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ora viva sejam bem-vindos ao clube dos 52 Este é um ciclo de conversas no âmbito dos 10 anos do Observador 52 personalidades foram desafiadas a pensar a próxima década do país Eduardo Ramos é o convidado de hoje é gestor eh é neste momento administrador executivo da Brisa e é CEO da Via Verde Eduardo Ramos bem-vindo este clube de 52 é um gosto no artigo que escreveu para esta iniciativa e que no fundo é o ponto de partida para esta nossa conversa faz um diagnóstico que é praticamente consensual oís que cresce pouco a economia cresce pouco a produtividade e os salários que são baixos e e que estamos cada vez mais envelhecidos também deixa-me começar por aqui precisamente pela pela demografia H precisamos de preparar o país de facto para um envelhecimento e Crescente da população criar incentivos à renovação demográfica é isto que diz a grande questão é como é que nós desarmados esta bomba relógio muito bem Paulo antes de mais muito obrigado obrigado por este desafio que me obrigou aqui a estruturar como é que vemos o país a 10 anos eh a demografia tá na base de tudo porque sem quantidade produtiva sem quantidade a produzir bem nós não vamos conseguir desmultiplicador do que temos hoje hoje estamos numa situação bastante bastante crítica eh e temos que atuar em dois planos um Primeiro Plano bastantes maior os incentivos à natalidade eh isto quer através de incentivos eh fiscais quer através de incentivos habitacionais eh quer através da organização das próprias empresas e das organizações como um todo mas também eh sabermos captar sabermos incorporar os fluxos migratórios que nos procuram porque o que tem acontecido nos nos últimos dois anos refletem isso portanto nós estamos a conseguir capturar esses fluxos migratórios a temos que conseguir saber usá-los bem nas atividades produtivas que sejam de bens transacionáveis ou seja indústrias ou setores que possam exportar de alguma manea precisamente que sejam de valor acrescentado e não de uso mais imediato E e essa demografia a transformação dessa demografia que outros países conseguiram fazer é algo que se o qual nós não vamos conseguir ter um crescimento bastante mais acelerado e sustentado e portanto isto é uma prioridade ou devia ser uma prioridade das políticas públicas para os próximos anos para mim para mim a demografia a demografia é crescimento económico sem isso não há e o Paulo olha para qualquer país do mundo que tenha que tenha crescimento económico em perspetiva e todos têm bonos demográfico uns mais outros menos obviamente e Mas todos têm Políticas de incentivo à demografia e à natalidade e há pouco falou O Eduardo falou da da da Necessidade também das empresas de alguma forma darem uma ajuda nesta matéria Falar de quê por exemplo do equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal familiar D portanto as empresas têm que ter eh mecanismos têm que ter eh eh procedimentos tem que ter eh incentivos para que as pessoas se sintam naturalmente incentivadas a ter a sua vida profissional normal mas também as as suas famílias e as suas e as suas atividades normais enquanto enquanto mães enquanto pais eh mas também enquanto filhos porque também tê Os seus ascendentes também têm todo toda essa atividade eh normal enquanto seres enquanto seres humanos e outro ponto que o Eduardo Ramos eh toca no seu artigo e tem a ver com com o ensino com a educação eh diz que precisamos de renovar o ensino público e fala aqui em todos os ciclos do pré-escolar até ao 12º ano porquê porquê Porque lá está quantidade foi para onde começamos esta conversa mas depois a qualidade não é isto no fundo é uma equação eh e enquanto nós formamos hoje em dia talvez das melhores gerações que alguma vez tivemos nas elites naqueles que TM oportunidades eh nos que conseguem ter um bom caminho académico que depois muitos deles infelizmente até nem conseguem ter grandes oportunidades de desenvolvimento profissional em Portugal mas depois Paulo hoje em dia temos uma enorme geração esquecida enorme que geração é essa temos uma enorme massa de jovens e que não tem um ensino de qualidade e nós verificamos hoje uma enorme para escolas mais privadas porque a escola pública não consegue responder adequadamente os professores também não são bem tratados são uma classe que é bastante desvalorizada infelizmente quando devia ser muito valorizada pela sociedade e pela pela própria administração pública e portanto temos uma geração que não consegue sonhar não consegue sonhar o elevador social quebrou quebrou e as organizações as empresas precisam que essa que essa que essa massa de gente não seja eh porque depois isso é terreno fértil para para para populismos é terreno fértil para determinadas ideias lavrarem e obviamente menor produtividade menor crescimento portanto voltamos a entrar novamente nesse CIC produtivo o que eu defendo e escrevi no no artigo é que é preciso uma reformulação deste sistema de ensino para que os jovens tenham incentivos quer académicos quer artísticos quer desportivos num dia inteiro de de de de de de vida da sua vida não no fundo um modelo aá americana se quiser e em que o jovem está incorporado numa comunidade em que em que vive do início da manhã até meia da tarde de forma integrada e que tenha os seus estímulos bem trabalhados porque hoje é ou só tem aulas de manhã ou só tem aulas à tarde não tem não tem integração e no seu desenvolvimento e depois isso reflete-se claro na qualidade com que acabam por ir para o mundo do trabalho e e em segundo lugar com a falta de ambição e com a falta de sonho e são mais estimulados até pelas redes sociais do que pelo que interessa Na minha opinião que são livres conversas estimulantes e e desafios intelectuais e a preparação que nós damos aos nossos jovens é adequada àquilo que as empresas precisam estamos a falar de empresas em 2024 no século XX ou temos um ensino demasiado teórico muito baseado no conhecimento de livros e pouca formação nas chamadas soft Skills se quiser sim a mais uma vez os que têm oportunidades as chamadas elites são muito bem preparados e e são bem preparados em todas as suas dimensões eh Infelizmente o tal ensino técnico ou profissional não é tão desenvolvido como deveria eh existem atividades que precisavam de maior ênfase nessas nessas comp nessas componentes mas eh o nível médio de Formação eh nomeadamente no ensino público baixou muito nos últimos anos na nas últimas décadas sobretudo nas últimas duas décadas O que leva que o nível de qualidade com que esses recursos chegam às organizações decresceu bastante uhum na na sua atividade profissional seguramente na na na Via Verde que é uma empresa já agora de base tecnológica e vocês são uma empresa tecnológica não sei se consideram como tal mas são é isso e e vocês Imagino que contratam eh muitas pessoas há de haver alguma rotatividade certamente para as vossas atividades vocês têm dificuldade em encontrar pessoas com com o perfil certo para as vossas necessidades em Portugal não felizmente não ah há muita gente boa a começa a ser difícil encontrar pessoas que estejam disponíveis para ter desafios em Portugal nós felizmente temos um processo de crescimento e que dá ambição às pessoas e portanto é de Portugal para o mundo e portanto as pessoas sentem-se cativadas por um processo de crescimento como sempre não é sendo querendo ser querendo o seu desenvolvimento profissional a embora o talento em Portugal e seja escasso hoje em dia porque há mais desafios lá fora do que há cá e depois as funções mais mais mais de Middle Management são sempre mais desafiantes mas mas de facto tecnologicamente Portugal Tem tem uma formação extraordinária ao nível das Universidades precisamos é de lhes dar uma perspectiva de carreira de alguma maneira para eles ficarem sim desenvolvimento profissional e ambição de crescimento Claro e a questão salarial é essencial também sim a questão salarial depois desprende-se muito também com uma carga fiscal gigante que temos em Portugal não é que que se liga muito também com com com com com a reforma da administração pública que é fundamental eh empreendermos nos últimos nos últimos meses Temos visto algumas iniciativas nesse sentido esperemos que vão que que continuem esse esse caminho h e depois os ganhos de produtividade Porque sem ganhos de produtividade é impossível nós conseguirmos pagar mais às às pessoas sentem a concorrência externa na contratação por exemplo sim sim sim sim sim sim sim sim o hoje a luta pelo Talento é global é global e e e o talento que sai das nossas universidades que são das melhores universidades do mundo hoje em dia quer do ponto de vista das engenharias quer do ponto de vista da gestão concor temos os rankings internacionais que demonstram isso concorrem para o mundo concorrem para para Londres concorrem para Nova York concorrem eh e portanto depois claro existem sempre questões familiares questões emocionais em que alguns acabam por ficar aqui mas também lhes faz bem ver mundo e depois acabam uns por regressar outros não portanto isso não é não é dramático Hum vamos vamos falar agora do do ambiente que o país tem ou não tem e da cultura que temos em relação Se quisermos às empresas aos empreendedores de uma forma genérica e não apenas aqueles das startups dos pequenos dos pequenos negócios H como é que olha para isso nós eh o país de alguma forma acarinha ou Valoriza as grandes empresas Ou nota-se uma cultura muito avessa ao lucro e ao risco não a carinha não a carinha eh a o tomador de risco o empresário eu portanto eu sou um estor profissional não não sou não sou um empresário Isto é não investe sim obviamente Claro mas a sua função é jur CL minha função é estou profissional tenho imenso respeito e acho que é talvez a função mais difícil numa organização é a função do tomador de risco do empresário e mas claramente não portanto H as empresas portuguesas são grandes algumas mas depois no contexto internacional tem a dimensão que tem não é não é eh e não há não há não há não há esse carinho se quiser por por empresas portuguesas e depois o sucesso é sempre visto com alguma desconfiança eh olhe-se para quem tem sucesso em Portugal o que lhe acontece quer dizer olhe-se para o Ronaldo olhe-se para qualquer figura é sempre primeiro criticada e depois elogiada quer dizer isso isso isso isso é um tema que nós culturalmente também temos que conseguir ultrapassar eh as empresas e a tomada de risco a criação de valor a geração de emprego que são fundamentais para o crescimento económico devem ser na minha opinião trabalhadas E ensinadas desde o início da formação Educacional de uma pessoa e portanto isto faz falta e para para a criação de riqueza sem sem tomada de risco não há criação de riqueza é é impossível fazê-lo depois obviamente temos que acautelar distribuição de riqueza Porque quem tem menos oportunidades tentar que as desigualdades sociais sejam o menos acentuadas possível e de facto garantir que quem quem não tem capacidade e não tem oportunidades tenha um estado social que funciona como é que se muda esta cultura os processos culturais são sempre mais longos obviamente e não não haverá balas de prata seguramente para resolver estas questões mas vai um pouco H por aquele caminho que disse há pouco de uma certa literacia sim h não direi Empresarial mas económica para as pessoas perceberem como é que a riqueza de alguma forma de uma economia é produzida é como é que ela se gera e o que é que significa os mecanismos de poupança e de investimento E mais uma vez Paul voltamos à base da educação voltamos à base da da da da da da escola e e nós obviamente podemos estar muito contentes porque termos as melhores universidades do mundo para um conjunto de pessoas mas depois falta-nos olhar para a distribuição normal como um todo falta-nos olhar para para para a massa geral da população e que quer queiramos quer não hoje está muito esquecida E isso não vai correr bem isso não vai correr bem vamos definhando vamos definhando e vamos criando condições para que as pessoas tenham um nível de espírito crítico mais baixo eh E mais uma vez crie condições para que fenómenos mais imediatos mais populistas acabem por aparecer de forma mais imediata também uhum como se tem visto aliás h no no no no seu artigo Eduardo fala também da necessidade de uma reforma da administração pública que também é daqueles temas que nos vai acompanhando ao longo de muito tempo em que sentido é que essa reforma devia ser feita na minha opinião está deve ser um regulador um definidor de regras eh muito muito claro de excelência não é eh e deve deixar que quem sabe das operações tome conta das mesmas e portanto o estado deve ter um papel enquadrados de serviços que a iniciativa privada não consegue nem tem competências para fazer eh mas enquanto não fizermos esta reforma vamos continuar a carregar um conjunto de ineficiências e do qual o país não se consegue libertar e veja-se isso através da dívida pública sobretudo no contexto em que vamos ter que lidar com o reforço de dois orçamentos de dívida Ou se quiser que vão carregar a dívida e que serão inevitáveis o primeiro da defesa é inevitável o que está a acontecer geopoliticamente é inevitável isso vai ter que acontecer e o segundo da Integração dos Migrantes Os migrantes vão necessitar também de algum algum apoio do Estado e das empresas mas também do estado na criação na criação de contexto para isso e depois das infraestruturas de base para que tudo funcione des as infraestruturas de base para de bens públicos para funcionar eh com o funcionamento enquanto não se trabalhar nesta reforma da administração pública vamos estar a criar dívida vamos estar a criar eh um peso difícil de gerir para o futuro das das nossas das nossas eh famílias dos nossos filhos dos nossos netos eh dificultando o processo de crescimento futuro hum eh H ainda voltando agora se calhar um bocadinho ao início da conversa H A tal bomba relógio demográfica sim eh porque isso significa a prazo eh despesa eh pública também porque o sistema de de Segurança Social como está desenhado eh não suporta eh o envelhecimento da população tem muito a ver com isso portanto a solidariedade entre gerações como é que nós vamos conseguir assegurar isso daqui a 20 30 40 anos não é acha que as pessoas estão alerta para isso não estão Paulo não estão não estão eh Isto vai vai se gerindo um bocadinho à vista não é e e de facto olhando para exemplos de outros países que conseguiram fazer aqui pactos de regime que permitiram reformas Profundas das Nações o caso da irlândia Talvez o caso mais conhecido mas há outros eh é necessário eu tenho esperança que aconteça ainda mas eu não perco a esperança sou otimista que existe de facto aqui uma base de apoio social forte porque sem isso vamos andar no na tática na tática de curto prazo e depois os problemas de fundo de facto não se resolvem foi interessante o desafio que vocês colocaram porque tem que se fazer escolhas quando quando quando se pensa nos grandes temas que têm que ser resolvidos eh e este tema da demografia da administração pública da da da do empreendedorismo da da da tomada de risco eh e obviamente do ensino que para mim tá na base de tudo a educação eh são fundamentais para para para para para crescermos mais e Para sonharmos para sonharmos que aliás como teu artigo precisamente a citar António des Deão o o sonho que manda a vida sim sim e e e o que me parece é que hoje a nação há uma parte pequena que consegue sonhar eh Infelizmente nem todos conseguem sonhar em Portugal mas conseguem sonhar e sonham sonham sonham em outras geografias o que não há mal nenhum mas depois há uma enorme parte que não consegue sonhar Paul isso isso isso entristece-me enquanto português eh e acho que temos condições para fazer melhor é isso vamos esperar que sim para Terminamos uma nota positiva também eor Ramos muito obrigado por ter obg obrigado pelo convite e pelo Desafio Foi um gosto também este clube de 52 nós terminamos aqui este este Episódio para a semana cá teremos novo convidado neste projeto clube de 52 a propósito dos 10 Anos O Observador até lá
2 comentários
O sistema de ensino/aprendizagem terá que funcionar nesta base: só ensina quem sabe e só aprende quem quer. O processo pedagógico culmina, quando um e outro se combinam !!!
O "elevador social" funciona e funcionou para fazer chegar ao "tacho" a politiqueirice nacional !!! e começa no ensino secundário !!! já dizia a minha avó: "o mundo é dos espertos, quem for "burro", estude !!! e ouvimo-los dizer que "a trabalhar, não tenho tempo para ganhar inheiro"!!!