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seja muito bem-vindos a mais um popup o vosso bestseller radiofónico das coisas da cultura popular Estamos mais uma vez com Maria Ramos Silva Bruno viira Amaral e Pedro bu fentes esta semana estamos aqui para falar de livros e a desculpa para isto é Cell Rooney eh mas a irlandesa vai ser apenas o princípio desta conversa foi publicado na semana passada o livro interm eu aproveito sempre as palavras italianas espero aproveit mas não é muito bem mas obrigado e é o quarto romance de cally Rooney a irlandesa que desde conversas entre amigos e pessoas normais se transformou num sucesso de vendas um pouco por todo o mundo e esses livros já foram mesmo transformados em série eh pela HBO h e vamos começar por este lado da atualidade não é Eh Maria Ramos Silva tu que és uma daquelas pessoas que tê o jornalismo no sangue H houve houve muita antecipação de forma global e à volta deste livro filas à porta das livrarias eh Posso confirmar e acho que também foste testemunha de alguns desses casos de de eh muito interesse também em Portugal muita gente relativamente nervosa com isto e h eh muito à espera deste deste deste novo livro A C só deu duas entrevistas no mundo inteiro que é é como fazem as verdadeiras estrelas reduzem portanto falou com o New York Times e com o Guardian Hum que inesperado não é que inesperado também isso e e e a questão é no teu no teu genial entender porque é que a Cell Rooney é este fenómeno Até porque eu lembro-me do quando estreou eu acho que foi o o pessoas normais a série e publicamos aqui um texto J foi Asson Romana Nossa Eh cara amiga vai daqui um cumprimento para ela a dizer que tinha gostado mais da série do que do livro que não tinha achado assim o livro nada de especial é provável sim eh repara eu eu lembro sempre nesta nesta fase tenho lembrado muito daquela eh daquela personagem do do do Girls de da Len danam não é outra voz da sua geração em que aquilo abre com ela a dizer aos pais qualquer coisa como eu acho que posso ser a voz desta geração ou pelo menos uma voz desta geração eh e cada geração tem a sua Elas têm é curioso uma diferença de idades que são ali 5 anos S vo er que faz muita diferença neste caso não é H consigo perceber e que haja um fenómeno comacal ir un só para enquadrarmos um pouco que eu acho que sobretudo curioso é algo que penso que não não não encontramos muito por cá a cé R Unic começa por ser por publicar um ensaio não é numa revista literária em 2015 salvo o erro e e e uma Super Agente daquele daquela super agência do do famoso Chacal do Andrew wiy lei aquilo acha que aquilo é interessante aborda a sell Rooney e diz-lhe tem mais coisas vamos a isso vamos escrever aquilo acaba por ser disputado por sete publishers não é e portanto o resto é aquilo que que nós chegamos a ver hoje h eu eu em termos eu eu eu juro que dei uma oportunidade de facto à Cely Rooney Fui lendo ali a pelo meio de de Jorge Luiz borg que também não é fácil fui fui devorando ali as as conferências dos sete noites do borg portanto Admito que seja uma concorrência um pouco des pesado desleal mas a verdade é que te recorda uma coisa que é e de facto escrever pelo menos para mim e vai muito para lá daquela transcrição de oralidade quer dizer eu percebo que hja ali uma fixação eh e a reprodução de um conjunto de códigos eh que são comuns a uma geração e aquilo que é que é aquilo que nós falamos e vivemos hoje não é não estou à espera que que a Cell Rooney ou que uma qualquer Cell Rooney escreva como essa de caroos ou farmácia com ph para dar o exemplo mais mais básico Pode ser agora a H esperava mais de facto portanto não me surpreende um comentário como esse que tu citava da Susana que de repente a série acaba por ser mais mais interessante depois há todo esse outro lado mais pessoal se quiseres a c Quando publica esse ensaio acaba por dizer também bem eu arrependo-me um pouco de ter lançado isso é aquele velho paradoxo porque de repente saltei do Anonimato e depois as pessoas querem saber quem eu sou e e eu depois sou muito paranoica com a minha com a minha vida pessoal e entrre tanto Fui viver para o campo porque não quero ser assado quer dizer como se nós quiséssemos andar atrás da vida da C Rooney do marido que é professor de matemática quer dizer não é propriamente Aim kardash não é por mais voz que seja de uma geração julgo eu acho que é a bandeira de de uma autoconsciência excessiva que se quiseres também parece um pouco disseminada por uma geração pessoas ali na faixa da C Roney agora compreendo perfeitamente que seja até por este arcabo de de à volta ção de de enfim divulgação que esteja completamente na na ordem do dia e que interesse uma geração que que está muito alinhada também com a forma de pensar e de estar da cir Unic tem posições atenção para quem não gosta de estar muito em evidência depois acaba por ter posições políticas e sociais que são particularmente fraturante não é uma pessoa que diz que gosta muito do Jeremy corbin que é marxista assumida que proibiu a tradução pik dos seus livros portanto para alguém que quer estar só no campo descansadinho eh não é propriamente uma voz em silêncio as histórias têm muito a ver precisamente com essa tal geração do que estás a falar sim assim um tal final de Capitalismo como lhe chamam não é de dramas de deí vimo capitalismo tardio exatamente nãoé o dia a dia a vida patética da burguesia por aí fora não é no fundo há pouco falávamos aqui um pouco em em ofco o Bruno esse velho lá o que que vais dizer que fal filão não que é perfeitamente partilhável não é de de Miúdos Miúdos não tão Miúdos que per pensem e que usufruem de um certo privilégio e que sustentam e alimentam esse privilégio e que se entretém a escrever sobre Outros tantos privilegiados é uma velha história que vende maravilhosamente bem e portanto e acho que vai correr muito bem à Cell Rooney sempre com um grãozinho de copa não é sim sim sim sim tem que ter sempre essa culpa Falá em culpa Pedro bucheres estou Estou a brincar e vou partir do princípio que não Leste nenhum livro da Cell Rooney não sei se se confirma não não li não pronto h e por Ainda bem porque isso dáme imenso jeito para à minha pergunta que é o facto de ser um fenómeno não te deixa curioso não é não é simples razão para ires atrás e tentares perceber o que é que se passa aqui eu eu a a Céia Rooney tem 33 anos pronto para pôr as coisas é muito nova e escreveu quatro livros e agora é tem muito sucesso era a rainha dos debates na escola na na portanto nós não temos isso em Portugal fo mesmo ensino público portanto Seria uma ótima de batente nos canais de Notícias portugueses deligi esse esse género eh ela é muito boa sobretudo nos diálogos H esta ideia de que e da conversa não é a questão da da matica socrática não é que através da conversa nasche a iluminação e nasche a luz portanto pôr em palavras aquilo que nós sentimos as nossas angústias as nossas ambivalências o início da da idade adulta etc etc e e ela é e também um easy read não é Ou seja é relativamente fácil de ler não significa que que não seja não tenim na qualidade atenção portanto usa o discurso direto é fácil de ler os livros não são muito longos não é tem relativamente poucas páginas sim e depois fala de uma geração e e mais mais interessante do que a Cell Rooney se calhar fazendo aqui como os políticos fazem que é não responder à tua pergunta é refletir porque é que Portugal não tem este tipo de literatura pelo menos que eu saiba nós não temos hh nós não temos um um tipo de literatura sobre esta fase da vida das pessoas e muitos de nós fomos jovens e andamos na universidade julo os quatro que estamos aqui não é fomos teremos tido peripécias e conversas e se calhar angústias semelhantes aos personagens da Cell Rooney e de outros autores e é interessante refletir porque é que nós não em Portugal esse esse tipo de literatura não não não acontece não é produzido não sei se é eu acho que eu acho que vem acontecendo começa aar um Pou certo mas mas há uma fase nos anos no final dos anos 80 eh portanto a partir de 87 88 e depois se estende e se prolonga quase até ao final da década 90 que é de grande vibração universitária em Portugal não é porque porque tem a ver com com os as pessoas que nasceram no na década de 70 e que chega à universidade necessariamente na década de 80/90 H que que por exemplo só para dar um exemplo uma investigação que eu fiz para um artigo esc para pareceo salva a mini a cerveja a mini é o grande objeto é o grande objeto da Juventude Portuguesa dos anos 90 a mini foi lançada pela Sagres em 72 E era uma cerveja para acompanhar um snack qualquer e depois ia sendo descontinuada só havia no alentejo porque no alentejo não havia imperiais e não havia emeris porque era preciso manutenção das máquinas de emais havia já pressão portanto as pessoas Beam enf serveja de garrafa pequenina a mini pequenina porque fica fria mais tempo e assim bom etc etc etc e foram supostamente os jovens universitários que foram colocados nas universidades do interior e que tinham pouco dinheiro que começaram a consumir Mini e isso foi detetado pela empresa pela cervejeira e pela concorrência que entretanto lançou também cervejas desse tamanho portanto e nós não temos uma literatura em que os jovens estejam a b minis nos anos 90 pelo menos que eu conheça obviamente e que falem de de das coisas que aconteceu nos anos 90 limite que falem mal do Cavaco e bem do que Terres por exemplo hh e portanto eu acho isso mais interessante falar do cel Rooney que obviamente teve imenso sucesso e agora tem que ter um discurso em cima desse sucesso ela se fosse cá seria militante do bloco de esquerda creio eu não é que já teve melhores tempos e portanto se calhar ou ou já estaria fora se calhar seria de um um movimento inorgânico não ela é marxista ela assume-se marxista não é sim mas não não não estaria num partido se calhar portanto sim portanto teria ótima Imprensa em Portugal como sabemos eh pronto e é isto muito bem eh fiquei ali na Mini e Bruno não sei se não é é uma para mim também não sei se acompanh ase H estes estes e fatores Extra literários a a a imagem da autora eh o estas SAS que vocês estavam a falar das opiniões ou da política h o facto de ser uma pessoa a aparentemente normal ou igual às outras não é não tem assim um rasgo genial que a distinga do do comum dos Mortais o facto de as séries dos livros terem sido transformados em séries isto ajuda depois nas contas dos livros faz a diferença ou achas que não é por aí é um pouco como o que o Pedro estava a dizer que é tens de criar um discurso em cima do teu sucesso hum eh e isto quando tu tens quando um livro tem tem tem algum sucesso um autor tem sucesso crias toda uma parafernália eh de instrumentos à volta desse sucesso e isso passa pela personalidade do autor pelas suas aparições públicas pelos artigos mas isso mas isso só funciona num num mercado com larga escala Não É se for uma coisa por exemplo só o mercado português é difícil de chegares a esse ponto s quer dizer não tem o mesmo alcance e e e há uma saturação muito mais rápida mas não acontece só em Portugal não acontece só com a literatura uhum S Sim claro contudo a partir do momento em que tens um alguém a fazer muito sucesso seja em que área for eh sabes que vai haver ali um período começa a ser um risco e começa a haver um período de saturação Portanto o melhor é ficar sempre ali naquela coisa eh não demasiadamente bem sucedido porque eh não cria aquela sensação rápida de saturação mas sem desaparecer também sem desaparecer obviamente isso é esse é que é o desafio para para quem gastar quer dizer estas coisas não não são programadas não Consegues programar tem tens artistas na música por exemplo tiveram muito sucesso e e e provavelmente se lhes fosse dado a escolher escolhiam ter um bocadinho menos de sucesso para não criar essa essa saturação essa sensação de cansaço o público eh no no lá fora como o mercado e e é interessante ver como os como estes fenómenos e vê sempre caucionados pelo mercado angl saxónico ou quase sempre lá fora como o espaço é muito maior não se cria tanto esse efeito de de saturação tá tá diluído pel pelo por um mercado que é um Mercado Global porque a Cell Rooney não é não é só um mercado angl a partir do momento em que tens sucesso aí então o mundo o teu mercado é o mundo e e pode-se diluir um pouco esse hh essa sensação de de saturação que eh pode pode também chegar agora eh isto eh este tudo o que está à volta do dos a eh vai alimentando porque eh eh o autor torna-se uma indústria é como jog é uma marca e e e é preciso é manter e mantê-lo a flutuar com ou seja com com livros não é depois vamos-nos esquecendo que o o objeto primordial é é são são os livros mas não faz mal se não forem livros se for ou entrevistas ou artigos ou ou ou polémicas aquilo estamos a falar da opinião disto ou daquilo e outras questões da personalidade da da roupa até se aparecer com roupa no caso da Helena Ferrante era porque não aparecia e e tudo isso todas ess essas pequenas são são pequenas boias muitas vezes pensadas também em articulação com os agentes para manter o nome sempre a ser relevante por exemplo as adaptações as séries tudo isso mantém agora no início eu acho que isso não faz um sucesso uhum eu acho que funciona um bocadinho Mais ao contrário há por motivos que nós ainda desconhecemos e quando digo nós digo leitores editores e autores e h as coisas que têm sucesso há um livro que de repente seja porque toma o pulso à sociedade ou é a voz da geração há um livro que é muito lido e tem e tem sucesso eh e esse é que é o começo da coisa e depois à volta disso então vão surgindo aqui eh uma série de de de esses e e e de mecanismos para manter o interesse no nome mas no início eu acho que está essa coisa inexplicável que é porque é que porque é que um livro tem sucesso Sim sim e e se às vezes pode ser óbvio literariamente óbvio Nem sempre é muitas vezes também não é tens tens tens o caso tens o caso da da Helena Ferrante e E tens o caso do Roberto bolanho porque porque ambos eram já tinham cá em Portugal até vários livros publicados e ninguém lhes tinha ligado nada e quando há o fenómeno Global dos dois nomes que começam uma vez mais pelo mercado angl saxónico de repente e parece que era aquilo que tu tinhas que ler não E funcionou nos dois casos funcionou quase da mesma forma o efeit bestseller desculpa Bruno ou seja deixa-me cá comparar o que é que toda a gente anda a ler quer dizer que eu le há uma fula mágica não é is Mas e o o o no caso da Helena Ferrante eu acho que beneficiou de início cá agora nesta segunda vaga não Ou seja com quando teve sucesso acho que houve ali eh essa importância de ser um um bestseller lá fora para ajudar em e eh dar um impulso mas depois ganhou como se diz não é Ganhou tração própria h e e e vendeu muito mais do que seria expectável se fosse apenas um um um vá beneficiasse apenas dessa dessa onda de ser bestseller lá fora acho que conquistou mesmo leitores que pessoas que leram e gostaram ao contrário do que acho que aconteceu com o Roberto bolanho que H se criou ali uma onda À Volta do do 2666 uhum e que depois esmoreceu Liv que é que é bom mas não era e lá está muitas pessoas foram a engano comprar um livro porque eram um bestseller e porque tinham alguma curiosidade de saber o que é que era aquilo primeir assim que pegaram nele perceberam e pá isto tem muitas páginas sim e e o conteúdo Não Era exatamente aquilo que as pessoas estav E então que sim Acho que o o facto de ser um bestseller lá fora muitas vezes condiciona e leva a pessoa deixa-me pegar nisto vou comprar para ver o que é que é mas depois e t de haver mais algo mais do que isso no caso da Helena Ferrante acho que houve no caso da C Run em Portugal não sei se se para já há esse efeito muito bem vamos antes do intervalo começar a lançar as da semana com o postit muito bem nestas sugestões vamos ter outras Mas esta semana mas nestas não há livros e vamos começar pela Maria Maria vou citar-se quando te perguntei qual era a sugestão e Tu disseste entre aspas Vou sugerir uma exposição mas não me disseste Qual é que era eu só disse isso pronto então agora esclareço o resto é uma é uma exposição na na corredoria nacional no torreo Nascente para ver até janeiro só erro de Tapeçaria isto isto parte do do do espólio já lá foste pronto já é grátis É verdade é grátis é uma uma nota importante vale a pena podem aproveitar para depois passear ali por bem ver mais coisas à volta eh isto é muito bom não é que sabes o quê que nós portug nós vamos a todo o lado mas depois não vamos ao lado de casa não não conhecemos as coisas ao lado de casa não Vamos aos nossos museus sim eu nesse dia fui ao mato também exatamente Ora bem Pronto sim senhor se cá fomos no mesmo dia planamos e quase que bi o negron no no Sud mas depois não ti tempo muito bem mas fui ao planetário recentemente fui olha por acaso havia de lá voltar Eh ó Maria no meio disto tud já nada interessa não não era só para dizer aqui a tapeçaria da da da fundação Milénio BCP Júlio renda graça Morais São mais de 80 obras 27 artistas uma série de documentos e que mostram aqui uma história Fabulosa contada através eh destas peças desde os anos 40 portanto um bocadinho de de história e de arte vamos fazer muito bem muito bem meus amigos vocês ficam aí só um bocadinho à espera Eh vamos ter que sair só por uns minutos chegamos ao final da primeira parte do popup voltamos depois de um curto intervalo até [Música] já esta é a história de Vera Lagoa a mulher mais temida pelos poderosos de todos os regimes afrontou Salazar desafiou os militares de abril e ridicularizou os que se achavam donos do país ela conseguia numa crónica de costumes fazer críticas ao regime veladas Episódio 1 A bisbilhoteira que faz tremer o país a grande provocadora é uma série para ouvir em C episódios faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim José mata com banda sonora original de molin os assinantes do Observador tesso antecipado a todos os episódios desta série os podcast Plus do Observador tem oo da [Música] estamos de regresso ao popup com Maria Ramos Silva Bruno viira Amaral e Pedro bucher Mendes vamos dar a voz precisamente estes dois amigos H que ainda não nos deram as sugestões da semana Pedro H queres falar-nos de do documentário will and Harper que está na Netflix Will ferel é um ator americano um comediante americano do qual eu não gostava E agora gosto imenso também conhecido como baterista dos Red chilippers não sei se já reparaste mas são iguais não por caso não tinha reparado H ele e é é um documentário H sobre uma amizade Portanto o o Will ferrell recebe um telefonema eu Creo que é um telefonema ou uma carta não me lembro bem acho que é um telefonema eh ou uma mensagem de um antigo amigo que era e argumentista no Saturday Night Live esse programa de humor que existe na América em que este lhe diz que agora está a fazer a transição para ser mulher e que agora se chama Harper daí o nome Willan Harper e então enfim lá arranjam uma forma e e Will e e e Harper que era o amigo David vão dar uma volta pela América porque era uma coisa que ele fazia enquanto homem e agora queria saber se era possível fazer enquanto mulher na na no processo de transição eu acho que esse eu acho que são estes palavras certas não peço desculpa se não forem eh o o o é evidente que o documentário é um bocadinho woke pronto e eh mas mas mas nós pessoas que não estamos enfim a passar por estas coisas temos que de facto ser confrontadas com est nossas com estas novas formas de identidade é que felizmente as pessoas são livres de exercer portanto no no num chamada sociedade no espaço público e etc e pessoalmente falando por mim que só posso falar por mim e Aprendi algumas coisas sobre sobre o o o não não sobre a coisa em si mas sobre Quais são as as questões por exemplo David bar Harper porque ela agora que chamada por Harper e tratada pelo pronome feminino vai a um bar de redne americanos e e e e e quer saber se sente ameaçado ou não se lhe Vão bater ou não são trampas e pronto e e o Will ferrell fica cá Fora à espera para não levar exato mas tudo isso e tudo isso é bastante interessante deber ou seja nós acabamos por por por por nos vermos mergulhados na na na Odisseia de de desta pessoa que era um homem e que agora se identifica como uma mulher eh e é francamente interessante apesar de ser ligeiramente o clar mas é é francamente interessante muito bem Brun na Netflix Bruno ver Amaral tu queres falar de de uma família muito agradável que que são os menand os menendez Lil and Eric Menendes e mataram os PIS no início no início final dos anos 80 início dos anos 90 feito depois o julgamento também foi foi transmitido uma parte do julgamento foi transmitida em direto tornaram-se estrelas e agora eh são os protagonistas de de de uma série produzida criada pelo Ryan Murphy produz coisas destas super produtor produz coisas destas em barda Esta é para a Netflix faz parte da daquela coleção de Monsters que já teve a primeira a série foi sobre o Jeffrey Damon exato e também foi um grande sucesso também foi um grande sucesso e e o Ryan Murphy também já tinha criado o American crime Story tinha por exemplo a história do OJ Simpson h a da série de ficção sobre o caso do do OJ Simpson e e também da da morte do Jenny Versace E H O que eu o que eu reparei Ainda não acabei de ver esta esta série creio que só terá esta esta Temporada eh e como é fácil nós vermos uma estas séries e depois começarmos a a perceber ali uma certa formatação eh para se defender preventivamente isso o Ryan Murphy procura aqui introduzir alguns elementos narrativos diferentes eh para e que não se confunda tudo isto e não e o o espetador não fica a pensar bem isto aqui ele encontrou uma fórmula pega num caso real eh dá-lhe aqui um tratamento ficcional e está tudo a andar e eu acho que esse que que essa é a parte engraçada desta da forma como como ele vai diferenciando fazendo parte do mesmo eh do mesmo conjunto se vão diferenciando destes objetos aqui vale muito pelo menos do que eu vi até agora já vi cinco Episódios vale muito pelo pelos desempenhos os desempenhos e do do principais dos protagonistas eh são a mais valia mais até do que do do que o argumento em si a mais valia desta desta série eh que tem nove episódios e vou tentar acabar brevemente e para já recomendo eu gostei de ver este estes primeiros cinco Episódios de Monsters The Man muito bem esta semana Eh estamos a falar de coisas sérias que é como quem diz livros e e começamos com com o caso particular do do regresso de sell Rooney entramos pelo Campeonato dos bestsellers H Maria Ramos Silva entre nomes que atualmente vendem vendem vendem muito lá fora e cá dentro não é Cell Rooney Se fores ver os tops vê por lá nom a fre mcf também é um um sucesso não é Colin hoover eh ou o caso português por exemplo recente da Maria Francisca Gama h o que o há uma linha condutor à parte do do do mais óbvio que é o facto de serem mulheres mas Haverá aqui uma linha condutora parece-me ou ou é apenas uma coincidência temporal temporal mais ou menos não é porque tens aqui apesar de tudo explosões relativamente diferentes não é depois é importante também se calhar O fenómeno das redes não não será um detalhe aqui no meio mas cada vez menos um detalhe não é sim e e e muitas vezes começa aí e depois salta eh e também se alimenta depois mutualmente é interessante e e cada vez desculpa cada vez menos um detalhe para para as editoras que amente sim há aposta sim porque obviamente há esse trabalho de scouting porque há obviamente uma base de fãs à partida e de potenciais consumidores sim e eh sim portanto não não há muito a fazer e e é o que é eh ai há essa tentação natural de nós encontrarmos um ponto de ligação pelo facto pela questão do género não é de de serem mulheres e serem porque gostamos adoramos de encontrar pontos de ligação porque nos dá jeito sim também por esta conversa é assim que os humanos subsistem padrões claro eu eu eu penso que é talvez mais complexo que isso no sentido em que imagina eu cresci com uma bestseller feminina Agatha crissy Por exemplo quando era miúda e bolas nasceste em que ano há muito muito tempo Maria vampira exato e e quer dizer e Agata Cristin não fazia propriamente uma uma produção literária para mulheres não é conseguiu transcender isso escrevia de uma forma Universal com conteúdos que quanto a mim não eram propriamente quer dizer são totalmente distintos se quiseres e daquilo que viria a ser Sei lá o o famoso porno para mamãs das 50 sombras de Grey a própria Colin hoover e muito antes disso a Jane Austen quer dizer são são tudo registros muito diferentes sim são são mulheres que trazem abordagens novas e muito particulares de um lado mais mais afetivo mais social mais mais histórico eu eu penso que lá está que a Celly não estará propriamente naquele ponto de de acho que não é uma Colin over não é Portanto acho que estamos a falar de fenómenos distintos porque há de facto essa camada depois de uma certa interrogação um certo sinismo social essa que é interessante que torna a coisa mais mais mais complexa agora eu eu eu gostava sobretudo de pegar aqui num ponto que que o Pedro tocou que eu acho que é muito interessante e e ainda bem que vamos tendo alguns nomes saltem eles das redes ou não mas alguns nomes em português que talvez ajudem a fazer um pouco esse fresco de uma geração que já não vai ser provavelmente a minha nem de nós aqui porque já são outras eh Há umas coisas tocam-se sempre não é mas depois Há outras Há outras perplexidades que são constantes a todas as gerações mas mas depois o retrato também de uma cidade e de um país que já será necessariamente outro Eu recordo-me por exemplo e tenho pena que em no final de 90 já el início dos anos 2000 Por exemplo quando quando sai o o sei lá da Margarida Rebel Pinto uhum Foi por um lado um sucesso mas também olhado com um desdém e um desprezo absolutamente estrondoso porque aquilo não tinha interesse nenhum e era uma coisa completamente Light e sem Sem interesse e e de nicho e eu acho que esse tipo de de de livros nos fazem falta obviamente que há ali um um retrato muito particular de um certo mundo de um certo socioleto e tudo mais mas é graças à aquele livros como aqueles que nós daqui a 20 anos podemos ficar olhar para trás e perceber como é que as pessoas falavam se comportavam o que é que vestiam onde é que saíam à noite e nós de facto como o Pedro dizia nós não temos isso sobre não temos quer dizer nós não temos grandes autores nós há aqui parece um um grande vácuo na nossa extensa produção literária em que nós saltamos de um Camilo para um para um salto no no vazio em que não sabemos exatamente quem é que nos faz essa esse retrato do que é a vida o que são as várias vidas porque obviamente que a realidade de alguém que tem 20 anos em Lisboa e que passeia P chado não é mesma de alguém que cresce atrás os montes ou no Algarve mas nós precisamos dessas vozes e precisamos de diferentes vozes e que ajudem a cozer esta manta de retalhos tão complexa e que sobretudo eu gostava que houvesse mais essa essa transcrição daquilo que é o nosso tempo e e e o nosso espaço porque acho que há muito trabalho para fazer e talvez estas gerações novas que saem das das redes ajudem a trazer uma perspectiva até para nós ficarmos com com algo para ler e para compreender um pouco mais uhum e um das últimas perguntas antes do do do pedido que vos fiz para o final do programa Pedro e o facto voltando aqui há o facto de serem mulheres estes nomes não é e e e que e que e que vendem bastante eh esse facto o facto de serem mulheres faz diferença na hora de serem ou não fenómenos literários ou Isso sim é uma grande coincidência eh talvez aparentemente este este tipo de livros são comprados também por mulheres jovens não é por algumas até adolescentes e pronto eu deixa diz são desculpa que são quem lê mais ficção isso isso tamb ess ess Essa era uma questão há muito tempo e desde que que eu tomo tenho particular atenção ao mercado editorial português se dizia que sim eh a maior parte dos leitores de ficção são mulheres uhum eh mas compram homens compram compram livros de autor homens e isso de facto tem mudado acentuadamente e está a mudar nos últimos tempos deixa-me só dizer que a Céia Rooney tem um dos livros chama-se gente normal h eu acho que que ajuda aqui a esclarecer a nossa conversa eu eu eu eu não citei o o livro da maria R pinto que é de 99 o sei lá de propósito Eu conheço bem a Maria Del sou amigo dela e gosto imenso dela e claramente é alguém que é injustiçado pelo meio literário português não tem a ver com a qualidade dos seus livros ou falta de qualidade ou o que interesse estou só a falar do papel que ela teve se calhar houve muita gente que começou a ler através dos livros dela e hoje lê Helena Ferrante e Seal lê até tolstoy como fazem os intelectuais portugueses Aos 9 anos de idade o o mas os livros da R Pinto tem tem uma strata social portanto um um di não é não estes livros da C Rooney creio eu e esses que tu citaste também da da da da Francisca cabra não é Maria Francisca G Gama desculpa Gama H é É uma idade um bocadinho mais jovem do que os livros da da da mar ruel pinto e E essas pessoas e raparigas mulheres jovens mulheres 18 19 20 21 22 h hoje T um acesso ao mundo inteiro não é portanto mesmo que viva em em Vila pouca de Aguiar digamos assim se vivesse lá 30 40 anos teria que sair de lá para para ver o mundo agora através das redes sociais e na internet pode ver o mundo e e no limite pode mandar vi estes livros de um dia para o outro não é ex hã ex e e e e acho que sim Acho que as mulheres eh tem um papel mais relevante e sobretudo tem tem uma cabeça mais erguida porque lhes é permitido e porque conquistaram esse espaço na sociedade do do que há umas décadas não é e portanto nesse sentido eu acho que faz tem algum nexo que sej um eh escritoras a ter este a ter este embalo incluindo aqui também a Malta das das 50 sombras de grei A autora e esta ferida não sei quantas que é uma médica era alguém que escrevia para para para os seus fãs online e foi descoberta por uma editora que agora está a vomitar os seus livros cá para fora cada um pior que o anterior mas mas pronto mas que sou eu mas eles aí estão ex H Bruno se tiver se tivemos tempo voltamos a ti mas eu eu não queria desperdiçar aqui eh o pedido que vos fiz que foi a pedir-vos que escolhessem três livros entre os que vão sair em breve ou que tenham saído muito recentemente vá ah e que gostassem muito de ler até ao final do ano Maria Ramos Silva vamos começar pelos teus três títulos e diz-me lá quais são ora então o que é que eu trazia para aqui olha trago uma reedição de uma coisa que tá escutado há muito tempo que é o marcas de batom do grill Marques o antigo editor da da Rolling Stone que eu penso que vai ser pela antigoa só V eu vai vai h não sei exatamente a data mas há de ser por é para por este por estas semanas sim depois uma senhora lá está Olha que que não está na casa de campo como da Cely Rooney mas não é não costuma aparecer que é a Teresa Veiga que também vai ter contos novos também não sei qual a editora mas já vos tento confirmar da China pronto e e por fim uma coisa já antecipando março de 2025 mas isto hoje sim senhor olha isto hoje hoje as pré-encomendas começam quase com um ano de de antecedência que são as memórias do graden carter o antigo editor da da vanity Fair que agora está ao Lemo da airmail agora já há uns anos Valentes a que de alguma forma é assim uma um estandarte do tempo Áureo Dourado se quiseres das publicações das grandes publicações e que continua a fazer um trabalho muito interessante agora num outro formato obviamente e que há de ter espero eu memórias incríveis para partilhar sobre sobre esses tempos quero muito ler também isso sim hum Pedro bux Mendes H diz-me lá os teus três títulos vi recentemente uma entrevista com a Luísa Costa Gomes e fiquei agradavelmente surpreendido por saber que vai sair uma biografia de Sacadura Cabral pel esta por esta autora a sacadora Cabral é o tipo que foi com g cotinho n exato É o outro mas é sobretudo é o ele é natural cúrio da Beira eu tenho raízes não é assim como se diz muito bem e há uma Rua Sacadura Cabral há uma não sei quê Pastelaria sei Rua bucher não H por acaso H na Bélgica mas é irrelevante agora H E então quero muito ler sobre este herói da terra que em larga medida metade de mim é é daquela terra e pronto e gosto muito também da luum da Costa Gomes e do que ela escreve e t eu estou mesmo muito curioso em saber o que é que leva uma uma escritora como a Costa Gomes a escrever uma coisa de um Aviador uma biografia de um Aviador não é assim normalmente é assim são biografias pesadas S vultos não é e o sacador do Cabral pronto era um vultinho não é comparado com o gato exato eh depois eh vai sair também um livro de um dos meus escritores de não ficção favoritos e não vou dizer que é um dos meus heróis porque não tenho heróis já L vai o tempo quer dizer tenho o Ruben amorinho mas mas L olha cá está Olha lindo esse eh que é o David Gran é ele é um é um Jornalista e autor jornalista por exemplo da New yorker é o autor de Killers of the flower Moon que deu origem ao livro ao filme do Scort ces com o DiCaprio e vai sair agora em Portugal Os Náufragos do wager h trata-se de um de um naufrágio que aconteceu no século XVII 30 homens enfim já está Public já está publicado já mas mas há relativamente pouco tempo pronto mas mas vale está tudo bem isso e é isso é que importa 30 tipos aparecem não mas isto é só para dizer que já está aí prto se as pessoas quiserem ir a correr com 30 tipos aparecem numa Costa dizendo ah salvar-nos do naufrágio e não sei quê tudo bem heróis e não sei quê são os maiores mas depois meses depois três tipos aparecem no chil na Costa do chil dizendo não não aqueles 30 são os grandas banditos e isto dá origem a um a tribunais e um mistério que o David Gran aborda de forma magistral creio eu que não li o livro Claro mas recomo muito B Finalmente um livro que já tem alguns anos e que e mas que eu ainda não li e que quero é daqueles livros que estou sempre para mandar vir e depois falha sempre e tenho sempre na minha lista das das coisas e que cujo e e cumpro um dos meus critérios principais que é ser muito elogiado pelo Bill bryson Hum que é um autor de que eu gosto imenso é um livro que se chama exercised de Daniel liberman é um ele é um biólogo enfim um cientista pess das ciências e é sobre o exercício físico Não no sentido não sei quê faça repetições não guia mas desmistifica supostamente algumas coisas por exemplo eh ah não basta andar é preciso correr não não o tipo basta andar tens é que andar muito portanto é sobre a atividade física e sobre a forma como o corpo humano reage aos impulsos aos desculpa aos estímulos e como podemos ter uma melhor velhice e e e como isto conduz e atenua a culpabilidade de não se fazer muito exercício físico é um livro que eu quero muito ler muito bem acho que é uma ótima proposta e Bruno vi Amaral as tuas três sugestões as minhas três sugestões Então a primeira é desejo de gilan Anderson conhecida como a a como é que ela chamava na Dana scy no nos exfil e e não só pronto seria um pouco injusto reduzir recentemente era uma das protagonistas da série sex education e E isso tem um pouco que ver com com este livro O que é que este livro tem tem fantasias sexuais de mulheres mes eh mas de forma anónima entre entre essas fantasias estão algumas da própria guilan Anderson mas nós não sabemos quais são e por isso queremos ler o livro e por isso queremos ler ótima razão ela é numa de New York numa edição recente da New York erá um excelente eh perfil Sim ela foi entrevistada sim sim sim e da gilan Anderson é que ela fala sobre todo este processo E porque é que a convidaram para fazer este este livro eh depois segunda eh a coisa mais próxima da vida um livro de James Wood crítico literário H que eu acho que é que é um um daqueles críticos com que se aprende com quem se aprende a ler eh hum independentemente de se concordar sempre ou não com com o que ele diz com a com a apreciação que ele faz e até com a perspectiva que ele tem sobre sobre a Literatura mas eu acho que em muitos casos eh ajuda-nos a ler melhor isso acho que é o mais importante num num crum na vida vá na vida pronto eh vai sair na zigurat e por fim a década prodigiosa uma história dos anos 80 de Pedro bucher mento u e uma publicidade desavergonhada desavergonhada porque tenho mesmo muita curiosidade Aliás já já falei com com o Pedro para pedires um livro Fiz alguém tinha que fazer esse trabalho não porque tenha e aliás tinha-lhe dito na altura que e há uns tempos tinha tido a ideia de fazer uma um um romance escrever um romance sem protagonistas hum em que oista era er os acontecimentos da década de 0 arranjar uma forma de contar não aniquila a ideia não não aniquila mas aliás é eu disse-lhe que é o trabalho de investigação já está feito só pegar pesquisa está feita fazer a adaptação para ficção disso E é isto muito bem eu queria acrescentar isto tudo aqui só uma uma sugestão também vocês também podem ler o livro claro eu vou estou à espera dele queria só acrescentar uma sugestão também em forma de Publicidade desavergonhada é que no início vai ha novo Liv de Bruna Amaral É verdade novo como é que sou posso dizer o título podes dizer o título chama-se toda a gente tem um plano é só isto que eu tenho a dizer for Olha se for tão bom como o título TZ cheg não PR n muito bem final de mais um popup voltamos na próxima semana até [Música] lá n [Música]