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e hoje o colonista do dia é o Padre João Basto colonista habitual do Observador que assina um artigo com o título são danos colaterais senhor são danos colaterais Padre João Basto bem-vindo à tea do Observador mais uma vez ent não são rosas eh não aparentemente não são rosas US essa imagem antes Boa tarde a todos essa imagem do Milagre das Rosas para mostrar e aquilo que me parece evidente que é uma normalização da da guerra e muitas vezes a utilização do argumento de recurso a danos colaterais ou certas ações militares gerarem danos colaterais e nós assistirmos a aqui essas danos cateris na verdade são o nome mais eufemístico para se falar de crimes de guerra como tem acontecido um bocado em redor de todo mundo ultimamente Então vamos vamos lá às definições e ao significado desta desta expressão eh de resto dá alguns exemplos neste artigo eh sobre aquilo que são para o Padre João Basto danos colaterais vamos lá esse exemplos e esse significado Olhe h eu dou aí pronto alguns exemplos como por exemplo nós estamos numa numa festa qualquer eh e porque fizemos qualquer coisa como qualquer coisa no forno eh algo que gera um uma uma explosão e nós ficamos com o nosso penteado estragado pronto é um dano colateral ou o dano colateral do rapaz que deixa a o amigo para ser com a namorada e já sabe que mais tarde ou mais cedo a amizade com o amigo de sempre vai ficar um pouco planificada um dano colateral para ficar com a namorada mas isso é muito diferente de quando nós ouvimos responsáveis políticos a falar de bombardeamentos a civis como danos colaterais para ganhar uma guerra são são coisas totalmente diferentes e é isso é por isso que eu termino o artigo a dizer que os enciclopedistas do Futuro terão muita dificuldade em explicar às pessoas que realmente para um rapaz que deixa um amigo de sempre para desar namorada ou da sub nome da An colateral e para um um exército que bombardeia civis eh de forma indiscriminada e sem qualquer justificação segundo os acordos internacionais usam-se a mesma ideia de dano colateral parece mal mal completamente h distinto e ser também eh reportado portanto custa-lhe aceitar que esta expressão eh possa servir para designar vítimas civis das guerras de que são exemplo e os conflitos armados na Ucrânia e no médio Oriente Sim parece-me claro nós eh acho que o dano colateral é a expressão mais utilizada por agressores para justificar crimes de guerra H isso aconteceu ao longo da história do século XX parece-me que e nós a situação da guerra do Vietname é Clara eh nesse aspecto com a ideia do agente laranja claramente eh o uso esse uso de armas químicas que foi entendido como dano colateral não me parece tenha sido proporcional parece-me também não foi proporcional muitas ações militares na guerra do Iraque entre 2013 e 2011 por isso eh acho que nós também acima de tudo mais queer dano colateral em si temos que olhar para aquilo que ainda no este ano em janeiro Jorge Moreira da Silva falava com uma catástrofe humanitária e não estar a a conceber e a propagar tudo aquilo que acontece é uma mera ação militar dentro daquilo que são as regras da guerra ou da guerra justa que até o catecismo da Igreja Católica prevê portanto há claramente aqui um conjunto de circunstâncias militares no caso da da do médio Oriente parece-me Claro levados a cabo quer por Israel quer pelos países em torno que são tidos como danos colaterais para vencer uma guerra mas que na verdade são não são não são danos colaterais são massacres destruição atrás destruição E são muitas muitas vezes por donadores de crimes de guerra e de catástrofes humanitárias como temos vindo a assistir o o uso desta expressão caminha lado a lado com uma certa desvalorização da vida sim eu parece-me parece-me claro eh por acaso tive evitei inscrever e sobre este tema ou sobre outro ligado também com a ideia da vida mas muitas vezes os católicos estão associados ao direito da vida ligado à à negação do direito ao aborto e defender a vida também é recusar que a vida seja posta em causa eh depois do Nascimento e parece-me que é o que está aqui a ser em está a ser aqui posto em causa é o direito à Vida o direito à proteção social eh por muitas vezes objetivos que não são claramente bélicos ou seja como eu continuo a referir a ideia de guerra justa é uma ideia que tem várias fundamentações na ética e na filosofia Mas não é isso que está a acontecer e acho que é preciso também olharmos para aquilo que está a acontecer como eventos que são claramente massacres catástrofes humanitárias e que não são e permitam-me também essa nota criados pelos jornalistas nesta semana em que jornalistas tê estado muito foram muito criticados até pelo primeiro ministro parece-me claro que às vezes se diz que são os próprios jornalistas que aumentam porque colocam estas imagens mas não são não foram não são os jornalistas que fazem Isto é claro e muitas vezes são jornalistas que filtram eh dentro das imagens mais horripilantes aquelas que são que são menos ingestas de se mostrar agora aquilo que acontece é que claramente nós vivemos no conjunto de conflitos em que o mal e o despreso pela pelas vidas de muitas vezes de minorias étnicas e sociais e tem sido propagado como um con com um conjunto de eufemismos como os danos que eu traz o erros de cálculo um pequenas pequenas derrotas humanitárias para uma grande vitória quando a grande vitória não existe é um sinal humanidade tem em risco é um sinal destes tempos ou um sinal de todos os tempos é um sinal de eu eu acho que nós também temos que ter um bocado de recul histórico e também podemos achar que se calar eu caí nesse erro de achar que isto é um problema de hoje em dia não não se não é um problema de hoje em dia mas acho que se tornará um problema maior hoje em dia se nós perdermos a noção de que também nas guerras há há regras e há também há um certo e há um errado e há até e um ponto onde podemos ir muitas vezes diz-se corretamente que muitos dos mos políticos que hoje temos são estão longe de serem aquilo que hter ou Stalin foram no século XX mas também me parece que não estamos em circunstâncias iguais àquelas que levaram aos bombardeamentos Hiroshima e Nagazaki ou aos bombardeamentos de Dresden e portanto parece-me que é preciso Um grande um grande Ban ainda por cima hoje que o Nobel da Paz foi entregue a associações que fazem memória histórica e também ativa daquilo que aconteceu em Nagasaki Hiroshima após os bombardeamentos atómicos de agosto de 45 portanto parece-me necessário também fazer esta memória para que a nossa consciência não se aditu à banalidade do mal e é precisamente essa reflexão que o Padre João Basto partilha com os leitores do observador num artigo com este título são danos colaterais senhor são danos colaterais Padre João Basto muito obrigado por ter sido hoje o colonista do dia bom fim de semana fica por aqui a última edição desta rubrica das tardes políticas