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Esta é a história do dia da Rádio observador como uma morte numa operação policial incendiou um bairro um autocarro e caixotes do lixo incendiados apedrejamentos equipas de intervenção da PSP foras entrar em Ação Já são duas as noites de tensão no bairro do zambujal no Concelho da amadora o rastilho para a violência foi a morte de um dos moradores após uma operação policial que aconteceu na madrugada de segunda-feira no bairro vizinho da cova da Moura de acordo com a PSP o homem foi baleado depois de se ter posto em Fuga e ter finalmente ameaçado os agentes com uma arma branca mas associações do bairro amigos e familiares contestam a versão oficial O que é que aconteceu na madrugada de segunda-feira e que acabou com um homem a ser morto pela polícia quantos casos existiram nos últimos anos e em que é que resultaram as investigações são questões para a conversa com Pedro Rainho editor de sociedade do Observador eu sou o João Santos Duarte e esta é a história do dia de quarta-feira 23 de outubro Olá Pedro bem-vindo Olá Pedro tudo começou com a morte de um homem no bairro da cova da Moura na madrugada de segunda-feira O que é que se sabe sobre o que aconteceu que informações é que foram dadas pela polícia as primeiras informações oficiais sobre aquilo que aconteceu foram conhecidas Ou foram divulgadas na segunda-feira de manhã ao final da manhã era precisamente um comunicado da PSP sobre aqueles acontecimentos e icamente referia-se que tinha havido um cidadão nós sabemos agora que é Odir Munis que estava a conduzir um carro na amadora estava a regressar de uma festa não se sabe exatamente onde é que era essa festa mas sabe-se que saiu da festa por volta das 5:40 da manhã e mais ou menos 3 minutos depois a PSP um carro da Patrulha passa por por este condutor pelo Odair e e percebe que há ali uma reação que ele desvia o a sua condução e entra pelo bairro da cova da Moura isso aparentemente suscitou ali algumas e suspeitas a polícia achou aquilo estranho começa uma perseguição para dentro do bairro da cova da Moura e depois há precipitam-se os acontecimentos aquilo que sabemos do comunicado oficial é que há são abal Road vários carros dentro da cova da Moura depois houve relatos que foram quatro carros abal Road E então aí o momento mais importante que é quando o carro do Odir fica imobilizado dentro do bairro da cova da Moura o relato oficial da PSP mais uma vez é o de que o Adair é abordado tentam avançar com a Detenção E terá havido uma reação aquilo que é descrito é que há uma reação uma resistência à Detenção e que surge e uma arma branca uma faca um facal não sabemos exatamente Quais são as características dessa arma branca e é aí que a polícia eh alegadamente porque Estavam escutados todos os meios esta referência é importante no comunicado da polícia porque estavam escutados todos os meios a polícia um dos elementos H recorre à arma de fogo à sua pistola à sua Glock e faz e vários disparos fala-se em quatro disparos esta informação não é oficial fala-se em quatro disparos quatro disparos que terão sido dois para o ar outros dois terão atingido a Dair isso não vem no comunicado não é não é não há informação de que há de facto recurso a arma de fogo não se fala especificamente sobre quantos tiros foram dados e ou quantos disparos foram feitos e onde e quantos terão atingido a a vítima eh relatos não oficiais falam de que dois dos disparos então atingiram a Dair um deles na zona da axila eh e portanto depois há de ter havido Dair cai supomos que ele estava fora do carro quando é abordado e quando tudo isto se passa eh e rapidamente são iniciadas manobras de reanimação porque de facto eh o ferente provocado pela bala teria sido muito grave era um rapaz super querido aqui pelo aqui pelos aqui do bairro zamb Jal e pá eu não acredito no que no que mencionam que dizem que o rapaz tinha uma arma branca já referiste um nome Odir Munis O que é que sabemos mais sobre este homem sim o que sabemos é que Odair Munis vive no bairro dos zambujal dos zambujal perdão há aqui uma diferença não é porque tudo se passa no bairro da cova da Moura não é muito distante Não não é São é cerca de 1 km me de um bairro ao outro e mas portanto od Dair vive ou vivia no bairro do zambujal isto passa-se no bairro da cova da amour ele vivia no bairro do zambujal há cerca de 20 anos tem 43 anos tem três filhos era conhecido por dá era uma espécie de alcunha porque era conhecido no bairro depois há aqui uma informação sobre um café no bairro do zambujal não percebi exatamente se ele era dono do café se trabalhava no café mas é um ponto de referência até porque depois é ali que se realiza a vigília de homenagem ao Odir e portanto Este é um ponto importante ali no no bairro e depois ouvimos alguns relatos de moradores do bairro que falam de uma pessoa pacífica sociável que até Faria voluntariado na associação com a população mais idosa enfim e depois também temos outros relatos É verdade na na vigília desta terça-feira de que eh considerando sobre aquilo que aconteceu na segunda-feira e falando os moradores falavam no uso excessivo de força enfim considerandos que opiniões dos moradores e de pessoas que conheciam o Adair para além do comunicado oficial e do relato feito pelos agentes envolvidos eh não se conhecem pelo menos para já outras testemunhas do que aconteceu eh durante aqueles minutos na madrugada de segunda-feira mas tanto associações entre elas a associação SOS racismo como pessoas que conheciam este homem vieram contestar a versão da polícia Porquê o que é que dizem há há uma reação natural quando estas situações acontecem e ainda bem que elas não acontecem de forma tão frequente Quanto isso mas eh Há Há uma reação natural de crítica à atuação da política da polícia perdão há uma referência a ao uso excessivo de força eh e há também sempre uma uma uma uma consideração uma crítica sobre eh como isto revela que as forças de segurança a PSP em alguns casos a GNR estão de alguma forma tomadas por e elementos ligados a a movimentos extremistas radicais de extrema direita enfim isto depois todos os detalhes de cada caso são investigados mas estas críticas é costume aparecerem Mas o que eu acho importante referir-se aqui é que o uso de uma arma de fogo está muito bem definida na lei eh O que a lei diz é que o agente da PSP ou o militar da GNR só pode fazer recurso da arma de fogo em casos de absoluta necessidade e sempre como uma medida extrema quando todos os outros meios tenham sido eh considerados ineficazes portanto em último caso pode recorrer à arma de fogo mas também há uma nota na lei que diz que quando isso acontece quando de facto a arma de fogo tem de ser usada eh o o agente deve fazer o o máxximo de esforços para reduzir ao mínimo as lesões para provocadas os danos provocados e respeitar e preservar a vida humana só para dar dois exemplos ou três sobre Quando é que a arma de fogo pode ser utilizado ou Em que situações a lei fala num perigo iminente de morte ou ofensa grave à integridade física portanto quando o suspeito pode provocar lesões em terceiros até nos próprios agentes da da PSP ou nos elementos da da GNR pode ser usada também arma de fogo para prevenir a prática de um crime particularmente grave que ameaça outras vidas humanas é um bocadinho aqui no mesmo sentido e também quando seja necessário eh deter uma pessoa que represente uma ameaça e que resista à autoridade segundo o relato da PSP o relato oficial único que temos até agora foi isso que aconteceu eh Odir estaria mido de uma arma branca de uma faca supomos resistiu à Detenção e ainda tentou atacar os polícias e portanto há aqui vários preceitos da lei que aparentemente estão estão englobados estavam previstos e e e e ficavam aqui portanto é isto que a lei diz mas só para deixar claro a lei é muito taxativa sobre em que contexto é que uma arma pode ser usada e este caso para já já teve consequências não Sim já teve algumas consequências imediatas que não são as consequências definitivas nós sabemos que a inspeção geral e da administração interna abriu um inquérito no fundo para perceber o que é que aconteceu ali se o uso da arma foi bem feito se de facto houve uma tentativa de agressão se houve resistência à atensão tudo aquilo de que falávamos também sabemos que a minista da administração interna eh determinou estar a abertura de um inquérito com caráter de urgência e também sabemos que o PSP que terá feito os disparos eh Mortais foi constituído arguido já foi ouvido pelas autoridades competentes eh Há indicação de que ele foi até afastado uns dias ou foi aconselhado durante uns dias a a afastar-se tirar um período de férias enfim porque este é um momento traumático exige sempre alguma distância E também há referência a um acompanhamento psicológico de que que estará a receber já regressamos à conversa com Pedro Rainho editor de sociedade do Observador na segunda parte Vamos tentar contextualizar os distúrbios no bairro do zambujal que aconteceram na sequência da Morte deste homem numa operação policial e falar ainda de outros casos de operações policiais que resultaram em mortes perceber que conclusões ou consequências tiveram ela era genuin uma Muler revoltada Esta é a história de Vera Lagoa a Muler mais temida pelos poderosos de todos os regimes afar desafi os militares de abril e ridicularizou os que se achavam donos do país episo 4 a peros reci a grande provocadora é uma série para ouvir em cinco Episódios faz parte dos podcast Plus do Observador é narrada por mim José mata com banda sonora original de molin os assinantes do Observador T acesso antecipado a todos os episódios desta série os podcast Plus do Observador tem o apoio da k estamos de regresso à conversa com Pedro Rainho Pedro a morte homem deu a protestos violentos no bairro onde vivia o bairro do do zambujal que bairro é este onde é que fica situado é um bairro que fica cerca de 10 minutos de Lisboa Se quisermos caracterizar em terraços mais largos a população podemos falar de um bairro de de habitação social uma comunidade maioritariamente afrodescendente alguns elementos da comunidade cigana fica muito próximo de uma zona Industrial uma série de pavilhões de compras de de Retail etc eh fica muito próximo como falávamos há pouco da cova da Moura onde de facto o o todos estes acontecimentos eh têm lugar eh e depois eh é um bairro mais recente que a que a cova da Moura tem uma esquadra da PSP à porta eh que fica numa das entradas do bairro e depois Há ali um contraste muito grande não mesmo no bairro mas na nas proximidades do bairro há também ali muita habitação de uma classe que diríamos classe média classe média alta com algumas Vivendas mais eh muito contrastantes com a realidade que se vive naquele bairro existiam vários focos de incêndio no Bairro do zambujal portanto a nossa atuação numa primeira instância foi de auxílio aos bombeiros para que os mesmos pudessem trabalhar em segurança no entanto a essa nossa abordagem foi os cidadãos reagiram com alguma violência alguns cidadãos que se encontraram no local havendo portanto necessidade de reposição da ordem pública por parte da polícia de segurança pública e o que é que aconteceu como é que os distúrbios começaram a o que acontece é h a notícia da morte de Odair Muniz que desencadeia alguns protestos no bairro a notícia é conhecida na segunda-feira de manhã ao final do dia cerca das 10 da noite 10:30 da noite começa a ver eh aquilo que nós podemos definir os primeiros sinais daquilo que podemos definir como uma uma batalha campal em em pleno bairro há pedras atiradas eh primeiro a um autocarro da Carris que ia fazer o serviço normal pelo bairro Há até eh garrafas atiradas a carros de particulares há vídeos que mostram isso muitos eh muitas viaturas privadas a serem atingidas com com carros eh Há tiros há petardos a rebentar há caixotes do lixo incendiados portanto é aquele cenário que se calhar nos habituamos a ver nos bairros de Paris exatamente mas que aconteceram ali muito próximo da da cidade de Lisboa e depois há a reação da PSP num primeiro momento para dar apoio aos às equipas de Bombeiros que estavam a tentar apagar aqueles focos de incêndio depois também são alvo de de entos de ouvem-se alguns tiros uma subcomissário da da PSP foi questionada sobre o que é que aconteceu enquanto enquanto a PSP intervinha no diretamente no bairro ela não sabia dizer muito bem de onde é que vinham os tiros mas ouviam-se de facto na segunda-feira à noite muitos tiros muitos disparos eh quer do bairro do zambujal quer da cova da amoura e portanto criou-se ali uma situação muito tensa houve uma atuação policial muito musculada e enfim aí a meio da madrugada as coisas começaram a acalmar-se mas já depois de de uma intervenção musculada como eu dizia da da PSP olhando um bocadinho para trás e para uma perspectiva mais geral e e os casos certamente serão todos muito diferentes mas que dados temos sobre vítimas Mortais em operações policiais nos últimos anos eu há pouco dizia que estas situações não acontecem eh tão frequent tão frequentemente Quanto isso mas se olharmos para os números eles não não deixam de ser cada um deles um um caso negro mas há há um relatório da inspeção geral eh da da administração interna um relatório do ano passado 2023 que fala em 13 pessoas que morreram por intervenção da PSP nos últimos 8 anos e desses últimos 8 anos de facto o ano 2023 o último ano foi o mais crítico desse período houve quatro mortes por intervenção das forças de segurança depois em 2018 2019 não foram registrados quaisquer casos mas de facto desde 2017 que não havia tantas mortes por ação da polícia num único ano como em 2023 por exemplo exemp em 2017 houve um um caso que ficou muito conhecido de uma mulher que que ele estava relacionado com assalto no multibanco ela entrou num carro o carro correspondia a uma identificação dos suspeitos do assalto acabou o carro acabou por ser baleado não tinha nenhuma relação com o assalto e a mulher acabou por ser morta enfim é um dos casos mas que ficou muito conhecido porque teve muita projeção mediática uhum Qual foi o caso mais recente antes deste e agora de uma pessoa enfim morta no âmbito de uma operação policial em Portugal o caso mais recente que nós temos informação é de de um tiroteio entre as gentes da PSP e um grupo H civis de pessoas enfim no porto Eram quatro homens dois mulheres duas mulheres e dois homens que estavam num carro noutro carro havia elementos da PSP à civil perceberam que aquele que o outro garro tinha sido usado em situações de tinha sido roubado fortado uma situação de car jacking tinha sido usado em em assaltos em vários assaltos e quando tentaram abordar essas pessoas foram abalados houve uma troca de tiros e uma da um dos suspeitos acabou baleado morreu outro ficou ferido ao invés também teremos casos de mortes de Agentes de polícia em resultado de enfim intervenção policial ou operações neste caso qu qual foi a última situação enfim conhecida aqui foi uma situação bastante mediática Se eu disser o nome Fábio guerra acho que isto vai despertar alguns Alguns sinais a situação aconteceu na noite de Lisboa e havia um grupo Aparentemente a divertir-se na numa das discotecas de Lisboa na no mome esse grupo foi expulso da discoteca gerou algum brá uma confusão no exterior da discoteca e depois havia um grupo de elementos da PSP a civil que se aperceberam daquela daquele tumulto aproximaram-se eventualmente para tentar resolver aquela situação e depois houve ali confrontos físicos houve agressões muito violentas o Fábio guerra dois psps agredidos eh o Fábio guerra é um deles é empurrado para o chão é violentamente espancado é pontape e acaba por morrer ainda foi conduzido para o hospital São José mas depois acaba por morrer o outro PSP foi ficou ferido recebeu o assistência hospitalar mas eh sobreviveu e depois há na sequência deste deste caso há a condenação de dois homens dois ex fuzileiros eh Cláudio Coimbra e Vadim rinco Eu espero estar a dizer nme bem que foram condenados a uma a uma pena de prisão Num caso de 20 anos no outro caso 17 anos ambos por homicídio uhum há pouco falávamos nas consequências que este caso agora da cova do Moura já está a ter entre eles a abertura de um inquérito enfim é um procedimento absolutamente normal nestes casos eh que resultados é que estes inquéritos têm sim falávamos nas reações nas consequências imediatas por exemplo neste caso há a Constituição de arguido e há um processo que uma uma investigação que decorre a segum seguir pelas instâncias da da área de administração interna e eventualmente até do Ministério Público neste caso sim do Ministério Público H E isso são ações imediatas consequências imediatas ainda que Provisórias porque depois há todo o processo que decorre e eu acho que e a perceção que há é de que passa muito tempo entre e os acontecimentos as mortes as agressões etc e a consequência definitiva eh mas se olharmos às vezes no prazo no período de meses eventualmente anos Aquilo em que estes casos podem redundar a consequência final pode ser muito diferente o elemento da PSP o elemento ou os elementos da PSP visados nos inquéritos podem ser ser ilibados considerado pode considerar-se que a sua atuação cumpriu o que está estabelecido na lei e portanto tudo ok e são reintegrados nas Forças e continua a sua função normal podem ser suspensos se tiver havido alguma irregularidade podem ser suspensos num determinado período alguns dias algumas semanas e no limite nas situações mais graves quando há um grave incumprimento da Lei aquilo que pode acontecer é o afastamento puro e duro ou seja estes elementos serem afastados em definitivo do exercício de funções nas Forças de segurança Obrigado Pedro obrigado Sociedade do Observador esta foi a história do dia neste Episódio usamos ainda sons da SIC a sonoplastia é de Pedro Oliveira a música do genérico É do João Ribeiro eu sou o João Santos Duarte até amanhã
3 comentários
Quem incendiou o bairro foram os criminosos. Apenas provam que o policia estava certo
Só se perdeu a bala,e os colegas do polícia ao prender o colega estão a ser como eles , e se não o prenderem os governantes até se borram.E vocês polícias estão a ser covardes perante o vosso colega.
Este cavalheiro era um santo, a crer pelos testemunhos da comunidade, eu penso que ele não parou à ordem policial, porque estava atrasado para alguma acção de solidariedade, a faca era só para barrar a manteiga nas sandes que ele ia oferecer aos pobres, secalhar até tinha alguma farinha no porta malas para fazer pão, o polícia, esse criminoso, já está pré condenado, sem arma, suspenso e constituído arguido, se lhe tivesse acontecido o mesmo que aconteceu ao agente Irineu, morto com 22 disparos, aí nesse caso, em vez destes motins, a malta do bairro tinha feito fogo, mas era para assar um porco no espeto e fazerem a festa, enfim, a polícia devia era entregar as armas, e quando forem chamados para alguma ocorrência, façam o favor, NÃO VÃO!!! ou pelo menos apareçam 2 horas depois, é que agora este polícia está lixado e pôs a própria família em perigo.