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Olá Hugo Vander ding bem-vindo à Renascença como é que está tá tudo bem olá estou ótimo E tu também devo dizer aqui aos ouvintes que de facto Tás ótimo embora a quantidade de trabalho que tens em cima do lombo por estes dias então tu andas a fazer o quê Hugo olha faço muitas coisas faço os meus desenhos não é para já H depois e faço vamos todos morrer que uma coisa que as pessoas Acho que conhecem mais ou menos H queou depois em podcast olha Jardin muita Jardin faz a jardinagem ou estás a brincar Tás a Guar tá a Guar sim estreamos o programa de televisão com o Martim Sousa Tavares meu companheiro do de crime em muitas coisas e depois estou sempre a escrever para para muitos sítios e faço também olha um podcast da fundação Francisco Manuel dos Santos uma coisa muito interessante eh no meu caso sobre sociedade Hum e Dev fazer mais milhões de coisas que agora não me t lembrar e escreve muito escreve muito com o Martin temos sempre muitos projetos este este que vi cá a falar hoje é uma peça que já que vai estrear em Lisboa apesar de já ter estreado o ano passado em Bragança e depois andar a correr o país sim e que adaptasse com o Martim precisamente foi um trabalho de dupla também vosso foi foi então vá Vamos lá eh vamos falar do misantropo que é a peça da qual eh à qual te referes porque vamos tê-la no teatro eh Dona Maria ia agora em Lisboa finalmente depois de ter andado pelo país que é de molier não é uma pada peça vai o Teatro Nacional era suposto abrir as suas obras Está umas grandes obras ainda está fechado de modo que nós vamos estar no tivo ali mas como se fosse o Teatro Nacional vai as pessoas todas do Teatro Nacional o o pessoal é o mesmo isso é que como tá em obras eles fizeram uma coisa muito gira que é ir a sítios que existem e que e que tem Esta possibilidade de receber as peças do teatro ou seja não pararam foi param é uma coisa incrível chama-se od disia Nacional uma ven gigante para o Pedro penim e toda a equipa do Teatro Nacional levaram as peças que estariam no Teatro Nacional em Lisboa no rcio eh literalmente ao país inteiro continente e Ilhas num coisa já disse audice nacional que foi ver a rede de teatros públicos portuguesas e e todas as cidades têm um e até algumas Vilas também têm e Foi incrível Foi mesmo incrível a esta a nossa estou não era só o misantropo todas as peças do do Teatro Nacional andaram por aí numa numa das Missões que também deve ser do Teatro Nacional não é que tem dois edifícios o porto e em Lisboa mas que é é nacional nós estamos em Bragança que é provavelmente o sítio mais longe da da da da capital quase em acesso não então eles diziam chutos não é de Bragança Lisboa são 6 horas de distância São mesmo Olha que são meso mesmo cost tun exato e foi engraçado quando lá estávamos Claro é é muito interessante as pessoas queixam-se mesmo de que não vai tudo aquilo que passa no circuito Porto de Lisboa mas eu f lembrei o presidente da Câmara de Bragança disse isto é o mais perto que nós conseguimos estriar de Paris ou de Madrid ai pois é estás a Bragança mais lá temos e para as pessoas não se perderem vamos ter o misantropo notivo ali mas peça do teatro Dona Maria segund nacional dona Maria ia é uma adaptação de molier uma sátira famosíssima e o que é que tu e o Martim fizeram com este texto original Olha o o Pedro tinha noos convidado para fazer uma tradução livre e nós em boa verdade reescrevemos A peça está lá muito pouco do do original em termos de é Uma Peça em verso original do molier nós transpus temos aquilo para uma realidade Portuguesa no durante o o o reinado do Dom João V e e é uma as personagens estão lá e o o o o enredo está lá mas o resto está tudo é tudo da nossa da nossa cabeça aquilo é uma trup de atores que está a tentar pôr em em em cena o misantropo do molier original Hum só que cada um cada uma daquel daqueles atores e daquelas personagens tem uma nenhum é ator são todos amadores e cada um está ali por uma razão diferente e são razões até conflituosas estão ali com uma agenda como se diz agora não é hã diferente e depois quem pega na peça é a Mónica garnel que é a encenadora e deu el que é genial e fantástica e deu-lhe ali uma deu-lhe um um corpo claro que que que arranjou uma uma série de soluções cênicas os atores estão sempre em palco a Mónica foi alterando um bocadinho não não encenação sim acho chama ess nação hã ao ao próprio aos próprio teatro porque eh por exemplo há teatros que têm escadas de metal não é do próprio palco e ela usa essas coisas Hum e ficou um resultado incrível pois os atores são todos awesome e divertem-se imenso não é é muito divertida a peça é muito divertida aparentemente é um é quase um disparate porque é muito é ris do princípio eu rio eu já fui ver três ou quatro vezes e eu rio sempre e como eu rio bastante alto me escandaloso não quem disse eu estraguei a peça H muita gente que eu rioo antes porque já sei o que é que eles vão dizer a seguir mas é muito girir e depois tentamos manter essa estrutura H ou seja a mensagem principal da peça do molier é uma peça sobre a vaidade humana de certa maneira de certa maneira não é é isso e sobre a futilidade e sobre sobre no caso da corte Francesa e nós pisemos um bocadinho isso para para corte para para a sociedade Portuguesa e a Mónica tem graça criou uma espécie de aquário onde uma parte da peça de se passa que apesar da de de ser há uns séculos atrás não podemos deixar de não ver naquele aquário as redes sociais os ecrãs do telefone as montras do do consumismo e foi um casamento perfeito entre o molier que morreria duas vezes você L se calhar não por acaso se calhar ele achava graça acho que tinha Diz que tinha sentido do humor pelo críticos de molier dizem isso não é que os texos vinham muito carregados de stira eu pergunto é fácil escrever uma peça de de teatro porque tens de visualizar tudo o que acontece as ações de de pessoa ou seja de tudo tal e qual Olha eu Esta é a minha segunda experiência já tinha escrito algumas coisas com o Pedro penim já há uns anos h e é engraçado encontrar métodos de trabalho diferentes hum a diferença com o Pedro penin é que é escrever com uma pessoa que sabe muito bem o que está a fazer e isso foi uma escola incrível porque o Pedro quando tá a escrever ele tá a ver já como é que aquilo f funciona em palco porque tem muita experiência sabe é muito talentoso Claro h e é era um processo diferente o Martim e eu éramos ambos estantes nesta história do que é escrever uma peça nós fechá-los eh durante quatro dias levamos a ideia e E fechamos durante quatro dias num palacete a cair aos focados literalmente em Tomar uma coisa com bolas de Cotão assim debaixo das camas Mas lindo um palacete lindo mas de quem estava em quartos no airbnb que eu acho que é uma família ok que já teve já viveu melhor sim sim que a luga quartos no seu Palacete para poder ter umas carcaças para tomar mal que moço Aliás o dono Mas ó Isto é isto parece mentira mas é verdade o dono do dito Palacete é é o pelo menos o nome é uma das personagens da da da da peça e isto agora vou contar uma peo em confidência hch tantas a a a Mónica garnel tá a dizer assim Isto é tomar e disse o tal pala ah eu con conheço muito bem É e ela diz a minha penso que era a bisavó a grande Amélia rolaço teve lá nesse tenho umas fotografias dela lá no casamento Ah mas e a pessoa é viva e sabe que aparece aparece se ele sabe não sei mas mas que tá na peça está E então fechá-los e foi muito divertido para já Isto é escrever com alguém que que que é quase uma continuação da nossa cabeça não é e portanto nós não há ali uma não houve ali uma questão de discutir Ah vamos dizer aqui aqui pomos isto aqui pomos aquilo não nós divertimos muito fizemos isso que Estás a dizer faz faz todo o sentido porque nós fomos eh vivendo a peça ou seja um de nós ia escrevendo e nós andávamos pelo pelo sítio que estamos a escrever pelo qu on estamos a escrever a dizer o texto não é a dizer ele agora diz só parávamos para rir e cair no chão a rir eh quando quando escrevíamos coisas Hum mas foi quase ensenar ao mesmo tempo que estávamos a escrever e há como há uma cumplicidade tão grande parece que as palavras saem ao mesmo tempo nós estamos a imaginar E ela agora vai dizer e dizemos ao mesmo tempo as coisas e rimos muito muito E viemos escrevemos acabamos a peça viemos no carro de volta para Lisboa cheios de vontade que a peça estreasse logo naquela tarde claro que foi só m pois pois mas por acaso é uma coisa que não não se não se escreve teatro em Portugal temos muita falta de novos textos de de teatro Os ens senadores queixam-se muito disso de dessa falta assim é verdade há um esforço grande e Há Uma Geração Nova que que que que também falta nós somos um bocadinho mais em boomers não é tu e eu pois é mas fico muito contente e gosto muito de explorar isso de gente que tem agora 20 e Poucos Anos e e que são poetas há imensa gente e que são dramaturgos e que são bem músicos nós vamos conhecendo melhor porque são talvez mais mediáticos há imensa gente talentosa a aparecer e e como hoje em dia ao contrário da nossa geração Consegues fugir muito mais facilmente a ao aos mías estabelecidos não é tu Consegues publicar livros pois é Zinho Consegues fazer Consegues ter uma carreira artística no YouTube e e e rebentar assim dessas dessa maneira há muita gente a conseguir furar e Há muitas coisas alternativas e às vezes penso uma coisa que é nós sabemos que o mainstream baixou não não sabemos isso a qualidade do do mainstream tem vindo Parece que puxa-se um bocadinho para baixo nós vemos isso na televisão vemos isso em tantos sítios e a minha esperança é que quando o mainstream baixa abre l a que coisas mais de nicho também comecem a aparecer penso muito nisso penso quando fico desiludido que que que se façam Sei lá eu às vezes penso nós tínhamos na televisão pública nos anos 60 e 70 o Vitorino Nemésio tinha um programa na po sim sim no horário nobre o serman sariva era visto por milhões de pessoas no horário nobre e às vezes Olhas e pensas onde é que a maionese talhou Pois é isto agora é é uma instag gramática verdade completamente diferente ficou sim sim b e e pronto Claro ter o vitrino mesia ou ter 10 pessoas fechadas numa casa não é propriamente a mesma uma coisa só que por outro lado florescem como cogumelos eu falo muito Ana desculpa não faz mal Olha o que fica é não nos importamos go estamos de ouvir agora o que é importante ficar é que o misantropo vai estar em cena no Tivoli nesta programação quem quiser procurar exatamente as horas e tudo tem de ir ao site do Teatro Nacional de an Maria segunda ok passa por lá Porque a peça pertence-lhe ficasse chamado vamos todos morrer quem é o teu morto Favorito ai há tanta gente sabes que eu já fui por revoadas h e ultimamente no último ano do vamos todos morrer tenho estado muito focado em figuras que não são conhecidas H mas que e deviam ser e e foquei-me muito fui descobrindo um filão das mulheres que no início do século XX em Portugal portanto são toca-nos aqui fizeram Coisas extraordinárias e que vivemos no mundo que elas nos deixaram não sei se é a minha morte favorita mas lembro-me sempre de um nome que nós conhecemos até porque dá nome a um hospital que é a Carolina Beatriz Ângelo que é a primeira mulher a votar em Portugal aproveitou um buraco na lei e logo logo nas primeiras eleições da República foi-se inscrever Teve teve que lutar para isso e votou sozinha foi a única mulher naquele ano os homens mudaram logo a lei e só se pode votar umas décadas depois e foi das primeiras mulheres na Europa a votar uma mulher incrível que dedicou a sua vida e era uma das primeiras médicas portuguesas também ao serviço da comunidade a mulheres homens a gente sobretudo Pobre é uma mulher incrível vou dizer ainda bem que ela morreu olha muito obrigada obrigado eu ficar mais Du horas falar que não sabemos beijinhos