Vídeo: Qual será o futuro da Síria?

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está no ar o explicador da Rádio observador esta segunda-feira sobre a queda do regime de bachar alass na Síria E para isso convidamos para estarem connosco nas manhãs 360 o major General João Vieira Borges presidente da Comissão Portuguesa de história militar e Francisco Pereira Coutinho especialista em direito internacional e de forma algo Inesperada pelo menos a olhos ocidentais uma Coligação de Rebeldes derrubou bachar Al Assad na Síria e uma guerra que Durava há 13 anos acabou assim com uma queda do regime Major General João Vieira Borges muito bom dia começo por si que razões conduziram ao fim da era de al Assad razões internas e externas muito bom dia para sido surpresa não só para o mundo ocidental também para quem apoiava bassar Al Assad razões internas já vem desde o início da guerra civil e um assumir que efetivamente estavam cada vez mais isolados e sobretudo em função daquilo que na minha perspectiva deve ter sido ainda não temos dados H digamos a a união de uma série de organizações eh que faziam parte eh e com tipos de apoios diferentes e portanto devem-se ter unido eh digamos a este a esta organização de libertação do levante eh nós nós notamos isso e notamos isso também nos discursos de que não terá havido outro tipo de apoi externo de terão sido negociações internas com outros movimentos O que é muito positivo Esse é um aspecto positivo para aquilo que vem a seguir não vá acontecer o mesmo que aconteceu no irão ou na Líbia ou no Iraque ou no Afeganistão razões externas na minha perspectiva já foram anunciadas inclusivamente pelo presidente dos Estados Unidos e pelo próximo presidente tem a ver exatamente com o facto da Rússia do Irão do hezbolá sobretudo também a Coreia do Norte estarem empenhados digamos noutros teatros de operações e não poderem dar o apoio digamos a baiar a lançado que foram dando foram segurando o regime só que tem outras prioridades neste momento e a pouco e pouco foi ficando isolado o regime eh e essa é uma das razões principais associada às razões internas eh que terá levado que em 11 dias conquistassem Damasco depois de tantos anos de guerra entre 2011 e 2020 em que não conseguiram Francisco Pereira cotinho muito bem-vindo também este explicador faço-lhe a mesma pergunta quais as razões eh que conduziram ao fim da era de baixar Al Assad eh na Síria e se é surpreendente de alguma forma a rapidez com que tudo isto aconteceu Bom dia é de facto muito surpreendente porque se trata de um conflito que se iniciou em 2011 com o início da da primavera árabe e E estávamos numa situação de conflito com lado desde um acordo de sar fogo em em 2020 e e é especialmente surpreendente porque as discussões que tivemos nos últimos anos diziam respeito à possível reconhecimento da vitória do bachar al assado na guerra civil Síria havia inclusivamente discussões com governos ocidentais eh nós neste momento temos mais de 1 milhão de refugiados sírios eh na Europa e e e uma discussão que muitos governos europeus tentavam era justamente uma pacificação da Síria para que Síria fosse considerada um estado seguro para que esses refugiados regressassem à Síria e e portanto havia muita discussão sobre a possibilidade de se levantarem sanções até porque de facto desde 2020 portanto nos últimos 4 anos e o conflito não teve grandes desenvolvimentos e depois de repente como referiu o senhor Major General em 11 dias o o regime colapsa por razões internas mas eu acho especialmente por razões externas porque os apoiantes externos bachar sado que permitiram que ele prevalecesse na guerra civil a partir de 2015 portanto a Rússia o irão e o holá simplesmente não não apareceram para defender o regime e não tendo Aparecido o regime acaba por por colapsar Francisco perira rotinha significa que esses parceiros e eh do regime têm agora outras prioridades é isso e sem dúvida desde logo a própria Federação russa na Ucrânia e o o es bolá luta pela sobrev vivência no Líbano e vai ficar a partir de agora numa situação muitíssimo difícil porque o seu reabastecimento por via terrestre Como era feito através da Síria vai vai vai cessar em princípio terão que ser reabastecidos por via por via marítima e por outro lado o irão Enfim no contexto dos ataques que tem sofrido por parte de Israel não se quis comprometer com uma intervenção mais musculada na Síria e e portanto acabou por deixar sozinho baixar Al Assad E com isso perder um aliado fundamental no eixo de resistência que que eles procuraram criar tentando eh fragilizar Israel e portanto perderam o holá perdem agora também eh o regime Sírio mas entendem que nesta fase não não estão em condições para para conseguir de facto projetar força no médio Oriente e isso é um é uma ótima notícia para o ocidente uhum João Vieira bores agora estamos a entrar numa nova era na Síria não sabemos muito bem qual nem como vai acabar há aqui o perigo de uma nova guerra civil esse perigo é real desta vez obviamente entre os movimentos e as fações que controlam regiões do país e que foram no fundo a oposição e ao regime de de ao regime Sírio H efetivamente esse risco daí a incerteza em que todos estamos não só pelo Líder que há há o Jani que obviamente sendo um radical que apesar de dizer que é moderado agora ele fez parte da alcaida quando criei esta organização é preciso também lembrar que também foi preso no Iraque durante 5 anos eh tem uma imagem diferente mas a organização dele também é uma organização considerada terrorista que fez abusos brutais peço desculpa sobre os outros movimentos e temos muitos outros movimentos Como disse agora e bem exército Nacional Sírio os curdos sírios o exército Sírio livre eh Se não me engano também a democrática Síria eh ele diz que conseguiu unir alguns desses movimentos até porque mesmo alguns era o caso do exército Nacional Sírio era que tínhamos mais mais dados relativamente à à libertação nacional com com grupos que queriam inclusivamente implantar a leix Ária aqui para Afeganistão mas até até agora tinha um inimigo comum de alguma forma não é que os unia esse inimigo desapareceu de repente o inigo desaparece e vão começar as divisões novamente porque obviamente há ali eh classes enormes que têm a ver com razões étnicas isso era mais a questão dos alías no poder mas também razões essencialmente religiosas de de xiitas e sunitas e voltamos sempre ao mesmo eh os xiitas apoiados obviamente pelo irão e e o hes bolá e os sunitas pela Arábia Saudita E isto é algo é um caldo muito complicado naquela região mas de qualquer maneira o discurso dele feito atenção é o discurso dele eu li há pouco para além de ver nas imagens é muito interessante porque ele tem um discurso para além da Síria ou seja uma nova história da Síria uma nova história da Nação islâmica para toda a religião para toda a região e e faz o discurso numa Mesquita que é considerada na prática quarta mais importante depois de Meca Medina e Jerusalém isto tem muito significado o discurso foi muito moderado se nós olharmos para discurso tomadas de poder eh de Senhores da Guerra na prática que eram ele também é eh eh foram muito diferentes noutras noutros movimentos revolucionários islâmicos eh eu notei uma uma espero que isso corresponda à verdade e não só é que ele passou à digamos à Praxis ou seja não foi só o discurso foi o facto estranhíssimo aliás de ter feito contá o primeiro-ministro e fazer uma transição com o regime anterior em nenhum dos casos anteriores isso aconteceu que é um bom indício uhum eh Francisco Pereira cotinho H partida quem é que ganha no texto internacional com esta mudança Isto pode ter algum tipo de impacto no desenrolar da da guerra na Ucrânia por também mostrar que a Rússia de algum modo está mais frágil Ou pelo menos não está tão forte que que lhe permita atuar e eh ao mesmo tempo com a mesma força na Síria e e na Ucrânia eu só queria acrescentar um ponto antes de responder à sua pergunta Bruno é que o jolan mudou de nome ontem portanto Voltou ao seu nome de Batista e portanto agora eu respondo pelo nome de chará que é o nome justamente para marcar uma mudança radical na na no no discurso e noto apenas que de facto ele governou e Lib de uma forma completamente autocrática e E é verdade que até agora os primeiros sinais São animadores Mas enfim temos que esperar mais algum tempo para perceber se de facto esta esta situação se se manterá durante muito tempo e não cairemos de uma situação de guerra civil e anarquia entre os vários exércitos que neste momento persistem na Síria eu contei pelo menos cinco e ainda temos eh restos do do Estado islâmico em relação à às consequências geopolíticas desta mesta de regime elas são enormes não apenas eh especificamente no médio Oriente Essas são as mais as mais diretas como eu referia há bocado Isto vai ter um efeito Claro sobre o processo político no Líbano que estava bloqueado pelo pelo es bolá que vai ficar numa situação ainda mais fragilizada vamos a ter a tomada de posse de Donald trump no dia 20 de janeiro e pressão redobrada sobre o irão que deixa de ter aqui eh um aliado e por outro lado e essa era a sua pergunta isto tem um impacto enorme sobre a reputação da da Federação russa a Federação russa procurava a partir da Síria projetar poder para várias geografias no Globo inclusivamente em África e e no Mediterrâneo e e e perde aqui uma perde aqui um aliado e deixa cair um aliado e recebe no no seu território a baix lançada a quem concederam asilo e mostra também enorme de idade militar porque de facto não mostrou capacidade para apoiar o regime de baixar alçado tendo neste momento na Síria uma base naval eh e e e várias bases aéreas das quais poderia utilizar se tivesse equipamento que aparentemente não tem e portanto muito claramente isso já se percebeu também na Ucrânia e recentemente com o envio de soldados norte-coreanos a Federação russa dá todos os sinais de um enorme desgaste numa guerra de atrição que está envolvida com a Ucrânia é evidente que a Ucrânia também o dá e portanto neste momento os os dois beligerantes estão numa situação difícil mas os sinais que resultam justamente da queda da Síria para a Federação russa não são nada positivos Hum mas or General João Vieira Borges e o que é que se pode esperar e da União Europeia dos Estados Unidos e em relação ao posicionamento com com esta nova realidade na Síria o posicionamento é calculos como já vimos em primeiro lugar de regozijo eh de todas as partes no sentido em que é uma ditadura eh brutal que ao longo de 50 anos consideramos também o pai eh dominou um país importantíssimo em termos geopolíticos como é fácil de perceber pelas fronteiras que tem eh com vários países e e portanto Esse é de reduzir agora também passa a ser de preocupação de preocupação relativamente àquilo que vai acontecer isso obviamente Vamos hoje ouvir também no Conselho de Segurança das Nações Unidas essa preocupação de todas as partes eh o facto da Rússia do Irão e do hes bolá estarem na situação em que estão neste momento facilita eh em termos de Nações Unidas todo o trabalho no sentido de apoio H ou de viragem de posicionamento relativamente ao movimento que era movimento terrorista e que poderá deixar de o ser em função daquilo que o Dr Francisco Pereira Coutinho até já referiu e portanto agora há aqui um outro ator que ainda não falar que é um ator importantíssimo naquela região que se chama Turquia e e e erdogan em particular e portanto a relação da Turquia porque faz fronteira e porque tem ali atores muito complicados em primeiro lugar os curdos eh em segundo lugar com quem luta eh obviamente desde o início desta guerra e por outro lado o facto de ter internamente milhões Eu já ouvi aqui vários números 3S milhões e meio 7 milhões já ouvi vários números eh mas são vários milhões de eh de de sírios no seu território que interessa que obviamente voltem à Síria para não causar instabilidade no seu próprio território acho que é muito importante o acompanhamento da Síria deste processo de e começa obviamente já vamos ver por este governo de transição ter o menor Número de representantes dos curdos Círios eh ou então com algum acordo e com contrapartidas portanto é também outro ator que poderá controlar em parte digamos a evolução da própria situação tendo em conta que apoia o estado islâmico ou franjas de estado islâmico nós ali Nunca sabemos bem onde é que eles estão em cada uma destas organizações mas é um ator que é muitíssimo importante ali naquela região e também poderemos ver aqui nesta questão Síria eh como é que se irá comportar a futura administração trump já apoiantes de republicanos que tem desaconselhado qualquer tipo de intervenção norte–americana e na Síria mostrando mesmo essa nova nova posição isso é importante está em linha com todo o discurso que nós vemos desde a campanha eleitoral não é a paz pela força a e e nesse sentido foram coerentes as primeiras declarações da de trump e de todos os republicanos relativamente a este conflito foram muito mais moderadas do que biden biden obviamente e teve o rosismo mas logo a seguir deu ordem para destruição determinado tipo de objetivos e no interior da própria Síria designadamente aqueles que tinham armas químicas e e e e outro tipo de de armamento e portanto enquanto que eh os os republicanos e inclusivamente trant na chamaram a atenção de que era importante não haver intervenção não criar mais um digamos mais um teatro de operações para os Estados Unidos eh obviamente que a Rússia afastou-se tem agora certamente maior capacidade de intervenção noutros teatros designadamente na Ucrânia e também arranjou uma desculpa já agora foi muito interessante por razões humanitárias é que fica com mais um ditador fica com mais um por razões humanitárias mas obviamente isso também é uma linguagem interessante para os seus aliados sabem que tem sempre na Rússia eh um lugar especial inerentemente fazerem os melhores atrocidades no mundo portanto Isso é uma questão importante em termos de lealdade para com aqueles a quem apoia Major General João Vieira Borges Francisco Pereira cotinho Muito obrigado pela vossa participação neste explicador um bom dia e uma boa semana bom con Dio