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cinco continentes na rádio observador é aqui que todos os sábados viajamos pelo mundo para analisar a geopolítica Internacional e sempre com a ajuda do Historiador Bruno Cardoso Reis Bruno Bom dia bem-vindo bem-vindo Bruno Olá bom dia obrigado e de Recordar aqui os nossos ouvintes que agora o cinco continentes fica a dobrar com duas partes num programa de uma hora é isso mesmo é isso mesmo e Bruno na segunda parte vamos eh pôr tudo em pratos limpos de uma vez por todas Vamos tentar perceber se olivense é Nossa ou não eh porque foi aqui um foi aqui uma pergunta que surgiu na na no dia de ontem pelo ministro da defesa já lá vamos nesta primeira parte vamos falar das Guerras e mas começamos pelos Estados Unidos a campanha está a aquecer estamos a chegar ao momento das decisões já tivemos o debate entre Camel Harris e também Donald trump e foi precisamente hoje Presidente e candidato à presidência à presidência dos Estados Unidos que atirou desta vez à Europa o problema é este até agora nós demos 170.000 Milhões de Dólares eles a união europeia que tem uma economia praticamente o tamanho da nossa só deram 20.000 milhões Nós demos 170 eles deram 20 e não precisam de saber muito geografia para perceber que eles estão a ser mais afetados pela guerra do que nós por isso sim eles têm de começar a pôr mais dinheiro porque eles estão a aproveitar-se de nós como todos os outros os países fazem Donald trump com críticas à Europa em matéria de de defesa neste caso de apoio também à Ucrânia mas também aqui as relações comerciais com os Estados Unidos Bruno o candidato Republicano Donald trump tem razão no que diz sobre o nosso continente bem eu ia começar por dizer duas coisas uma é que muitas vezes em eleições anteriores eu achava que havia críticas recessivas aos candidatos republicanos na Europa que tinham a ver com a política interna Americana ou com opções ideológicas mas que ignoravam o facto de que em termos de relações externas de relações com a Europa eram candidatos ótimos em muitos casos em termos de política externa alguns dos melhores presidentes norte–americanos nomeadamente para a Europa foram presidentes republicanos estou a lembrar por exemplo do do George Bush pai do George Herbert Bush eh e portanto Esse é um é um ponto importante E a questão aqui de trump não tem a ver com ele ser mais direita ou mais de esquerda tem a ver realmente com o que ele com o que ele faz com o facto dele muitas vezes dizer coisas que não são verdade e sobretudo conter aqui uma postura completamente revolucionária eh que parece pôr em risco a própria democracia nos Estados Unidos alguém que não aceita o resultado de eleições e sair pacificamente depois disso e sobretudo que põe completamente em causa uma aliança histórica e que tem sido no meu ponto de vista extremamente positivo para a Europa mas também para os Estados Unidos entre os dois lados do Atlântico dito isto também é verdade que eh Há muitas razões de que dos americanos em relação à Europa que historicamente a Europa muitas vezes ficou confortavelmente numa posição de contar com os Estados Unidos para para para a defender para defender os seus interesses muitas vezes até de armas na mão eh e eh depois dava-se a luz de criticar os Estados Unidos pelos problemas pelas dificuldades que muitas vezes surgem associadas a isso eh e portanto trump nomeadamente vem nos lembrar até que ponto é que estamos realmente dependentes eh dos Estados Unidos Por exemplo para a nossa para a nossa pra para a nossa segurança eh e e certamente os europeus deviam fazer mais a esse nível deviam investir mais agora o problema é que aquilo que Donald trump diz é em grande parte mentiras disparados esta questão por exemplo de ajuda a Ucrânia que é claramente uma desculpa para ele deixar de ajudar a Ucrânia e para entrar aqui em boas relações que são uma obsessão dele a opção dele parece ter mais relações com democracias com os países europeus e ter boas relações com ditadores e com ditaduras e portanto no caso da Ajuda à Ucrânia os números que ele di são completamente falsos o os os Estados Unidos deram no total até agora à Ucrânia a volta de 100.000 Milhões de Dólares a Europa deu quase o dobro disso deu deu 180 mil milhões de dólares até um pouco mais eh Isto são números por exemplo da daquele Instituto kil que faz que vai que Vai somando essas ajudas obviamente ajudas militares e ajudas de outro tipo portanto se contar com ajudas humanitárias ajudas económicas apoio orçamental o acolhimento de refugiados na Europa etc tudo isso tem também de contar eh mas mesmo em termos militares só a Alemanha e já deu à volta de destes 20.000 milhões que ele diz que é tudo o que a Europa deu à à ucrania portanto é algo completamente falso é obviamente de uma extrema hostilidade em relação e à Europa e e portanto coloca questões legítimas sobre o que é que vai acontecer se trump for realmente reeleito do ponto de vista dos interesses e e da da Europa e das relações tão importantes entre a Europa e os Estados Unidos já agora em relação à economia trump tem realmente esta obsessão do entia com os os outros países estão-se a aproveitar de nós e tem uma visão extremamente primária do que é que são as relações económicas e aqui não confia em mim e o antigo ministro da Defesa do Donald trump que ele achava magnífico até ter entrado em conflito com ele o general metis eh dizia o diz publicamente o trump tem uma capacidade de entendimento de alguém com a quarta classe e portanto e na na nas relações económicas realmente a Europa tem uma certa vantagem um super hábito nas nas trocas em bens por exemplo os Estados Unidos tem um enorme superávit nas trocas em serviços na venda de serviços a Europa mas sobretudo esta economia eh É de longe a mais integrada do mundo eu estou aqui a olhar para números de um relatório de há poucos meses atrás eh 12 milhões de empregos dependem de investimentos cruzados H volta de 60% do investimento americano no resto do mundo é feito na Europa portanto só s a Europa sozinha pesa mais o investimento americano do que todo o resto do mundo a mesma coisa aliás para para os europeus h em termos por exemplo de tráfico de dados desta nova economia da informação ela é o dobro entre a Europa e os Estados Unidos do que por exemplo entre a Europa e entre os Estados Unidos e a Ásia ainda hoje 48 estados americanos Inclusive a Califórnia exportam mais para a Europa do que para a Ásia e portanto é tudo isto que por exemplo Donald trump parece estar e disposto a a pôr em questão com e taxas alfandegárias novas etc há aqui uma razão eh Há aqui um ponto específico em que Donald trump tem alguma razão e portanto eu quero deixar claro que não não é por a Ach que trump é realmente uma ameaça à democracia na América e às relações transatlânticas que acho que ele tá sempre errado em tudo o que diz há um ponto em que ele tem alguma razão que é quando fala do investimento em defesa e deste compromisso dos 2% Eh aí é importante dizer que apesar de tudo o compromisso era até 2024 ora 2024 ainda não acabou é eh é verdade também que em 2024 ou em 2023 quisermos eh H volta 2is ter3 dos países membros da Nato na Europa já cumprem esse esse compromisso dos 2% e Portugal não é um deles mas também todos eles aumentaram o seu investimento em em defesa Eh agora é verdade que não apenas Donald trump mas pessoas tão razoáveis como Obama como outros presidentes americanos se queixaram disso historicamente e portanto é verdade que a Europa aí precisava de corrigir isso precisou de corrigir isso a boa notícia é que apesar de tudo já está um pouco a corrigir isso eu duvido é que isso seja suficiente para satisfazer Donald trump que não é propriamente caracterizado pelo Rigor ou pela justeza da da sua análise nomeadamente em relação lá está a estas democracias europeias uhum Bruno eh eu olhando aqui para o debate eh que Impacto é que achas que vai ter na eleição achas que foi uma vitória decisiva para Camel Harris bem eu acho que foi uma vitória bastante Clara para Camel Harris muitos comentadores conservadores muitos republicanos vieram reconhecer isso que o debate não correu bem a Donald trump se olharmos para as sondagens eh e nos Estados Unidos há sondagens para tudo eh Há Há uma vantagem Clara para har 63% contra 37% portanto basicamente só aquele núcleo duro de apoiantes Donald trump que acham sempre que o que ele faz é magnífico é que acharam que ele tinha tido uma boa prestação agora a questão o ponto aí chave é esta questão se terá um impacto decisivo nas eleições porque enfim os debates não servem propriamente não são propriamente um concurso televisivo não é é suposto ajudarem a conquistar votos Eh Ou pelo menos a a a a a levar a que o adversário tenha menos votos e portanto aí eh o histórico leva-nos a a ter de ser muito prudentes ou seja historicamente e sobretudo nos últimos anos as oscilações são muito pequenas andam à volta dos 2 3% as primeiras sondagens que surgiram depois do debate parecem mostrar isso um certo ganho de da vantagem de em termos do Mas aí o problema é são sondagens ainda nacionais praticamente não há ainda sondagens naqueles estados cruciais naqueles estados oscilantes e esses realmente é que vão decidir a eleição e a minha impressão é que esta eleição tal como tem acontecido por regra nos últimos anos vai vai ser muito reunida até ao fim portanto é bom que harison tido esta performance para ela eh eu acho que ela fez concretizou os objetivos que tinha de aparecer como moderada de de fazer Donald trump muitas vezes perder digamos o fio à meada e e e fazer declarações que o projetam com muito extremista Portanto acho que isso lhe correu bem agora se será suficiente para ganhar as eleições acho que eh desde logo ainda é muito sedo para dizer e provavelmente teremos de disperar mesmo até ao dia 5 de novembro para saber pois se sim ou não se ajudou e até que ponto uhum Bruno para fecharmos os Estados Unidos e já vamos a seguir à Ucrânia e também ao médio Oriente mas para fecharmos os Estados Unidos esta semana tivemos as cerimónias de homenagem às vítimas dos atentados do 11 de setembro H tivemos a celebração dos 23 anos do 11 de setembro de 2001 é uma data que acontece desta vez durante uma campanha eleitoral muito quente que importância é que teve e ainda tem essa data bem pode par ser um bocadinho já passado e realmente Houve aqui uma certa viragem de página mas eu considero que eh muito da muito da postura eh atual dos Estados Unidos Por exemplo em relação a intervenções militares no exterior é marcada precisamente pelo trauma Se quisermos do 11 de setembro e daquilo que se lhe seguiu ou seja acho que tem aqui algumas lições e alguns impactos ainda importantes eh O primeiro é é mostra como realmente eh eh as guerras assimétricas os conflitos assimétricos são muito difíceis muito complicados e estão longe de ter como resultado garantido a vitória do mais forte eh Eu recordo que a alcaida tinha poucas centenas de homens em armas produziu o ataque mais mortífero da história dos Estados Unidos e desde a guerra de 1812 com a grã-bretanha eh recordo que na sequência disso houve intervenções militares no Afeganistão no Iraque ora o resultado basicamente sobretudo no Afeganistão foi uma derrota estratégica dos Estados Unidos depois de 20 anos eh basicamente os talibãs recuperaram o poder nos Estados Unidos portanto Isto mostra como Realmente não podemos simplesmente pensar bem Se temos aqui uma grande potência militar ela vai certamente derrotar eh um estado mais fraco um grupo armado mais mais fraco isso não é assim eh teve um enorme Impacto também em termos geoestratégicos globais levou realmente ao multiplicar destas intervenções eh Eu recordo que Jorge W Bush que era Presidente na altura tinha dito que se queria retirar do médio Oriente ora eh os Estados Unidos desenvolveram-se como nunca se tinham envolvido durante duas décadas nessa eh nessa região eh e sobretudo o lado atual e e e o impacto atual eu diria que esta espécie de síndrome da do do Iraque ou do Afeganistão um pouco à imagem do Síndrome do Vietname ou seja eh é algo que é transversal eh é dito de uma forma muito mais brutal por Donald trump mas está também muito claro em em Obama ou em biden esta ideia esteve até presente também no debate por exemplo nas declarações da haris Camel haris não temos atualmente tropas em em guerra em nenhum sítio isso é um um feito importante realmente há esta tendência compreensível da parte dos Estados Unidos dizer tendo em conta os enormes custos financeiros em vidas destas guerras e os resultados estratégicos muito limitados ou até negativos Realmente nós não Queremos queremos evitar a todo custo grandes intervenções militares muitas tropas Americanas a combater eh no exterior e Portanto acho que este é talvez o impacto mais importante uhum pronto vamos então a às guerras começamos na Ucrânia e mas ainda com os olhos nos Estados Unidos eh pergunto como como estão as contas de da Ajuda total da Europa dos Estados Unidos à Ucrânia já agora também se se fala na revisão das Linhas vermelhas no emprego da Ajuda militar com o Putin a ameaçar com um conflito direto eh se for autorizado o uso de armas de longo alcance contra os alvos na Rússia hh Bruno Será mesmo assim bem sobre a ajuda Total eu já já falei mas no fundo Recordar que a Europa neste momento já deu quase o dobro do que os Estados Unidos em termos de ajuda Total mas é verdade que em termos militares há ajuda H equipamento a armamento quer em termos de quantidade quer em termos de qualidade só os Estados Unidos é que podem dar e isto também significa que esta discussão sobre a mudança nas linhas vermelhas ou seja permitir ou não usar armas de mais longa alcance para atacar alvos eh no interior da Rússia que estão a ser usados para atacar a Ucrânia ou ou Continuar a limitar isso só zonas muito próximo da Fronteira ou a território ocupado pela pela Rússia na Ucrânia Eh aí o que vai ser realmente fundamental é perceber se os Estados Unidos autorizam isso ou não embora eh historicamente também nestes últimos anos o que tem acontecido é muitas vezes a grã-bretanha que é quem está aqui a liderar essa a pressão nesse no sentido dessa mudança acaba por se adiantar por ser um pouco o pioneiro e depois isso é usado também no interior até da administração americana para aqueles que defendem Mais ajuda à Ucrânia e menos linhas vermelhas argumentarem estão a ver não aconteceu aqui nada de extraordinário não passamos a ter uma uma Terceira Guerra Mundial e portanto podemos avançar sem um risco de escalada Portanto acho que isso é é o mais provável se há esse risco de escalada bem ele existe sempre estamos a falar de uma potência nuclear agora o que Eu recordo sempre é nós não podemos pensar que a Rússia é uma grande potência nuclear mas ignorar que os Estados Unidos também são Não podemos pensar que a Rússia pode retaliar desta maneira ou daquela atingindo por exemplo satélites agora ouvi essa essa tese não é os satélites ocidentais bem se isso acontecer os os países ocidentais e em particular Os Estados Unidos também têm capacidade de destruir satélites Russos e portanto não faz sentido pensar que não funciona aqui uma lógica dissuasão que é o que tem funcionado sempre desde 1945 e que leva a que por exemplo nunca desde 19 45 uma potência nuclear seja aos Estados Unidos no no no no Afeganistão ou no Vietname ou ou a a Rússia Soviética por exemplo no no também no Afeganistão nunca usaram armas nucleares para evitar uma uma derrota num num conflito armado contra potências mais fracas Bruno vamos avançar e vamos olhar aqui para o outro conflito Vamos então à à guerra no médio Oriente e hoje esticamos aqui um bocadinho a geografia falamos do grande médio Oriente e que é também para os nossos ouvintes perceberem um termo usado para indicar toda a faixa acha que vai desde Marrocos até ao Paquistão eh neste caso vamos falar do Sudão já nos trouxeste aqui por vezes informações sobre o conflito que que se está desenrolar por lá falamos de mais de 20.000 pessoas que já morreram em 16 meses e Bruno porque é que esta Guerra está finalmente aqui a ter um pouco mais de visibilidade e também quem é que apoia quem neste conflito bem são números impressionantes e realmente subestimados estamos a falar de provavelmente 18 milhões de pessoas em risco de fome 4 milhões que podem morrer até ao fim do ano Isto é mais do que a população de gaz eh 12 milhões de deslocados e refugiados porquê um pouco mais de visibilidade bem houve um massaque especialmente chocante no mercado portanto que foi ardel com a artilharia nos últimos dias houve também um rapper americano que se recusou a a a fazer um concerto que estava acertado no no no nos Emirados Árabes Unidos que são um dos principais apoiantes desta milícia criada pelas Forças Armadas no contexto nomeadamente os conflitos da guerra civil com o Sudão do Sul etc e também nos conflitos no darfur o Jan jawid que depois eh no fundo foi institucionalizada se tornou uma força de apoio mas na verdade depois do golpe de 2021 e dado pel pelas Forças Armadas e por esta milícia que eles tinham criado eles chatearam na divisão de postos de poder e entraram aqui num choque terrível para sobretudo para a população civil eh portanto é uma boa notícia apesar de tudo haver um bocadinho mais de visibilidade não foi suficiente para eh eh no fundo os beligerantes aceitarem eh uma uma força de interposição das Nações Unidas foi uma proposta das Nações Unidas também nos últimos dias eh aí e Um dos fatores realmente que explica a a intensidade da guerra e que nos leva a temer a eternização do conflito é precisamente a importância de apoio de alguns apoios externos já falei dos Emirados a esta esta força de apoio rápido que também é apoiada pela Rússia pelo pelo ex-grupo pelo antigo grupo Wagner eh por exemplo as forças armadas do do Sudão são fortemente apoiadas também pelo Egito em particular Mas mesmo pela Arábia Saudita e portanto quando é assim quando há fortes apoios externos também muitas vezes estes conflitos têm condições para eternizar Porque mesmo que a economia do país esteja muito destruída H alguns recursos facilmente exportáveis por exemplo o ouro e e há no fundo forma de continuar armar a municiar as forças porque há no fundo atores externos que garantem que isso continua a acontecer Bruno muito bem Ficamos por aqui nesta primeira parte mas agora já sabe temos duas partes já voltamos para a segunda parte aqui dos cinco continentes dentro de instantes até já bruno até já bruno até já segunda parte do cinco continentes na rádio observador agora viajamos a dobrar por aqui com duas partes para analisar a geopolítica internacional sempre com o historiador Bruno Cardoso Rios lembramos também que pode sempre enviar perguntas e dúvidas sobre geopolítica para o Bruno através do e-mail @observedobject Bruno começamos esta segunda parte por cá isto porque ontem Nuno Melo reabriu uma discussão que já tem muitos anos décadas séculos eh diz o ministro da Defesa que olivense é portuguesa e que o país não abdica dela afinal de contas Bruno vamos lá historicamente ilegalmente Olivença é Nosa ou a espanhola é a questão A grande questão exatamente bem historicamente ilegalmente foi portuguesa portanto aí é bastante Claro desde o século XI até ao início do século XIX a chamada guerra das laranjas em 1801 em que a Espanha aliada à França invade Portugal eh e vai conseguir realmente ocupar anexar esse esse pequeno território portanto não se pode dizer que é propriamente uma grande vitória de Espanha eh eh e também é verdade como diz o o ministro n mel que na sequência da Paz de Viena 1815 que põe fim a todo este ciclo de guerras napoleónicas que enfim que arrasaram toda a Europa a Espanha realmente comprometeu-se a devolver o o essa esse território de Olivença o que nós nos tendemos a esquecer é que Portugal também se comprometeu na paz de Viena a devolver o território do atual Uruguai à Espanha hum eh Portugal tinha ocupado quer o Uruguai quer a Guiana Francesa eh no contexto das Guerras napoleónicas quando a Espanha e a França estavam aliadas e hostis a Portugal eh e portanto e e a questão é nunca fez isso Eu recordo o governo Português estava no Rio de Janeiro o Rio de Janeiro era a capital eh do reino não é até 1820 eh o o rei tinha se exilado lá desde 1807 e portanto claramente o governo Português preferiu manter esse território vasto muito rico do atual Uruguai em vez de eh o devolver e recuperar a pequena e vulnerável olivense O problema é que a partir de 1822 com a independência do Brasil Deixa de ser possível ao governo de Lisboa devolver eh ao que já não tinha não é que era o Uruguai que aliás por final se torna depois independente o Brasil perde esse território Se quisermos eh que era designada de província Sis Platina logo em 826 e portanto a Espanha usou isso como pretexto para realmente não devolver o território da olivense a questão é vale a pena falar nisso bem eu percebo que o ministro foi perguntado e portanto respondeu com convicção ele também tem razão quando diz a posição oficial do estado português de todos os governo portugueses T sido não reconhecer essa anexação há por exemplo uma comissão de limites que vai no fundo fiscalizando os Marcos na fronteira etc quando chega a Essa zona eh os diplomatas portugueses que estão nessa comissão recusam-se no fundo a trabalhar e retomam o trabalho na parte da fronteira que depois é novamente reconhecido internacionalmente Eh agora também é verdade que não tem interessado portanto quando o ministro diz que é uma questão do presente bem aí se calhar é por isso que ele hoje veio dizer que estava a falar a título mais digamos pessoal ou ou partidário e não representando do governo realmente Portugal tem optado e eu percebo por não fazer disto uma grande questão com um parceiro um aliado tão importante como Espanha em termos de interpen Económica em termos por exemplo de gestão de recursos hídricos Eu recordo que todos os grandes rios portugueses nascem em Espanha e são cruciais obv amente para abastecimento de água rega el produção de eletricidade etc agora é verdade e terminava só com este ponto também que eh como analista há que constatar que a Espanha tem aqui um discurso extremamente contraditório porque tem um discurso em relação ao livensa que é basicamente dizer em tentar o mais possível desvalorizar a questão e e e dizer quando diz alguma coisa que é bem É a vontade da população é uma situação de facto apesar de nunca ter havido num referendo mas Admito que sim que a população eem Olivença esteja bem em Espanha pelo menos não se manifesta no sentido oposto mas por exemplo em relação a Gibraltar que é um enclave britânico naquilo que é que será digamos o território mais a sul de Espanha a posição já é completamente diferente a Espanha diso não interessa Nada à vontade da população que já se manifestou aliás por referendo dizendo que queria continuar a ser um território eh digamos Ultramarino britânico e porque é uma injustiça histórica etc e depois ainda tem outro discurso também completamente diferente em relação a a seu timilia e agora acho que pragmaticamente realmente Portugal o governo português e acho que estas declarações mais recentes Noel mostram isso não quer realmente criar aqui um conflito uma tensão por causa da Olivença com com Espanha uhum e portanto Resumindo e concluindo a não é bem Nossa mas também não é é ali um eu eu diria é é aqui uma situação um pouco ambígua porque realmente legalmente a Espanha devia ter devolvido mas nós também não cumprimos uma parte desse acordo embora se possa alegar que não cumprimos a a partir de certo trupo não teríamos condições para isso mas eu acho que como Historiador eu devo deixar claro que não parece que foi bem isso ou seja realmente h uma opção na altura do governo português que estava no Rio de Janeiro por preferir manter o Uruguai em vez de recuperar e olivense uhum Bruno vamos então de malas e bagagens de Portugal ou de Espanha lá está Olivença vamos de Olivença para Ásia Pacífico e 15 anos depois a primeira-ministra do banglades Sheik cina foi forçada a sair do do Poder H isto está a levar um aumento da das tensões entre o país e também a Índia explica-nos estas tensões já vê detrás O que é que também podemos esperar a partir de agora bem não não vem detrás e aliás historicamente a relação tem sido muito próxima não quer dizer que ocasionalmente não tenha viida algumas tensões mas basicamente o Bangladesh existe como um país independente só desde 1971 e precisamente por causa da Índia ou em grande parte por causa da índia de uma intervenção militar aliás da da Índia eh Eu recordo que em 1947 quando se dá o fim do Império britânico da da Índia que era muito maior do que a Índia atual incluía o Paquistão o banglades eh a birmânia eh quando se dá essa Independência eh o eh de facto as zonas com maioria população maioritariamente muçulmana eh tornaram-se Independentes como um estado diferente que foi designado Paquistão atualmente o Paquistão fica quase no outro lado do subcontinente indiano não é mas até 1971 havia um Paquistão ocidental que é que é o país que nós hoje conhecemos como Paquistão e e havia um Paquistão oriental que é o território o país que nós hoje conhecemos como banglades eh esta enorme distância eh criou cada vez maiores tensões problemas um sentimento também de marginalização do banglades em relação ao ao ao ao ao resto do Paquistão onde estava a maior parte das elites do Poder etc e e portanto isso vai levar ao movimento independentista eh a uma a uma uma guerra de guerrilha a uma revolta armada que depois é brutalmente reprimida há muita gente que fala em genocídio por parte das tropas do do Paquistão eh propriamente dito e e isso vai justificar a intervenção da índia em 1971 e a independência um movimento liderado precisamente pelo pai eh da Sheik yacina o Sheik mujur raman eh e portanto historicamente há uma relação também muito próxima digamos desta família política desta dinastia política com a índia eh o o o Sheik mujibur raman é depois eh eh derrubado e morto num golpe de estado eh esta esta Chei cina a sua filha vai-se refugiar durante vários anos na e na Índia eh e portanto era realmente uma figura que eh tinha apostar muito numa relação próxima com a índia portanto estes 15 anos foram digamos de particular eh facilidade e intensidade nas relações entre Índia e o banglades eh ela foi derrubada realmente porque eh houve um movimento popular muito forte eh no fundo contestação da frá eleitoral nas últimas eleições a oposição nem sequer concorreu há um ano atrás as forças armadas ao contrário por exemplo do Irão ou da Venezuela realmente não apoiaram a continuação dessa repressão e portanto acabaram por levar a aqui à criação de um governo provisório que é dirigido por aquele eh Mohamed do yunus Prémio Nobel responsável pela criação do microcrédito que aliás teve também muito sucesso no banglades que é uma figura relativamente moderada e relativamente consensual eh portanto a questão aqui é eh achei que a assina voltou a exilar-se na Índia está e fez declarações de crítica ao que se está a passar no seu país e o atual governo o Mohamed Yunes disse isso não é aceitável nós até percebemos que ela se tenha refugiado na Índia mas não não é aceitável que ainda permita que ela continua a ter aqui uma atividade política e portanto a perturbar a transição e houve alguns responsáveis indianos que reagiram digamos eh não aceitando que o banglades pudesse estar a dizer como é que a Índia se devia comportar ou não Ou seja um certo complexo de grande potência que não existe só da parte dos Estados Unidos ou da Rússia mas no contexto desta região ainda é realmente uma grande potência Regional eh eh eu diria apesar de tudo Mohamed lunas deu sinais Claros de queria manter boas relações com a índia portanto não queria que isto perturbasse as relações com a Índia o que também é avisado é realmente O Grande Gigante o grande vizinho mas acho que a índia também se deve Recordar que é atualmente alternativas a China está sempre muito interessada em conquistar posições nesta zona ainda este ano o presidente das Maldivas o novo presidente das Maldivas fez a sua primeira visita à China mandou retirar as tropas indianas a Índia começou por reagir de forma muito indignada depois acabou por e no fundo procurar recompor as relações com este novo presidente e aceitar esse novo estado de coisas Portanto acho que é importante que realmente a Índia tenha aqui uma postura também de algum respeito por um país que é realmente bastante importante tem uma economia muito dinâmica atualmente é um vizinho importante e portanto vamos ver se é realmente assim mas nas elites indianas há uma certa preocupação com tensões e e uma crescente influência de outros atores por exemplo a China numa série destes países da região onde aind se habituou a dominar por exemplo o Nepal onde temos atualmente um um novo primeiro-ministro maoísta e portanto relativamente próximo da China uhum Bruno viajamos agora até à América Latina com escala em Madrid Edmundo González que foi líder da oposição no ptin de voto nas últimas eleições da Venezuela saiu do país para o exílio eh Partiu para Espanha isto num altura em que temos um aumento de tensão entre Madrid e Caracas eh mas Bruno não é só por causa disto não é sim aliás a principal razão aparentemente esta saída nem gerou grandes tensões a principal razão são realmente declarações da ministra da Defesa Margarita Robles do do do governo espanhol que qualificou a Venezuela aliás precisamente dando as boas-vindas a ou manifestando a vontade de acolher estes refugiados forçados venezuelanos que já já vão em quase 7 milhões eh dizendo que o governo eh o governo venezuelano o regime chavista o governo de maduro é realmente uma ditadura e e portanto aí eh Caracas regiu indignada chamou o embaixador espanhol para consultas há quem no interior do regime chavista queira cortar as relações eh e eh e e sobretudo isto manifesta aqui uma questão que é para a Venezuela eh O que é crucial é realmente eh eh evitar que o regime perca a legitimidade de ser uma democracia ou seja eh ser claramente designado porque para isso não basta haver eleições é preciso que as eleições sejam livres e justas é cada vez mais claro e foi muito muito claro nestas últimas eleições que isso já não é assim que é impossível à oposição eh no fundo afastar por via pacífica por via eleitoral o atual governo e portanto Isso é uma uma definição de base do que é uma verdadeira democracia e portanto Sobretudo o o governo o o o regime chavista irrita-se muito quando há governos de esquerda por exemplo do Lula no Brasil por exemplo a o o atual governo chileno por exemplo de borit por exemplo o o governo de Sanchez que quando há governos que que eles não podem facilmente caracterizar como reacionários conservadores etc e que realmente se atrevem a dizer o reanu a dizer aquilo que é e evidentemente verdade que é o atual e governo o atual regime e venezuelano é realmente eh uma uma ditadura que organiza pseudo eleições eh que não que não não tem nenhuma eh nenhuma possibilidade de resultar na no na mudança pacífica de governo e na sua substituição pela oposição uhum e e Bruna há aqui também um uma dúvida não é come sendo nós Nicolás Maduro e o regime como conhecemos Porque é que o regime venezuelano deixou Edmundo González sair do país Sim essa é uma questão interessante eu eh o o regime venezuelan é claramente um modelo que foi aperfeiçoado por Cuba pelo regime castrista que é no fundo eh e que outros regimes autoritários do próprio a próprio Rússia Putin parecem também estar a seguir que é não impedir e pelo contrário facilitar até a saída de opositores eh se pensarmos bem isso faz um certo sentido ou seja é uma válvula de escape evita que opositores mais jovens mais dinâmicos mais revoltados continuem a criar problemas no interior do país ajuda a dividir a oposição entre oposição interna e oposição externa com argumentos como eles eh eles estão a Viver num país óo estão cheios de dinheiro eh não correm riscos não é vocês é que estão aqui a correr riscos eh e portanto h no fundo eh acaba por ser conveniente do ponto de vista do do regime eh aliás é é bastante claro que o regime deixou sair e Edmundo González ele foi transportado por um avião militar saiu da Embaixada de Espanha portanto esse avião militar espanhol teve de ser autorizado essa saída teve haver garantias que ele não seria preso eh portanto claramente isso foi algo que foi aceito e aceitável para o regime Maduro e Aliás já agora uma pequena nota esse avião militar espanhol aterrou na nas laes portanto isto também mostra que os Açores continuam a ser do ponto de vista geoestratégico importantes para vários aliados de Portugal não apenas dos Estados Unidos Mas neste caso por exemplo a Espanha e Bruno Com tudo o que disseste h o que é que a oposição e o mundo democrático podem fazer em relação a isso bem a resposta digamos curta e e dura é podem fazer muito pouco que seja eficaz A não ser que houvesse aqui um grande grande acordo entre os principais vizinhos a Colômbia o Brasil os Estados Unidos no sentido de haver uma intervenção militar Ou pelo menos uma ameaça de intervenção que pudesse fazer aqui alguma pressão sobre os militares que garantem que o regime continua independentemente do que a população queira eh e e e portanto com algumas garantias também para os militares que não seriam punidos depois de uma eventual mudança de regime eh tirando isso pode fazer muito pouco e eficaz no sentido de uma mudança de regime de uma restauração do da democracia na Venezuela eh o o que T estado a fazer são sobretudo as ditas sanções inteligentes ainda agora houve mais 16 altos responsáveis do regime que foram sancionados pela união europeia isso não é completamente irrelevante porque eh estes eh estes líderes estes regimes cleptocrático autoritários muitas vezes gostam muito dizer mal da da Europa mas gostam muito de vir cá passar férias em hotéis de luxo ou em Vilas no eh nos Alpes ou e portanto enfim tem aqui algum Impacto pelo menos prático e e simbólico mas realmente não leva a mudan de regime até porque o regime pode contar em termos de mercados de investidores de compra de armamento etc de apoio diplomático com autocracias eh fortes e e muito ativas como por exemplo a China a Rússia eh mesmo o irão Cuba etc e portanto desse ponto de vista em termos de eficácia imediata não há grande coisa agora eu diria há pelo menos esta obrigação das grandes democracias serem bastante Claras a dizer o que é que está eh O que é que temos atualmente na Venezuela ou seja eh é uma ditadura que organiza pce do eleições e não verdadeiras eleições uhum Bruno vamos fechar a nossa viagem de hoje na Europa e a seguir já vamos também à tua recomendação final que temos agora sempre no cinco continentes nesta segunda parte mas vamos fechar a viagem na Europa Vamos à Alemanha o país reintroduziu o controle das fronteiras terrestres o que está a levar fortes críticas principalmente os vizinhos Áustria também da Polónia falou aqui na supressão do espaço schengen Bruno o que é que afinal mudou eh na Alemanha e nas fronteiras alemãs e e se esta também pode ser aqui o início de uma nova tendência na Europa bem há aqui uma dificuldade real que é e e até por exemplo podemos falar de Portugal eh ainda há tempos uma uma pessoa com com responsabilidades e com experiência nestão das migrações dizia bem eh Portugal podem deixar entrar sempre muitos eh migrantes porque aliás muitos deles depois acabam não em Portugal mas em países como a Alemanha não é vão para eh sítios muito mais rentáveis no em termos do do grande mercado europeu portanto é verdade que a Alemanha é um grande ponto de atração para eh refugiados barra migrantes económicos eh é verdade que isso tornou uma grande questão no interior da Alemanha sobretudo por causa de enfim de uma perceção eventualmente injusta para a maioria destes migrantes ou refugiados que são pessoas pacíficas e que querem enfim sair de zonas de guerra ou ter uma vida melhor mas realmente tem havido vários ataques vários atentados o mais recente em solan com uma faca não é por parte de alguns destes eh enfim destes refugiados Barra migrantes que até não teriam direito a estatuto de refugiado e que depois estariam a ser no fundo deportados e que entretanto acabam por por levar a cabo aqui atos de violência isso foi muito aproveitado pela extrema direita alemã e pela afd a Alemanha obviamente é um estado direito Portanto tem um uma série de procedimentos mesmo para lidar com pessoas que não têm direito ao estatuto refugiado ou que enfim cometeram algum pequeno crime ou alguma coisa desse tipo e portanto isso cria problemas na gestão desta deste problema e tem sido claramente muito muito explorado e explorado de forma muito eficaz por este partido de extrema direita que como sabemos na nas eleições recentes regionais em dois dos Estados feder digamos da Federação que é a Alemanha na turing e na saxônia tiveram eh resultados eh históricos no caso da turing inclusive venceram e as eleições eu diria que isto é uma tentativa do atual governo eh que é no essencial uma Coligação de esquerda com o partido Liberal não é Portanto o SPD o grande partido da do do centro esquerda alemão Os Verdes e depois o partido liberal mas portanto esse esses partidos tiveram péssimos resultados também nestas eleições e portanto Isto é claramente uma tentativa de digamos eh responder a essa insatisfação Popular tentar recuperar um pouco a iniciativa eu temo que isto seja visto como eh não um sinal de força e de eficácia mas como um sinal de fraqueza da parte dos chancel schs ou seja de alguém que é arrastado para tomar estas posições e que até aqui tinha recusado a tomar enfim ele alega que é isso realmente está previsto na na legislação europeia portanto os estados europeus mesmo dentro de schengen podem havendo circunstâncias que o justifiquem podem reintroduzir controles de fronteiras vimos isso por exemplo no contexto da covid agora é importante perceber se há realmente circunstâncias muito excecionais que justificam isso ou se e foi por exemplo evidentemente o caso da covid ou se é mais aqui uma questão de gestão política já agora há aqui um elemento alguma ironia com estas queixas dos governos da Polónia e da Áustria que no passado fizeram isto e motivando críticas da da Alemanha agora são eles que estão a ser digamos alvo destas restrições e portanto realmente quando se trata de introduzir controles nas fronteiras é sempre muito muito mais popular sermos nós a fazer do que serem os vizinhos a fazer-nos digamos isso eh eh é É verdade no entanto que isto coloque em questão se isto começa a acontecer com muita frequência se há suspeita de que acontece simplesmente porque há pressões políticas internas há sondagens mais desfavoráveis etc a verdade é que na prática podemos começar a ver o desfazer daquilo que foi realmente uma das grandes conquistas da Integração europeia é algo que é excecional eh enfim nós muitas vezes europeus não damos o devido valor a isso à facilidade que é eh sem qualquer problema como turistas eh como Enfim no transporte de mercadorias etc ter eh um digamos caminho livre não estarmos constantemente com filas com problemas estar horas à espera na numa Fronteira eh e portanto eh Isso foi uma grande mais valia teve enormes eh ganhos resultou também enormes ganhos económicos e portanto se isso deixar de acontecer ou começar a acontecer com cada vez mais frequência estas restrições realmente coloca-se essa questão se ess isso na prática eh no fundo estará estará em questão estará perdido acho que ainda é cedo para dizer isso Eh mas mas veremos mas realmente há muito esta T uma das grandes tendências da política atual a nível Global as eleições Americanas São um bom exemplo disso estas eleições na Alemanha também são cada vez mais polarizadas divididas em torno de aqueles que defendem eh o mundo apesar de tudo relativamente aberto eh relativamente aberto ao exterior relativamente integrado e os ganhos que daí resultam e aqueles que defendem sobretudo uma tentativa de recuperar controle controle Nacional fechamento e criar recriar as fronteiras fortificar as fronteiras fechar as fronteiras e e portanto claramente esta Será uma das grandes questões nos próximos anos na na Europa ora mala guardado bilhetes no bolso Bruno para fechar a viagem só falta mesmo a tua recomendação final de Recordar que agora temos sempre uma recomendação do Bruno Cardoso Reis para levar para a semana H pode ser um filme uma série uma viagem quem sabe eh Bruno esta semana Temos um livro sim é um livro do Robert keagan Rebellion ao anti liberalism ising America apart again ou seja rebelião como é que o antiliberalismo está a desfazer está a dividir a América novamente o Robert keagan é um destes eh republicanos históricos que se afastou do Partido Republicano e que atualmente declara que não não nunca votará em trump e e que votará mesmo em apela mesmo ao voto na na vice-presidente haris eh mas o livro no fundo o que diz no essencial é um livro muito interessante para Aler no contexto destas eleições e do futuro dos próximos meses e anos na América o que diz é sempre houve uma tradição muito forte e antiliberal eh reacionária Se quisermos identitária nativista portanto que rejeita os grandes princípios da da Revolução Americana da Constituição americana n alguns momentos esse esse movimento foi mais forte por exemplo no da da guerra civil e noutros momentos foi mais fraco nalguns momentos conseguiu conquistar o controle pelo menos de um dos grandes partidos no passado já conteceu ser o partido democrático que era o grande partido do Sul mais racista atualmente ele diz é Sobretudo o o Partido Republicano infelizmente do ponto de vista dele eh com Donald trump mas portanto trump não é propriamente uma aberração tem aspectos pessoais que são muito específicos dele mas ele realmente representa uma tendência recorrente na história americana e aqui a conclusão do livro é bastante pessimista ele diz que independentemente trump ganhar ou perder há um sério risco de haver eh mais violência política e de haver eh Digamos um risco sério uma ameaça séria Como não se via Desde o tempo da guerra civil eh americana eh eh uma ameaça séria ao regime constitucional ao regime democrático nos Estados Unidos muito bem Bruno Cardoso Reis muito obrigada para a semana estamos de volta e agora já sabe com uma hora cheia de cinco continentes eh já sabe também pode e deve enviar as suas perguntas para o Bruno através do e-mail ouv @ observador.pt Bruno muito obrigada para a semana temos Encontro Marcado OB Bruno um abraço