe é toda no sentido em que seja um aliado Luís Montenegro e ficar do anos eh nesta situação significaria Muito provavelmente que Luis que Pedro n Santos perdão chegaria ao momento das Tais eleições legislativas fossem elas daqui a do anos ou daqui a quatro numa situação muito difícil de ponto de vista interno e externo portanto tudo isto está a ser pensado não tenho respostas para ti H mas que isto está a ser pensado Qual é o melhor dos dois caminhos a seguir isso podemos dizer que sim que está a ser pensado no partido socialista o partido está neste momento a a a caminhar no sentido de ser o líder da oposição como o entendimento é entre o governo e o PS eu diria que sim é irrevogável o chega recuperou para o léxico político a palavra irrevogável a expressão celebrizada por Paulo portas em 2013 quando se demitiu de Ministro de estado e dos negócios estrangeiros provocando uma crise política para logo depois voltar ao governo e ocupar o cargo de vice-primeiro-ministro agora André Ventura garante que o chega vai votar contra o orçamento A decisão é irrevogável isso caso o orçamento seja negociado com o o PS Isto é o chega a seguir a mesma estratégia de sempre tentar encostar PS aou PSD e reclamar o o papel de grande líder da oposição claro que é aqui Aqui alerto só para as as várias nuances que existem no discurso de André Ventura que e segue não raras vezes este dom da sim ambiguidade Este irrevogável também tem nuances André Ventura começou por utilizar a expressão irrevogável sabemos todos a carga que a palavra tem na na nossa dinâmica política e nos últimos dias já tem introduzido aqui uma questão que é um bocadinho diferente que é enquanto o orçamento do Estado for negociado entre PSD e PS chega a estar fora ou enquanto ou se for negociado o que pode permitir colocar a pergunta então e se deixar de ser ou se não for negociado entre o PSD e o PS a decisão dos de André Ventura já não é revogável É uma pergunta sim válida e André Ventura vai navegando nesta ambiguidade agora acho preferível prendermos às palavras de André Ventura no início desta semana em que disse sim que a decisão era irrevogável e fez até os cálculos a umas eventuais eleições antecipadas Vamos então partir do princípio que André Ventura está de facto eh decidido e vai votar contra o orçamento do estado e que deseja umas eleições antecipadas explicar o racional nessa dessa decisão e dessa estratégia que tem também os seus riscos nós tivemos no observador a oportunidade de explicar que os principais dirigentes do chega e André Ventura perceberam que seria muito difícil para aquele eleitorado base fiel e os tais 8 ou 9% que deram o resultado ao chega nas eleições europeias seria muito difícil para esse eleitorado continuar a ver o partido que defendem ser constantemente h Hum vou usar uma expressão que foi que foi André Ventura que usou eh humilhado por Luís Montenegro o chega predisposto desde o início para fazer parte de uma maioria de direita Luís Montenegro manteve-se fiel ou não Ou não é não e portanto há uma parte do eleitorado do chega a parte que os principais dirigentes do partido acham que é de facto a mais importante aquela que tem de ser mantida custo que custar que não consegue aceitar que um partido que está a ser mal tratado por Luís Montenegro acaba o dia a dar a mão ao Luís Montenegro e portanto André Ventura mesmo sabendo que num caso de eleições antecipadas pode perder efetivamente uma parte Generosa dos 50 deputados que conseguiu conquistar nas últimas eleições relativas terá percebido que é mais vantajoso romper já manter a face do partido segurar o eleitorado que compõe o núcleo mais duro do chega do que estar nesta situação de ser sistematicamente atropelado por Luís Montenegro que não se cansa de dar sempre um chega para lá André Ventura Miguel faltos falar aqui também da figura central do primeiro-ministro Montenegro O que é que irá neste momento na cabeça do do primeiro-ministro acreditando em tudo que luí Montenegro diz e os vários representantes do governo vão dizendo não há interesse em eleições antecipadas portanto Isto é o discurso público agora no interior eh do governo há quem entenda que de facto umas eleições antecipadas não seriam exatamente benéficas do ponto de vista da condução das políticas e do país ou para o país iria trazer dificuldades naturalmente ninguém ninguém Esconde isso mas ao mesmo tempo Luís Montenegro por tudo o que fomos dizendo até agora pelo peso da história pelo peso das experiências passadas sabe que ou sente que se fosse a votos agora muito Possivelmente conseguiria um resultado mais positivo do que aquele que teve eh nas últimas eleições portanto sairia em teoria reforçado destas eleições legislativas aqui com um aspecto importante que poderia ficar muito perto ou mesmo atingir a maioria com a Il uhum o que permitiria uma estabilidade eh governativa quase eh uma estabilidade governativa que não tem de todo neste momento para pôr as coisas nestes termos Luís Montenegro já deu todos os sinais de que mesmo que o orçamento do estado seja chumbado não vai demitir-se disse-o publicamente eh ninguém sabe exatamente o que faria Marcelo Rebel de Sousa que é outro Player nesta equação se dissolvido o chumbado o orçamento dissolveria ou não a assembleia da República há um precedente em que decidiu dissolver quando António Costa viu o seu orçamento chumbado portanto teria de encontrar aqui um Uma desculpa muito criativa para não fazer o mesmo agora mas imagina que o orçamento do estado é chumbado para não andos muitos Passos à frente e que luí mon negro é coerente e com aquilo que disse publicamente e não se demite teríamos um governo teríamos Luís Montenegro durante pelo menos alguns meses a usar esta crise política provocada eventualmente por partido socialista e chega para se vitimizar para dizer que foi que o que que que a oposição não deixou o governo vernar tudo isso em teoria lhe lhe daria muitos argumentos para para numa corrida eleitoral eh ensaiar essa narrativa de vitimização e crescer a partir dela portanto para ser absolutamente rigoroso não acho que seja justo dizer que Luís Montenegro ou os membros da equipa de Luís Montenegro desejam e estão a trabalhar afincadamente para um cenário de eleições antecipadas mas que que estão a pensar ou admitem essa hipótese e estão a a cautelar tudo para que se isso acontecer o partido ou a aliança democrática está preparada para ir a votos e crescer em relação às últimas eleições portanto não era um cenário de todo de todo catastrófico para luí Montenegro uhum Obrigado Miguel obrigado jo Miguel Santos gatou é editor adjunto de política do Observador esta foi a história do dia a sonoplastia é de Mariana Sousa Aguiar a música do genérico do João Ribeiro eu sou o João Santos Duarte até amanhã [Música]