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o José Manuel Fernandes já esteve no contracorrente da parte da manhã e esta sexta-feira presenteia a tarde política para uma análise a esta semana de impasses no orçamento Zé Manuel Boa tarde és o nosso colonista do dia sem sem um artigo hoje no site do Observador mas com opinião aqui na rádio e vamos querer ouvi-la este orçamento do Estado parece uma espécie de batata quente entre os três principais partidos Mas vamos lá para par o PS exige compromissos públicos por parte da Ad não só telefonemas privados de Luís Montenegro mas ao mesmo tempo Pedro Nuno Santos não apresenta publicamente propostas concretas está a exigir o que não faz Olha eu acho que nós vamos assistir daqui até enfim eu eu Prevejo que seja até lá bem para diante em novembro vamos assistir um bocadinho este esta dança porque eu pareceo que a questão que se está a começar a alinhavar é mais ou menos esta eh PS e PD eh de alguma forma já perceberam que vão ter que fazer um entendimento qualquer e agora cada um deles está a procurar eh duas coisas por um lado que esse esse entendimento seja o mais próximo possível das suas posições e em segundo lugar que possa sempre apresentar-se como vitorioso como alguém que conseguiu algo algo eu diria que é isto que vai acontecer muito porque o chega eu eu devo dizer que o chega quando começou quando André Ventura começou a a a a a subir a voz e colocar-se de fora eu achei um pouco estranho mas quando vi nomeadamente aquela entrevista do líder parlamentar dizer que estavam prontos para eleições portanto tudo aquilo a bater no peito Somos aqui muito muito fortes não temos medo eu mas qual é a lógica disto O que é que que o que é que o chega quer e mas razoavelmente acho que provavelmente o chega ao contrário do que muitas pessoas dizem não quer ir para o Gover portanto talvez tivesse essa possibilidade no início Mas neste momento não quero ir para o governo e quero poder continuar muito à imagem do que fazem outros partidos e da da mesma família política do mesmo estilo por essa Europa fora continuar com um partido que está fora do Poder a protestar a digamos a tomar as dores de todos os todos os pequenos segmentos do eleitorado que forem aparecendo pela frente às vezes de uma maneira outras vezes de outra e desse ponto de vista a perspectiva de de existir alguma convergência ao centro é lhe favorável quer dizer se nós olharmos para o resto da Europa verificamos que estes partidos por reg crescem quando há convergências ao centos quando há por exemplo governos centristas que duram muitos anos foi assim na austria foi assim na na na Alemanha por exemplo assim na na na Holanda e portanto eh isto ées pronto eles estão a não a a potenciar a tirar partido do facto de haver todos os governos mais tarde ou mais cedo T que tomar medidas que não agradam a toda a gente e eles vão buscar vão à procura dos descontentamentos e polarizam os descontentamentos portanto um bocadinho contracorrente por assim dizer daquilo que muitas pessoas dizem que André ventor tá muito zangado porque não foi para o governo Eu acho que o o chega provavelmente não queria ir para o governo já e que lhe é mais favorável estar mais tempo nesta posição e estando nesta posição fazer no fundo aquilo que ele disse logo na altura das eleições já que ess ser o principal partido quer dizer e e a partir do momento em que hja acordos mesmo que sejam pequenos acordos entre o PS e o PSD ele fica com essa com essa digamos com esse Triunfo com esse com essa coroa de louros e vai procurar US por outro lado eu quer agora disse Ya mas porque é que o PS apesar de tudo está a a fazer a procurar um acordo com o governo Ou pelo menos Di eu acho que o PS está muito dividido o PS tem vários estados de alma o PS tem vários cálculos políticos que procurando fazer o PS tem várias tendências mas há porventura al uma coisa que o PS já percebeu é que se o PS não conseguir tirar algum partido da negociação do orçamento O que podemos ter é um orçamento que não é aprovado mas eleições que não são convocadas e nesse caso vamos ter um período longo portanto que pode ser um ano e meio em que o governo vai estar a queixar-se da responsabilidade do partido socialista e o partido socialista não conseguir ele porque eu creio que neste momento Marcel Rebelo de Sousa A não ser que caia o Carme a Trindade ainda estamos um bocado longe disso não vai voltar a convocar eleições Marcelo a última coisa que quer é ser o ele já é o recordista das soluções agora ser o recordista das dis soluções sem solução à vista é seguramente algo que ele não deseja e não há nenhuma perspectiva de uma eleição a curto prazo poder mudar substancialmente o quadro político portanto eu diria que o partido socialista eh está pressionado por esta perspectiva que é a curto prazo não está a ver como é que chega ao poder e portanto se calhar é melhor uma solução em que apareça como um partido responsável como o partido que deita a baixos governos ou procura deitar a baixos governos mas há sempre outro lado da moeda não é mas eu creio que ao mesmo tempo há e eh uma um outro uma outra eleição que nós falamos pouco que é ações autárquicas do ano que vem onde há muitas câmaras em muitas câmaras em aberto muitas câmaras importantes que podem ser disputadas Cascais Lisboa Cintra eh Porto Vila Nova de Gaia terminam mandados são períodos de mudança o partido socialista tá interessado em fazer aqui uma grande aposta e aqui deve estar a pesar se é melhor estar na oposição ou se é melhor estar na colaboração e eu diria assim também pronto onde se calhar os os autarcas querem a solução Calma lá os autarcas também querem o prr e se calhar sentem que um orçamento é importante para o prr portanto Isto são muitos fatores muitos fatores Eu acho que isso ajuda a explicar porque é que andamos neste vai à frente vem atrás andamos um pouquinho para a direita um pouquinho para a esquerda sendo que eh não sei se já me tou estender muito não sei se queres fazer alguma pergunta Ainda há um ponto que eu queria acrescentar é que me parece que seja lá qual for a solução na minha perspectiva deve ser sempre uma solução que de alguma forma permita ao governo eh aplicar mesmo que apenas parcialmente aquilo que são os pontos centrais do seu programa por é que eu digo isto não é por gostar mais ou menos do programa do PS há aspectos que eu acho que eu até acho positivos da descida do irc outros sobre os quais tenho as maiores dúvidas designadamente eh aquela aquela guilhotina dos 35 anos para a RS jovem mas porque quando nós chegamos às próximas eleições Era bom que os eleitores pudessem julgar em função um governo que fez aquilo de alguma forma prometeu e estava no seu programa e não um governo que andou lá aos tombos a fazer ora uma a aplicar ora uma medida do PS ora uma medida do PS mais chega orora uma mistura de ambas as coisas porque isso é menos claro do ponto de vista do julgamento democrático eh mas agora isto não quer dizer que o governo tem a possibilidade de impor tudo porque não tem maioria para isso não tem legitimidade para isso não tem votos para isso e portanto tem que fazer acordos e nós se calhar temos que nos habituar a compromissos que são muito habituais nosos países europeus países que têm sistemas com muitos partidos como nós neste momento já temos e olha é vida como como diria outro não é o o O Observador publicou que para AD é impensável desistir da descida do IRS jovem Ou melhor não é da descida é deste modelo de IRS jovem e o PS disse que isso é uma linha vermelha e e aqui chegaríamos a um impasse necessariamente vamos vamos ver eh Vamos ver eu acho eu não sei quer dizer isto faz faz parte um bocadinho deste deste jogo Há outras formas de diminuir a carga fiscal sobre os jovens sem ter aquela guilhotina do 35 anos eh mas vamos ver se o governo tem tem habilidade para isso e se o governo e se o PS tem flexibilidade para isso também é possível event repara a medida do governo é muito drástica é desconto 50% do IRS aos 35 anos eh pode não ser assim pode ser em de ser um desconto de 50% um desconto de vamos por vamos pôr por hipótese eh não sei uma Mont anual não sei quantos salários mínimos quer dizer a pessoa tem que pagar anualmente por hipótese 30 20.000 € de de IRS ou 10.000 € de IRS e tem um desconto de 3.000 € o que para quem ganha que tem paga paga pouco de RS é um desconto enorme no limite até pode ser o imposto negativo que é uma ideia que às vezes fala não é em que o chamado imposto negativo eh para as pessoas que têm salários muito baixos e quem tem um salário mais elevado que é uma das coisas que incomoda muito o partido socialista quem tem um salário mais elevado um salário vamos supor 3.000 € por mês não há muitos jovens assim Mas há alguns Eh esses têm um desconto menor portanto vão vão quer dizer não é os 50% que faz com que o desconto seja muito maior para quem ganha mais ah ah eu não sei eu tou tou tou quase a pensar a fazer digamos a tirar ideias da cartola assim um bocado ao acaso mas acho que pode haver soluções não estamos Obrigatoriamente num P sem saída Hum e e quanto ao irc Zé Manuel o Governo deveria ponderar aqui uma descida inferior aos dois pontos percentuais eh ser por exemplo um por ano até a final da legislatura é é é uma das hipóteses não é é uma das hipóteses eh é um terreno onde o partido socialista já teve uma opinião diferente da que tem hoje eh portanto mas a hipótese de ter descidas mais graduais quer dizer um 1% em vez de se Descer os os oito pontos percentuais durante a legislatura se descer por hipótese cinco coisa uma coisa assim do género talvez eh fazer uma coisa com testes ver o que é que se eh experimental mexer noutros aspectos do irc que tem a ver com a carga das derramas a carga da E E H os as sobretaxas sobre empresas de maior dimensão há mais há mais também aqui há mais terreno até porque nós complicamos tanto tanto tanto eh o código do irc que é na minha perspectiva aqu elele era quase eh taba Rasa devia ser um daqueles casos em que se olhar para o irc do zero sendo que para o PS o maior problema até é o facto de dessa descida que o governo quer fazer ser transversal aqui no irc e e vamos lá ver eh as descidas transversais têm uma grande vantagem que nós em Portugal tendemos a desvalorizar é é que é é que são Claras toda a gente sabe com que é que joga não tem que ter complicações quer dizer Ainda Ontem o Mário drague disse que a Europa tem que descomplicar portanto e nós temos então não na segunda-feira passada eh e nós temos a Europa complica muito e nós complicamos em cima em cima da Europa e depois há outra coisa que eu aí estou entre Total desacordo com aquilo que tem sido a política digamos aquilo que defende o partido socialista partido socialista acha que quem tem impostos maiores quem tem lucros maiores deve pagar mais imposto isso é penalizar as empresas que são mais produtivas por regra pagam melhor que que tenha mais produtividade no fundo as empresas de que nós precisamos é penalizar o sucesso e que no caso das empresas é fundamental porque se nós vamos quer dizer e há muitos estudos nomeadamente um estudo realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos que mostram que por exemplo os Fundos estruturais têm muito S tê muito mais efeito prático se forem aplicados em grandes empresas do que se forem aplicados sobretudo em pequenas e médias empresas simplesmente nós como temos um problema com as grandes empresas que achamos que elas são ricas e não precisamos de fundos estruturais andamos a estragá-los andamos nós a and à Europa isto nem é um problema português em pequenas e médias empresas em que aquilo acrescenta pouco e depois tira-se pouco valor do que ali foi do que ali foi investido ora isto é peço desculpa isto é uma coisa que é muito impopular em Portugal não é nós em Portugal somos muito quer dizer em Portugal e na parte dos países enfim não é um não é um problema português e a ideia de que e o sucesso deve ser penalizado e e eu acho que isso não deve ser assim porque se nós enquanto tivermos esta mentalidade olha não temos algumas grandes empresas que nos fazem falta em em Portugal e na Europa Uhum E já agora só Zé Manuel e para terminarmos há pouco falavas do chega e E consideras que ao contrário de muita gente o chega não quer ir para o governo e sendo que H um popita atenção ten ninguém está na cabeça de André Ventura é uma coisa é uma cabeça muito particular não é sim mas esta esta forma como tem gerido aqui a posição do cheg em relação ao orçamento André Ventura tem dito que é irrevogável que está fora das negociações mas o partido marcou presença no encontro desta quarta-feira no Parlamento com o governo acaba acaba por ser aqui uma posição errática ou estratégica repara não eh o o livre o bloco de esquerda o PCP não estão a negociar com o governo mas foram à reunião não é quer dizer eh foram ouvir foram perceber o que é que está em cima da mesa foram preparar-se eventualmente para apresentar alternativas do Parlamento uma coisa que não são reuniões propriamente para chegar a acordo eh houve naquelas reuniões sobretudo muita passagem de informação e portanto isso faz todo sentido Além disso repara Uma das uma um dos atos que provocou maior dano eleitoral na memória recente foi quando o bloco de esquerda Faltou à às reuniões com a troika e o e o bloco perdeu quase Metade dos votos por causa por causa disso eh em 2011 eu acho que quem anda na política e que tem um bocadinho de memória sabe que nestas alturas uma coisa é dizer que não se negocia outra coisa é bater com a porta não querer ouvir são coisas diferentes uhum José Manuel Fernandes muito obrigada por teres vindo também à tarde política além do contracorrente esta manhã e e bom fim de semana para ti Bom Fim semana também