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regressar à rotina é difícil com observador não tem de ser até 26 de setembro Assine por apenas 3,60 por mês e ten acesso a todo o conteúdo do jornalismo independente mantenha-se informado todos os dias por menos observador informação clara e de confiança à distância de um clique e agora com 40% de desconto [Música] Esta é a história do dia da Rádio observador a relação entre Marcelo e Montenegro é [Música] complicada eu já sei qual é o perfil que eu preferiria não vou é dizer-vos nenhum nome em especial vamos ver como é que o senhor primeiro ministro quer orientar porque a proposta é do governo e e o senhor primeiro ministro é que decidirá falamos de todos os assuntos que interessam ao país incluindo esse que naturalmente implica um diálogo que já começou de resto entre o primeiro-ministro e o Presidente da República Porque como sabem o governo tem capacidade de propor mas o senhor Presidente da República tem a capacidade de nomear no início deste mês Marcelo Reel de Sousa e Luís Montenegro deitavam água na fervura numa tentativa de desdramatizar uma eventual tensão entre os dois o primeiro-ministro vai propor o nome para a procuradoria geral da república que o Presidente da República poderá ou não aprovar longe vão os tempos de uma certa cumplicidade pública entre Palácios blé e São Bento a relação entre Montenegro e Marcelo não é igual à que o presidente tinha com António Costa mas poderá esta relação complicada ter consequências políticas é a grande Pergunta para Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador eu sou Ricardo Conceição e esta é a história do dia de segunda-feira 23 de [Música] Setembro bem-vindo Miguel Olá Ricardo Miguel vou vou propor-se Aqui um exercício eh para numa resposta numa resposta não podes passar de uma expar ou nos Recordar Como era a relação entre o presidente Marcelo Rebel de Sousa E o primeiro-ministro António Costa mais de que uma palavra ou várias palavras acho que uma imagem responde bem à tua questão isso vai meter um guarda-chuvas a imagem de guarda-chuva aquela imagem que moldou a relação entre António Costa e Marcelo de Sousa em que o então primeir ministro grav o guarda-chuva e pava Marcelo Rebelo de Sousa Isso foi em junho de 2016 em Paris em Paris chovia teremos sempre Paris teremos sempre Paris e portanto eu acho que se há imagem que pode e caracterizar bem a relação de António Costa e Marcelo Rebel de Sousa é essa claro que depois foi conhecendo oscilações foi conhecendo momentos baixos mas acho que é a imagem dominante e daquilo que foi a relação entre Marcelo R de Sousa e Ant António Costa foi embora veio Luís Montenegro que é da mesma família política do presidente como é que foi esses primeiros tempos de relação os cafés jantar fora almoçar é preciso dizer que Marcelo Rebel Sousa e Luis monegro se conhecem há muitos anos exatamente há mais de 20 anos e já aqui explicamos isso também na história do dia verd É verdade e Luís Montenegro Montenegro apareceu pela mão de Luís Marques Mendes uhum eh Marcel Rebel de Sousa conheceu nessas circunstâncias foi mantendo no radar fez-lhe elogios públicos rasgados quando Luís Montenegro ainda estava muito longe de vir sequera ser líder do PS e portanto há esse histórico H mas ao mesmo tempo também houve uma coabitação que não foi muito tranquila quando Luís Montenegro era ainda líder da oposição e António Costa primeiro-ministro eh recordamos noos todos Marcelo ril de Sousa fez algumas maldades a Luís Montenegro H chegou a sugerir que Montenegro já não não chegaria lá já não era capaz de levar o PSD ao poder e portanto uma relação que existia que era e que tinha duas décadas de alguma complicidade conheceu esse momento mais atribulado quando Montenegro era ainda líder da oposição e António Costa Primeiro nistro Marcelo Reel de Sousa Presidente achava que o PSD Como estava a ser conduzido por Luís Montenegro não conseguiria ser alternativa uhum ao partido socialista depois há o célebre 7 de novembro António Costa cai com alguma ajuda para dizer o mínimo Marcelo Rebelo de Sousa Luís Montenegro Vence as eleições e os dois Marcelo e Luís Montenegro e percebem que T de conviver Tem de se entender tem de se entender Hum mas a diferença de perfil entre António Costa e Luis Montenegro é ainda muito difícil encaixar para Marcelo rubel de Sousa e e temos H visto eh temos notado e esses pequenos desconfortos vou chamar-lhes pequenos desconfortos e por exemplo a crise das urgências tivemos aquela visita aquilo quase que parecia uma Embaixada Portuguesa ao Papa aquela visita ao hospital de de Santa Maria em Lisboa e pairou uma dúvida por exemplo acho que esta dúvida Dá é um bom exemplo desse desconforto era foi o primeiro-ministro convidar o presidente a ir ao hospital ou foi o presidente que disse ó senhor primeiro-ministro temos de ir ao hospital e vamos os dois parece que já foi noutra vida desde da tragédia inos passando pela pela fuga de cinco reclusos de Val dos Deus mas no verão estávamos portanto há poucos meses estávamos a discutir outra vez a crise Nas urgências e nessa altura o governo estava debaixo de muita pressão h o que sabemos desse Episódio em que Marcelo Reel de Sousa acompanhou Luís Montenegro numa visita ao Hospital de Santa Maria com a ministra da Saúde H claramente e foi essa a intenção de dar uma palavra de conforto e de alguma serenidade a quem assistia como nós assistíamos todos aos sucessivos casos de complicações das urgências enfim h e nessa altura ficou exatamente essa dúvida seria teria sido luí Montenegro a procurar o colo de Marcelo Rebelo de Sousa ou teria sido Marcelo Rebelo de Sousa a dar colo ao governo o que sabemos hoje é que a resposta será algunos no meio Marcel R Sousa há muito que vinha dizendo ou fazendo saber junto do do luí Montenegro que era preciso dar uma palavra aos portugueses di dizer que as coisas não estando a correr maravilhosamente bem eh porque o governo se teve calado durante muito tempo exatamente e era preciso dar um sinal precisamente para não criar o tal alarme social que Marcelo ril Sousa queria evitar Luís Montenegro achou durante muito tempo que não tinha de de prestar essa esse esclarecimento ou ou dar essa palavra ao país e depois algures a meio eh do caminho Luis mon terá mudar de ideias e aí sim convidou Marcelo Rebelo de Sousa a juntar-se a ele numa visita ao Hospital de Santa Maria então e agora nos incêndios como é que foi que também vimos os dois eh lado a lado em declarações públicas precisamente é um padrão que se repete eh na altura no momento delicado no primeiro Grande Momento delicado do Governo foi durante o verão com a crise das urgências Marcelo Rebelo de Sousa apareceu ao lado Luís Montenegro precisamente para dar para lhe emprestar alguma popularidade que Marcelo rbel do su ainda tem naturalmente alguma autoridade Quem é presidente da república já quase Há 9 anos eh e agora nos incêndios Montenegro convidou Marcelo Reel de Sousa a presidir ao conselho de ministros extraordinário e Marcelo seu eh dá total conforto ao governo dizendo que concordava inteiramente com as medidas que luí Montenegro iria anunciar portanto Houve aqui um cuidado de envolver o Presidente da República nesta resposta aos incêndios E na resposta que diz o governo pretende dar para evitar que esta situação se repita portanto aqui o padrão é o mesmo no momento delicado para o governo durante a crise eh Nas urgências e também a agora na resposta aos incêndios Montenegro procurou sempre Marcelo Reel de Sousa procurou sempre a popularidade e a autoridade do Presidente da República apesar de e de certeza que falaremos disso mais à frente o dia a dia Se quisermos entre primeiro ministro e Presidente da República não é feito desta cumplicidade tão estratégica e já voltamos a conversa com o editor adjunto de política do Observador Miguel Santos carrapatoso até que ponto pode ser complicada esta relação entre presidente e primeiro-ministro e sobretudo Que consequências podem Adir [Música] daí todo este espaço onde é a casa está cercado temos altos Esta é a história de como os nazis tentaram retar em Cascais o rei inglês que abdicou do Trono por amor Será que enfrentar acordo parcial se não se apresentar Neste País uma carta humilhante todas Estas pessoas poderiam estar a funcionar a para um lado para o [Música] outro um rei na boca do inferno é uma série para ouvir em seis episódios que faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim s Chaves com banda sonora original de Cláudia Pascoal pode ouvir todos Episódios no site do Observador nas plataformas de Podcast ou no [Música] YouTube os podcast Plus do Observador tem o apoio daqu a estamos de regresso à conversa com Miguel Santos carrapatoso editor adjunto de política do Observador Miguel Já conseguimos perceber que ao contrário de uma certa cumplicidade que víamos entre Marcelo e e António Costa eh na relação eh entre Montenegro e e e Marcelo há mais reservas há mais formalismo até na forma como os dois se relacionam Pelo menos é o que é o que é o que vamos ver e estavas a falar disso agora mesmo Hum e há também ou não diz-me tu alguma Ou pelo menos isto sente reserva por parte do primeiro-ministro de partilhar pensamentos estratégias com o Presidente da República é quase como se Montenegro optasse por apresentar ao presidente aqui está o Pacote a o pacote b o nome a ou o nome B é este e não há mais discussões é isso luí Montenegro tem horror a fugas de informação é um primeiro-ministro que controla muito os momentos de atuação do governo centraliza muito partilha pouco houve muita gente é certo mas quando é para tomar uma decisão e isola-se e toma a decisão praticamente sozinho hum isto reflete-se também na relação que tem com o Presidente da República talvez ao contrário de António Costa Luís Montenegro reserva muito mais a informação que partilha com Marcelo Rebelo de Sousa e isso cria algumas frustrações há um caso Evidente e que já foi noticiado H que foi a nomeação de Maria luí alquerque como comissária Europe europeia Marcelo V Sousa foi informado minutos antes ou talvez horas antes de Luís Montenegro tornar público a intenção de nomear Maria Eliza alquer obviamente isso para um presidente da república que estava habituado a estar também ele no centro eh da das operações estar muito próximo de António Costa ter muito acesso à informação ter acesso a alguns ministros do governo de António Costa eh e agora ver-se eh de alguma forma isolado e afastado desse fluxo de informação isso frusta muito o presidente da república e isso é ainda mais relevante quando estamos em plena discussão do perfil e do nome do próximo procurador ou Procurador Geral da República é verdade e nós tivemos já a oportunidade de de de falar sobre ISO e descrever sobre isso para Marcelo rbel de Sousa nesta altura do campeonato já era suposto a ver muitos mais sinais pelo menos sinais de quem seria o sucessor ou sucessora de Lucília gago António Costa no processo de de escolha da sucessora de Joana Marques Vidal passou cerca de 1 ano a refletir a transmitir algumas algumas impressões a Marcelo Reel de Sousa portanto houve ali um período estendido em que os dois iam falando sobre o perfil sobre quem é que poderia ou não suceder a Joana Marcos Vidal e agora até à altura em que gravamos este Episódio H Marcelo Reel de Sousa sabe muito pouco do que vai pela cabeça de Luís Montenegro e isso é uma preocupação Evidente da parte de Marcelo ril de Sousa os sinais aliás eh que foi dando são públicos já foram já tiveram Eco aqui no observador mas noutros jornais também em que há um desconforto crescente por esta reserva que Luís Montenegro tem usado num tema tão sensível como a escolha do próximo ou da próxima procuradora Geral da República sendo que a decisão última é do Marcelo ril de Sousa não é preciso lembrar disso E e essa aí será deixa-me ver se se esta imagem pode ao nosso funcionar e perante o que Estás a dizer e perante o que conhecemos de Marcelo de Sousa Marcelo de Sousa está-se a sentir um bocadinho rainha de Inglaterra neste processo sendo que ele tem mais poder do que a rainha de Inglaterra não é tem e e Marcelo ruel de Sousa tem ou pode vir a ter a chave do [Música] desbloqueio parlamentar basta imaginar que em casos orçamento do do chumo do orçamento do Estado Marcelo R de Sousa decidirá se dissolve ou não a assembleia da República se convoca ou não eleições antecipadas portant em última análise e em primeiríssima análise aliás é ele quem quem de facto tem a chave do atual eh cenário político ao contrário do que acontecia antes com o António Costa tinha uma maioria absoluta e portanto estava muito mais solto e e era muito mais autónomo do que eh Luís Montenegro que não tem uma maioria parlamentar como sabemos a questão é que Luís Montenegro pelo perfil que tem e pela forma como está a impor a sua liderança e a sua forma de conduzir o governo tem deixado eh muitas vezes de parte o Presidente da República não procura no presidente da república como António Costa procurava naquela primeira legislatura em que estava ainda a tentar afirmar-se à frente da da da da extinta geringonça eh Nessa altura houve uma preocupação estratégica também da António Costa de procurar a bênção de Marcelo Rebelo Sousa Luís Montenegro apesar de precisar dela procurado outro caminho um caminho de afirmação eh da sua própria imagem como primeiro-ministro e vemos isso a ser refletido por exemplo pelos estudos de opinião que já mostr uma grande popularidade do primeiro-ministro até a cimma do do próprio partido portanto eh estrategicamente Luís Montenegro está a ser bem sucedido na afirmação da sua própria imagem atendendo às sondagens naturalmente eh e depois é pelo próprio pela própria personalidade pela forma como se moldou como líder partidário é alguém que centraliza muito a informação até dentro do do próprio governo Há muitos ministros que eh eh só sabem determinadas decisões já muito em cima da horaa H portanto se isso existe dentro do governo eh imaginamos nós o que será também com a relação entre São Bento palá entre Palácios mas isso leva-nos aqui à derradeira pergunta eh essas eh essa forma essa relação complicada como lhe chamamos pode ter consequências políticas também costumamos dizer que os políticos não podem ter estados de alma não é portanto há uma relação institucional entre o presidente da república e o primeiro-ministro pode vir alguma consequência política dessa forma como os dois se relacionam pode e nós tendemos a ter sempre uma visão muito Valente de Marcelo Rebel de Sousa porque o Presidente da República construiu essa imagem uhum ah mas não nos podemos esquecer que durante o período de coabitação com António Costa Marcelo Bel Sousa Fez muitas maldades ao governo e em alguns momentos Apesar de o Tom dominante da relação ter sido positivo em muitos momentos Marcelo rubel de Sousa encostou António Costa à parede e pôs algumas cascas de banana pelo caminho e portanto poderemos imaginar que eh se Luís Montenegro insistir num uma estratégia de H distanciamento e portanto podemos imaginar que se Luís monegro insistir neste afastamento estratégico em relação a Marcelo rubel de Sousa o Presidente da República pode responder na mesma moeda e como dizíamos H há instantes é ele quem tem o o último poder é a última palavra em muitos momentos sobretudo num governo que é tão frágil do ponto de vista do apoio parlamentar e portanto Luís Montenegro não querendo procurar esse ativamente esse conforto de Marcelo Reel de Sousa chegará o momento e já teve dois episódios falávamos deles há instantes a crise Nas urgências e agora os incêndios existirão seguramente outras crises qualquer governo independentemente do partido que o compõe enfrenta dificuldades ao longo do do do mandato e é importante ter em Belém um aliado eh Montenegro pode estar aqui ao insistir nesta ideia de que Marcelo Rebelo de Sousa deve estar e isolado na lá na casa dele pode estar aqui a correr um risco Porque no momento em que precisar e vai precisar seguramente do apoio de Marcelo R de Sousa o Presidente da República pode puxar o tapete Obrigado Miguel obrigado Ricardo Miguel Santos carrapatoso é editor adjunto de política do Observador esta foi a história do dia a sonoplastia é do Pedro Oliveira a música do genérico do João Ribeiro eu sou Ricardo Conceição até amanhã [Música]