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[Música] como é que uma língua se liga à cidadania à defesa da Democracia ao Desenvolvimento Social à salvaguarda das línguas indígenas que projetos são estes por exemplo das escolas de Fronteira como é que se protege o português no Oriente da Índia ao Japão e como é que se protege o português na érea da Inteligência Artificial Ana Paula laborinho professora Universitário doutorada em estudos literários foi diretora do Instituto Cultural de Macau onde viveu 14 anos foi 7 anos Presidente do Instituto Português do oriente e oito do Instituto Camões é a primeira diretora Nacional do oei organização de estados iberoamericanos para a educação a ciência e a cultura entidade que congrega-se 23 países e celebra o 75º aniversário já este mês de outubro na Oi Ana Paula é diretora de do multilinguismo e promoção das línguas portuguesas e Espanhola no mundo hoje é Nossa convidada estra e vaios falar dos seus projetos da Segunda Noite da literatura ibeiro Americana a decorrer em Lisboa já esta quinta-feira Olá Ana Paula bem aja por ter aceitado este meu convite bem-vinda à rádio observador Olá João Paulo é um gosto enorme estar aqui eu tenho uma grande admiração também pelo seu trabalho muito obrigado agradeço-lhe a sua licenciatura portanto é em filologia românica tem sempre ligado à Faculdade de Letras e onde aliás é professora tirou o mestrado depois em Literatura francesa aqui entra o Celine e a se e a sua seu ter gosta muito é doutorado em estudos universitários também pela Faculdade de Letras aqui em Lisboa e h a sua tese tem a ver com estudos literários é muito engraçado porque porque estudos sobre e os descobrimentos portugueses foi a sua tese a narrativa de viagens a literatura portuguesa quinhentista Fernão mes Pinto nós temos de facto grandes obras deste tempo é é um é um autor que precisa ainda de ser recuperado eu considero que ele é a outra facee de Camões nós não o vemos muito assim mas a verdade é que ele eh para além do da obra extraordinária que nos deixa que é um relato extraordinário um testemunho mas é também já um relato de ficção não é a questão da mentira porque a ficção tem sempre na sua base verdade é a maneira como ele já consegue eh descrever fazer descrições narrativas Olhe que é de tal maneira inovadora que essa de Ciro séculos mais tarde vai repetir alguns destes processos e de facto eh pensar que já agora O fazer também a Apologia do Fernão Mendes Pinto eh foi um bestseller na sua época foi eh teve na altura ainda mais edições e traduções que que o cantes Ah não sabia ia perguntar isso exatamente o dom quichote o dom quichote é claro que Dom quichote é claramente uma ficção mas este foi eh e o que é muito engraçado é que ele é lido de diferentes formas no uns sítios é lido como uma uma história maravilhosa noutros sítios é lido como um relato verdadeiro e de facto dá para tudo e eu acho que é uma obra que ainda falta cada vez mais estudar e até introduzir eh nos alunos mais jovens como é que na Ásia ele é lido Ana Paula como é que é em Macau na Índia neste g de países por onde passou e on com os quais trabalhou como é que eles leem este a peregrinação chega lá eh chega chega a peregrinação continua a ser editada e traduzida eh e há traduções nas diversas línguas em chinês em em em japonês nas diversas línguas e o que é muito interessante é que algum trabalho que tem sido feito hoje em dia eh sobre as fontes as fontes eh de cada um destes países mostram que afinal ele não mentia Afinal muitas de tem muita de verdade lá dentro tem muito verdade e muito é mais a forma extraordinária como ele conta que faz daquilo uma obra parece imaginá é as cidades imaginárias mas hoje as fontes que se conhecem quer do da Tailândia do seão quer do cambodja eh quer naturalmente da China que tem ali uma parte muito importante mostram que muito do que ele contou efetivamente também se encontra cont nosis incrível e este este foi investigador do Centro de Estudos comparatistas isto aqui que é que se compara aqui isto Qual é o objeto deste deste Centro de Estudos estee Centro de Estudos naturalmente os estudos comparatistas é uma área de conhecimento em que temos e eh em que temos uma leitura mais transversal do literário e há projetos como vou-lhe falar do projeto que eu ainda tenho acompanhado que é o orientalismo português cois aliar já começou em 2010 2010 2015 período em que exatamente o orientalismo h que há alguma coisa que nós eh não analisamos muito ou não temos analisado agora Felizmente há um grupo de jovens eh que trabalham sobre isso porque não é o é o Oriente lido pelos portugueses sobretudo nos séculos X e XX nós fomos mais tardios que o resto da Europa o resto da Europa H teve ali um grande interesse pelas chamada chinas ri japon ri eh desprezavam um bocadinho aqueles mundos mas ao mesmo tempo sentiam-se Encantados pelo pelação sobretudo a a arte a arte e eh deslumbrava os os exatamente os e artistas europeus portanto Houve essa testemunhos do V Morais sim mas houve essa essa onda podemos dizer que foi muito que em Portugal curiosamente foi mais tardia talvez porque Nós já tínhamos tido um contacto com esses mundos e portanto maisar dos primeiros não er er osin no caso do Japão e portanto Houve essa houve eh foi mais tardio Mas foi muito intenso também essa e falou em Venceslau de Morais que é muitas vezes um escritor que nós eh não não não temos muito em consideração que é valorizados por exemplo no Japão ao ponto eu estava no Camões quando recebi um pedido eh extraordinário eh da da da Embaixada do Japão que era a possibilidade de atribuir o nome de ven laudo Morais a um pequeno planeta que tinham descoberto por isso imagina até que ponto é que vai e o reconhecimento do fal magalhes que que é muito mais valorizado na lucil e nest país sim o o melão e é mesmo nos Estados Unidos é muito mais é muito mais exatamente e nós acabamos por não nos presar às vezes estas figuras maiores viveu 14 anos em Macau foi foi responsável pela língua e pela cultura portuguesa da Índia até ao Japão e tem esta grande paixão pela Ásia vem de onde Ana Paula esta olha Eh como muitas vezes nos acontece veio por acaso porque na altura fui fui por razões familiares fui para Macau h e e e e devo dizer que logo naquele primeiro mês em que eu ainda nem sequer estava a trabalhar e andava pelas ruas Sabe aqueles encontros em que nós sentimos que este é o meu lugar sim e foi isso que se passou identifiquei senti senti e depois foi um tempo eh incrível porque foi foi aquele final da da da pres [Música] para depois da da transferência havia um deadline E daí que eu estive ligada desde Olhe desde a criação de uma academia das artes visuais que não existia até depois à criação do Instituto de de língua portuguesa na universidade de Mac também não existia até depois anos mais tarde a esse Instituto que foi já pensado na no sentido de e que felizmente ainda existe e perpetuar que a ideia era perpetuar um bocadinho essa que absorver muitas competências que na altura eram do governo eh da administração Portuguesa e que agora tinham que passar para alguma entidade e foi nesse sentido de futuro de de construção de pensar o futuro que se criou o Instituto portugês do oriente além que era professora também na universidade de Macau profess eh não fui sempre professora nesta fase eh do do do ipor eh era muito muito absorvente do Instituto Português do oriente que ainda hoje existe que por exemplo a livraria Portuguesa em Macau pertence ao Instituto Português do oriente eh em que nós começamos os cursos de língua portuguesa porque se pretendia manter essa essa essa dimensão portanto foi Um perío M muito exigente mas que teve essa esse lado muito muito interessante também que era fazer de Mac já já acontecia mas agora depois da administração Portuguesa era preciso reforçar essa ideia de Macau como uma plataforma giratória para a língua e a cultura portuguesa ali em toda a Ásia ex sente sente que muito do que ficou feito deu e ainda dá frutos eu Pens ou sente as coisas a perderem-se um bocadinho não não não não sinto a perder acho que tem uma nova perspectiva desde já eh eh eh é preciso dizer que eh quem eh Quer ver eh um lugar onde Portugal e os portugueses são valorizados vai à Ásia porque de facto nós vamos à Ásia e quando somos sim quando dizemos que somos portugueses É extraordinário ir a malaca ir ir às à Ilha das Flores enfim eh mesmo ao Japão a forma como nos tratam É extraordinário no Tibete não me falaram dos Jesuítas imagina exatamente dos Jesuítas os primeiros eu quando cheguei a malaca à à lá a à à nossa presença portuguesa à comunidade eh o Senhor chamava-se António de Alcântara e então eu estive lhe a explicar o que é que era Alcântara que era um que era um porto e tal e ele estava entusiasmadissima mas H é muito interessante eh e hoje com compreendemos cada vez melhor que Pequim a administração Central percebeu deste princípio que Macau podia ser ali uma plataforma importante de Formação em português Claro que não era só por Portugal tem muito a ver com os seus interesses na em todos os países de língua portuguesa nomeadamente no Brasil e em África ang e por isso curiosamente eu vivi um período que foi um pero difícil mas ao mesmo tempo muito interessante que foi a a a a fase em que a administração portuguesa saii essa transição e em que praticamente eh o cônsul e eu mais ou menos na qualidade de viculo Éramos as únicas entidades oficiais e foi um período duro em que eh parecia que tudo iria desaparecer rapidamente e é e e são as autoridades de de Pequim que dizem não não nós nós queremos eh salvaguardar os macaenses e quereremos que a sua forma de vida a sua forma de vida marcas da cultura também as suas as suas marcas culturais e queremos sobretudo que seja uma plataforma para a aprendizagem do do português h e assim nomeadamente para a tradução português chinês havia um conjunto de entidades que depois já estavam já trabalhavam com com universidades portuguesas por exemplo o instituto politécnico de Macau que trabalhava com eh com a Universidade de Aveiro e eu penso que esse sentido de de eh de interesse é está bem patente sim aliás o português é a quinta língua mais usada na internet a terceira nas redes sociais no Twitter no Facebook É extraordinário no mundo mas repare parece que viam essa importância também só Sim eles vem a 100 anos não é e e e só isto quando eh eh fizemos a transição em 1999 Havia três universidades na china onde se ensinava português neste momento são mais de 50 é impressionante por isso nestes anos de fact espalhadas pelo pelo território espalhadas pelo território de facto a China tem investido imenso na formação em português até ao nível já de Formação eh avançada doutoramentos etc portanto desse ponto de vista eu Julgo que esta liga ligação é uma ligação que se mantém há outra há outra há eu lembro por exemplo também do Vietname falavam muito do do alfabeto deles foram os portugueses que introduziram se não me engano também Jesuítas ex ex foram os Jesuítas que introduziram aliás ainda há os os cbes sinais diacríticos que são os nossos acentos os circunflexos e tal as cilhas os eh que ainda existe na no no no alfabeto viam vietnamita h e El Fizeram a romanização coisa que não se passou com oos chinês portanto é uma língua romanizada mas que se foi muito construída a partir também dessa experiência do português e outra coisa era que também me lembro Ana Paula no sri Lanca muitos os substantivos muitos muitos muito além dos nomes que os nomes é óbvio mas também na Índia não é mas muitos substantivos roupa casaco camisa era palavras portuguesas no meio do SIM galês de repente também pão sim C exatamente exat também encontra essa ligação no Japão como é que era lembro de uma história su H ver com o Natal em Xangai Como é que os chineses celebram o Natal lá isto estamos a falar nos anos 90 já há os aninhos olha h mais recentemente celebram um pouco não como nós porque não tem esse lado de religiosidade mas adoram a festa e portanto eh sempre houve eh festas de de Natal mas junto a a família por exemplo tem esse lado também ou não Não tanto não tanto é mais a festa pel uma coisa social eh uma uma história minha é que eh eu conheci a China em 88 e uma a China em 88 eh lembro-me por exemplo de ir a universidades onde o reitor ainda vestia segundo aquele traje habitual de MZ Tung h e portanto ainda a cultural exatamente portanto a revolução cultural ainda estava muito presente na China o que eu acho extraordinário e foi nesse nesse caso que fui a fui a Shangai passar o passar o Natal tinha porque também enfim era o período de férias eh e e e Shangai comparar o que era Shangai nessa época e o que é hoje é eh é mesmo dia para a noite porque Shangai Nessa altura não tinha luzes ainda portanto estava tudo escuro I um hotel ao cim do hotel e a cidade era toda escura portanto não tem nada a ver met uma Metrópole absolutamente extraordinária e só que ainda havia aquela coisa interessante de muitas lojas que eram quase museus em que nós tomávamos chá nos nos contavam a hist de cada peça portanto comprávamos peças e nós tínhamos que estar e Com muito gosto a ouvir a história geralmente pessoas que eram tinham sido antigos professores de história alguns que falavam ainda línguas europeias enfim e nessa altura a minha filha que era pequena tinha o ou n anos nós encarregamos coitada de trazer Dois potes Dois potes eh só que o que aconteceu é que nós fomos ainda para uma outra cidade não se pode ainda calcular como é que aquilo era muito bonito angou mas muito difícil de lá chegar e o avião que era o último dia do ano não pisou ali eh e nós corríamos o risco de ter ali ficar vários dias bom eu lá exercia pressão eh ocidental tinha sido Tiana Mena há pouco tempo e disse vocês eh não podem proceder assim têm responsabilidades eles fizeram aterrar um avião de propósito para nos levar e lá fomos E lá regressamos nós com com a minha filha de lá com os dois potos só que eh regressamos a Cantão e não a Hong Kong ainda tivemos que ir para para h con com isto tudo perdemos os barcos para para a ligação paração maau e não tínhamos dinheiro que é uma coisa que eu nunca mais voltei a fazer não tínhamos dinheiro para comprar para o para o barco de modo que o meu marido foi até Macau buscar o o o dinheiro só havia dinheiro para um voltou to entretanto também tiveram pena de nós porque a minha filha lá continuava com os Dois potes e lá nos deixaram ir e Passamos o fim de ano o meu marido a ir para um lado e nós a ir para outro com os Dois potes quando chegamos a casa eu não tinha Chaves portanto tivemos mesmo que ficar ali à espera E aí Coitadinha da minha filha Chorou Chorou mas dizia mas os potes estão inteiros era o que eu mais preocupava tem esta grande paixão plasia foi o que falou foi presidente do Instituto Português do oriente e e também Oriente onde chegou a comer cobra também não nunca provou cobra é o melhor é verdade que me deram cobra maaco não uma coisa que com sim sim é É verdade que me deram cobra frita e eu julgava que era peixe frito só depois é que percebi o que era mas enfim já tinha mas já tinha comido e tinha apreciado enfim o psicológico sobrepõe-se a gustativo Ok e além das cerimónias protocoles do Japão Imagino com com com a saia travada naquelas cerimónias do chá é verdade é verdade é verdade é verdade e eu ainda não estava bem habituada ao que me esperava de de modo que fui com uma saia muito travadinha na altura era muito jovem e quase que nem consegui comer porque estava cheia de medo que que a saia se rebentar visto que eu tinha que estar sentada no chão muito bem foi presidente do Instituto Camões estamos a falar desde 2010 até 2017 entante o Instituto Camões mudou do nome para Camões Instituto da cooperação e da língua mas de facto de fact esta promoção na Língua Portuguesa em 50 países envolve 360 instituições de ensino superior hoje em dia já mais hum com centenas de docentes e 90.000 tinha aqui este número 90.000 estudantes e devem ainda ter mais a gerir esta esta rede de de ensino de português no estrangeiro eh h e de facto o português tem esta grande grande importância falamos agora da oei organização dos Estados iberoamericanos para a educação a ciência e a cultura Isto foi aconteceu já e foi criado e fundado já depois da da segunda guerra H este lema é fazemos a a cooperação acontecer que é muito importante esta a inclui 23 estados estados membros não é e 19 escritórios nacionais a sede aqui em Madrid não é uma organização política mas trabalham com os governos e com outras instituições tem esta missão e de redução do analfabetismo foi contribuiu muito para isso empoderar os falant as línguas tem tem este grande Impacto tem projetos como a digitalização da da educação H este projeto um projeto muito curioso da da de procurar que a a linguagem eh da administração pública Seja mais clara mais próxima dos cidadãos isso é uma coisa muito bonita também eh e no fundo também cá está é uma forma de construção da Democracia é muito importante os tribunais falarem Claro para para para para as pessoas é como em Espanha por exemplo isto não não é não estamos a falar no país estranho em Portugal também já se começa é muito importante nós fomos um dos últimos a aderir nós começamos em 2017 aderimos 2018 nós aderimos em 2002 também é verdade fomos dos últimos mas só abrimos o escritório em 20177 para começar a funcionar depois no ano seguinte e eu queria dizer tem sido uma aprendizagem extraordinária trabalhar numa organização internacional desta forma h e e e e ten um orgulho muito grande no trabalho que desenvolve e na forma como o procura desenvolver muito sempre em função eh dos nossos beneficiários em função das pessoas e das suas necessidades a verdade é que acaba por ser uma organização política porque eh é intergovernamental é eh os os representantes eh dos países são o conselho diretivo que aprova os os programas de atividades e o o meu secretário geral Mariano roner acaba de de falar na na assembleia geral das Nações Unidas Porque nós já somos também observadores da da da assembleia geral e eh ele tem sempre muito esta preocupação eh da educação como o o o grande motor do desenvolvimento da redução da pobreza h e e e de facto sendo uma região muito diversa aquilo que que tem sido muito interessante eu tinha o o o que Foi estabelecido entre a Oi e o governo Português foram três grandes prioridades a primeira era mais cooperação no espaço iberoamericano onde nós temos dois importantes parceiros o Brasil e e e Espanha Portugal aliás tem esta esta característica extraordiná da ligação entre a África e América Latina não é uma plataforma de Lu nós somos uma plataforma de luz que também também eh eh é o era o segundo objetivo era que nós fizéssemos a partir de Lisboa a triangulação com a cplp e a verdade é que fomos a primeira organização internacional a ser observador associado da cplp eh e trabalhamos de uma forma muito muito próxima com com eles eh eles S nossos parceiros em muitas iniciativas também aqui nesta noite da literatura iberoamericana e o terceiro objetivo tinha a ver com a língua portuguesa porque era uma organização eu devo dizer que há 7 anos quando entrei vai fazer 7 anos a organização era inteiramente de língua esp tudo em espanhol sim e hoje em dia e e é preciso também contto com o português também é preciso referir muito por iniciativa do do secretário geral nós hoje somos uma organização biling de referência e praticamente todos os nossos documentos estão nas duas línguas e Temos esta característica que é foi criada a direção Geral de multilinguismo e de promoção do português e do espanhol e essa é a única direção geral que não está em Madrid está em Lisboa de modo que eu ocupo os dois lugares de diretora do em Portugal e também diretora geral houve esta terceira conferência internacional das línguas portuguesas e esp no no Paraguai onde já se incluiu aliás três línguas com o Guarani também é muito curioso Guarani e já agora aproveito para anunciar porque eu cheguei há 15 dias de Cabo Verde quando fizemos essa conferência no Paraguai em três línguas havia uma presença nomeadamente do reitor de de de da da Universidade de Cabo Verde também de um grande artista o Mário Lúcio também estava a c foi noss convidado aqui muito bom estava a cplp foi ministro da cultura aliás um grande escritor um grande músico e lançou-se a possibilidade de realizar a próxima conferência vai ser em Cabo Verde porque Cabo Verde pertence a a um espaço que é macaronésia onde estão as Canárias Onde está e a Madeira os Açores e portanto é também ali uma plataforma importante de línguas não só não só estas mas também as próprias línguas eh nomeadamente o cabo verdiano de modo que eu acabei de regressar de Cabo Verde e está confirmada a realização desta quarta conferência em Cabo Verde a Oi tem tem tem três 13 projetos em execução em Portugal eh o próprio governo português definiu uma uma terá sido governo português definiu esta prioridade para para a oei a questão da educação para a cidadania a importância de de porque de facto havia li uma coisa sua a dizer que há um grande descontentamento com as democracias por par dos jovens Isso é uma preocupação devia ser CL devia ser eh e nós temos vemos está muito em risco hoje em dia não é nos últimos anos e repar que mesmo mesmo ao nível da da daquilo que tem estado a ser discutido nas Nações Unidas o pacto para o futuro esse pacto tem também uma declaração sobre as gerações futuras e tem uma grande preocupação com essas gerações futuras e até com uma Justiça intergeracional porque a verdade é que estes jovens também se sentem muito eh eh prejudicados podemos dizer eh pela situação que nós eh lhes deixamos lhes criamos E daí que a organização também ten a criado uma linha já existia há muito tempo uhum educação e direitos humanos mas agora é um programa reforçou precisamente Direitos Humanos democracia e igualdade eh e temos muitas iniciativas muito centradas nos jovens enfim também eh mulheres eh porque é uma situação que não está resolvida mas muito virada para os jovens neste sentido de também para que serve a democracia de de trabalharmos com eles eh esta questão da Democracia porque a verdade é que eles muitas vezes sentem-se defraudados com a democracia se calhar com alguma razão e se calhar com alguma de facto tem tem que ter as ferramentas certas para combater esse descontentamento E e essa demissão não é porque eles não ligam muito à política não tem bons exemplos não Provavelmente é é isso aliás nós temos indicadores eh sobretudo na América Latina mas se calhar também os podemos estender à própria Europa dessa dessa sensação de que os grandes valores que nós associamos à democracia não lhes proporcionar uma melhor vida eh E é isto que este descontentamento E é isto que nós exatamente tem tem que sobretudo trabalhar-se com eles eh esse esse eles têm que ter os governos têm que ter uma especial atenção a incorporar a voz dos jovens nos na nas decisões porque a verdade é que nós estamos a tomar decisões que vão ter Impacto neles já não vão ter impacto provalmente em nós de modo que esta participação ativa dos jovens e e e como disse nas Nações Unidas agora no na simeira do Futuro o pacto do Futuro inclui também uma declaração que tem a ver com os jovens deve ser a nossa principal eh preocupação neste são os nossos Aliados mas também são aqueles que vão construir Afinal esse futuro com com com todas estas questões de de refugiados e de e de migrantes Ana Paula as nossas creches e as nossas escolas estão cada vez mais multiculturais multil isso traz algumas dificuldades mas traz sobretudo grandes vantagens mudou de facto o paradigma sim mudou H Eh claro que isso também implica são desafios até do ponto de vista didático pedagógico tem que se formar também para essas situações que não são fáceis eu tenho ouvido que o Governo está muito atento a a esse a esse aspeto e que vai criar inclusivamente uma esp de tutores que vão ajudar também essas a integração Esse é um as mobilidades Ou se quiser as migrações o que quiser vai ser um um traço comum comum eh do mundo no mundo Nós deixamos cada vez mais de uma forma ou de outra vamos vamos ter mobilidades vamos chamar mobilidades no plural umas umas mais desejadas outras menos forçadas temos alterações climáticas precisamente Portanto vamos ter vamos ter migrações ou mobilidades eh e portanto temos que nos preparar para para tudo isso eh e tirar o melhor partido e eu penso que a língua portuguesa é uma língua é a língua mais falada no hemisfério sul Claro que tem a ver com o Brasil mas é uma grande responsabilidade porque as línguas e permite-me dizer-lhe isto as línguas são poder e nós vemos como o inglês tem assumido muito o poder através da como língua H é preciso também que outras línguas nomeadamente aquilo que hoje chamam as línguas globais Como o português como o espanhol é preciso também que se afirmem Porque isso é uma forma de empoderar os seus falantes portanto temos aqui uma grande oportunidade mas uma grande responsabilidade de valorizar as línguas e promover também a cooperação entre línguas não é elas desaparecerem cada língua tem o seu espaço mas por exemplo duas línguas Como o português e o espanhol podem cooperar eh olhe neste domínio da inteligência artificial em que não vamos conseguir sozinhos superar os desafios e que se calhar precisamos aqui de cooperar entre línguas próximas muito importante também e falou nisso esta questão da inteligência artificial para H mesma aliás encontros para que não se perca o nem o português nem o Castelhano eh não sejam não fiquem perdidos nestas traduções automáticas e nestas no futuro eu a tradução sim sim a tradução automática mesmo assim vai fazendo o seu caminho provavelmente outros domínios são mais problemáticos e é preciso que e a a inteligência artificial vive muito de dados ou vive essencialmente de dados e quem tem mais dados é quem avança mais depressa por isso é queum um inglês ou um chinês eh avançam tão depressa mas também há um forte investimento dos dos governos goos respectivos para agora eh Há línguas mais pequenas sei lá o Croata ou o estónio que também estão a investir portanto não é apenas uma questão de dimensão de línguas é uma questão de vontade política e eu estou certa que vamos fazer este caminho porque ele é essencial no futuro sei lá quando Nós pensamos que ao nível da saú ao nível da educação a inteligência artificial vai ter um papel relevante e é preciso que seja um papel positivo como tudo há os aspectos negativos mas é preciso que seja também que seja positivo não Vamos escapar a esta onda Então as nossas línguas têm que estar pres presentes é muito muito curioso este este é um dos projetos da Oi estas escolas interculturais e bilingues de Fronteira isto era um projeto que existia H se est me engado no Brasil já já há 15 anos tinha havido eh aliás há quase 20 o Brasil e a Argentina e depois O Uruguai juntou-se e a Venezuela e o Paraguai eh muito bonita esta questão dos professores atravessavam as fronteiras E durante uma uma semana mudavam trocavam de escolas e e cá também aconteceu isso e está a acontecer entre Portugal e Espanha sobretudo aqui não é igual o modemo não é exatamente igual mas est entre andalusia estremadura a Castilha Leon e a Galiza Mas devo dizer que é dos projetos mais comoventes que o tenho acompanhado claro que no caso da da do Brasil com os países limítrofes o que se passa é que são as chamadas fronteiras secas em que as pessoas nem sabem bem se são de um país ou de outro e o Brasil permite que os alunos possam mesmo de outro país possam vir frequentar as suas escolas portanto isso era uma uma forma também de de dos professoras irem de um lado ou do outro e de e de conseguir melhorar até os indicadores até porque estão ali em comunicação no caso de Portugal e do espaço eh é é a maior fronteira europeia e e nós vemos que há muitas relações ali de Fronteira mesmo assim ainda nos desconhecemos muito eh e ter feito este projeto onde já temos neste momento mais de de de entre escolas e agrupamentos escolar já já são mais de 50 H em que neste caso dos dois lados da Fronteira desenvolvem o mesmo projeto e trabalham o mesmo projeto e conhecem-se uns aos outros para se conhecerem melhor partilha de experiências trocam conhecimentos sobre a cultura e a língua e mas também eh nesta perspectiva falamos há pouco das questões éticas e da Democracia nesta perspectiva do respeito pelo outro e do conhecimento do outro que é muito interessante depois promovam estes encontros como aconteceu em cinto de lmia na Galícia por exemplo l e as pessoas depois trocam descobriram-se os rios o carnaval a flora a fauna as canções os monumentos já já foram de um lado e foram do outro e e e acabou por Hair estas esta ligação muito grande que vai vai continuando agora a acontecer todos os anos vamos este ano Vamos retomar e queremos que sempre com mais força com mais com mais participação H é muito engraçado porque um dos projetos chamava-se os rios não têm fronteiras e tinha a ver com o guadiana e os peixes que andavam de um lado para outro ex não reconheciam as fronteiras não tinham passaporte o outro tinha a ver com o carnaval e o facto de aí era mais observar como é que era de um lado vi de outro como é que se vivia dos dois lados e a forma como professores eh que são os principais agentes de tudo isto como os professores e depois os alunos e os próprios pais se envolvem é eh eh é é de fact bonito e é importante é um bom sinal desta convivência nós temos agora um minuto Ana Paula para falar desta segunda noite da L lura iberoamericana que vai acontecer já esta quinta-feira eh eh o objetivo no fundo é levar a literatura contemporânea I beiro americana ao grande público de uma forma inovadora H uma organização da da oei e também da do do Se não me engano é co organizado pela Fundação José S pela Fundação José sarama prto vai ter este este o tema são a liberdade censura exílios e línguas estamos ainda nos 50 anos 25 de abril e eh e de facto e eh vai acontecer em vários sítios de Lisboa desde o c do Capitólio até a o Lobby do Hotel Tivoli a Instituto Camões Instituto cantes a fundação Jé sago tem 30 convidados de oito países Ruiz Afonso Cruz Ana Paula Tavares Carmen yanes poeti do doil o workshops de mediação de leitura vai acabar com este concerto de Teresa Salgueiro no Capitólio tudo isto é gratuito tem pessoas quando muito inscrevem inscrevem-se pó causa da lotação das salas numa palavra porque é que vai ser importante este este encontro esta segunda edição da da desta devo dizer que o modelo foi alguma coisa eh que eu que eu experimentei quando estava no Camões que é a noite da literatura europeia e viu-se como estes encontros em vários lugares mobilizam as pessoas Ora nós temos uma uma relação muito intensa no espaço iberoamericano eh em Portugal lê-se muitos autores da América Latina e eles tiveram também uma influência muito grande na na na nossa literatura portuguesa portanto há aqui muitas afinidades e e há e Há muitas as comunidades que estão também em Lisboa eh e que e que são destes países portanto é mais uma vez essa essa forma de encontro entre línguas porque não vamos ter tradução e vai ser tudo nestas nestas diferentes línguas da da do espaço iberoamericano e ao mesmo tempo eh um encontro que nos leva também a uma reflexão sobre o que é a cidadania eh e e o que partilhamos muitas vezes também partilhamos a memória da censura e a memória da repressão e como é que a literatura nos pode ajudar naquele caminho de que falamos também aos mais jovens a perceber que há esta história e é preciso que essa história não se repita muito bem Ana Paula laborinho quero agradecer muito a sua disponibilidade em vir aqui ao à rádio observador fica aqui este convite assim que nos ouve já sabe quinta-feira é a segunda noite de literatura hibero americana procuro saber todos todas as iniciativas que vão haver são muitas o que o programa tá todo disponível na net e especialmente aqui não posso deixar de de de fazer aqui um um destaque para este concerto o Jangada de Pedra chama-se assim este concerto de Teresa Salgueiro que que vai interpretar temas inéditos com poemas do Gesser mago Sebastião da Gama António gala ou António Machado musicador originais que vão ser do próximo disco dela e mais um digo já sabe então a a segunda noite então da literatura ibeiro americana Ana Paula Muito obrigado por estas novidades por estes projetos pelo seu empenho pela língua de facto o seu empenho pela língua traduz-se no empenho pela democracia e pela participação e pela riqueza que é esta língua que é Nossa pátria no funds junta não nos isola mas juntos aos outros e ao mundo inteiro Bem aja Muito obrigado até à próxim muito obrigada João Paulo [Música]