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[Música] começa agora o explicador da Rádio observador esta quinta-feira sobre a conferência de imprensa de Luís Montenegro sobre segurança interna e para isso convidamos para estarem connosco nas manhãs 360 Filipe Lobo d’Ávila ex-deputado do CDs Vitalino Canas ex dirigente do PS a moderação de explicador é feita pelo Paulo Ferreira e pelo Bruno vi Amaral ontem o primeiro-ministro fez uma declaração ao país às 8 da noite ladeado pelas ministras da justiça e da administração interna Luís Montenegro fez um balanço sobre a atuação eh das polícias anunciou o investimento em veículos da PSP e da GNR e defendeu que o país é seguro mas que não pode ficar à sombra da bananeira é preciso trabalhar para manter a ordem vitaline Canas muito bom dia começo por si eh esta comunicação ao país feita pelo primeiro-ministro ontem às 8 da noite foi pertinente e justificada eh Bom dia Bruno Vieira Amaral Bom dia palco Ferreira cumprimento também Filipe Lobo da Ávila Bom eu acho que o o o nome do vosso programa é um nome muito apropriado para a situação em que estamos ou seja necessitamos mesmo de explicar ou de ter alguma explicação para aquilo que sucedeu porque eu diria diia o seguinte eh Começando aqui com uma nota positiva é obviamente sempre positivo que o primeiro-ministro o mais alto responsável pelo governo do país Assuma a pasta da administração interna e venha a falar sobre as questões da segurança interna mesmo quando não há propriamente eh um problema gravíssimo de segurança interna mesmo que o país continua a ser o país seguro e um dos mais seguros do mundo tudo isso é positivo que o primeiro ministro fale sobre o assunto agora aquilo que me parece é que há aqui muito aquela situação típica do governo que tem o primeiro-ministro que tem índices e de popularidade de imagem relativamente elevados mas o governo não descola o governo e muitos ministros do governo não têm essa imagem e o governo não está a descolar inclusive nas sondagens temos sondagens que mostram que à direita e à esquerda o governo eh da Aliança democrática continua a ter o partido socialista acado e continua a ter o chega muito muito forte e portanto portanto aquilo que os assessores de comunicação terão dito ao Primeiro Ministro É ho precisa aqui de fazer valer a sua imagem positiva para ver se isto sobe um bocadinho Porque isto agora não está a resultar sendo certo também que o governo tem nesta altura uma situação objetiva extremamente positiva para além de beneficiar do efeito novidade está de graça ainda existe alguma coisa já está a esfumar se mas ainda existe alguma coisa tem dinheiro para atirar para cima dos problemas o super hábito crescimento económico tem uma oposição do partido socialista muito responsável como se está a ver agora na questão do orçamento que vai ser aprovado sem ser descaracterizado com a ajuda do partido socialista portanto eh uma oposição extremamente responsável Portanto o governo tem nesta altura uma situação muito favorável talvez mesmo governos de maioria absoluta às vezes não tenham esta situação tão eh benéfica como é que portanto não descola eu acho que é essa a questão que está neste momento bailar na cabeça do primeiro ministro e que o leva a fazer este tipo de intervenções como disseram às à inédita às 8 horas Hora dos telejornais embora houvesse futebol n outro canal eh mas às 8 horas sem ser esperada quase para anunciar uma grande reforma uma grande evolução em algum domínio quando na verdade depois verificamos que existe aquilo que os juristas eh normalmente designam de excesso de forma e o excesso de forma forma não provoca irregularidade não belisca na importância da comunicação eh mas o sucesso de forma depois implica que nas próximas situações má ou boas o primeiro-ministro também tenha de utilizar os mesmos meios há há o risco de facto de uma de uma banalização da da do recurso é esta este tipo de comunicação Filipe Lobo d’Ávila muito bem-vindo também a este explicador a oposição acusa o primeiro-ministro de instrumentalizar as forças de segurança nesta comunicação este ponto de situação sobre a segurança não poderia ser feito de outra forma no outro horário eh a situação vivida atualmente justificava esta solenidade da comunicação ao país naquele horário bom dia Bom dia Paulo Bom dia Bruno e também cumprimentar o Vitalino eh respondendo diretamente Eu acho que o o ponto prévio de desta conferência de imprensa e destas reuniões entre eh Ministérios diferentes Ministérios Ministério da Justiça Ministério da administração interna com os diferentes de forças e serviços de segurança eh é óbvio que é algo que é habitual que já aconteceu no passado é bom que existe esta cooperação Eh estamos a falar de de ações de cooperação de forças e serviços diferentes eh que TM como objetivo no fim do dia eh não só eh diminuir a criminalidade em Portugal a criminalidade observada e a estatística da criminalidade mas ao mesmo tempo também aquela que é a criminalidade percecionada pela população e nós não podemos ignorar que ao longo dos últimos meses eh o país viveu uma situação que não é muito habitual com com um alarme social significativo designadamente na área metropolitana de Lisboa mas também com outros aspectos não relacionados diretamente com o próprio Ministério da administração interna como aqui até referiu o Vitalino mas designadamente a fuga de Vale dos deos e portanto eh para aqueles que veem uma intervenção eh excessiva a intervenção do primeiro-ministro numa matéria de segurança interna eu eu reconheço que não é habitual ao longo dos últimos anos anos nós vermos um primeiro-ministro a dar a cara por assuntos de segurança interna é É verdade assim é eh eu próprio testemunhei isso na pele quando exerci funções há uns anos atrás e tem sido assim essa a prática corrente inclusivamente no último nos últimos governos socialistas mas a verdade é que e também Podemos ver isto pelo outro lado e o outro lado é um primeiro-ministro que quer dar um sinal que quer dar e visibilidade a esta matéria no sentido de que conferir maior tranquilidade à população depois do alarme social que se viveu e para Além disso afirmar aquela que é a prioridade política que ele próprio assume e assume na sua própria pessoa e portanto mas a ao assumir essa responsabilidade não está a a fragilizar a contribuir ainda mais para a fragilização da da ministra da administração interna há quem Veja isso assim e eu admito que inclusivamente já já já ouvi pessoas falar de uma subalternização dos ministros não não se tr apenas da minist da administração interna que conheço pessoalmente e por quem tenho grande estima aliás mas eu diria que é exatamente o contrário é eh é um governo que tá a dar prioridade política a uma matéria que é absolutamente essencial eh para o país é um ativo absolutamente essencial para o desenvolvimento social e económico do próprio país e portanto desse ponto de vista eu diria que mais do que eh cair do lado fácil de dizer que se está a subalternizar uma ministra porque tem determinado tipo problemas de comunicação sejam eles quais forem a verdade é que bem pelo contrário eu acho que se está a assumir a prioridade de uma matéria que não tem pela qual eh não se poder falar e portanto desse ponto de vista eh o governo eh afirma a prioridade procura tranquilizar eh a opinião pública e a população em geral depois do alarme social que viveu e isso eu acho que é um aspecto importante é uma responsabilidade de quem nos governa e por outro lado eh diz também eh este é trabalho que não está acabado é um trabalho que tem que continuar é um trabalho diário que obriga a este esforço de cooperação e esta ação das diferentes forças e serviços segurança agradecendo o seu trabalho e isto é também muito importante e para Além disso anunciam os investimentos que agora também são um plano de ação para o futuro e portanto as responsáveis políticas dos diferentes Ministérios para quem pensa que é subalternizada através desta comunicação tem também aqui um plano de ação e uma agenda para o futuro porque é preciso de passar estees investimentos e para a prática para ag Quando se diz que se investe 20 milhões de euros em veículos é preciso que estes veículos estejam na rua e que esta que este policiamento de proximidade com visibilidade passe de uma ideia política de uma estratégia política operacional também das forças de segurança à realidade Claro e Vitalino Canas o primeiro-ministro também disse são tem que Portugal é um país seguro um dos mais seguros do mundo e portanto aqui não haverá novidade em relação àquilo que que é o discursos anterior governo também e que no fundo as estatísticas também vão vão vão demonstrando portanto não tivemos estatisticamente um aumento da violência e nos últimos tempos até que ponto vitaliano Canas é que esta necessidade do primeiro-ministro e de vir falar desta forma do tema Não há aqui uma contaminação clara e de discursos mais populistas e mais securitários como por exemplo do chega que T na segurança ou na insegurança Se quisermos uma das suas Bandeiras sim isso prende-se com aquilo que eu estava a dizer no final da minha primeira intervenção ou seja eh o governo sente senta lado à esquerda e à direita eh e procura responder e aqui procura também claramente responder não não propriamente à à esquerda mas ao discurso do chega designadamente estes últimos discursos estas últimas intervenções H quase apelar à opinião pública que se sinta insegura em relação alguns fenómenos como é o caso da da imigração quando na verdade embora exista essa insegurança talvez localizada em alguns setores em alguns domínios em algumas regiões não existe um sentimento Geral de insegurança relacionado obviamente com a as questões da da imigração eu diria aqui o seguinte também em relação à pergunta que fez sobre a ministra da administração interna todos nós percebemos que se trata de um dos eles frágeis do do governo e quando o primeiro ministro faz este eh este número televisivo obviamente também procura enviar uma mensagem em relação àquilo que ele pensa sobre a continuidade eh da ministra aquilo que nós podemos interrogar-nos é se esse sinal e de continuidade eh de pretensão de ideia de continuidade da ministra não é depois contrabalançado negativamente na Perspectiva do governo e do primeiro-ministro contrabalançado negativamente pela circunstância das pessoas poderem dizer bem aquilo tá tão mal que é necessário o primeiro ministro vir anunciar 20 milhões de investimentos em em viaturas eh e também anunciar algumas operações que foram feitas ultimamente pelas forças e serviços de segurança está tão mal que foi preciso fazer isso eh E além disso também já agora eh devo dizer o seguinte eh eu ouvia não Não no momento mas depois a seguir Ouvi as declarações do primeiro-ministro ouvi essas declarações dizendo que Portugal é um país seguro mas também ouvi ele a dizê-lo o que me parece razoável mas que não precisaria de ser dito com este dramatismo ouvi ele a dizer que bem mas isto e pode mudar temos de cuidar todos os dias do assunto e muitas pessoas interrogar-se seão Então mas o que é que ele quer dizer com isto O Portugal é um país seguro mas esse mas é o quê O que é que significa o que é que ele sabe que nós não sabemos exato podemos pensar nisso que ele seguramente tem mais informação do que nós não exatamente e o que é que ele sabe que nós não sabemos e que ele ainda não está a querer dizer que se calhar deveria então dizer e deveria tomar medidas que não sejam meras medidas de reforçar que são importantes naturalmente e tem de haver sempre esse reforço Porque as viaturas degradam-se e têm de ser substituídas eh mas então terá de haver teria de haver se houvesse alguma ameaça algum risco que esteja aí a prefigurar se de algum setor então teria de haver medidas e se calhar essas medidas teriam de ser já eh ventiladas eh e já que o primeiro ministro está a tomar ir as rédias desse assunto então seja ele a mostrar portanto esta a comunicação tem de facto muitos aspectos pelo seu ineditismo e pelo seu dramatismo eu confirmo que também sei tal como o Filipe loubo de Ávila Talvez ele melhor at que eu mas também sei que estas reuniões são reuniões que se realizam estas eh reuniões de concertação de articulação são reuniões que se reiz que se realizam normalmente agora o que não é normal é depois dessa reunião o primeiro-ministro dar a cara pela reunião em vez de deixar a ministra da administração interna eh fazê-lo portanto há aqui muitos aspectos a que são aspectos que e adensarão alguma incompreensão e portanto o explicador É mesmo muito importante alguma incompreensão sobre verdadeiramente o que está ali por trás daquela comunicação às 8 horas com o dramatismo que teve ineditismo também h quando na verdade pois a substância sendo importante é uma substância que não eh justifica tal dramatismo apresentação dos investimentos e de meio D operações importantes certamente não não justifica uma comunicação ao país às 20 horas horas do telejornal Filipe Lobo daá Vila no fundo a mesma questão o PSD o governo Se quisermos o AD e o governo Se quisermos neste tema da Segurança não está a ser demasiado contaminado e empurrado para este discurso pelo pelo chega Talvez para ocupar um pouco esse espaço com a intenção de tirar essa bandeira ao Chega mas não há aqui claramente esse esse empurrão Hum eu eu quero acreditar que não quer dizer nós ao longo dos Últimos Dias temos ouvido dizer que o o senhor primeiro-ministro não tinha ido ainda a ouvimos designadamente o senhor secretário Geral do partido socialista dizer que o seor primeiro-ministro ainda não tinha ido sequer à Cova da amoura e agora ainda vai dizer mais Felipe ainda vai dizer mais vai anunciar um investimento de 20 milhões da não então não vai à Cova da amoura C não vai à Cova da amoura e porque ignora o o sentimento de insegurança que existe na população e portanto isto ouvimos dizer nos últimos dias Ora se o primeiro-ministro assume ele próprio eh a prioridade da segurança e a prioridade da segurança interna apresentando-se ele próprio e assumindo para ele próprio uma conferência de imprensa que reconheço eh não me recordo de ter assistido a uma outra conferência de imprensa em que um primeiro-ministro fizesse eh eu a resposta que que dou a esta dúvida que o Vitalino aqui exprimiu é a de que ele quer assumir a prioridade do governo e e não há representante máximo mais mais alto do que ele próprio para o fazer e portanto desse ponto de vista não podemos dizer que ao assumir a prioridade da Segurança está a ir atrás do discurso do chega e portanto desse ponto de vista e não parece por outro lado nós não podemos ignorar aquilo que se passaram nos que se passou nos últimos meses e esses factos obviamente condicionam não só a perceção de insegurança que que que vai existindo um pouco por todo o lado quer dizer nós se andarmos um pouco por todo o país eu se eu ao dizer isto não estou a ir atrás do discurso chega evidentemente mas eh Há uma percepção de insegurança de de insegurança e e também terá sido uma uma tentativa de passar uma mensagem ao diretor Nacional da polícia judiciária Luís Neves esteve presente ontem também nesta nesta comunicação mas no discurso de tomada de posse eh disse querer assumir um um particular compromisso no combate à corrupção já Luís Montenegro eh parece mais focado na criminalidade violenta que é o que causa medo aos cidadãos eh disso O primeiro-ministro E terá sido aqui então uma forma também de impor essa prioridade h a ao diretor Nacional da polícia judiciária Não faço ideia Quais são as quais sejam as as reuniões e as conversas que existem naturalmente entre o diretor Nacional da polícia judiciária e o primeiro-ministro ou ou a própria ministra da Justiça eh aquilo que sei e aquilo que reconheço Sem problema nenhum é que o senhor diretor Nacional da polícia judiciária tem feito um trabalho absolutamente excelente ao longo dos últimos anos e portanto portanto desse ponto de vista eh se há força de segurança e policial que tem feito o seu trabalho e que apesar de todas as vicissitudes Que nós conhecemos quer de logísticas quer de Recursos Humanos essa essa entidade é a polícia judiciária e portanto eh desse ponto de vista naturalmente eh quem define as prioridades e do combate à criminalidade eh deve assumi-las e deve assumi-las publicamente e portanto desse ponto de vista não não sei não acredito nem quero acreditar que exista uma dessintonia entre os poderes políticos eh tutelares e a própria entidade policial e portanto não quero acreditar que isso se verifique h e portanto desse ponto de vista confesso que não tenho informações que me permitam responder-lhe mas não leio a intervenção que foi feita nessa perspectiva leio num por um lado num como como referi numa lógica tranquilizadora da população em geral de confiança nas Forças e serviços de segurança agradecendo o trabalho feito e de cooperação Mas também de ação no terreno e por outro lado uma prioridade que é assumida para a frente e que é também uma responsabilidade para quem tutela os diferentes Ministérios não é só Ministério da administração interna é também o próprio Ministério da Justiça e portanto desse ponto de vista há aqui claramente um guião que tem que ser seguido eh de ação e essa é a responsabilidade pela qual as ministras serão avaliadas no futuro é por aquilo que fazem e não por aquilo que comunicam nós temos que olhar mais para aquilo que acontece para as reformas que são feitas e menos para o a comunicação mediática que é produzida através dos Ministérios masje hoje estivemos precisamente aqui a analisar a comunicação a comunicação do governo a comunicação do primeiro-ministro Filipe Lob Dávila vitaline Canas Muito obrigado pela vossa participação neste explicador muito bom dia obrigado bom dia obrigado bom obrigado h