Vídeo: O AVC durante um voo e o luto da vida como era antes. “A minha prioridade é voltar a andar”

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a minha vida era entre a faculdade dar aulas e as clínicas onde trabalhava que eram bastante mesmo essa era a minha vida antes de Era bastante ativa muito ativo mesmo não pensamos nisso enquanto médicos mas o doente que está ali na numa cama internado sem os os os parentes sem sem a sua mulher sem a os seus filhos ao lado não poder fazer as coisas que podia fazer não é é é duro é muito [Música] duro o meu nome é Vítor Tavares tenho 54 anos sou médico dentista e professor universitário e tive um AVC há 2 anos num vou para Bangkok Eu muitas vezes viajo para congressos na área da da cirurgia oral e da implantologia eu ia assistir a um um um a um congresso de implantologia e em Bangkok faltavam 40 minutos para para descermos para Bangkok quando o comandante estava a dizer para nós pmos o cinto de segurança eu não consegui já pôr o meu cinto de segurança porque senti a mão dormente não senti dor nenhuma nem dores de cabeça nada zero senti foi uma um ficar toda a parte do meu corpo esquerda dormo só o pés especialmente o pé extremidades o pé e a mão muito tormento e pronto e vi logo o que é que come estava a acontecer ao falar com o meu colega que estava ao meu lado ele notou que havia qualquer coisa na minha cara e que ele estava a falar já um bocado atabalhoado Foi então que ele que ele começou a chamar as hospedeiras as as hospedeiras e os Comissários de Bordon sim chamou-os e depois eles vieram Deram puseram-me em oxigénio deitaram-me sobre as cadeiras e estava a ver naquela situação e estava a dizer pá estou a ter um AVC eu sabia precisamente O que é que o que é que me estava a acontecer na altura desci do avião Ainda me lembro de descer do Avião já em braços porque eu não conseguia já não conseguia andar eu perdi logo a noção do que era andar não não não conseguia nem me pôr em pé sequer ficava desequilibrado então em braços lá levaram até até a ambulância que estava na pista e daí daí e a ambulância levou-me até um hospital um hospital público e nesse hospital público não havia Neurologia e como não havia neurologista a mesma ambulância levou-me para o outro hospital um hospital privado eu entretanto o meu AVC isquémico transformou-se em AVC hemorrágico a determinada altura fiquei com mais sequelas ainda outras esquelas e por outro lado tiveram fazer transfurs sanguíneas porque depois as plaquetas baixaram muito mesmo muito e quando baixaram tiveram que fazer transfusão sanguínea e o engraçado é que a neurologista de lá como tinha ao mesmo tempo o sangue que eu ela então doou sangue para mim ela tirou o próprio sangue dela para para me dar para mim muito profissional uma mulher muito profissional e muito humana e entretanto depois de ter a fazer a transfusão de sangue e tudo eu tive uma septicemia tive uma septicemia nessa altoria mesmo morrendo apanhei uma bactéria muito esquesita é que não tinha antibiótico que lhe valesse portanto aí vi mesmo a vida andar para trás terrível foi terrível [Música] mesmo eu estive entrenado na Tailândia Desde outubro de 22 de outubro Até cheguei a casa cheguei cheguei a Portugal Aliás a 3 de dezembro fui de ambulância até ao hospital de casais e no hospital de Cascais depois tive internado aí também e aí as coisas correram tudo tudo bem foi aí que começaram a a a saber qual é que era a causa pronto a fazer o diagnóstico vamos lá e a a tentar saber qual é que era a causa do meu ABC eles têm prioridade em saber a causa para para eles prevenirem o outra AVC tinha uma hipertensão mas era uma hipertensão ocasional tinha tinha cra alto também e tinha uma vida muito sedentária alimentava mal eh andava sempre a correr andava sempre em stresse surgiu outra possibilidade que foi a a saf a saf é um síndrome que é o síndrome antifosfolipídico que é uma doença autoimune fizeram vários exames já muito depois do AVC e também é difícil concluir essa essa doença autoimune ou não depois do hospital de Cascais fui para alcoitão consegui uma vaga em alcoitão que é muito difícil se el conseguir vag ganar coit tive internado tive internado aquilo são dois meses cada internamento são do meses no máximo depois saí Entrei novamente foi o segundo entrenament tive lá entenado mais uma uma segunda vez porque nós lá entenados o que acontece é que temos as atividades as terapias mais intensivas a prioridade é andar andar ter um pouco de autonomia andar é minha prioridade andar nem que seja com a bengala mas eu quero é andar sem ser necessária supervisão pronto andar para Para quê Para também não dar muito transtorno às outras as outras pessoas que vivem comigo não é porque neste momento os meus filhos têm que me fazer tudo tem que me levar à casa de banho tenho que me levar para a mesa tenho que me levar para a cama sãoos meus filhos ou a minha mulher que me faz isto a minha mulher é cuidadora principal portanto ela passa o dia inteiro praticamente comigo uma pessoa que está numa cadeira de rodas e tá nesta condição precisa de cuidados ao longo do dia eu valorizo muito essas pessoas que cuidam dos outros especialmente neste caso da minha mulher Devo tudo a ela porque ela realmente tem me acompanhado sempre vai demorar bastante tempo até que eu recupera e nunca vou recuperar na totalidade já me disseram isso que o membro superior é muito difícil portanto recuperar Eu nunca mais vou conseguir trabalhar na minha área que era a medicina dentária isso já acabou não não vou trabalhar mais já já fiz o luto da da Medicina dentária que é boa para mim eu tenho que ter um um seguimento psicológico sempre há uma psicóloga que sempre está comigo com quem eu converso e com quem eu tenho tenho essa Ajuda também porque senão não conseguia não conseguia sobreviver a tudo isto para mim foi um impacto muito grande na minha vida foi um impacto muito muito muito grande h [Música]