🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
quem tem o poder de mexer com as nossas vidas as pessoas de quem gostamos Talvez o nosso chefe ou a nossa chefe no local de trabalho eventualmente um médico quando precisamos de ajuda ou um advogado que nos liberte de uma acusação grave mas definem também o nosso dia a dia as leis os impostos os apoios ou ausência deles O que é ditado por quem tem autoridade e é aqui que entra a nossa junta de Freguesia a autarquia o governo do país mas também a união europeia à frente das instituições estão pessoas reais como nós que todos os dias têm de e de decidir Afinal o que é que podemos aprender com quem tem poder e tenta usá-lo com precaução Quais são os meandros da diplomacia e da política europeia aqueles que habitualmente não chegam ao grande público na Europa há mulheres ao comando como ursa Vl Christine lagard e Sofia Moreira de Sousa a representante da comissão europeia em Portugal que está hoje connosco o mundo e a Europa ainda não são das mulheres e hoje vamos saber porquê e como é que se resolve através da sua história de vida da sua experiência e do se conhecimento Sofia Moreira Dea bem-vinda é um gosto terla aqui comigo hoje espero que esteja contente por este momento é um prazer poder estar aqui à conversa com a Catarina vou já começar por uma pergunta mais provocadora como eu gosto a 1 de dezembro de 2019 assumiu funções a primeira mulher presidente da Comissão europeia urs V mas a comissão europeia foi criada em 1958 ou seja tem mais de 60 anos de história est da primeira mulher é de facto um feito assinalável ou foi já tarde demais é um Marco histórico é um Marco histórico porque realmente é a primeira vez que temos à frente da comissão europeia uma mulher mas temos também uma conjuntura que também é a primeira vez que Portugal teve uma comissária uma mulher a Elisa Ferreira e que agora temos a comissária designada também Maria Luísa alquerque também uma mulher e portanto a a primeira vez é seguida pel uma segunda e esperemos p uma terceira E por aí fora é um Marco histórico é muito importante mas como a Catarina referiu n é nós temos à frente de muitas das instituições europeias mulheres à frente do Parlamento europeu a Roberta metsola temos à frente aliás agora também nomeada para alta representante de política externa e de segurança A calas mas já tivemos mulheres também a Cathy Ashton e a federica mogini ou seja começamos a ter cada vez mais e bem presença de mulheres em cargos relevantes na União Europeia temos à frente do Banco Central Europeu também uma mulher H é bom porque conseguimos refletir a diversidade que temos na sociedade e que temos na União Europeia porque afinal metade de 50% da população são mulheres não é continuam a ser casos excecionais e aliás os números europeus também nos dizem isso no gender equality index 2023 que é o relatório do Instituto europeu para a igualdade de género h a pior área digamos assim em termos de igualdade de género é a área do acesso ao poder que é o número de ministras de deputadas de mulheres presidentes da câmara isto tanto em Portugal como a nível europeu pergunto-lhe porque é que acha que esta é a pior área porque é que aqui ainda é o mais difícil de conseguir alcançar para as mulheres tem sido H em várias áreas eh que tem sido difícil acho que é importante pensarmos eh que houve Progressos que estamos a andar no bom caminho que há altos e baixos mas que acima de tudo é preciso não esquecer Qual é o objetivo eh da da igualdade e de conseguirmos ter representatividade e ver homens mulheres presentes em órgãos que que são relevantes na tomada de decisão de decisões que nos afetam como a Catarina disse muito bem que nos afetam no nosso dia a dia e na verdade H esta questão termos igualdade em termos de representatividade é condição sinequanon para nós podermos ter uma sociedade que seja mais Próspera mais justa e mais sustent portanto não é uma questão de H é bom para as mulheres não é bom para a sociedade é bom para todos para todas e neste todos todas todos h e é e é nisto que temos que pensar agora o porquê de como como mencionou de na nas instituições às vezes termos esta dificuldade de ver mais mulheres acho que a tendência as coisas estão a mudar porque E na verdade a há uma expressão que eu aprendi quando estive na África do Sul precisamente a falar sobre estas questões que que era nós caminhamos nos ombros de Gigantes que nos precederam e e é verdade nós conseguimos hoje aquilo que assistimos e o facto de termos uma presidente da Comissão europeia Eh agora que vai renovar o seu segundo mandato H também se deve muito a outras mulheres que no Parlamento europeu a mulheres algumas anónimas e ativistas e ao trabalho que foi feito durante séculos e décadas e anos e mais recentemente para que as mulheres tenham o papel que devem ter enquanto H parte da sociedade eh obviamente que que há áreas em que é interessante pensarmos porque é que há menos mulheres e perceber se há em traves como é que se pode elaborar políticas ou formas de diminuir esses entraves de facilitar a igualdade de acesso de criar políticas que permitam por exemplo Quando pensamos até na na distribuição dos das tarefas Domésticas em que haja políticas que permeiem a distribuição destas tarefas ou as o o fruto do dos direitos por exemplo o facto de podermos distribuir e as licenças de de maternidade e de e de por por parentalidade em que é possível o homem e a mulher igualmente tirar o seu tempo para poder estar com o novo elemento da família há há uma série de condições por exemplo a ver realmente infantários e creches e instituições que que possam apoiar muitas vezes até na na com com com a família com as crianças é óbvio que há instrumentos que podemos usar e que devemos desenvolver e de políticas públicas para permitir que igualdade se possa concretizar a Sofia fala em nome da União Europeia e nós já sabemos o impacto da desigualdade de género a nível nacional e percebemos porque é que temos que investir eh nesta igualdade para conseguir que as mulheres também se consigam envolver consigam tomar as suas decisões e não desperdiçar o potencial a minha pergunta é porque é que esta também é uma preocupação a nível europeu eh O que é que a União Europeia no seu todo enquanto instituição enquanto organização ganha com a igualdade ou perde com a desigual é economia para começar mas vamos h eu pagaria talvez na na eu eu portanto pegaria no facto de porque é que realmente para a união europeia é importante como é importante aliás para para o mundo inteiro eh não é uma questão de ser agora moda ou de ficar bem mas é uma questão realmente de conseguirmos ter uma sociedade mais justa mais Próspera mais sustentável E acima de tudo capitalizar em todo o potencial de desenvolvimento socioeconómico de forma a conseguirmos desenvolver muito mais nós não podemos ter metade da força de trabalho sub aproveitada h e portanto Metade dos cérebros metade das ideias metade da criatividade metade da empatia metade do esforço da Inteligência da experiência da capacidade de também é outra metade do cuidado e do interesse também pela parentalidade tudo e depois não nos podemos esquecer quer dizer quais são os valores fundamentais que são valores internacionais valores mundiais mas os valores que estão consagrados no Tratado constitutivo da União Europeia e são os precisamente os valores de respeito pela dignidade da vida humana da Liberdade democracia igualdade do estado de direito e do respeito pelos Direitos Humanos incluindo de pessoas pertencentes a minorias h isto está consagrado e os 27 estados membros subscreveram que são estes os valores necessários para construirmos uma sociedade Próspera inclusiva inclusiva para poder ser Próspera porque é da diversidade que resulta realmente o progresso H porque se nós tivermos eh tomadas de decisões ou se tivermos o sociedades muito demasiado homogéneas acaba por não ter sequer não termos sequer flexibilidade para responder a imprevistos a situações inesperadas a desafios h e portanto esta diversidade que nós nós temos na Europa que é maravilhoso a nível de nacionalidades H também tem que ser espelhada a nível de homens mulheres jovens menos jovens mas é realmente a particularidade e a singularidade de cada ser humano que faz realmente este planeta ser tão ser tão interessante não é portanto no fundo cumprir esta igualdade de género no caso que estamos a falar também é voltar às Origens digamos assim e e também define aquilo que a União Europeia é e quer ser ó Catarina se me deixar só um ponto que sem dúvida mas repare a promoção da igualdade de género não é exclusiva da União Europeia nós eh às vezes pensamos e centramos muito e ainda bem que falamos desta questão e temos que falar e Temos que agir mas no mundo inteiro h o que o que as pessoas e ambicionam é realmente uma sociedade mais justa mais inclusiva eh e a igualdade de género está presente ou a defesa da igualdade de género está presente muitos continentes não é nós em 1949 na eh na discussão da declaração universal dos direitos humanos tivemos uma foi a delegada da Índia antes a meta que conseguiu com o artigo um eh fosse todos os seres humanos nascem livres e iguais porque a proposta de redação era todos os homens nascem livres e Iguais estamos a falar 1949 H podemos pensar agora por exemplo e fal falávamos da representatividade das mulheres em órgãos de políticos de ou órgãos de poder por exemplo os os parlamentos os mais eh igualitários a nível de de de género é são por exemplo os parlamentos do Ruanda ou Cuba Nicarágua ou seja esta uns casos que não são tão falados mas que esta esta esta vontade e esta luta pela igualdade é uma luta que é mundial e que é e que é bom para para todos e portanto obviamente que a União Europeia é é não diria tem tem esta este objetivo este objetivo muito presente e nas nossas políticas todas e vemos a primeira vez que tivemos uma comissão eh de portanto um colégio de Comissários o mais paritário possível dos 27 13 eh mulheres comissárias com a presidente 14 foi agora que tivemos uma presidente da Comissão europeia também uma mulher com incidência talvez não Há essa preocupação Ainda lhe acontece ser a única mulher na sala H cada vez menos o que é muito bom sinal e acima de tudo o que mais importante Será que chegarmos o dia em que não não vai não não será fácil de identificar sendo este um se é um problema mas uma mulher repara nisso homem se calhar depende dos homens e Depende das mulheres naturalmente mas em geral uma mulher repara nisso mais facilmente sim sim e há e há obviamente que há há muitos preconceitos que muitas vezes se se verificam eu recordo-me quando não não não é recente esta história quando comecei nos meus primeiros tempos a trabalhar no secretariado Geral do Conselho europeu H que de do do Conselho h recordo-me de uma reunião em que fui chamada para participar e e que por acaso eu era das únicas mulheres acho que éramos duas jovem ainda mais jovem não é e portanto quando chegou aquele momento de alguém para tirar fotocópias toda a gente olhou para mim não é eh portanto que eu estaria ali para fazer as fotocópias quando eu na verdade tava quer dizer a minha a minha a minha função Ali era escrever precisamente o relato da reunião para depois podermos tirar as elações necessárias se havia ou não havia acordo eh e portanto houve assim uma série de de de histórias muito giras de de chegar mesmo em funções que ocupei agora mais recentemente em que chegava um a uma sala de reuniões e achavam que pronto a mulher ok É deve ser a secretária e e isto com muito respeito por quem tem as tarefas de secretariado porque clar mas não era a sua função e e portanto obviamente que há muitas vezes estes preconceitos que que que mas que eu acho que hoje começam se a dissipar muito mais porque nós hoje h também estamos expostos a a vermos mulheres e e homens com com personalidade muito diferentes a ocupar posições de relevo e isto também inspira e permite-nos a percecionar a diversidade e penso que h hoje acontece menos de ser a única mulher na sala ainda bem e temos que assegurar que assim será porque é o melhor para todos porque uma sala cheia de homens também deve ser uma chatice não é claro para eles e para quem não está lá a Sofia representante da comissão europeia em Lisboa em Portugal há tr Anos Antes disso foi Embaixadora da União Europeia em Cabo Verde eh e também esteve na África do Sul e no Cáucaso também representando a união europeia H pergunto-lhe se nesses contextos também eh como é que uma mulher que que representa a união europeia que tem uma agenda que é uma Diplomata se consegue afirmar também aí eh Imagino que também haja algumas dificuldades de de conseguir fazer o seu trabalho negociar decidir impor-se bom acho que tem muito a ver com a personalidade com o contexto com As equipas H penso que os desafios são partilhados de de mulheres homens obviamente que precisamos de ter e principalmente no mundo da diplomacia é importante saber ouvir é importante a empatia é importante o que é que saber ouvir perceber os contextos onde estamos eh a realidade com que nos deparamos muitas vezes nós trabalhamos em países que não são os nossos com com pessoas em que nós não conhecemos necessariamente os contextos socioculturais as crenças não é o o que é são o que é que é por exemplo em termos de de hábitos considerado como hh Cortez O que é que o que é que é menos Cortez eh se uma pessoa deve aceitar o convite de imediato para um jantar ou para um almoço de trabalho ou se deve ou aceitar hh ou não ou se não fica eh se como é que cumprimenta tudo todo um código que é importante que é importante porque repare quando quando nós fazemos o esforço de perceber o meio que nos rodeia conseguimos interagir de uma forma muito mais efetiva e porque mostra desde já que que que respeitamos onde estamos como estamos e que nem sempre é simples não é nem sempre é fácil ajuda imenso conhecer a língua porque há há uma parte muito Subtil de de expressões de intenções que às vezes se perde na na tradução portanto a língua ajuda bastante H mas depois acho que há muito a necessidade de saber ouvir perceber e pensar Qual é a minha mensagem mas como é que eu adapto a mensagem ao ao interlocutor que tenho o que é que faz por exemplo uma Embaixadora da União Europeia em Cabo Verde tenta criar esta ligação entre a união europeia e o país precisamente mas o que é que faz exatamente no seu dia a dia acho que muitas vezes há este desconhecimento prático sobre aquilo que os diplomatas fazem não é claro H bom enquanto Embaixadora da União Europeia em Cabo Verde representava os uma uma Embaixadora da União Europeia em Cabo Verde representa os interesses da União Europeia em Cabo Verde e o interesse primordial é o desenvolvimento de uma parceria que seja uma parceria e alicerçada em H Progressos das duas partes e açada em áreas de trabalho com resultado positivos para ambos os lados e trabalhamos em imensas áreas desde a segurança marítima ao desenvolvimento do Comércio à proteção dos direitos do meio ambiente dos Direitos Humanos enfim a trabalharmos nas cotas de de na igualdade de género e vou-lhe dizer que encontrei pessoas com uma força e digo pessoas porque homens e mulheres estou aqui a pensar numa Associação maravilhosa de homens iniciada por um homem na luta contra a violência de género em Cabo verto eh e portanto obviamente que há há uma uma um uma presença eh para representar os interesses da União Europeia e todas estas áreas de trabalho de comércio de segurança de facilitação de pessoas de programas de de intercâmbio de Educação de experiências profissionais Hum E que obviamente para para faz é preciso estar no terreno ter uma equipa uma equipa motivada e e Cabo Verde tem a particularidade de ter novilhas portanto de realmente também assegurar que que que visitamos os diferentes sítios e que interagimos não só com as autoridades Mas acima de tudo com as pessoas Uhum E é fácil aproximar O projeto europeu de um país que não faz parte do projeto europeu ou arrisco já dizer a união europeia tem já um protagonismo e um reconhe internacional que facilita também essa ligação sem dúvida a um país que não é europeu sem dúvida a união europeia é conhecida no mundo e a maior riqueza que nós temos e muitas vezes não nos apercebemos é o facto de não sermos homogéneos de sermos esta entidade de 27 que são 27 países com várias línguas com várias tradições mas que temos e somos reconhecidos no mundo como um espaço que realmente há uma uma proteção da dignidade da vida humana que há garantias jurídicas quando os direitos das pessoas são violados que obviamente não é o mundo perfeito mas que existe uma série de garantias que são dadas à proteção individual da pessoa eh que são as garantias típicas de uma democracia eh de um estado de direito com instituições fortes gente que quando chega as pessoas já têm essa percepção tem as pessoas têm essa percepção obviamente que depois dependendo do sítio onde estamos e com quem trabalhamos há interesses específicos e há áreas de trabalho que é preciso desenvolver às vezes Há questões de falta de compreensão e a nossa função precisamente enquanto missão diplomática é facilitar a comunicação e portanto esclarecer dúvidas que surjam H mostrar realmente eh na nas áreas de cooperação Quais são as vantagens e como como é que nós podemos avançar e e fazer sugestões do que é que eventualmente pode ser alterado ao contrário daquilo que se pensa para conseguir fazer diplomacia é preciso muita humildade e muita capacidade de adaptação e não não é chegar a um país instalar lá a Embaixada e depois fazer aquilo que que se quer fazer não é preciso muita eh flexibilidade digamos é preciso empatia é preciso ter curiosidade e gostar de pessoas h no sentido de ser capaz de perceber as nuances h e obviamente de de conseguir também passar mensagens e passá-las a diferentes grupos e a diferentes locutores e adaptar-se a esse contexto uhum mencionou eh que na União Europeia temos 27 países e que são todos muito diferentes em termos de culturas tradições de de hábitos tudo isso e sei que a comissão europeia mas não só eh também tem feito várias campanhas por exemplo na área de igualdade de género a nível europeu eh e o que eu lhe pergunto é como é que se consegue trabalhar a questão da prevenção das campanhas do passar uma mensagem a nível europeu sabendo precisamente que todos os países são diferentes e portanto a perceção sobre igualdade de género em Portugal não é a mesma na Hungria não é a mesma noutros países e nós não estamos todos ao mesmo nível não é já no próprio país não estamos mas a nível de país entre países também não Estamos portanto como é que se consegue homogeneizar uma mensagem que chega a toda a gente e que tenha Impacto uma pergunta difícil eu sei sim sim mas é o nosso dia a dia na verdade porque é importante partirmos da mesma missa e do mesmo ponto de partida no sentido que concordamos e os 27 estados membros concordam na qual é a mais valia e o porquê de promover a igualdade de género e e e há uma mensagem que é comum que é eh O que é que a desigualdade de género provoca e provoca eh se se as consequências negativas da desigualdade de género vão desde H redução da produtividade do crescimento económico não há uma uma é é a a tomada de de decisões de decisão não é eh eh o processo mais ótimo digamos assim porque não há uma há uma parte da da da sociedade que não está representada e também um ponto muito importante que é através da igualdade de género do acesso ao emprego da Igualdade das condições laborais que nós conseguimos combater a pobreza e a exclusão social desde já pensando até nas famílias monoparentais em que muitas vezes são as as mães que estão à frente digamos assim do agregado familiar e portanto aquilo que nós H os dados que temos é que em 70% o facto de 70% das famílias monoparentais serem lideradas precisamente por mulheres se não há esta igualdade ao mercado de trabalho se não há igualdade de oportunidades igualdade de condições nós estamos automaticamente a a a a digamos assim a não não diria promover mas mas estamos claramente a aumentar o o significativamente o risco de de de pobreza portanto nós temos um conjunto de mensages são os dados seja do eurostat seja do Observatório europeu da igualdade de género que trabalha com as congéneres a nível nacional e portanto partimos de dados partimos do quadro Qual é o porquê de nós promovermos a igualdade de género como o fazer nas diferentes políticas que são adotadas e em que áreas é que o fazemos e fazemos H precisamente como como referiu nas campanhas de ilização numa tentativa de mudança de mentalidades e de adoção promoção de de pacotes legislativos e de políticas públicas que facultem essa realmente a promoção da igualdade de géo mas há países que estão para trás não é por exemplo a Hungria é um país outros que estão paraa frente Sim claro paraa frente quer dizer mais mais mais avançados claro que depois é super é muito importante nós conseguirmos H moldar ao contexto nacional e é por isso que nós estamos a representação da comissão europeia em Portugal é precisamente para traduzir estas mensagens não traduzir no idioma mas traduzir ao contexto e aos públicos alvo e obviamente que trabalhamos nestas duas nestas duas vertentes portanto há uma mensagem Global mas depois os canais que nós utilizamos obviamente que haverá países que se calhar vamos privilegiar determinado tipo de canais de comunicação determinado tipo de grupos h e noutros países será uma outra escolha diferente eh e olhando também para obviamente que em países que têm chefe de estado ou governo feminino tem já um impacto diferente de outros países que não t ou que nunca tiveram eh portanto mas aí esse trabalho feito pela representação em cada país é isso ou seja a partir do contexto em que se está a trabalhar e e perceber de que ponto é que se pode partir é isso claro em termos da comunicação Sem dúvida mas obviamente que depois em termos de dos pacotes legislativos não quer dizer a partir do momento em que há uma decisão uma propost da comissão aprovada pelo Parlamento e em o conselho depois os estados membros têm que fazer a tradução das diretivas ou dos regulamentos para o ordenamento jurídico nacional esse ponto é importante e vamos já lá porque foi este ano que que foi aprovada a primeira diretiva de Combate à violência contra as mulheres e violência doméstica que é o primeiro instrumento jurídico da União Europeia de Combate à violência contra as mulheres eh e pergunto-lhe primeiro que tudo para ficar esclarecido para quem nos está a ouvir o que é que isto quer dizer exatamente ou seja o que é que é uma diretiva europeia eh é um documento bonitinho que está lá no site para nós irmos consultar não não é não é um documento bonitinho até porque normalmente são documentos muito jurídicos e que ten algum alguma complexidade para quem H tem insônias e e e e e procura algo para se divertir para ler à noite não é ex não hum vamos uma uma diretiva o que é que é uma diretiva é uma portanto surge normalmente uma proposta no sentido de dar um enquadramento eh de algo que é que se entende como necessário e que pode ser bastante que é em geral muito positivo adotar e e e fazer para realmente conseguirmos avançar enquanto sociedade inclusiva enquanto sociedade mais Próspera e mais igualitária e portanto as diretivas surgem como propostas de legislação Que Uma Vez aprovadas pelo Parlamento e publicadas no no Jornal Oficial da União Europeia não basicamente os estados membros neste caso Portugal tem o prazo que é estipulado no próprio documento para fazer a adoção e a transposição dessa diretiva mas adequando ao contexto Nacional não é sei lá por exemplo se nós dissermos que o objetivo é que uma diretiva não sei pensando agora esta aqui esta por exemplo não é que o objetivo é criminalizar ess ciber violência A Perseguição online eh a violência doméstica ET por exemplo a proteção da das vítimas de violência doméstica depois Como é que esta proteção é feita se é através de uma casa a briga aqui outra a colá ou se é através de eh um subsídio ou se é através de inclusão no mercado de trabalho portanto exatamente as alíneas concretas como Isto é feito deixa-se à discricionariedade das da dos países de verem que instrumentos é que têm é que existem para se conseguir realmente assegurar que há a proteção das vítimas mas há esta obrigação de ter de provar que estão a fazer alguma coisa fazer obviamente obviamente portanto a diretiva dá uma Margem Não é é uma orientação mas o objetivo tem que ser cumprido e o objetivo desta diretiva é clara não é é a criminalização da mutilação genital feminina a criminalização dos casament forçados e portanto é preciso que isto seja feito um prazo que é di a união europeia para o país este caso concreto a publicação no no Jornal Oficial foi em maio deste ano e há cerca de portanto Portugal Tem até 2027 portanto H um período de 3 anos para fazer Obviamente as alterações legislativas necessárias para formular as propostas para percorrer o processo Nacional de decisão no na Assembleia da República para transpor esta diretiva portanto não tenho anos é uma obrigação mas forma como é feita não diz tem que ser por exemplo criminalizado com 2 anos 5 dias e 4 horas não é portanto isto a forma como como é feito há uma uma margem de manobra para cada Estado membro precisamente como a Catarina dizia que é para adequar às especificidade de cada país mas o objetivo é claro é a criminalização da violência é eh H inclusive da ciber da da da da ciber violência é a proteção das vítimas e estabelecer procedimentos de denúncia que sejam Seguros e que sejam Claros acessíveis E H E ao mesmo tempo preocupantes sobre a ciber violência na União Europeia e a e a e sim há s em cada 10 mulheres já foram vítimas de ciber perseguição por exemplo sim eh diz o Instituto europeu para a igualdade de género e com as redes sociais com a inteligência artificial sim estima-se mesmo que o em cada duas mulheres também já foram de uma forma ou de outra eha de violência online examente vítimas de de de ciber violência isto de acordo com os dados do Instituto europeu para igualdade de géo o que realmente é algo em que a União Europeia tem sido Pioneira nesta matéria sim a legislar dizendo bem claro que aquilo que é eh proibido e aquilo que é ilegal eh offline também o deve ser online uhum há uma outra diretiva muito interessante também que que eu estou muito entusiasmada para a ver aplicada porque acho que nós vamos todos e todas entrar aqui um bocadinho em choque que é uma diretiva que também vai ser obrigatória para Portugal e para os restantes países da Transparência salarial na União Europeia a diferença média de remuneração entre homens e mulheres é de 12,7 por são dados de 2021 e em Portugal de 11,4 por isto depois depende do cargo depende da área mas globalmente são estes os números supostamente há uma igualdade deve haver uma igualdade de remuneração entre homens e mulheres supostamente a desigualdade e é ilegal exato portanto como é que isto é possível e Eu muitas vezes eu também falo deste tema e as pessoas ficam sempre muito e surpreendidas não é como é que se se é legal como é que depois e se consegue fugir a isto eh e depois pode juntar à resposta a parte de e há uma diretiva de Transparência salarial então que como eu dizia que vai obrigar as empresas a partilhar informações sobre os salários e a tomarem medidas se a disparidade for superior a 5% A disparidade em função do género obviamente eh e penso que tem que ser adotada até 2026 portanto até 2026 vamos ficar a saber eh de facto quais é que são os salários nas empresas e creio eu vamos acabar por descobrir muita desigualdade Sem dúvida porque Aliás a primeira etapa para resolver um problema é identificá-lo e esta questão da desigualdade eh salarial muitas vezes é resultado de uma certa opacidade em que não é não é não é claro não é transparente eh muitas Às vezes as próprias pessoas que trabalham para a mesma entidade não conhecem as tabelas salariais dos dos colegas o dinheiro também é um tabu também ninguém fala sobre quant é que recebe e portanto se não há transparência também é muito às vezes é é uma forma de eh digamos assim esconder o problema porque não não é facilmente identificado e eh a este fator juntam-se muitos outros Como por exemplo o facto muitas vezes das responsabilidades Extra das tarefas domésticas fazerem com que muitas vezes as mulheres se sintam eh as mulheres e e isto também acontece com com com homens que podem sentir também numa situação mais inferiorizada que precisam Sem dúvida de uma remuneração e portanto mais facilmente aceitarão uma remuneração abaixo daquilo que se calhar outros colegas podem ter mas a maior parte das vezes isto verifica-se no caso do sexo feminino eh e que eh pode haver circunstâncias que façam com que as mulheres aceitem certas condições remuneratórias ou por desconhecimento ou por realmente por necessidade na questão do desconhecimento hh é o que precisamente esta diretiva Visa eh eh atacar e resolver ou impor esta obrigatoriedade de ser de haver esta transparência eh salarial e que faz com que desde já as empresas Ou as entidades que que pratiquem hh a desigualdade salarial vão-se sentir como uma responsabilidade acrescida para justificar ou para resolver h e claramente para para para eliminar esta essa disparidade e portanto aquilo que é visado é aumentar a a responsabilidade das empresas e eh a expor expondo a desigualdade que muitas vezes é é oculta vai vai criar muita tensão dentro das empresas acredito não sei talvez algum confitos entre as pessoas sou brincar mas é assim ninguém gosta de saber que se sentiu enganado ou que se sentiu mas a médio e longo prazo aquilo que nós vamos que que que o objetivo é acabar com o problema portanto se temos que o expor falar sobre ele e encontrar soluções para para realmente acabar com estas desigualdades sistêmicas porque se não fazemos nada não podemos estar à espera de ter uma um resultado diferente portanto para as coisas serem diferentes realmente temos que que nos esforçar e que tentar métodos diferentes e claramente que esta diretiva é uma uma tentativa de atacar este problema destas desigualdades sistémicas que acontecem a nível de retribuição salarial uhum temos poucas oportunidades para falar sobre a união europeia do se lato prático e aplicado no nosso dia a dia Hum e dizer também que eh enfim aquilo que é feito a nível europeu tem também Impacto eh naquilo que nós fazemos todos os dias portanto penso que é 70% a legislação nacional que é que vem da derivada de legislação adotada a nível europeu sim portanto lá está se não existisse esta estrutura provavelmente em muitas áreas a nossa vida seria completamente diferente mas dizia eu habitualmente só se fala sobre a união europeia quando há eleições eh ou lá está quando há uma questão qualquer relacionada com a migração portanto temas que suscitam sempre opiniões muito fortes por parte das pessoas eh e por isso hoje é o momento também com esta entrevista para conseguirmos pensar mais sobre de facto Que estrutura é esta e como é que nos afeta no nosso dia a dia sobre as eleições europeias eh a abstenção é sempre algo que é muito referido eh nas últimas eleições europeias a abstenção apesar de ter sido a mais baixa dos últimos 20 anos continuou acima dos 60% portanto foi mais concretamente de 62,5 por as eleições a abstenção nas eleições em Junho deste ano pergunto-lhe o que é que continua a afastar as pessoas eh do voto ou seja porque é que porque é que não tem esta ligação e esta urgência de votar quando se fala de eleições europeias acho que existem várias causas ou que podemos identificar várias causas e em Portugal uma das causas que que verificamos muitas vezes é que as pessoas já tomam a união europeia como algo adquirido e portanto já está lá existe porque é que vou e fazer o esforço de ir agora votar Isto mais h não pensam sequer Que tal como não existia há uns anos pode voltar a não existir eu acho que não há essa consciência eh muitas das vezes nós tomamos como como um dado adquirido que que a paz no continente vai ser sempre assim que a prosperidade a livre circulação a capacidade de acederm e podermos livremente estabelecermos num país da União Europeia eh mas também o conjunto precisamente de de leis que protegem o consumidor que protegem a dignidade da vida humana que protegem a pessoa H acho que há Sem dúvida esta conceção muitas vezes que isto é algo adquirido que já não podemos perder e e é errado Eh é errado e e podemos olhar por exemplo para o que aconteceu após o brexit e o sentimento de muitas pessoas e muitos jovens que não foram votar no referendo ou que não não não comunicaram a sua vontade ou que o fizeram mas não propriamente relativamente ao tema mas por outras razões e que agora se aperceberam H que há uma série de de direitos e de de hábitos que tinham que agora não é tão fácil e que não que os perderam digamos assim para os jovens até que estão Dev vijar que é assim mais ão viajar de estudar noutro sítio mas a compra de até mesmo de produtos sem sem sem terem todos os procedimentos e e e as taxas que acontecem quando quando se está fora do mercado único por exemplo mas muito nos jovens Sem dúvida h o facto eh até de que muitas das decisões tomadas pela união europeia acabam por ter eh um efeito nos países que querem comercializar com a união europeia sendo que os que estão fora não participam na tomada dessas decisões não é portanto se eu imaginemos se eu tenho uma uma empresa de produção de de cabos elétricos na no Reino Unido e se a união europeia decide que os cabos passam a ter uma uma especificação A B ou C E eu tenho que adaptar a minha produção para essa especificação eu quiser vender e exportar para o mercado da União Europeia que são quase 500 milhões de consumidores não é e portanto nesse caso eu vou ter que fazer estas alterações sendo que o governo do meu país que eu elegi h não foi achado na na tomada de decisão porque estou fora portanto acaba por muitas vezes esta este sentimento de autonomia que foi sentido por muitas pessoas ou pelo menos proclamado na a quando das das campanhas antes do referendo do brexit ser ser bastante não não ser assim tão linear como como se acharia não é Mas voltando agora à questão do voto eu acho que há primeiro esta questão das pessoas acharem muitas vezes um dado adquirido segundo a união europeia é complexo h o os processos de cada instituição faz não é as negociações e realmente o impacto na vida das pessoas é real acontece todos os dias mas nem sempre há tempo ou consciência de esse próprio Impacto e muitas vezes só nos apercebemos quando somos impactados negativamente e depois há também esta questão de realmente é preciso comunicar e chegar às pessoas passa por por uma política educacional em que se fale mais da da da Europa que se fale mais do que é que nos une do porquê é engraçado porque no último barómetro de julho deste ano os portugueses são daqueles que são mais otimistas em relação ao futuro da União Europeia são 74% das pessoas portuguesas que são muito otimistas sobre o futuro eh da organização ora aí está precisamente porque H daí a [Música] minha o meu comentário que as pessoas já tomam como garantido como um dado adquirido como se nós tivermos um problema enorme a união europeia vai apoiar Como foi o caso por exemplo da pandemia em que Portugal nunca teria capacidade de imediato de de aquisição de de vacinas que nem sequer estavam desenvolvidas se não tivesse havido também uma aposta na investigação na produção hh mas que enquanto país de 10 milhões de consumidores não teria acesso em termos de mercado para uma compra de 10 milhões enquanto quando a compra da das vacinas foi feita em conjunto eh todos os estados membros receberam as vacinas ao mesmo tempo os Fundos europeus São Outro exemplo os Fundos europeus agora tivemos por exemplo com com este com com com uma tragédia dos incêndios em Portugal uma vez mais em que tivemos um um mecanismo de de de de europeu de Proteção Civil acion n que permitiu logo que viessem oito aviões apoiar o combate aos incêndios com a especificidade que era necessário para aquelas condições climatéricas e e e e e do solo mas e agora mesmo até no na própria reconstrução e indemnização dos danos sofridos em que há obviamente eh políticas e Instrumentos financeiros a nível europeu que são chamados e que e que são importantes e que afetam a vida das pessoas agora para que tudo isto exista Nós realmente temos que trabalhar e continuar a construir este projeto de União Europeia e é às vezes é desunião também a tentativa de desunião sim mas com nós se não estivermos Unidos não vamos conseguir resolver os problemas que são cada vez mais globais problemas das alterações climáticas da luta contra a pobreza de guerras e nós sozinhos sozinhos não vamos a lado nenhum não é não Ou pelo menos pensamos que vamos mas não vamos conseguir resolver problemas que são uma escala quase todos são uma escala mundial sim Sofia no seu LinkedIn na secção sobre tem apenas escrito isto eurofil cidadã do mundo o que é que é uma európa E porque é que a Sofia é uma európa filosofia da criação da União Europeia que é a união que é se trabalharmos juntos E se tivermos parcerias fortes e se formos interdependentes eh muito dificilmente vamos nos matar uns aos outros não é posso dizer que ISO já apaixonou ess esses ideais é possível nos apaixonarmos por essa missão totalmente porque repare não é não é inteligente em vez de nos andarmos a matar uns aos outros de ficarmos realmente interdependentes e conseguirmos juntos avançar e conseguir eh objetivos que são positivos e metas que são que são positivas para todos é a filosofia que subj filosofia os valores os ideais à criação da União Europeia que antes de ser União Europeia Foi muitas outras coisas e foram processos de integração que foram que foram que foram sendo construídos ao longo deste deste destas últimas décadas Mas o que está na base é vamos lá juntos apesar das Diferenças de forma democrática em democracia de negociar com concessões con cedências vamos construir algo que é bom que é que é positivo e contribui para o bem-estar das nossas populações todos se alguém tinha algum desencanto com a união europeia já perdeu esse desencanto agora se isto é fácil todos os dias a Não é não porque se fosse fácil se calhar já tinha sido feito em muito sítios mas mas ou seja era um objetivo seu trabalhar na na União Europeia numa instituição ou ou foi uma coisa que aconteceu e depois esse essa esse sentido de Missão desenvolveu-se já a trabalhar porque por exemplo há pessoas que têm o sonho de trabalhar na ONU ou que tem o sonho de trabalhar numa multinacional gigante numa consultora gigante Ou seja a marca puxa a pessoa não é s isso também aconteceu consigo eu sempre quis diplomacia eh relações internacionais era algo que me fascinava e confesso que realmente as nações unidas era assim a organização que eu que eu que eu aspirava poder trabalhar até que fiz o programa Erasmos fui das pioneiras pioneiras nesse nesse neste programa que é fantástico e na Alemanha tive um maior conhecimento sobre H na altura a comunidade económica europeia sobre e as liberdades sobre a a constituição a formulação e assisti com muitos colegas eh que tinham debates sobre várias temáticas sobre várias políticas que estavam a ser debatidas a nível europeu e eu pensava Mas será que em Portugal não fo famos sobre isto seguramente que se falaria já e eu provavelmente não estava era tão H inserida nestes neste Neste contexto mas o que é certo é que despertou-se bastante curiosidade e resolvi aprender mais sobre direito comunitário porque eu sou licenciada em Direito era a minha a minha a minha área de estudos e achei Fantástico e realmente achei que assim é tão mais simples esta este conceito não é trabalharmos em conjunto fiz um estágio nas instituições e apaixonei-me uhum apaixonei-me desde já por ver pessoas com línguas diferentes tradições diferentes Estilos diferentes a trabalhar com objetivo em comum hh e achei que de início tinha assim um bocadinho Mas será que isto é mesmo assim ou será que isto é muito bonito no papel aqueles e eh aquelas citações de schuman que a União Europeia será construída através de uma união de facto de solidariedade de Atos concretos mas depois à medida que fui que fui eh fiz o estágio e depois passei um concurso eh comecei a trabalhar e já estou há mais de duas décadas a trabalhar nas instituições europeias e tenho a dizer que que estou cada vez mais convencida que ainda bem que existe a união europeia mas que H temos muito ainda para fazer não é mas foi foi tendo cada vez mais poder foi educada para ter poder hum fui educada para eh tentar ter poder fazer um mundo melhor do que o que eu encontrei E isso também se faz conseguindo tomar decisões não e de de todas as formas que é possível de lutar contra injustiças contra a desigualdade e tomar decisões quando é necessário fazê-lo e tomar decisões fundadas e com conhecimento de causa uhum há pouco perguntei-lhe sobre se ainda lhe acontecia ser a única mulher na sala e eu gosto muito de entrevistar mulheres com poder com cargos de poder e é há sempre esta curiosidade que que tenho sobretudo nesta área da diplomacia que é uma área muito muito conservadora muito elitista também eh há espaço para vestir um casaco de cor como tem hoje aqui connosco ou para pôr um batom ou ainda há comentários que também já algumas mulheres contaram aqui eh alguns comentários tentando uniformizar eh as mulheres ou masculinizar as mulheres B na diplomacia se calhar até ainda mais do que noutras áreas mas se calhar é transversal a tudo hum importa muito a personalidade e importa muito porque muitas vezes H As instituições são são são importantíssimas e a ver instituições sólidas é é essencial especialmente para para termos uma democracia que funcione mas depois as pessoas que ocupam os cargos fazem a diferença não é mas mas a Sofia tenta manter a sua identidade sim porque as as como é que faz isso de várias formas eh muito daquilo que eu acredito daquilo que eu considero precisamente para do que fui educada neste nesta forma de olhar para o mundo de querer ser um contributo e ter uma ação que seja positiva isto acaba para ser espelhado no meu dia a dia e portanto esta forma de trabalhar de estar é reflete a pessoa que eu sou e e acontece com todos nós E deve acontecer com todos nós e ter este h autenticidade e ser capaz de trazer fazer a sua individualidade é isso que nos torna únicos e ser aquela pessoa a fazer aquele trabalho ou naquela posição obviamente que nos temos que adaptar ao contexto h eu se vou para uma reunião não posso ir de biquíni Claro mas o que é que é seu que que a partida seria mais fácil esconder e que a Sofia tenta manter eh olha tem o piercing os brincos eu adoro brincos eh e sempre tive brincos coloridos ou Hum gosto muito de cores também também tento manter agora obviamente que há uma adaptação ao contexto Claro e que é preciso ler o contexto mas é adaptar não é esconder é adaptar é adaptar e acima tudo é também ousar um bocadinho e ir medindo um pouco nesta ousadia de adaptando ao contexto mas não Escondendo a pessoa que somos e como somos H quer dizer o quê por exemplo aqui aqui comigo se calhar vai de uma forma mas se calhar se fosse um encontro mais tradicional mais formal iria de de outra sim sim eh se calhar se eu estou num evento com jovens posso estar com com umas calças de ganga eh Se eu estiver a acompanhar uma visita de uma comissária ou da presidente obviamente que obviamente não mas aí se calhar eh usarei um fato h eu gosto muito de usar calçado Raso que é confortável que possa andar de um lado para o outro e isso raramente altero mas mas portanto a parte do conforto a parte de que me permita também esta mobilidade e agilidade é importante mas obviamente que há um cuidado para o contexto onde estamos e como estamos não é se está a chover preciso de gabardine se se está sol já posso ter um uma uma roupa mais leve é tentar aqui como tudo é preciso Um Certo equilíbrio e é verdade que no lado e se pegarmos nisto no lado no no lado do do géo para os homens às vezes é só troca a troca da gravata mas até aqui até aqui nós vemos H as cores da gravata ou às vezes aquelas meias com com os bonequinhos ou com eh com cores portanto mesmo até no no fato tradicional eh de de de homem de negócios ou de também há espaço para para para a individualidade e para criatividade sento que essa essa flexibilidade também a aproxima de certos Públicos como referiu por exemplo quando fazem o Summer Camp que é um evento no verão eh essa esse esse libertar de eh de certos códigos também a aproxima das pessoas claramente claramente porque a comunicação há a comunicação verbal mas há também toda a comunicação visual a comunicação da forma gestual da forma como nos relacionamos com os outros e para haver uma empatia às vezes é preciso quebrar certas barreiras e portanto sim é é é relevante er um seu piercing imagino sim no nariz sim sim mas já comam já não uma vez tive uma sugestão que se calhar Não Era Eu pensei mas eu pensei mas as minhas qualidades de diplomata não vão ser alteradas por ter um piercing ou não e portanto Como assim uma certa teimosia e claro precisamente há que manter Sofia já estamos a terminar mas ainda quero perguntar duas coisas a primeira é sei que tem hobbies como viajar teatro e dança e assistir a espetáculos sobre estes últimos três teatro Dança e assistir a espetáculos esta que esta componente criativa e cultural para quem passa muito tempo em reuniões em negociações a elaborar relatórios a ouvir comissões etc eh é importante para a libertar do dia a dia do stresso do dia a dia ou também a ajuda eh neste trabalho que parece mais formal até o trabalho formal também precisa de alguma criatividade sem dúvida ajuda imenso eh gostava era de ter mais tempo para o poder fazer mas ajuda muito h a dança é uma paixão que eu tenho e que assistir ao fazer também assistir e não não sou muito dotada mas adoro dançar adoro dançar mas assistir porque é algo que mexe comigo acho que é uma forma tão bonita de comunicar através do movimento e de do Ritmo como reagimos a sons ou ao silêncio h e esta questão do movimento de Corpos é algo que eu vejo como de comunicação muito muito importante e uma forma Subtil mas muito bonita mesmo eh o teatro aprende imenso imenso porque é aquele momento em que nos distanciamos e que imaginamos uma vida ou outra eh em que nos pomos às vezes na pel de dos personagens a que assistimos é é diferente de um filme porque é mais é presencial é mais acho que é é mais fácil pelo menos para mim de ter esta empatia de me colocar do outro lado e depois há coisas incríveis que se aprende por exemplo há o bocado falava da ansa Meta da da da indiana que na na que foi a pessoa que fez com que os direitos eh humanos fossem direitos humanos e não só dos homens eh eu aprendi isto numa peça de teatro da mala voadora que era precisamente uma uma investigação que foi feita sobre eh eh a génese da declaração dos direitos humanos quão Universal H é e foi num numa peça de teatro e que me deixou muito curiosa e que portanto depois fui investigar e eu vou tantas outras coisas eh e que me ajudou também muito nos sítios onde Vivi h a perceber a perceber o contexto espal o depois viajar porque porque sou apaixonada por por viagens e descobrir coisas novas e pessoas novas e cheiros e e sítios e acho que foi numa dessas viagens talvez não sei seu que conheceu o seu marido que é britânico e irlandês certo eh por acaso foi em Bruxelas a trabalhar trabal lá também durante sim sim mas temos viajado muito juntos ele agora está cá também ou sim sim sim sim sim estamos estamos Durante algum tempo eh Vivemos em em sítios diferentes e em continentes separados muito comum eh mas de mas com os Miúdos eh fica mais difícil agora ele atualmente tá fora Portanto tem tem períodos às vezes viajo eu outras vezes viaja ele mas mas temos uma coisa que nos une muito aliás temos muitas coisas mas uma das coisas que nos un foi precisamente também a paixão pelas viagens Uhum E também a compreensão do outro mas isso também já ve da diplomacia mas é preciso muita compreensão e adaptação lá Está sim e esta esta vontade de conhecer de ouvir de perceber de de entender e dar liberdade ao outro também sim sim sim mas obviamente que há há aqui depois concessões que é necessário fazer e h e nem sempre é fácil mas mas é exequível uhum Sofia muito obrigada foi um gosto falar cons já sabem que às terças-feiras A cada 15 dias temos sempre uma nova dona da casa de regras de organizações dos seus próprios pensamentos e decisões eu sou a Catarina Marques Rodrigues e estou sempre aqui convosco para vos trazer mais mulheres M stor za te o prosim epizod