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Este é um podcast de antena 3 descobre mais em antena 3. rtp.pt o teu nome Maria Abran a tua idade 33 como é que as pessoas te podem encontrar nas redes sociais ah Instagram Eh Maria und abranche abranche qual é que é a tua máquina favorita ui hum bom eh eu diria que é uma Roli 35 que que era do meu avô eh que é uma máquina muito antiga muito pequenina a mais pequenina que alguma vez foi fabricada e eu adoro-a é analógica ou digital analógica analógica muito bem o que é que mais gostas de fotografar atualmente pessoas H histórias diferentes da minha hã fotografia que mais te orgulhar hã Essa é difícil mas eu acho que é um retrato de uma mulher angolana chamada Ana Maria e eu só sei que que é a minha fotografia preferida porque eu até então não tinha uma fotografia preferida Ah e é um momento assim muito íntimo da vida dela e e e a luz estava muito bonita e pronto é tdo tudo aquilo que significa muito bem Consegues atualmente viver da fotografia sim com alguns sacrifícios mas mas consigo muito bem feliz por ti Catarina Palma apresenta Olha Maria e antes antes de ser fotógrafa tu começaste um curso de arquitetura sim acabaste terminei sim trabalhei como arquiteta trabalhaste como arquiteta 3 anos TR anos como é correu odiaste ou não não odiei eu eu gosto um bocadinho de tudo não sou uma pessoa que queira seguir um único trajeto e sempre tive eu sempre vi isso como um defeito na verdade enquanto crescia parecia que não me focava em nada ah e olhando em retrospectiva não me arrependo nada de ter tirar da arquitetura porque é um curso muito completo e abrangente a que te dá sensibilidade para várias áreas tu sabias tu quando termin aa secundária tu sabias que era para arquitetura ou foi bem eu gosto de tanta coisa se calhar vou não sei para arquitetura não eu queria design de moda os meus pais estavam de cabelos des emé com essa ideia e como não tinha uma média Mazinha hah disseram que eu devia seguir a coisa que tinha mais probabilidades de conseguir emprego apesar disso ser uma falácia porque a arquitetura não é propriamente sim sim s um meio fácil também ha e então acho que foi numa de Ok se quiseres ir design moda depois Primeiro tira um curso que te dê alguma estabilidade e depois logo vê se é isso que que queres e entretanto essa coisa foi perdendo H porque a fotografia foi surgindo na minha vida e é uma coisa que que é uma constante desde criança Ah e então foi substituído um bocadinho todas essas outras coisas que eu gostaria de fazer Ah mas gostei muito de trabalhar como arquiteta isso é é meio surreal não é tu Olhas para a tua tua vida há 10 anos e os seus pais arquitetura pode ser design moda talvez mais tarde de repente é fotógrafa exato o pânico total para qualquer pai não tens não tem nada a ver com o caminho que inicialmente tinhas tinhas escolhido como é que tu passaste a ser profissional de fotografia é isso foi uma coisa assim completamente por acaso enquanto eu ainda trabalhava como arquiteta e alguns amigos pediam para ir imagina te fotografar os casamentos deles aleatoriamente não Não imagina é aleatoriamente Mas nenhum amigo meu me pergunta me pede para para ir fotografar casamentos bom eu já fotografava algumas coisas mas na brincadeira sempre Quando ia viajar sempre tive olha em miúda tinha aqueles blogs que nós agora oramos e temos imensa vergonha e onde punha as minhas fotografias no olhares e não sei quê ess E era uma coisa na brincadeira mas foi uma coisa que foi sempre fazendo parte de mim e crescendo Ah e representando cada vez mais aquilo que eu que eu era H E então alguns amigos meus que gostavam daquilo que eu ia publicando sei lá nos instagrams e nessas coisas hum acharam por bem pedir-me para fotografar o dia mais importante um dos dias mais importantes da vida surreal e eu em Pânico primeira a minha primeira o meu primeiro reflexo foi dizer não nem pensem e depois tentei e a coisa correu tão bem que que eu fui fazendo alguns casamentos para outras pessoas e ainda faço casamentos hoje em dia hum que é eu acho que é uma área que me permite explorar uma série de coisas e estar sempre a trabalhar mesmo quando não há trabalho em fotojornalismo ou pronto ou fotografia documental h e foi um bocado assim que eu que eu pude fazer o movimento de me despedir ok Porque tu trabalhava num num atelierê sim numa empresa de arquitetura não é estavas a tirar fotografias a a casamentos sim f de semana e tu pens acho que tá bom da arquitetura não eu eu acho é que uma coisa que me aborrece muito é ficar atrás de um computador o dia inteiro e a arquitetura em que aquilo que me encantava na arquitetura era o poder desenhar o ser criativo Eu acho que isso é uma coisa que no mundo real e na na parte comercial da arquitetura não é muito possível sim Provavelmente tu achaste que vou ser o próximo gudi sim e percebi que se calhar se isso pudesse acontecer pá aí aos 60 anos ou pronto e deixa de ser divertido Ok não posso jogar aos Sims da vida real exatamente Olha eu não ia falar nos Sims mas foi uma grande influência claro que foi eu sei porque eu também quis ch arquiteta à tantas por causa dos sim e decoradora de interiores e várias coisas a ver com com tudo com o universo dos Sims então tu eh arquitetura fotografia de casamento e depois tu tu foste para para algum curso de fotografia h workshops o que é que tu fizeste para te começares a profissionalizar e a Perceber um bocadinho mais sobre a arte da fotografia sobre o ofício da fotografia sim hum então quando eu me despedi aquilo foi um tumulto porque foi exatamente na altura em que começou a pandemia portanto foi o pior ano para eu me despedir de sempre mas eu não imaginava Foi mesmo uma semanas antes e eu acabei por abraçar isso como uma oportunidade de ter tempo para tirar um um outro curso Então fui para o arco Ok e não foi fácil porque o curso como houve não sei quantos lockdowns e muito muito do curso foi feito em casa deixa-me só questionar aqui uma coisa sobre o arco hh como é que como é que se entra nessa é uma escola superior uhum eh como é que se entra precisas de ter algum sei lá na nas escolas superiores normalmente tu entras ou com matemática ou com se calhar com geometria descritiva não sei para para fotografia vem isto vem de uma parte completamente ignorante Não é não eu eu eu própria não sabia como é que as coisas funcionavam mas o arco não tem esse caráter formal de de uma universidade ou tu sais de lá com um diploma em fotografia eh e em fotografia analógica porque é o curso todo é em em analógico Ok ah que que foi uma das coisas que me encantou Claro do arco Ah mas basicamente tens de mostrar o teu portfólio e e eles eh se gostarem eh aceitam e e pronto OK portanto de outro jeito começares a fotografar casamentos sim e Mas acima de tudo todas as outras fotografias que eu fazia intuitivamente em viagens e essas sim eram as fotografias que encantavam as pessoas antes de eu próprio saber que aquilo era uma possibilidade na minha vida ah por isso acho que foi mais por aí eim muitas vezes esta coisa do querer Viajar conhecer histórias de outras pessoas outras realidades e tu sempre sempre fotografar com an lógica quando antes de de profissionalizar não é porque deve ser uma coisa muito complicada não é para quem não percebe nada e eu acho que eh depois de ter passado pelo digital primeiro Ah se calhar até é mais simples começar pelo analógico porque tu obrigaste a ter de perceber as regras da fotografia a técnica e a ter todas essas coisas na cabeça quando no digital é um bocadinho mais imediato e e e Consegues as câmaras hoje em dia têm uma tradução da técnica em direto e coisa que no é na lógica é impossível falhas muito fazendo o paralelismo deve ser como começar na rádio e depois ir para a televisão talvez porque na rádi na rádio tu só tens uma só tens um eh só tens um dos um dos teus sentidos a funcionar não é tu estás a ouvir portanto tudo o que tu dizes a tua voz tem que servir de Cheiro Tem que servir de de palavra não é também tem que servir de emoção de visão tem que tem que servir tem que ser suficiente para todos os teus sentidos eh e na na televisão tu já tens mais acesso a todas as outras co Já já já te é dado sim sim de mão de mão beijada não é portanto deve ser deve ser isso isso é bastante interessante Sim todo o processo analógico é muito bonito Tás no no laboratório teres tempo que é uma coisa que eu acho que todos precisávamos hoje em dia não é ter um bocadinho de tempo para respirar pensar Hum e foi Foi incrível e ainda hoje eu estou a tentar eh trazer o analógico para a minha fotografia ainda não fiz nenhum projeto em analógico assim a sério mas tá nos meus planos pá é é meio surreal e ainda ainda mais eu não sabia que tu só tinhas começado há 4 anos não é porque a pandemia foi foi há 4 anos tu trabalhas para rits para Fundação Carlos Club para público para o the guardian e Ainda tens projetos a solo como por exemplo aquele que estavas a falar da Ana Maria sim o projeto chama-se Maria mas o protagonista é Ana Maria Maria tu lembras-te da primeira vez que vendeste uma fotografia ou que te pagaram pelo teu trabalho para além dos casamentos obviamente Mas uma coisa mais agora pós pós decisão de Ok eu sou a Maria sou fotógrafa Olha eu posso dizer que eu nunca vendi uma fotografia assim numa exposição porque nunca fiz uma exposição com esse Car de vender o meu trabalho uhum a linha entre o trabalho comercial na fotografia ou trabalho artístico e o fotojornalismo é é é complicado a estabelecer e há certas fotografias que tu não queres vender por várias razões éticas e e pronto Ah então eu nunca vendi uma fotografia e mas já já tive trabalhos encomendados pode-se dizer de certa forma que é sim sim sim estás estás a vender o teu trabalho mas como é que funciona então para para rter porque eu estudei comunicação social eh tive H uma cadeira já não sei porque que eu tive tinha que ir a ao banco de imagens da ritters retirar imagens para para para usar no no no trabalho eu achava que essas fotografias eram venidas ou seja Tire aqui uma fotografia ruter querem hum queres não sei estou estou a perceber a a pergunta então ah quando eu trabalho para a reuters tudo aquilo que eu produzo para a reuters panto para esse assignment passa a ser propriedade de ritters apesar de ter os direitos à autoria também são partilhados com aquela marca de água super irritante exato e mas eu acho que o tipo de fotografia que eu faço por exemplo para ritters e ou para o público vamos falar assim para uma redação Ah tem de ser na ritters tem de ser mais generalista Hum E tem de ter um caráter um bocadinho Diferente de se adaptar a a vários jornais a várias vários países eh portanto eu acho que tem de ser assim ainda um passo atrás na na na minha perspectiva Porque isso é uma das coisas que eu acho que que depois Poderemos falar hah que é um bocadinho diferente no no no fotojornalismo e na fotografia documental tu quando trabalhas para uma agência eh tens de ser o mais Imparcial possível Ah porque estás a a tratar temas da atualidade eh E então tens de um bocado às vezes Tod todas as pessoas têm opiniões mas quando tratas de fotojornalismo e jornalismo tens de apresentar todos os lados e eu queria queria falar sobre isso contigo porque tu quando és jornalista tu tens um compromisso pela verdade uhum E tens um compromisso com a verdade aliás Hum E E tu tens certas linhas éticas que deves seguir não podes dar a tua opinião na fotografia no fotojornalismo as a coisa é um bocadinho diferente porque independentemente tu estás a tu estás sempre a tirar uma imagem do contexto inteiro portanto esse esse contexto é inventado pela pessoa não só que tira a fotografia mas também para a pessoa que está a ver a fotografia como é que esse compromisso com a verdade no fotojornalismo existe h é um debate complicado né Eu estava aqui a pensar porque às vezes não não penso tanto nestas coisas como como gostaria mas acho que tens procurar sempre eh ver rever todos os factos ter várias Fontes no caso da fotografia por exemplo se tiveres fazer um retrato de alguém para um jornal saber quem é essa pessoa saber o nome dela os seus antecedentes Ah e ter sempre isso Presente porque não interessa muito ires a um país qualquer fotografar uma pessoa que nem sabes quem éum eh e e pronto e podes inventar todo o tipo de coisas sobre sobre essa pessoa sobre a sua realidade portanto eu acho que tens de ter um respeito muito grande pelos assuntos e pelos temas que estás a tratar Hum E acho que também tens de se cará fazer fazer um grande trabalho de pesquisa antes de fazeres os trabalhos e ter se calhar um bom fixer que é uma coisa que a maior parte das pessoas não sabem o que é um fixer um fixer eh no jornalismo no fotojornalismo eh quando vais por exemplo para um país que que não conheces que não dominas não dominas a língua Eh é bom ter uma ponte entre eh entre ti e o assunto ou a pessoa ou tipo um tradutor sim eu é mais do que isso é um guia também pode ser Tradutor e até nesse nesse contacto e deves ter o cuidado de perceber que essa pessoa pode ter uma agenda própria pode ter uma interpretação daquele tema e teres de ter muito cuidado com a tradução e que que está a ser feita portanto Essa é mais uma é teres pontes para os lugares mas ao mesmo tempo que ter sempre um um pensamento crítico sobre as coisas e sobre o que estás a ouvir sobre as pessoas que estás a entrevistar e eu acho que é essa grande interessante eu lembro-me nesta cadeira eh acho que era ética deontologia da da comunicação Hum que eram três o exemplo eram três jornais diferentes eh a mesma Fotografia só que cortada em em em partes diferentes da fotografia ou seja retiravam o contexto e para fazer juz ao lid da da Notícia portanto eu imagina era uma pessoa e com uma arma apontada à à cabeça de um lado do do num jornal parecia que a pessoa estava a ser completamente vitimizada pela pelas forças de intervenção do outro lado eram as for as forças de intervenção que tinham salvo um homem e depois o terceiro jornal tinha a fotografia que tava completa que tava o contexto completo já fizeram alguma vez e alguma coisa assim com com a fotografia tua não felizmente tenho a sorte de trabalhar com com meios de comunicação muito rigorosos nesse tipo de coisas e era isso que estava a dizer na R eu tenho de ser bastante generalista E permitir a interpretação mais variada das das pessoas Ah porque eu acho que o fotojornalismo também é isso é deixares a porta aberta para levantar questões e a própria pessoa ter o pensamento crítico para olhar para aquilo e esta imagem e significa algo para mim e deixar que seja ela a tirar conclusões Ah claro que se que for acompanhada de um texto é natural que o texto também vai vai conduzir a Interpretação da imagem mas acho que é deixar as coisas um pouco em aberto hã e deixar as pessoas pensar por si próprias muito bem eh a fotografia tem muitas Vertentes eh tu começaste como fotógrafa de casamentos querias ir para design de moda portanto tu podias ter sido fotógrafa de de como é que se diz de não é de revista é de editoriais de moda eh podias ter sido a fotógrafa sei lá de uma agência de de comunicação para marcas ou influencers por exemplo ou de casamentos podias ter continuado por aí como é que a tua vida te levou a ser a fotografar histórias ou ou vidas e e sei lá estas estas imagens da da vida da vida real não é como é que como é que tu foste para fotojornalismo Ah eu queria só fazer uma ressalva que é eu continuo a fazer alguns casamentos eh portanto essa a é uma parte não não não se quiserem Maria Abran para o vosso casamento ainda é uma parte da minha vida mas eu acho que é assim simplesmente a forma que eu encontrei também de poder fazer as outras histórias Ok ah e poder contar as outras histórias porque nós sabemos que o fotojornalismo e a fotografia documental não são meios que que deem dinheiro para a subsistência é muito difícil fazer dinheiro com com fotojornalismo Hum E então para poder contar as histórias que eu quero contar tenho de fazer os tais sacrifícios de aceitar imenso trabalho às vezes eu estou completamente atolada em trabalho e é difícil fazer Essa gestão Quando se é trabalhador independente sim sim H mas mas pronto é isso podes repetir a pergunta que eu já me estou a fazer como é que como é que como é que foste parar a ao fotojornalismo que era contar querias contar histórias Mas é uma coisa meio alit porque é aleatório Sim toda a minha vida é um bocado aleatória se se sabes ou então como é que tu vieste cá parar eu não tenho muitas certezas sobre as coisas Estou sempre à palpar terreno para perceber o que é que eu gosto e então e eu acho que o fotojornalismo partiu do arco uhum ah porque tinha tive muito bons professores lá e o arco tem muito bons professores Ah que também te deixam pensar por ti por ti que é uma coisa rara eu acho que aquelas instituições muito formais Às vezes obrigam-se a pensar de certa forma e o arco não é assim OK Ah então abriu-me as portas e abriu-me os horizontes e tive vários professores muito bons um professor que é o Gonçalo Salema que eu adoro o professor Pedro tropa tive n professores incríveis e que ainda são eh que estão presentes e ainda são referências e esse professor o Pedro tropa sempre que que via aos meus trabalhos dizia-me pá tu tens um olhar fotojornalisticas e insistia nesta coisa e eu eu nem sabia muito bem o que é que isso significava sabia o que era fotografia documental mas não sabia muito bem o salto entre a fotografia documental e o fotojornalismo E então sugeriu-me um protocolo que havia entre o Arc e o jornal público de fazer um estágio no no público giro Ok então começar como qualquer outra pessoa que começa provavelmente no estágio que é tipo Ok eu nem sei se gosto assim tanto disso fo experimentar foi totalmente assim e e eu acho que meu percurso fotográfico tem sido muito assim que é eu nem sei se gosto vou vou experimentar isso é bom não dizes logo que não não e estou sempre eu sou uma pessoa de cins e de embarcar em Novas Aventuras e E então fiz esse estágio de três meses no público que eu adorei foi foi assim foi uma das melhores experiências da minha vida ah porque eu nunca tinha tido acesso a tantas outras vidas de pessoas e outras realidades e a pessoas tão interessantes quando por exemplo vais fazer um retrato de um escritor de um cantor giro H qual é que foi o teu primeiro trabalho no público estagiária eu estava aqui a pensar exato Foi uma foi um retrato de uma artista plástica e na estufa fria bem foi assim uma bem mágico foi mágico eu tive sorte então Foi uma foi uma jornalista contigo escrever as Sim e tu estavas ao lado a tirar fotografias nervosíssima e sem saber quando é que se nós devemos fotografar primeiro antes de entrevista depois nunca nunca sabes muito bem qual é o melhor momento porque as pessoas quando chegam à fotografia já estão um bocadinho saturadas de todas as horas que tiveram de falar e portanto às vezes até é bom fazeres isso primeiro eh antes de uma entrevista e fazer pessoa m é que não tá confortável para tirar fotografias ainda não é sim portanto é é uma gestão difícil ainda me debato com isso hoje em dia portanto não tenho respostas ainda eh mas tive imensa sorte porque essa fotografia saiu logo na capa do do fugas E então eu eu a pensar estava nervosíssima tirei imensas referências de outros fotógrafos e fiz um moodboard antes de ir para o trabalho euem nem devia estar a dizer isto para o meu editor não goar comigo mas mas isto é verdade e depois foi muit girir correu muito bem e e e a partir daí todos os trabalhos tinham algo de interessante senti que todos os dias aprendia algo novo que é uma coisa riquíssima e que não podes dizer todas as profissões Hum E acho que isso é o que me apaixona no fotojornalismo e e e na fotografia isso é muito fixe então tu começaste a trabalhar para o público como é que tu foste para ar o the guardian ou ou a ritters eu acho porque são instituições são instituições com nome não é é nós ouvimos e não não nos é indiferente eu acho que a maior parte das pessoas que se calhar está a ouvir este este podcast ou também no YouTube Hum sabe o que é que é o the guardian e a ro sim e o público obviamente mas pronto e sim nacionalmente não é exatamente Olha acho que H Há muitas coisas na nos nossos percursos que sim são fruto de trabalho mas também são fruto de sorte de de um momento de uma oportunidade em que pronto vais conhecendo pessoas na área e essas pessoas são tuas amigas e e admiras o trabalho delas e vice-versa e muitas vezes alguém não pode e tu vais substituir a pessoa aproveitar oportunidades no fundo sim exatamente hã e e dar oportunidades às outras pessoas também isso foi tem-me acontecido as pessoas têm sido muito generosas também tem o meu nome meu companheiro é também fotógrafo e muitas outas coisas que eu também alcancei foram com a ajuda dele bem vocês devem ter as melhores fotografias queal sempre por acaso nunca tinha tido tantas fotografias minhas como pronto nesta eh e vice-versa mas eu acho que pronto tanto através dele como de outros amigos nossos fotógrafos que que por por alguma razão não podiam aceitar aquele trabalho Ah foi assim foi é estou a ser o mais sincera possível mas eu acho que é que é importante percebermos que tudo na vida é muito trabalho sorte timing sim sim isso retira o peso de quando nós não conseguimos uma coisa exatamente porque não às vezes não tem mesmo a ver connosco tem mesmo a ver com o taming da Vida sorte eh quando eu falo sorte é Coincidências não é porque sim o lugar de onde se parte e as oportunidades que te deram os privilégios que tiveste e eu tenho consciência eh de que sou uma pessoa que sempre teve tudo não eu nunca passei nenhuma dificuldade e eu tenho sempre isso presente no meu trabalho Hum acho que nunca me poderia vitimizar porque realmente nunca me faltou nada tive sempre acesso à educação e e acho que isso também está presente no meu olhar de realidades mais duras mais difíceis de outras pessoas hum pois tu tens um trabalho que tem um vinco eh um vinco político eh vinco social os seus trabalhos são virados para para a imigração pelo que eu percebi pela para para as comunidades racializadas eh porquê como é que tu porque já não é só um trabalho não não são dois já já são alguns que fazem um portfólio que tu tens um objetivo com com isto h como é que tu chegaste a este objetivo uhum Olha eu às vezes é diziam muitas vezes que eu tinha de saber o que é que queria dizer com a fotografia eu ficava sempre naquela coisa o que é que eu quero dizer o que é que eu tenho para dizer ao mundo com uma única fotografia ou com a tua fotografia meu trabalho no no geral eu tinha sempre esta coisa eu não sei o que é que eu quero dizer ao mundo Ah e eu acho que e estes trabalhos sobre colonialismo as suas consequências o racismo foram coisas que que sempre tiveram na minha vida de forma indireta porque o meu pai eh esteve na guerra do ultramar uhum e e aquilo era sempre um tema quase Tabu em casa porque o meu pai foi contrariado não concordava com com nada daquilo que foram as políticas portuguesas Face às colónias e e aos maus tratos e Tod todos os horrores das Guerras que nós sabemos que existem Portanto o as colónias Angola que pronto toda todo iso se imaginaram eram sempre uma coisa tenebrosa eh para mim eu queria compreender o que é que o meu pai tinha passado porque ele não falava no assunto pronto isso era uma um ponto número um h depois com com o decorrer da vida eu tive uma uma oportunidade de fazer o making off de um de uma curta eh da realizadora Graça Castanheira que é o pele escura e e essa experiência abriu-me completamente os horizontes e apresentou como narrativas alternativas à narrativa vigente que me fizeram questionar tudo aquilo que tinha aprendido na escola ah e queem isso é bom não é quando isso acontece totalmente quando de repente aparece uma série de caixas fechadas que nunca tinhas visto na vida e é tipo o que é que é isto deixa-me abrir e deixa-me pesquisar o que é que tá aqui dentro isso é uma coisa é assustador também porque então tudo aquilo que eu achava que era verdade não não é bem assim existem outras possibilidades de contar as histórias e então esse esse foi muito marcante para mim hum e abriu-se assim uma caixinha de de um mundo que eu queria explorar e e de histórias que eu queria realmente contar H Pronto acho que foi um bocado assim e e or não sei se isto vale a pena contar mas a minha avó e era brasileira uhum e e eu acho que essa ligação com os trópicos e também teve sempre um Fascínio muito grande em mim porque ela era uma pessoa totalmente diferente as pessoas de quem eu me rodeava era uma pessoa com uma energia que só que só é possível em países com esse tipo de calor com sim sim sim ah com uma vivacidade muito única eu acho que isso também tá sempre presente eh nos países que eu vou escolho visitar pronto essas Isso é isso é muito isso é bonito poético e interessante Não concordo nada contigo a achar que não é não é interessante acho que faz sentido porque estás a dar contexto à sim à histórias não é É faz sentido para ti is procurar esse esse sítio h o teu projeto Maria já agora já que estamos a falar disto Consegues fazer-me uma contar um bocadinho sobre sobre ele para quem não não conhece CL S quem é que é Ana Maria então assim o Maria o o projeto foi assim o meu primeiro projeto de longa duração que começou na masterclass narrativa que é que é lecionada pelo fotógrafo Mário Cruz e que teve um impacto muito grande na forma que eu tinha contar histórias eu não sabia muito bem construir uma narrativa e queria contar uma história sobre uma mulher angolana Ah que eu acho que é uma história comum a várias outras mulheres cá em Portugal ah de trabalho doméstico de desigualdades de hah que que são marcas e para além do de racismo são marcas de de nosso passado Colonial Uhum que continua presente em toda a nossa vida H é um tema que não que as pessoas tentam evitar falar mas deixam marcas profundas e e pronto a história é sobre isso e é sobre esta mulher tão especial que é Ana Maria Ah que que eu tive a possibilidade de seguir durante quase quro meses e todos os dias para o trabalho eu fui com com ela para todas as casas onde ela trabalhava para as famílias com quem ela trabalhava houve Algumas casas que não me deram acesso Claro mas houve muitas outras que deram Pois é que há há várias há várias etapas de autorização Não é a primeira pessoa tem que ok podes andar comigo durante qu meses e ser completamente a minha sombra e fotografar tudo aquilo que eu faço depois é as pessoas que com quem esta pessoa a Maria neste neste caso hum se vão cruzando também tem que autorizar depois as casas portanto deve ter sido um trabalhinho burocrático é é tudo muito delicado e e tive muita sorte em em ter esse acesso e a Ana Maria no início diz-me mas porque Raia que tu queres vir comigo todos os dias para o trabalho ela acorda a horas completamente surreais às 4 da manhã surreais para mim tive a sorte de não ter de acordar essas horas Mas de repente E tu acordaste também durante quatro ou cinco meses Sim ela tinha muita pena por eu ter de acordar a essa hora quando ela o fazia todos os dias Maria Ah foi foi mesmo uma experiência muito formativa para mim e de de humildade de foi foi Espetacular foi foi assim único e e as fotografias são acompanhadas de texto ah eu gosto muito de escrever mais do que falar tenho muita dificuldade em em expressar-me oralmente eh esse trabalho em específico foi apresentado em forma de diário fotográfico lindo e que mistura as minhas fotografias com fotografias do arquivo da Ana uhum eh e foi uma forma eh Isto foi tudo trabalhado na na Master Class da narrativa com o acompanhamento constante do Mário Ah foi uma forma de misturar vários meios colagem fotografia o arquivo Enfim uma série de de outras coisas para além da fotografia e não tem texto tem um tem um texto feito escrito à mão pela própria Ana Maria Uhum que é assim um murro no estômago h e que eu acho que fala por si não precisa de mais texto nenhum Ah e acho que conta toda a história dada num num só e num só parágrafo e nós temos aeder esse esse projeto ou ou eh eu estou bom os meus planos são transformá-lo num livro Pois é que eu gostava Esse é o plano vamos vamos ver se se tive algumas boas conquistas com o projeto algumas distinções que me permitiram começar a pensar em publicar o livro Ah e portanto Essa será esse será o próximo passo muito bem cá estaremos à espera que isso aconteça tu estás farta de falar sobre fotografia documental de fotojornalismo eu não sei qual é que é a diferença entre uma coisa e outra olha perguntas bem porque iso é uma coisa que eu não penso eh todos os dias mas eu acho que ambos partem de códigos e e de regras eh de ética que são comuns hum diria que aquilo que os distingue é que o fotojornalismo inevitavelmente tem de de tratar temas do dia a dia do do presente do do momento uhum eh e pronto eh tem de submeter um bocadinho também ao imediatismo na forma como a informação circula no nos tempos que correm e a fotografia documental eh não está tão limitada pelas regras do fotojornalismo permite ser mais criativo eh na abordagem Ok hh permite-te ter mais tempo eh normalmente no fotojornalismo tu só entregas no máximo pá aí cinco fotografias uhum eh num trabalho documental tu podes ter um corpo de trabalho que conta uma história hah e que que também apresenta mais a tua visão pessoal Ok eh que que ainda assim deve ser eh apresentada de uma forma que que permita A reflexão das pessoas ou seja eu acho que nunca deves condicionar as pessoas a acharem Isto ou Aquilo ah às vezes é difícil porque nós temos as nossas próprias opiniões e e claro nós não somos seres neutros sim exatamente Nós escolhemos olhar para um sítio porque esse sítio nos chama a atenção e achamos que é importante pode não ser mas para nós é exatamente e a forma como contas a história também vai encaminhando as pessoas para a tua verdade e para aquilo que tu para Aquilo em que Tu acreditas mas eu diria que essa a maior diferença é o tempo a a liberdade que tens num e noutro Hum e mas de resto acho que os códigos e o compromisso com a verdade são são valores comuns qual é que é a primeira regra da da da fotografia documental é tipo pedires de autorização ou não eh essa é uma boa pergunta e que eu eu acho que eu não sou uma fotógrafa de rua ok ah não sou aquela pessoa que vai para a rua com a minha câmara e tive de fazer isso no trabalho da da da Ana Maria hh mas isso é uma coisa difícil de de avaliar porque podes perder o momento se pedires à pessoa para a fotografar mas podes fotografá-la e depois mostrar-lhe a fotografia e pedir autorização Ok e apagar se a pessoa não okok não te der essa autorização mas acho que parte sempre da da permissão para Ok então primeiro tiras fotografias logo pedes a autorização e tens de conquistar eu acho que a confiança das pessoas Claro nem toda a gente se sente confortável a a ser fotografada Ou seja a ter consciência que está a ser que está a ser fotografado sim e fica mais fica logo fica logo sim é muda tudo perde perdeste naquele segundo em que pediste aação a verdade verdade ah portanto eu acho que T de haver sempre respeito Mas tu podes avaliar se perguntas antes ou depois Sabes eu acho acho que é mais isto O que é que é para ti uma boa fotografia que pergunta abstrata eu sei é tantas coisas mas e eu acho que é uma fotografia que te faz parar uhum ah por alguma razão pela composição Pela Luz pelas cores pelo preto e branco sei lá H uma série pelos contrastes há várias coisas que fazem uma boa fotografia mas mas eu acho que é uma fotografia que te transmite alguma sensação alguma emoção que te faz colocar questões que te pode até incomodar Ah eu acho que toda a arte acaba por incomodar ou mexer com algo que está aí dentro e que tu se calhar nem sabias que existia ah e e é isto muito bem o que é que é mais importante para ti agora vamos entrar aqui numa parte mais mais técnica a o ângulo ou a edição percebes O que é que eu estou a perguntar eu acho que é composição da fotografia ou a edição a cor a estética sim eh portanto a edição que estamos a falar é essa é porque há dois tipos de coisas diz-me eh pronto eh eu erradamente achava que editar uma fotografia ou editar um trabalho é fazer a correção de cor fazer a correção de contraste Essas coisas sim e percebi que edição também é entendida sobretudo numa redação de de um jornal como a forma e e a ordem em que tu vais apresentar as coisas o trabalho de um editor ah ok sim sim sim como é que tu mostras à pessoa que está a ver exatamente o teu trabalho e a forma também como a pessoa exterior ao teu trabalho o Lê Exatamente porque muda tudo a ordem que tu apresentares uma coisa o caminho é diferente o processo de pensar é diferente Hum quando te referes a ângulo é o ângulo foto jornalístico ou jornalístico é bem claro que eh estou a a dizer como se fosse uma criança mas imagina quandoas numa fotografia tu tens uma uma fotografia bem composta ou seja tu tens as proporções no sítio certo tens e simetria ou assimetria aquilo que tu tu quiseres ou ou preferires hum ou então pode ser uma péssima fotografia tipo que o flash todo todo aberto e bem eu estou a dizer coisas que sehar não fazem sentido nenhum faz faz eu acho que é um bocado a linguagem do Fotógrafo a forma como ele utiliza a técnica para para fotografar é o parece-me que é isso sim o que é que é mais importante ou seja uma boa edição no sentido de uma boa correção de cor consegue salvar uma má fotografia hum Tenho dificuldades em em responder a isso eu acho que uma boa fotografia muito bem editada pode ter um poder enorme acho que uma má fotografia nunca terá a mesma força Ok ah e acho que uma boa fotografia com uma má edição pode-se perder pois Portanto acho que andam de mada no fundo de qualquer forma Nenhuma destas coisas que eu disse são estáticas e e claro eu estou sempre a mudar às vezes de a forma como vejo a fotografia a forma como olho para trabalhos anteriores isso é muito importante e Estação não é não é é o contrário de evolução não é Hum então uma pessoa que não queira não se quera profissionalizar em fotografia gosto simplesmente de tirar fotografias e e não sabe muito bem Para para que lado é que se há de virar tu achas que é mais urgente saber fotografar ou saber fazer uma boa correção de cor para tornar fotografia mais ah Definitivamente eu acho que se tem de aprender toda a técnica para depois poder desaprender à vontade ISO foi uma coisa que me ensinaram no ar que é por mais voltas que dês não podes começar por fotografar mal e depois passar a fotografar bem é tens de aprender tudo o que podes todos os recursos ou ir aprendendo e e depois prar as regras achas que a correção de cor é meio batota ou não ah não ah depende do do tipo de fotografia que fazes no fotojornalismo não é permitido eh tudo o que vês nos jornais no máximo tem alguma correção de contraste um um recorte um ligeiro recorte Ah hah para não manipular não manipular a verdade sim sim sim sim sim h eu não acho is é muito interessante não fazia ideia isso eu também não sabia de uma série de coisas antes de fazer o estágio em fotojornalismo hh na fotografia documenta na fotografia mais artística como a vertente mais artística tu podes fazer o que quiseres hh e muito Muitas das minhas referências eh são completamente experimentais e e utilizam ess esses recursos de alteração das cores no analógico tu não podias propriamente alterar as cores tão livremente eh se bem que o o o próprio filme os rolos tê tem uma cor muito muito própria que nem sequer é bem igual à realidade Ah mas é tão bonito sim não to é tudo meio onirico não éo sim e e pronto eu não quero entrar por Campos técnicos mas dizer o White balance é sempre constante essas coisas que Pronto agora tinha de fazer aqui uma aula e aborrecer toda a gente hh mas mas eu acho que não tinhas tanto essa liberdade de Interpretação da cor e podias fazer a e branco ou Uhum hah mas é curioso que os jornais por exemplo já não praticamente não vês fotografia a preto e branco nos jornais hoje em dia não e às vezes o preto e branco ajuda a focar num num tema ou num assunto e a focar a tua direção numa coisa que queres contar hah isso é muito interessante eu não faz ideia H um conselho para mim e para todas as pessoas que querem tirar fotografias eh a máquina importa não pode ser com o telemóvel pode ser com o que tu quiseres Olha eu já vi trabalhos inacreditáveis com o telefone ah coisas que eu nem nem sequer achava que fossem possíveis Porque eu detesto de fotografar com o meu telefone acho sempre tudo deformado e sim e a luz não é bem real nos telefones eh mas acho que é uma forma de democratizar o acesso à fotografia É verdade pronto e acho isso essencial portanto nunca poderia criticar eh essa vertente pronto da tecnologia hum mas acho que aprendam se calhar comecem pelo analógico uhum ah e e vão muito fotografem tudo o que gostam vão para a Rua fotografar acho mas quando is o analógico pode ser uma uma point and shoot shoot and Point point and shoot pode mas mas acho que seria mais interessante ou seja uma automática daquelas qu básicas que é que nós compramos descartáveis e ficamos todos contentes porque vamos ter fotografias para nos lembrar daquela viagem eu acho que é sempre giro utilizar uma é muito divertido e depende do fim é que que que tu gostarias de ter que essas fotografias tivessem mas acho sempre interessante teres a possibilidade de ser uma coisa manual em que tu controlas as os várias as variáveis do Triângulo da exposição etc e e acho que começaria por aí e há analógicas mais fáceis do que outras para mexer Qual é que qual é que é mais fácil todas assim que que te lembres olha aquela que eu falei no início a do meu avô é assim uma uma coisinha minúscula Ah que é muito útil porque eu acho que quanto mais pequena for a câmara melhor Claro porque senão é pesadíssima não é sim e as que eu uso às vezes para trabalhar são assim uns monos que que espantam as pessoas isso é uma coisa tens um binóculo exatamente as pessoas ficam uou O que é o que é isto e portanto às vezes até podes ter uma câmara que não é tão boa Mas que é muito mais discreta e e e portátil Ah eu acho que ser uma coisa pequena e que não te assuste nem te Pese muito é importante para começar ok muito bem Onde é que tu vais buscar a tua inspiração quem é que são as tuas influências Atualmente quem é que te influencia na vida ou seja há sempre aquela aquelas influências que nós temos de base e depois H Aquelas que nós vamos acrescentando Ah agora estou completamente numa destas sim hum É engraçado como eu não não comecei na fotografia muitas das minhas referências não são da fotografia e ainda eh Talvez mas eu às vezes tenho amigos que percebem imenso do assunto e e e ouço coisas novas novas referências novas pessoas e estou sempre a apontar tudo para ir ver eh mas pronto Se quisermos falar de referências fotográficas eh gosto muito de da maior parte dos fotógrafos da Magnum vivos e aqueles que também já não estão aqui hum sou completamente eh fã de de uma fotógrafa eh que viveu a vida toda no no Brasil a documentar as as comunidades Yanomami Na Amazónia que é Claudia anjar H acho que ela o faz com uma sensibilidade e em analógico e e faz uma manipulação da fotografia analógica que remete para aqueles rituais todos xamânicos e a Magia de pronto das comid chama Cláudia andujar andujar andujar Cláudia andujar muito bem acho muito especial o trabalho dela e gosto muito de uma fotógrafa da Magnum que é a Susan mais elas também porque utiliza não só a fotografia como documentos de arquivo recortes coisas que ela escreve no seu próprio diário para contar as histórias que é uma coisa que sempre me fascinou Os Diários sim sim sim o processo ha eu estou só a dizer mulheres e não é por acaso não mas eu gosto Há muitos fotógrafos e que eu também gosto o Miguel Rio Branco que é que é brasileira tem um um olhar muito cru com imensa cor eh e pronto retrata realidades e não privilegiadas não é e muito duras que eu não sei se teria coragem de de retratar uhum eh pronto H assim poderia dizer muita gente eh e depois o cinema eu adoro cinema adoro ler eh tenho eu tinha assim um projeto que era uma coisa completamente para mim que que já dura H muitos anos e que poras agora tá parado mas era uma página que eu tinha que se chamava Elan eu ti hoje esve lá a sério tive lá no me lã e estava a pensar estava a tentar perceber se eram fotografias tuas Aquilo é uma espécie do teu Pinterest sabes é tua é o teu Mood board para para a vida Sim aquilo é o meu moodboard para a vida e aquilo era uma coisa que eu fazia totalmente para mim aquilo tava a precisar de um CPR uhum porque tá muito tempo parado mas é uma forma de organizar as minhas ideias e referências por cores que que eu acho que penso por cores eh tanto que a minha fotografia não é que eu não não gosto de fotografar preto e branco mas a cor eh é uma coisa muito importante para mim e em tudo até na forma como me visto eh e e esse e é uma forma de organizar também as pessoas escolhem etiquetas por por nome e eu para mim é a cor muito bem isso é muito giro Maria Estamos no Fim ó hum antes de antes de ir para a tua sugestão o que é que tu gostarias de fazer no futuro tens algum caminho ou continuas de olhos fechados à palpa delas eu estou sempre aa palp delas mas quero continuar na fotografia quero explorar a a fotografia de uma forma mais livre e artística uhum ah nos meus trabalhos pessoais e tenho assim umas ideias uns projetos ok que não que não são em Portugal mas estão aqui a a borbulhar a borbulhar ficaremos então aqui à espera sentadinhos e muito entusiasmados para Ah e espero que a Maria seja seja um livro para depois nós termos todos acesso a esse essa história maravilhosa Agora sim tu és a minha sugestão desta semana Ah obrigada a tua sugestão para quem está a ouvir este este Episódio ai fazer escolhas de sugestões Então vou vou dizer duas coisas diferentes à vontade Ah um livro um livro Desculpa um filme que eu vi recentemente que é que retrata um tema muito parecido com com o tema do Maria Uhum que se chama ama Glória e e é gló ama glória e é um filme de uma realizadora francesa chamada Marie amatu Kelly espero estar a dizer bem o nome porque pronto eh e a outra é uma uma sugestão de atividade e e de visita a um lugar que para mim é muito especial que é livraria poesia incompleta que tem eh semanalmente mensalmente leituras de poesia Ah que são incríveis que bonito é mesmo é é na Lap em Lisboa sim na na rua de São Ciro e o Livreiro é uma pessoa especial e que mesmo que a pessoa entre lá a dizer que não gosta de poesia que eu acho que é uma daquelas coisas que nos metem na cabeça à força quando estudamos português sim sim acho que se tu fores lá ficas encantada com as histórias por trás das histórias e dos livros e na na forma de ler poesia dos convidados todas as semanas muito bem Obrigada Maria Obrigada chegamos ao fim a mais um de mais um episódio do CPA Catarina Paula apresenta e mais uma vez um passo à frente do Main stream Obrigada Maria boa tá feito