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é presidente do conselho económico e social Luís pais Antunes alertava a cerca de duas semanas numa entrevista ao Eco que novas eleições seriam um adubo para o populismo vai agora direto ao assunto Luís pais Antunes muito bem-vindo à rádio observador Muito obrigado muito boa tarde muito obrigada por ter aceitado o nosso convite eh há duas semanas precisamente acreditava num acordo para o orçamento do estado não houve acordo eh e sabemos agora acabamos de saber que Pedro Nuno Santos marcou uma declaração para as 8 da noite para mais daqui a pouco quando eh já está na agenda a comissão política de segunda-feira e é supostamente nesse dia que vai ser anunciado o sentido de voto do PS portanto Estamos todos aqui sem perceber porquê esta declaração hoje h o que lhe pergunto é perante aquilo que nas últimas semanas tenho ouvido está agora mais pessimista quanto a que país vamos ter a partir de Janeiro ou ainda acredita que o partido socialista pode viabilizar na generalidade deste orçamento eu eu estou sempre otimista quanto à aquilo que poderá acontecer no país acho que nós devemos ser otimistas e não e não pessimistas eu continuo com uma expectativa positiva acredito que haverá o bom senso e que haverá digamos a capacidade de perceber que a dimensão dos Desafios nacionais e internacionais eh que se nos colocam irá conduzir a uma solução eh naquilo que na minha opinião é interesse do o interesse do país mas aguardemos para ver sem orçamento o acordo de concertação social assinado há há poucas semanas pode ficar comprometido eu não diria comprometido mas afetado certamente certamente que sim porque algumas das medidas que estão contemp no no acordo concentração social carecem de concretização orçamental oramento portanto será afetado não digo que sejam digamos o não se rasga o acordo nem se rasgam vestes por causa por causa disso mas mas certamente terá um impacto e um impacto que não é propriamente positivo o que é que mais o preocupa se o país entrar de novo numa crise política diria essencialmente duas coisas uma instabilidade que necessariamente se vai gerar Nós já estamos num período de alguma instabilidade e de alguma agitação mas ainda com uma expectativa que na na minha opinião é globalmente positiva E otimista sobre o que se vai passar eh portanto temos um problema de instabilidade e depois temos um problema de resposta aos desafios eh alguns que são facilmente identificáveis os desafios geopolíticos a situação no médio Oriente a situação na Ucrânia h o PR a execução do prr que é um grande desafio que temos para que estamos a ter que já já vem do passado que estamos a ter e que e que em que 2025 será muito muito importante e necessariamente a ausência de um orçamento aprovado vai afetar a execução do do prr mas esses são os mais visíveis naturalmente toda a instabilidade que se gera eh com com a realização de uma terceira eleição no espaço vai vai refriar a economia vai refriar a economia vai gerar alguma alguma tensão nos investidores portanto vejo vejo com maus olhos uma situação de bloqueio político institucional no país não há soluções claro que há sempre soluções e mas s mas o preço será maior não é E essas soluções governarem do por exemplo é uma possibilidade também é é objetivamente é uma possibilidade não me parece uma boa resposta para para para o tipo de problemas e para a dimensão dos problemas que temos eh não é certamente digamos a terapia mais mais adequada mas o nosso sistema constitucional tem várias respostas e umas melhores outras menos boas ou outras mesmo piores e portanto haverá sempre uma resposta podem não ser a boa resposta não é e a no meio deste impasse orçamental que ficamos hoje a conhecer um estudo importante da da P data sobre a pobreza no país uma em cada 10 pessoas que trabalha é pobre 2 milhões vivem em Portugal com menos de 600 € por mês eh o senhor defende que o conselho económico e social devia ter um papel maior de monitorização dos acordos de concertação social estes dados que conhecemos hoje vêm provar que por mais acordos de rendimentos que sejam assinados da teoria à prática vai uma distância considerável vai certamente alguma distância mas eu não acho que a questão seja propriamente a da distância entre aquilo que é a a realidade do dia a dia e o digamos e o objeto dos acordes que são celebrados eh estes números não são propriamente uma surpresa nós sabemos que o a eficácia do combate à pobreza não tem sido exemplar eh embora tenham não posso deixar de dizer que há há muitas medidas que têm sido tomadas ao longo dos anos que tem esse objetivo e algumas até com com com resultados mais positivos mas nós temos um problema que é eh combate-se a pobreza criando mais riqueza e nós não temos sabido criar essa riqueza ou por incapacidade do ponto de vista do investimento ou por excesso de fiscalidade e ou por não criar as condições para que a economia possa responder a o conjunto de necessidades que é crescente por parte da das pessoas e da sociedade hum mas já que falar nessa questão da da fiscalidade o governo fez bem em deixar cair referências a orçamentos futuros no que toca a redução do irc eu não vou pronunciar sobre aquilo que foi o tema das negociações e das discussões entre o governo e os partidos da oposição e o partido socialista em em em particular o nós temos nós estamos num quadro político institucional em que não existe uma maioria e da uma maioria na na Assembleia da república e portanto a aprovação de um orçamento pressupõe sempre negociação eh e essa negociação visava um objetivo maior que era de criar as condições para eh Digamos fazer aprovar o orçamento e adotar um conjunto de medidas necessárias para estimular a economia eh foi esse o terreno de entendimento entre os partidos que podem dar a maioria necessária para a aprovação do orçamento se me perguntam mas eu acho que eh H Há outras medidas de natureza fiscal aliás reconhecidas e consagradas no acordo celebrado na concertação social h e a redução do do irci ao longo da legislatura é uma dela h de a previsibilidade do alívio fiscal para as empresas Poderia ajudar à melhoria dos salários dos Trabalhadores no curto Médio prazo eu acho que pode deve e é esse o objetivo também do é esse o objetivo também do acordo sotudo num contexto perde perde Nesta parte do irc não é da previsibilidade do Futuro nós estamos e o o cenário que temos pela frente é o da aprovação do orçamento de estado para 2025 não estamos a discutir o que é que se vai passar em 2026 2027 2028 E por aí adiante e e eu acho que H é um sinal muito positivo independentemente de saber se a descida é de um ponto de dois pontos de 1 e me 2 E5 há um sinal que é pela primeira vez em muitos anos se ataque esse problema que está identificado quer do ponto de vista interno quer do ponto de vista externo como uma limitação ao desenvolvimento da nossa economia um excesso de carga fiscal sobre as empresas há outros problemas a derrama Estadual até o caráter progressivo da derrama Estadual que é quase que é uma especificidade portuguesa uhum e eh Há certamente outras medidas a a adotar no domínio fiscal que são tão eu não posso deixar de falar sobretudo num dia em que por um lado tivemos a boa notícia acho que a economia teve a boa notícia da redução dos dos juros pelo pelo bce mas paralelamente teve também a má notícia de que a a economia tá no espaço europeu está e no espaço da zona Euro está a refecer eh será uma aterragem suave como disse a a Cristin lagardo mas mas mas nós estamos numa tendência de crescimento eh e isto vai eh em paralelo com aquilo que são as principais conclusões do relatório drag da Absoluta necessidade de se estimular o investimento o apoio à inovação a criação de condições para maior competitividade Portugal e a Europa não serão certamente mais competitivos mantendo níveis e fiscais e tão elevados como aqueles que conhecemos ainda nesta matéria fiscal eh hoje em Bruxelas o primeiro-ministro e revelou que os colegas europeus eh estão curiosos com a medida do IRS jovem e tem interesse em replicar esta medida assume mesmo Luís Montenegro que ficou agradado com isso eh o o que lhe pergunto é se fica admirado com este estado de alma do chefe de governo se não é aqui o contraproducente que mais países adotem a medida tendo em conta que um dos objetivos do IRS jovem é precisamente reter os jovens em Portugal e não noutros países tomo boa nota dessa dessa reflexão e dessa valorização do interesse eh Porque apesar de tudo dentro da Europa nós temos e uma divergência fiscal suficientemente Grande para que haja uns que possam estar mais interessados e outros não tanto eh eu não sei quais foram os governos que manifestaram interesse em aprofundar o conhecimento sobre o IRS jovem e Admito que seja um de países que TM problemas substancialmente idênticos ao aos que nós temos em Portugal Isto é um uma eh emigração eh significativa de jovens à procura de melhores condições de trabalho e de melhores condições fiscais eh acho acho que é positivo O Desafio o desafio da da digamos da atração da retenção de talento é um dos grandes Desafios que nós temos na Europa coisa que se fala pouco mas é um elemento bastante interessante é eh o o o nós temos muito mais competitividade muito mais temos muito mais startups nos Estados Unidos temos muito mais inovação mas grande parte dos jovens ou uma parte significativa dos jovens que lá estão são jovens que saíram das univers são europeus que saíram das grandes universidades portuguesas francesas inglesas alemãs e que vão para os Estados Unidos Portanto o problema da retenção dos jovens e do talento jovem é não é apenas um problema português a nós diz-nos mais respeito naturalmente a situação em Portugal mas mas há vários países na Europa eh que sofrem exatamente com com a mesma com a mesma fuga de talento para outras geografias que são mais que estimulam mais a Inovação que estimulam mais a competitividade que têm níveis de fiscalidade inferiores portanto não me estranha pelo contrário que haja outros estados membros que e outros governos que digam pode pode ser aqui uma boa ideia para nós explorarmos também assumiu funções há poucos meses à frente do ces eh eh eh sendo que tem a experiência de secretário de estado eh do trabalho a aposta deve ser no aumento do salário mínimo ou em paralelo é preciso avançar com outras medidas que possam fazer com que o salário médio também aumento em Portugal está perigosamente a ficar próximo a pergunta já contém em si a resposta é óbvio que aumentar o salário mínimo é uma necessidade imperativa e tem-se feito um bom caminho eu espero que se continua fazer esse bom caminho ao longo dos próximos anos eh tem que se evitar aquilo que estava e está ainda a acontecer que é uma excessiva aproximação do salário mínimo e do salário médio e é óbvio que aumentar o salário mínimo e e dá melhores condições às pessoas mas mas há um conjunto de outras medidas que passam desde logo pela fiscalidade mas passam também pelo investimento pela aposta na inovação nem criar condições para maior competitividade alterar aquilo que é um dos grandes déficit nacionais Aliás o relatório drag tem essa fotografia do do do posicionamento infelizmente nos últimos lugares dos rankings da produtividade e da do investimento em inovação e desenvolvimento Portugal Aparece mesmo encostada a parte mais baixa da janela e e e é aí que nós podemos conseguir aumentar também o salário médio tem que ser empresas menos sobrecarregadas empresas famílias pessoas individuais menos sobrecarregadas com com impostos maior investimento nas atividades de investigação e desenvolvimento maiores maiores apostas e e mais seletivas na inovação eh é isso que nos vai levar a ter um salário médio mais mais elevado o caminho tem de ser por aí é o que diz o presidente do conselho económico e social Luís pais antos Muito obrigada por ter Ráo observador foi o convidado do direto ao assunto