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[Música] Portugal chama quem atende é o título do artigo assinado hoje pelo Alexandre Borges na coluna de opinião do Observador facilmente percebemos o tema incêndios Alexandre bem-vindo Hum olá obrigado não te conformas com o destino dos bombeiros só nos últimos dias morreram quatro bombeiros a comater as chamas e com dados factuais lanças esta reflexão temos 30.000 bombeiros dois terços são voluntá vários permite-me que citar-se desde já neste artigo escreves eh nunca nos passaria pela cabeça entregar os serviços de segurança do estado ou a saúde a voluntários porque é que eu continuamos a fazer com a Proteção Civil e Agora pergunto eu Alexandre o país precisa de acordar para a profissionalização dos Bombeiros eu acho que sim e e e não compreendo honestamente como é que eh ainda estamos aqui e como é que esse eh tema não é mais Evidente e muito mais antecipado porque naturalmente não é de agora o que acontece agora é que claro que voltamos a estar a confrontados com o problema e e particularmente quer dizer quando as histórias ou quando os números TM TM nomes e caras e e histórias tornam-se particularmente tocantes não é como no caso destes três bombeiros os quatro que já faleceram este ano e em particular Os Três que morrem num só incêndio que morrem num só combatam o fogo e que ainda por cima tem o o os detalhes terrivelmente comoventes da história de serem praticamente todos familiares uns dos outros estarem serem casados ou companheiros ou irmãos ou cunhados de outros bombeiros que são que estavam e e que chegaram a tempo ao carro ao contrário deles ou que estavam estavam a chegar ao cenário naquele momento ou que estavam a combater outro fogo ali perto h e e e de repente parece que há família oná mais bombeiros do que em municípios inteiros eh eh e e sentimos que há há lugares e e grupos de pessoas que se movem que se dedicam eh humanitariamente e ao combate aos incêndios e à defesa das populações por um sentido certamente de vocação de Missão mas por um dever por um dever Cívico eh que não pode estar estatisticamente correto quer dizer é é porque o fogo está perto deles é porque o irmão também é bombeiro é porque o pai também já era é porque a mulher ou o marido são e e de repente essas tragédias acontecem ainda de uma forma muito mais dolorosa a Estas pessoas e como me refiro no texto eu não sei como é que o irmão do Paulo que é o Comandante dos Bombeiros de e desta Corporação Volta Ao Combate aos incêndios amanhã ou como é que o Francisco que era noivo da Sónia volta combate aos incêndios à manhã e como como é que isto acontece e sobretudo porque é que isto acontece a a este nível tão de repente tão tão tão tão pessoal e tão intenso em qualquer coisa que deveria que não deveria ter de ser do ponto de vista do país eh respondida desta forma tão aflitiva Isto é é como se em Portugal isto de facto acontece com várias coisas mas que o caso dos dos incêndios é é o mais flagrante nós todos os anos somos surpreendidos por ocorrência extraordinárias é como a gente caricatura muitas vezes que olha meteu-se o Natal não é nós somos sempre surpreendidos pela súbita aparição do Natal nas nas nossas vidas e no que isso muitas vezes influencia no desenvolvimento do trabalho ou das respostas que existem ou não para as coisas e depois também somos sempre surpreendidos pela pela chuva e somos sempre surpreendidos pelos incêndios e e e e se Acerca das chuvas falaremos daqui a Dias outra vez quando elas começarem H sobre os fogos que são o tema neste neste neste momento eh eh Há situações de catástrofe naturalmente e todos compreendemos que e a concentração de fatores nestes dias era a concentração ótima para para para para para para cenário mais catastrófico mas é como se nós fomos fôssemos sucessivamente surpreendidos por terremotos ou furacões e e os incêndios em Portugal não são terramotos nem furacões os incêndios em Portugal são uma estação do ano e mesmo que não tenha acontecido da forma mais violenta nos últimos 6 anos e toda a gente sabe E os especialistas E os responsáveis políticos ainda mais que isso se deveu apenas e só a alguns fatores como termos tido Verões benignos e nos últimos anos não particularmente quentes e e simplesmente o próprio facto de ter havido incêndios tão devastadores em 2017 que H tantas em muitas zonas do território simplesmente não havia nada para e meio do e anos volta a estar no ponto para falta de condições de trabalho e que vão da formação e ao pagamento trazes dados concretos exatamente sobre sobre o ordenado grande parte das pessoas não farão ideia de quanto ganh um bombeiro profissional e um voluntário H falta de consciência da da sociedade sobre a necessidade de uma força de Bombeiros valorizada eu Suponho que sim porque de facto as próprias autoridades não chamam a atenção para para isto que lá está quer dizer porque é que nós continuamos a assentar num modelo de voluntariado que apesar de tudo está um pouco melhor de facto H pouco mais de 10 anos só 13% dos Bombeiros eram profissionais neste momento é cerca de 1 ter mas isto também tem a ver com a perda de bombeiros em geral isto é também nos últimos aproximadamente 20 anos perdemos cerca de 10.000 bombeiros voluntários e não é muito difícil de perceber porquê C dizer o país está a envelhecer Há muitos jovens a emigrar o as comparticipações serão tudo menos menos atrativas de facto Isto é eu receio que a subida da percentagem de Bombeiros profissionais que tinhamos hoje se fique mais a dever à quebra nos voluntários do que propriamente a uma subida exponencial da profissionalização h e mas de facto é isto o ordenado de entrada de um bombeiro São 968 € brutos eu não tenho certeza quanto é que isto dá por mês Dev ser cerca de 700 e mais coisa menos coisa eh mas os voluntários que continuam a ser a grande força eh recebem esta loucura de recebem à hora porque enfim há uma comparticipação eh pelas 24 horas mas nenhum bombeiro aguenta estar a trabalhar 24 horas de seguida Ou pelo menos não deveria portanto eles recebem à hora eh 2,86 € por hora portanto é isto que nós pagamos aos heróis que salvam As populações e que vão lá de facto numa de movimento humanitário não é para não falar de que e em termos de equipamento e para continuarem a operar os bombeiros voluntários vivem basicamente do do nativos nós vemos muitas vezes Bombeiros na na rua a pedirem dinheiro e esta situação coaduna-se com o país que ciclicamente enfrenta esse flagelo dos incêndios exatamente ou seja não se não se coaduna de todo e é espantoso como de uma como Ainda há uma certa eh complacência geral acho eu com isto deixarmos eh eh que isto tem que ser um trabalho humanitário e Cívico que tem numa situação de perfeita calamidade fora do normal em para tudo o resto nós temos que já estar preparados e à espera disto e tem que estar entreg a uma organização profissional não porque um bombeiro profissional eh seja melhor ou pior do que um bombeiro voluntário Claro Eh mas porque estará muito melhor organizado para isso lá está a primeira o primeiro tema é simplesmente quer dizer nós sabermos onde e quando é que estão as pessoas com as quais temamos contar nós mais tard nós esperamos que um hospital fique dependente de um médico que pode ou não aparecer não é que pode ou não estar disponível eh eh portanto é claro que temos que ter essas pessoas e temos que ter Estas pessoas nos sítios certos dependente de como está do movimento humanitários e voluntários o que acontece é que nós temos um um determinado número de Bombeiros do no país que está em queda mas que é completamente desproporcional e mal distribuída em relação aos aos lugares onde eles são realmente necessários porque o interior é naturalmente a zona do país que mais sofre com os incêndios florestais por duas razões porque onde há mais onde há mais floresta e onde há menos pessoas mas porque é também onde há menos pessoas é também onde há menos bombeiros e eu dou pronto esse exemplo no texto que nós temos a Oeiras temos sete corporações de bombeiros para acudir a 45 km qu e temos uma corporação de bombeiros em Castelo Branco para acudir a 1400 km qu E de resto são são mesmo vários os dados interessantes que o Alexandre bores traz aqui este artigo que pode ler na íntegra no site do Observador E de resto vou só até recuperar aqui esta frase Alexandre se se me permites uma tragédia regularmente marcada no calendário previsível não precisa de heróis é uma das frases do Alexandre Borges o nosso colonista do dia Alexandre obrigada e até à próxima Muito obrigada até a próxima [Música]