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está no ar o cinco continentes na rádio observador já sabe que é por aqui que viajamos pelo mundo para analisar a geopolítica Internacional e para isso contamos sempre com o historiador Bruno Cardoso Reis aliás isto já não se faz sentir Bruno Muito bem-vindo obrigado Bruno bem-vindo isso em vocês obrigado todos juntos todos juntos ora as eleições dos Estados Unidos Exatamente é isso mesmo as eleições dos Estados Unidos já passaram também já avaliamos no programa da semana passada que pode ouvir está disponível em podcast o impacto nos diferentes continentes da vitória de trump esta semana André Maia falamos das nomeações principalmente relacionadas com a política externa é isso porque já sabemos que Marco Rubio vai ser o chefe da diplomacia Pit eget vai chefiar a defesa Stefani vai ser Embaixadora na ONU tuls gabard vai liderar os serviços de informações e Mike waltz vai ser o conselheiro de segurança nacional Bruno são aqui nomes novos O que é que nos dizem estas nomeações eh bem eh em primeiro lugar Talvez um bocadinho explicar algumas desta alguns destes cargos porque nem todos eles existem em Portugal ou quando existem é numa escala muito eh muito diferente por exemplo o caro conselheir de segurança nacional eh enfim em Portugal há esta teses para de que o conso diplomático do primeiro ministro seria o equivalente isso não tem nada a ver ou seja ele por um lado é alguém que está fisicamente muito próximo do presidente tem a partir a parte do chefe de gabinete ou da chefe de gabinete neste caso é a figura que está mais próxima ou seja está na Casa Branca junto ao presidente Sempre disponível e sempre presente para acompanhar a dimensão externa da ação da do presidente nos múltiplos aspectos ou seja é defesa é é a diplomacia é o comércio enfim as informações o que for a cooperação eh e tem uma vastíssima equipa de de centenas de pessoas com especialistas em múltiplas áreas regionais em áreas temáticas etc para para o ajudarem no fundo nessa nessa tarefa portanto é uma função tipicamente muito importante mas que depende muito do grau de confiança e da real proximidade com o presidente eh e aquilo que aconteceu Por exemplo com os antecessores de Mike walts durante o anterior mandato Donald trump entre 2016 e 2020 foi que não correu bem e o o o general MCM o general o John Bolton emaio do John Bolton por exemplo Donald trump teve quatro Conselheiros de segurança nacional em 4 anos e teve sempre relações muito conflituosas que tinham muito a ver com esta questão ele não gosta de especialistas não gosta que lhe digam Quais são os factos não é prefere no fundo manter as suas obsessões as suas prioridades muito ideológicas e portanto isso criou sempre relações muito tensas com anteriores conselhos de segurança nacional o ms é alguém que à partida tem pensamento tem reflexão sobre estes temas tem uma experiência não só como veterano mas mas já depois disso como congressista e como alguém que pensa sobre estas questões eh à partida e dos nomes que são conhecidos É talvez digamos dos mais consensuais parece ter um perfil adequado ao lugar e a questão é saber se eh até porque ele vem desta linha mais moderada e portanto só mais recentemente é que se aproximou mais da linha trumpista até que ponto é que ele terá realmente a confiança e a influência que seria necessária sobre o o presidente para ser eh eficaz eh depois telsey gabard por exemplo é diretora dos serviços de informações não é diretora da C C é só um de 18 serviços de informações que os Estados Unidos T militares civis enfim outros muito que se tornou muito conhecido é H A nsi que faz a a interceção de comunicações eh mas portanto eh Este é um nome que está no Polo oposto Ou seja é um nome ela até não é uma republicana de origem começou por ser uma esquerdista do partido democrático com teses muito críticas sobre a ação externa dos Estados Unidos eh e se tornou a tão radical que ela começou a ter problemas dentro do próprio partido democrático chegou a ser candidata aliás às primárias do partido democrático eh mas depois disso afastou-se do partido e começou a aproximar-se digamos pela pelo extremo eh pelo extremo esquerdo do Extremo direito Se quisermos começou-se aproximar Donald trump e portanto é alguém que é conhecido por reproduzir as narrativas de da propaganda russa russa sobre e no fundo a culpa da guerra da Ucrânia da invasão russa da Ucrânia e não é das ambições imperiais de Putin e é no fundo do ocidente da Nato tudo isso é alguém que foi visitar um regime realmente genocida que é o regime Sírio do presidente Assad e responsável pela morte de centenas de milhares de de civis por bombardeamentos del liberados hospitais por usar armas químicas contra a sua própria população ela achou que era alguém que concia diálogo e que não era um inimigo do do Estados Unidos h e portanto é é uma nção que está a levantar grande controvérsia nomeadamente também porque ela não tem nenhum tipo de experiência nesta área das informações e a única coisa que se conhece dela é que realmente eh parece ser tão incapaz de fazer uma análise minimamente objetiva que é uma das coisas importantes nas informações que basicamente reproduz a criticamente narrativas de inimigos eh dos Estados Unidos inimigos declarados dos Estados Unidos como é o caso da Rússia não é que tem como seu objetivo declarado a minar o poder a influência dos Estados Unidos a nível a nível Global H depois eh temos um outro nome também digamos com alguém com Evidente experiência é uma congressista também ali stefanic será Embaixadora nas Nações Unidas O que é que estamos a falar nisso bem porque eh no na na estrutura americana eh o embaixador junto das Nações Unidas tipicamente também é ministro portanto está ao mesmo nível ou seja não está dependente do secretário de estado que na designação aqui americana é o nome que se dá o Ministro dos nossos estrangeiros mas está diretamente dependente do presidente eh Isto mostra também bem historicamente a importância dos Estados Unidos na criação das Nações Unidas e o investimento grande que apesar de algumas tensões eh sempre fez nas Nações Unidas mas no caso da Eli stefanic a questão é ela não é conhecida propriamente por ser uma grande fã da da da Organização das Nações Unidas e sobretudo parece ver a organização eh Dos comentários que se conhece pelo Prisma da questão de Israel eh e das posturas muito críticas da da ONU nomeadamente da assembleia geral sobre Israel eu até posso estar de acordo com esta ideia de que muitas vezes há muitas críticas excessivas eh das Nações Unidas relativamente a Israel que depois inclusive desvalorizam eh eh eh quando surgem críticas mais pertinentes em alturas em que elas fazem mais sentido como eu diria que é o caso agora nomeadamente com a situação da população civil em em gasa que é que é inaceitável mas no caso realmente Deli stefanic Apesar de tudo eu diria eh era importante ter alguém que tivesse uma visão um bocadinho mais Ampla sobre o que são as missões da das Nações Unidas mas em todo caso é uma é uma nomeação digamos perfeitamente aceitável que está em linha com com as ideias do presidente trump e alguém que tem currículo nomeadamente como congressista com interesse por estas áreas eh Depois temos o o o o chefe da diplomacia o chefe da Defesa o Marco Rúbio Pit exf mais uma vez dois extremos Marco Rúbio um senador alguém com muita experiência muito interesse enfim nas comissões de assuntos externos tem um particular interesse pela América Latina também pela sua origem pela por ser da Flórida que é muitas vezes é é referido Miami é referido como sendo uma espécie de capital da América Latina eh mas independentemente disso até enfim eh interesse também pelas pelas alianças tradicionais dos Estados Unidos na Ásia na Europa etc portanto é alguém claramente preparado para o para as funções e corresponde ao perfil habitual eh para este tipo de de funções eh mais uma vez era alguém que vinha da linha republicana moderada e que depois se aproximou nos últimos anos para sobreviver politicamente Donald trump portanto aqui mais uma vez a questão é saber que influên real é que ele terá o pitas e o chefe o responsável do departamento da defesa bem ele aquilo que é curioso é que ele próprio veio dizer que o Donald trump no seu anterior mandato pensou nele para e Ministro dos veteranos porque é a única área na qual se conhece alguma reflexão dele ele é é sobretudo conhecido como comentador na Fox News desde 2014 mas muito focado nesta questão dos veteranos e muito bem É uma questão muito importante e uma causa Nobre mas há um ministério específico para isso quer dizer a defesa nos Estados Unidos é tão gigante há milhões de veteranos que há um ministério só para lidar com com os antigos combatentes chamaríamos nós em Portugal com os veteranos eh e portanto e e lá está e Donald trump achou que ele era demasiado verde e inexperiente para isso ora Entretanto a única coisa que aconteceu foi que ele passou mais tempo a fazer comentário na na Fox News eu não tenho nada contra comentadores serem nomeados para cargos importantes mas a verdade é que não se conhece estudo reflexão sobre as grandes questões da Defesa exeto depois também questões de nicho que não tem nada a ver com os grandes desafios da Defesa para uma potência como most os Estados Unidos enormes mudanças tecnológicas eh competição geopolítica muito mais Intensa com potências rivais como a China ou a Rússia tem a ver com eh ele não gostar das mulheres na na na em funções de combate diz que distraem aparentemente os colegas masculinos e portanto quer dizer que não devem estar lá ou a questão dos chamados Generais woke aparentemente há uma epidemia do wokismo entre os entre os militares Enfim acho que é uma surpresa para a generalidade das pessoas Portanto ele falam em um terço de Generais woke mas inclusive associado a esta ideia de que haveria aqui uma espécie de Purga desse problema dos Generais woke e o que coloca problemas sérios ele e já disse publicamente que defendia o afastamento do atual chefe de estado maior General o general Brown eh há na na entre o trumpismo a ideia de que se devia demitir todos os chefes de todos os Ramos e e fazer uma lipesa muito mais Ampla entre os oficiais Generais ora é evidente que o poder político civil eleito tem poder nomear e demitir os comandantes militares agora não deve fazê-lo eh de acordo com questões de Simpatia ou antipatia política mas de de incompetência de ineficiência eventualmente até de deslealdade eh e portanto isto seria uma coisa sem precedentes na história dos Estados Unidos e seria evidentemente um sinal muito preocupante de politização portanto é mais um nome que levanta aqui algumas questões sérias vamos ter de esperar para perceber Qual o impacto destas nomeações de trump e já que estivemos aqui a falar de política externa relacionada aqui com os Estados Unidos Bruno vamos agora às guerras e começamos na Ucrânia no último mês muito se tem falado da possibilidade do país se virar para o nuclear zelensk fez algumas declarações ambíguas sobre isso que levaram mesmo a esclarecimentos do próprio e também do Ministro dos negócios estrangeiros ucraniano para negar essa possibilidade Bruno a Ucrânia voltar a tornar-se nuclear é mesmo uma boa IDE bem eu diria que pelo menos há uma coisa que é consensual é que foi uma péssima ideia a Ucrânia ter abdicado das de um terço das armas nucleares soviéticas que tinha a Ucrânia era quando se tornou independente em 1991 a maior a terceira maior potência nuclear em termos de número de ogivas no mundo a seguir à Rússia e e aos Estados Unidos e e e e de facto houve uma pressão enorme do ocidente para tentar acomodar e o estatuto asoc ações de segurança da Rússia com e também a questão da proliferação com isso deixar de acontecer foi basicamente os Estados Unidos que patrocinaram eh este desarmamento nuclear da Ucrânia e que pagaram também esse no fundo a Ucrânia entregou estas armas à Rússia para serem desmanteladas em troca de uma garantia de segurança das suas fronteiras eh o famoso memorando de Budapeste 1994 quer pela quer pela Rússia quer pela pela quer pelos Estados Unidos ora evidentemente esse morando não foi cumprido isso até legitima Aliás redobra a legitimidade do apoio ocidental e em particular dos Estados Unidos à Ucrânia não é só uma questão de que isso é um direito e um dever de acordo com a carta das Nações Unidas um país tem o direito a defender-se e os outros têm o direito e até o dever do ajudar a defender-se de uma agressão armada de uma invasão de uma guerra de conquista mas há ainda esta razão adicional e obviamente a Rússia não cumpriu todo eh isso e portanto eh acho que é normal que eh a questão se se coloque também acho normal que a Ucrânia negue pelo menos até ter e mas acho que realmente se calhar é do ponto de vista digamos de uma uma estratégia militar muito fria é se calhar a opção que faz mais sentido num contexto em que a Ucrânia não pode aderir à Nato e não é realista que Adir à Nato eh em que e deixa de ter uma garantia de segurança de apoio da parte dos Estados Unidos eh em que a Europa pode continuar a dar algum apoio mas será sempre muito mais limitado que o apoio dos Estados Unidos e portanto e realmente a Ucrânia tem à partida não há para isso porque teve essa experiência durante muitas décadas tem material nuclear tem plutónio para isso tem uma uma grande estrutura de de de centrais nucleares e portanto pelo menos aquelas armas nucleares mais simples do tipo de hirosima eh seriam relativamente fáceis de de fabricar digamos assim para um país como a Ucrânia agora podem criar aqui problemas tensões com os seus aliados ocidentais embora eu acho que francamente seria extraordinário haver uma grande oposição da parte o ocidente com este argumento da proliferação à à questão da Ucrânia eh fazer essa aposta Quando é o próprio Ocidente que não não dá condições suficientes à Ucrânia para se defender eficazmente ou para disso Adir futuras agressões russas porque no contexto desta pressão para haver algum tipo de acordo de compromisso de cessar fogo e esperemos que se pense mais em cessar fogo do que do que realmente num tratado que formalizasse e reconhecesse e as conquistas Russas mas mesmo um sar fogo de facto tem este problema para a Ucrânia que se dá tempo Rússia para se rearmar para recuperar as suas tropas para recrutar novos soldados e para voltar a atacar numa altura mais conveniente e portanto é fundamental ter instrumentos para dissuadir isso eh ser membro da Nat poderia ser isso mas a questão de ter armas nuclear pode ter aqui essa função também claro Bruno temos de acelerar nesta nesta primeira parte vamos ao ao médio Oriente o governo de benjamina atanu estaria a planear oferecer um sar fogo no Líbano mas apenas depois da tomada de posse do novo Presidente trump isto numa altura em que os Estados Unidos também anunciaram o embaixador para Israel O que é que isto nos diz Bruno Bem tal como no caso da Embaixadora n Nações Unidas Stefani que já falamos o portanto é revelador da importância de Israel na política interna americana que é Sobretudo o que interessa a Donald trump que já tínhamos o n o nome desse Embaixador é o primeiro que nós conhecemos eh Eu recordo que nos Estados Unidos há esta tradição portanto não é uma coisa do Donald trump de embaixadores políticos Portanto o presid Presidente escolhe não só escolhe os embaixadores mas muitas vezes são embaixadores políticos são figuras políticas ou ou ligadas ao financiamento das campanhas etc e Mas neste caso é realmente o antigo governador do arcansas Republicano Mike akabi que é conhecido por ser um pastor evangélico muito sionista muito pró Israel Eu muitas vezes tenho sublinhado aqui isso não é verdade que o grande apoio a Israel nos Estados Unidos hoje em dia o atual governo Israelita seja de judeus Há muitos Deus críticos de natania nos Estados Unidos muitos Deus mais liberais ou mais PR com a democracia em Israel etc eh o grande apoio realmente o que faz toda a diferença até pelo número é muitos evangélicos conservadores que associam a existência do Estado de Israel às profecias bíblicas à à segunda vinda de Cristo etc e que são realmente grandes apoiantes e da direita Israelita e e portanto mik caviv pertence a essa linha e portanto confirma-se no fundo esta ideia de que eh pelo menos em termos de carta branca para fazer o que entender e o governo de Nataniel tem trump realmente um grande aliado h e também e Isto mostra que outra coisa que fomos falando é que Nataniel conhece muito bem a política americana sabe muito bem jogar na política americana ele cresceu nos Estados Unidos Foi Cá Embaixador eh e eh e realmente e no fundo percebe que isso seria muito vantajoso para Donald trump que fez uma campanha a insistir que ele traria A paz não é nomeadamente no médio Oriente e portanto no fundo Israel podia optar por fazer um acordo mais cedo ou mais tarde se fizer eh num acordo nomeadamente no Líbano sar fogo eh depois da Posse trump eh no fundo confirmando aqui estas suspeitas que obviamente não não podemos dar por certas mas eh no fundo do ponto de vista político Faria Faria algum sentido e conquistaria pontos eh junto de trump para Benjamim Nataniel Bruno vamos ter de fechar aqui a nossa primeira parte mas fica aqui prometido que na no início da segunda parte Vamos responder aqui uma pergunta de um dos nossos ouvintes que enviou para o e-mail ouvinte @ observador.pt fica prometido que vai ser logo no início da segunda parte até lá temos notícias mas já voltamos com a segunda parte de cinco continentes estamos de volta segunda parte do cinco continentes na rádio observador com o historiador Bruno Cardoso Reis que nos ajuda a analisar a geopolítica Internacional e Bruno ficou aqui prometido que íamos ter a oportunidade de responder a uma pergunta de um dos nossos ouvintes já sabe que pode sempre enviar para o e-mail ouvinte @observedobject a mensagem o e-mail Ele pergunta porque é que Israel não anexou a península do Sinai depois de vencer a mais recente guerra com o Egito em 1973 Bruno vamos dar resposta a isto não é sim eh pronto agradeço muito o o interesse do Manuel Dias pel pelo programa e também a pergunta que aliás vinha com uma série de do comentários de informação adicional também muito muito um e-mail muito extenso e com muita informação sim enfim mas era era era realmente Inter portanto tentando ser sintético é realmente uma questão interessante neste sentido porque é que há aqui uma uma posição no fundo diferente aquilo que vemos na S Jordânia em Gaza ou seja basicamente como resultado da vitória esmagadora de Israel na guerra dos Seis Dias em 1967 e depois também de uma nova vitória essa já muito mais custosa depois de um enorme susto por parte de Israel em 1973 muitas vezes até tem sido comparado em outubro de 63 portanto a guerra do yon kipur e é uma falha das Ou pelo menos as informações não terem sido devidamente em conta portanto é muitas vezes até comparado com o 7 de outubro e mas realmente Israel acaba por recuperar e recuperar também território no no Sinai e voltar no fundo até a até até ao canal do sues portanto porque é que e há essa devolução de território no caso do Sinai e não por exemplo no caso de Gaza que também era território administrado pelo Egito até 1967 ou da C Jordânia que era administrada Estava anexada à Jordânia até também 19 67 eh eu diria aí há uma combinação de razões portanto realmente é uma questão que é mais complicado do que pode parecer e digamos a resposta mais imediata é porque houve acordo de paz com o Egito e negociações que se iniciam com o presidente sadat em 77 ele que aliás vai visitar e Israel em 77 e depois culminam no acordo Campo David em 1979 mediado pelos Estados Unidos começa a ser implementada a partir de 1980 eh e eh e que consagra a desmilitarização e parcial e e portanto no fundo condicionam a presença de tropas egípcias no Sinai a grande A grande questão do Sinai O que diferencia o Sinai de Gaza ou de de Jordânia é que não está tão associado pelo menos à H à história bíblica Aos aos Estados judaicos eh que no fundo vão ser a grande inspiração do nacionalismo judaico sobretudo mais mais à direita eh e que insistem por isso que e Gaza e Assis Jordânia mas em particular ainda mais A se judan mas mesmo gasa deviam ser eh território Israelita eh no Sinai de facto nós há há uma dimensão bíblica muito forte enfim é a travessia do famosa travessia do deserto Moisés os 10 mandamentos e tudo isso mas isso no fundo é uma passagem até chegarem depois à zonas onde se vão estabelecer realmente os estados judaicos e e portanto não há essa ligação e eh e depois sobretudo a utilidade do Sinai era como um tampão eh basicamente duplicava o território de Israel aliás mas era como um tampão eh em em relação ao Egito digamos a ações militares do Egito e também e sobretudo possibilitar a liberdade de navegação no golfo da acaba até o único Porto que Israel tem eh no mar vermelho ou seja a sua ligação ideal para a Ásia para o para o índico e para o Pacífico e que tinha sido sistematicamente bloqueado eh pelo Egito ameaçado bloqueado pelo Egito no passado e portanto isso é conseguido por este acordo eh de paz eh e eh inclusive aliás é curioso porque em quando começa a haver uma atividade de guerrilha giad dista importante no Sinai em 2012 eh ligado ao Isis não é eh o eh a daes e o eh eh o Egito negoceia com Israel no fundo a possibilidade de ter mais tropas uma presença militar mais forte eh no Sinai para combater essa ameaça eh e portanto no fundo Israel conseguiu ter aqui eh um acordo de paz com o maior estado árabe em população o mais poderoso à partida o mais ameaçador conseguiu garantir a segurança de uma das suas fronteiras a par da Jordânia onde já havia um compromisso de facto com com o rei da Jordânia mas que só se torna público aliás anos depois Isto é um enorme choque aliás uma enorme Vitória diplomática para Israel é o primeiro grande estado árabe que reconhece Israel e faz um acordo de paz com Israel o Egito é expulso da Liga Árabe que o Egito tinha ajudado a fundar eh durante vários anos e e portanto é aqui uma grande Vitória apesar de tudo a questão faz muito sentido porque realmente mesmo assim houve eh pressões houve críticas a essa cedência sobretudo a direita is Elita é um governo do liud é o primeiro governo do liud aliás que vai fazer no fundo este acordo eh mas é a primeira vez que a direita Israelita controla o governo basicamente desde a independência mas eh Há esta visão pragmática que isso vale a pena para conseguir um acordo com o Egito e não é assim tão importante do ponto de vista desta deste nacionalismo histórico que valoriza muito mais a sis Jordânia e e a faixa de gasa já agora Israel tentou devolver a faixa de gasa nessa altura também ao Egito porque já se percebia que seria é uma zona muito complicada foi o Egito que recusou e essa oferta vamos dizer assim esse presente envenenado eh e portanto insistindo que isso tinha de ser negociado já com os palestinianos e não com o Egito o Egito não tinha interesse em voltar a ser a potência AD ministrante de casa Ora fica então respondido ao nosso ouvinte Manuel Dias já sabe que pode enviar para ouvinte @ observador.pt as suas dúvidas para o Bruno cardus Reis responder Bruno vamos falar nesta segunda parte também sobre eh a cimara da cop do clima Eh vamos até bacu eh no Azerbaijão falamos da conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas e que foi eh podemos dizer universalmente ignorada Isto pode ser aqui um sinal a futuro bem eh acho que eh é relativamente revelador é a cop 29 portanto é 29ª edição eh sempre foi bastante criticada mas apesar de tudo geralmente tinha delegações importantes presidentes líderes importantes eh procurava-se avançar com metas importantes nada disso aconteceu obviamente o presidente norte–americano não esteve Estava eh enfim também está de saída sabemos que isso do meu ponto de vista fará uma enorme diferença e a presidência trump tem esta vantagem que é perceber-se e como as críticas dos Estados Unidos muitas vezes eram exageradas agora vamos ver realmente os Estados Unidos desinteressados da política climática e Donald trump nomeou um diretor da no fundo Ministro do ambiente o diretor da da agência de Proteção Ambiental que e diz que a sua prioridade em linha com o que trump disse repetidamente e portanto tem toda a legitimidade democrática para fazer isso seria eh Portanto ele é o ministro do ambiente mas diz que a sua prioridade vai ser promover a a a exploração de petróleo eh e portanto e no obviamente o Azerbaijão é um grande produtor de petróleo de gás natural que eh digamos como anfitrião declarou que o petróleo Era eram e o gás era um bem Divino esta teologia petrolífera diga-se tem alguma tradição no nos países islâmicos com petrostar em particular na Arábia Saudita mas digamos é mostra como realmente também estes estados estão muito mais à vontade afirmar que não vão deixar obviamente extrair petróleo nem de procurar maximizar aí os seus ganhos portanto é realmente um clima bastante adverso Eh estamos a falar de clima mas um clima político bastante adverso para para as causas ambientalistas para esta visão mais radical só para terminar eu diria eu sempre fui muito crítico desta ideia do The growth Portanto vamos decrescer porque isso é uma coisa magnífica isso sempre pareceu que era uma coisa de meninos ricos mimados eh não é obviamente atrativo todo para a generalidade da população mundial e portanto nunca ia acontecer eh o que era preciso era encontrar soluções bem eh soluções políticas soluções de financiamento e também soluções tecnológicas interessantes economicamente portanto um setor económico em expansão que respondesse a estes problemas e reduzisse o seu Impacto porque a verdade é essa eh por muito Custoso por muito difícil que seja lidar com este problema ele não vai desaparecer e os custos também não vão desaparecer pelo contrário eh eu eu estou aqui nos Estados Unidos Acho que até já falamos disso por exemplo há enormes preocupações com uma seca como nunca se viu nesta zona onde tivemos até Novembro temperaturas de de 27 graus e onde durante um mês inteiro pela primeira vez não choveu na na Pensilvânia em Filadélfia onde há incêndios florestais graves no estado de Nova Yorque nova gers etc em em em em outubro e em novembro e portanto isso tem custos enormes económicos tem custos em vidas também com eventos climáticos extremos mas a verdade é que não se vê realmente aqui um clima político propício a grandes avanços nesta nesta agenda eh nomeadamente também com o novo presidente americano e Bruno da da Simira do clima passamos à cimara da APEC o Fórum da cooperação económica Ásia Ásia Pacífico viajamos até ao Peru porque foi lá que aconteceu este encontro eh ora nesta semeara temos a China e também os Estados Unidos Como é que está a relação entre eles e qual é que é também o peso relativo na América Latina bem Esta é uma organização que é criada em 1989 tem 21 estados a maioria da Ásia digamos oriental mas Portanto o Pacífico oriental mas depois também do pacífico ocidental ou seja Canadá Estados Unidos e depois México Chile e peru os estados latino-americanos mais abertos mais interessados no no no comércio livre h e e e portanto é é realmente uma organização que quando vamos ver os números tem uma Evidente importância 40% da população mundial 50% do Comércio mundial 60% do PIB mundial e agora tem grandes divisões e basta dizer que estão tem lá as duas maiores economias a China e os Estados Unidos mas obviamente essas economias esses estados não se têm dado exatamente bem nos últimos anos eh a simeira anterior foi aliás em São Francisco tem sido aproveitada para estes encontros bilaterais entre o presidente biden e o presidente chi portanto será a despedida desses encontros mas obviamente biden está de saída e portanto não não decidirá aqui grande coisa h eu diria que apesar de tudo fazendo um balanço a relação foi de competição eh comercial geoestratégica mas procurando eh respeitar certos limites restabelecer pontos diálogo garantir que não havia aqui escaladas perigosas eh nem equívocos eh sobretudo por por iniciativa da administração biden mas a China foi respondendo em parte e eu acho que isso é positivo foi positivo seria positivo que se mantivesse eh é fundamental que duas grandes potências com visões muito divergentes mantenham canais de diálogo eh abertos e consigam n algumas áreas continuar que são importantes a nível Global eh continuar a cooperar portanto isso aconteceu eh minimamente eh em relação à h h h há outra dimensão disto que é sobretudo a comercial aqui o que eu sublinhar é que realmente isto também marca muito a viragem para a Ásia nomeadamente os países da das próprias Américas da América Latina neste momento a China já é o principal parceiro comercial dos países da América do Sul do conjunto da América Latina ou seja com a América Central o Caribe ainda são os Estados Unidos eh a China já é o terceiro maior investidor a seguir à Europa eh e aos Estados Unidos mas por exemplo a Europa já está em terceiro como parceiro comercial desta região e seria fundamental eh alterar isto eh por exemplo apostando num acordo de comércio livre entre a união europeia e o mercosur são países que não fazem parte da APEC os países do digamos do arco Atlântico da da América do Sul como o Brasil ou a Argentina mas são obviamente países economicamente muito importantes e são cada vez mais grandes parceiros económicos também da China e e portanto se quer competir com isso uma das formas de fazer isso era assinar este acordo Ainda mais quando se perspetiva H aqui uma possibilidade de uma guerra comercial com os Estados Unidos e portanto os países da América do Sul e os países da União Europeia conseguirem fazer aqui um acordo que facilitasse e aumentasse o comércio bilateral Seria muito bom e também muito bom já agora também para Portugal que por exemplo poderia ter aqui o potencial para aumentar as as suas exportações por exemplo para o Brasil onde muitas vezes têm taxas alfandegárias relativamente pesadas e Bruno falando agora precisamente da da China investiu forte no país anfitrião da cimeira o peru construiu nomeadamente um novo porto e quero perceber contigo queremos perceber contigo Qual é o impacto disto e se está a ter o devido retorno que eles se calhar estavam à espera não é bem e a China realmente o crescimento da do peso da China nesta região É extraordinário como em todo lado mas enfim os números aqui são 18.000 milhões de comércio vatal em 2002 quando a China AD era à Organização Mundial de comércio eh hoje em dia são 450.000 milhões eh a China já é o maior o terceiro maior investidor e e tem investido muito em grandes infraestruturas muito visíveis este Porto será o maior porto de toda a América do Sul tem a ambição de de de passar por esse Porto Shangai eh 50% das relações entre a China e e e a América do Sul H é realmente um Porto gigantesco um enorme investimento eh que pode chegar aos eh perto dos 4000 milhões eh de dólares a e portanto é obviamente extremamente atrativo para países Como como o peru que nem sempre conseguem atrair e grande investimento estrangeiro que tem grandes défices de infraestruturas em termos de impacto de retorno há o problema do endividamento e da pressão chinesa isso já se viu aliás nesta simeira o peru recusou-se a convidar o vice presente de Taiwan Taiwan como isto é uma questão Um fórum económico também está representado exigiram que fosse alguém menos visível e menos Digamos que a China eh olhasse com menos e com menos aversão e eh e e portanto h esta H esta questão da pressão política do endividamento e depois também há dúvida sobre se há realmente depois infraestruturas de ligação ao resto por exemplo da América do Sul há eh historicamente grandes problemas nas ligações entre entre estes países eh infraestruturas rodoviárias ferroviárias que comportem no fundo este aumento de comércio que tornaria este Porto economicamente viável e interessante uhum Bruno vamos então à Europa viajamos até a Alemanha que se prepara para novas eleições vão acontecer no dia 23 de Fevereiro nasceram no empasse quanto a orçamento do Estado por lá o que é que podemos esperar destas eleições bem o digamos o que está o que as sondagens jiza e enfim eu sei que agora de repente toda a gente se transformou em adivinho político e consegue adivinhar resultados de eleições independentemente das sondagens mas eu acho que apesar de tudo é o dado que temos e portanto aí a expectativa é que os atuais os partidos da atual Coligação a começar pelo SPD do centro esquerda Os Verdes e os liberais sofram aqui uma punição uma perda eleitoral significa eh que haja uma subida significativa da direita a começar pel pelo centro direita histórico da cdu enfim o partido nomeadamente da antiga chanceler Merkel e e e também da da afd eh o isto basicamente foi o culminar digamos de uma morte anunciada há mais de um ano que os problemas desta Coligação se agravaram drasticamente e a Alemanha está a ser vítima da sua própria opção com a austeridade tem um travão Constitucional a à despesa e est estava a ser contornado com um fundo que tinha sido desenvolvido para a covid mas que estava a ser usado para outros investimentos muito necessários para infraestruturas para novas tecnologias e inovação onde a Alemanha está a ficar com um défice que está a criar problemas em indústrias como por exemplo na indústria automóvel mas isso foi foi impedido foi declarado ilegal pelo Supremo pelo tribunal constitucional alemão há um ano atrás e portanto desde Aí que esta Coligação que já era bastante difícil e um pouco contra Natura se tornou basicamente ingovernável e e agora com a necessidade de apresentar um novo orçamento isso se revelou-se impossível e portanto temos aqui uma espécie de queda anunciada do governo mas de facto numa altura péssima nomeadamente do ponto de vista da capacidade de resposta da Europa por exemplo à Nova presidência de Donald trump não é de toda a altura mais favorável mas Bruno ainda na Europa H estamos a ter eleições presidenciais na roménia qual é a importância do país na União Europeia e também na Nato temos cerca de 3 minutos e meio até ao final bem é um país que não falamos muito mas é um país muito grande 230.000 km qu bastante mais de quatro vezes a dimensão de Portugal é o sexto mais populoso e portanto com mais peso por exemplo em termos de de votos na União Europeia com 20 milhões de habitantes quase é um país vizinho da Ucrânia é o grande país vizinho da Ucrânia à parte da Polónia eh e portanto vamos ter eleições presidenciais e parlamentares em novembro e dezembro Possivelmente uma segunda Volta nas presidenciais o presidente tem alguns poderes importantes mais do que em Portugal na defesa e na política externa e portanto perspectiva-se Esta possibilidade de haver eh passar para a segunda volta um candidato mais radical mais nacionalista mais cética em relação à União Europeia mais cética em relação à ajuda à Ucrânia e portanto se isso acontecer terá um impacto importante em termos de de alterar os equilíbrios no seio da União Europeia portanto ter aqui mais um país cético em relação à União Europeia um pouco na linha da orban e à Ucrânia e ainda para mais um país Zinho da Ucrânia vamos ver se isso confirma ou não Ou se prevalece linha mais pró União Europeia e pró Ucrânia uhum bron temos apenas 3 minutos até o final Eh vamos viajar até África é inevitável não irmos novamente a onda de violência em Moçambique continua pergunto se podemos esperar um fim desta situação brevemente e também por falar na cplp há outro país com novidades a Rússia estará a enviar a enviar militares para a guineia Equatorial Qual é que é o interesse da Rússia Neste País Bruno bem muito brevemente enfim a guineia Equatorial como sabemos é um membro muito particular da cplp e passou a ter o português como língua oficial mas na verdade é o único estado africano de língua espanhola mas sobretudo é uma ditadura pessoal um Petro estado dominado por esta dinastia ob e e portanto tem aqui uma afinidade natural com estas potências autoritárias cada vez mais assertivas nomeadamente a China e a Rússia falou-se muito especulou-se muito da possibilidade de um porto e Militar de uma base militar naval chinesa e na guineia Equatorial os Estados Unidos estariam preocupados e até teriam pedido a Portugal no fundo para perceber melhor ajudar eventualmente nisso devido com grande eficácia e aqui há Esta esta esta esta notícia também que me parece credível de um reforço da cooperação militar e do do ponto de vista estratég Guiné Equatorial é um pequeno estado mas é muito rico em petróleo além disso está no golfo da Guiné que é uma zona estratégica muito importante a e a cplp obviamente não não terá grande influência em relação ao Moçambique infelizmente confirmou-se aquilo que enfim que fomos aqui prevendo e que ou seja uma crise violenta eh como já referimos os resultados não são de todos credíveis esta ideia depois de tantas décadas e tanta insatisfação frim ganhou com 70% dos votos em todas as províncias portanto ainda melhorou os resultados em relação ao passado eh isso realmente levou muita gente a concluir que hav viia digamos eleitoral para a mudança pacífica não seria possível eh temos episódios de violência sempre a lamentar de pilhagens aparentemente terá sido assassinado também já um dirigente afé limo que obviamente é é é completamente rejeitar também há alegações de abuso de da força digamos de força acessiva por parte da polícia enfim eu diria a cplp aí fez uma coisa bem tinha uma missão liderada pelo antigo Ministro no estrangeiro João crevin que deixou claro que havia problemas sérios com com o escrutinio com as eleições agora a cplp não vai assumir aqui um grande protagonismo eventualmente a assumir algum país com mais preocupa democráticas seria Portugal eu acho Portugal apesar de tudo fez bem em dizer há que esclarecer estas dúvidas mas eh eu já eu já referi isso aqui se os moçambicanos eh quiserem resolver este problema tem de ser sobretudo eles eu diria sobretudo também apostando por exemplo num diálogo com os líderes religiosos que têm uma grande presencia um grande prestígio no país católicos protestantes muçulmanos etc eh envolvendo os estados da região alguma ação externa será sobretudo da cadc há uma simeira da cadc sobre este tema mas até agora o que ouvimos parece ir muito na linha de O que é importante é acabar com a violência eh e sobretudo também com e a ameaça de greves em portos e nas fronteiras e seria por exemplo péssimo para a África do Sul a África do Sul depende imenso do porto Maputo eu aliás atravessei essa Fronteira de ressano Garcia é a fronteira mais movimentada da África tem quilómetros e quilómetros de camiões e eh a irem nos dois sentidos e e portanto eh mas aí realmente a lógica parece ser sobretudo Vamos acabar com o conflito Vamos acabar com os problemas até pelo Impacto Regional que isso teria não sei se isso será realmente assim ou seja parecia-me desejável que houvesse aqui um um real diálogo eh mas como eu digo o envolvimento de potências externas será sobretudo Regional e se houver algum envolvimento de Portugal teria de ser sempre apedido dos moçambicanos por consenso entre as diferentes partes e não por enfim Portugal achar que tinha aqui alguma palavra decisiva a dizer numa questão que é essencialmente uma questão de Moçambique Bruno a noa viagem fica por aqui pelos cinco continentes temos Encontro Marcado já no próximo sábado continua a aproveitar os Estados Unidos E lembramos aos nossos ouvintes que temos este e outros Episódios sempre disponíveis em podcast e pode e deve enviar as suas perguntas para o Bruno Cardoso Reis Aliás fazer como o nosso ouvinte Manuel Dias que enviou a sua pergunta e teve hoje aqui respondida neste Episódio é só enviar para o e-mail ouv @observedobject até para Semana Bruno obrigado bom fim de semana