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O Expresso e a notícias em parceria com a fundação Francisco Manuel dos Santos lançam o projeto C décadas de democracia olhar para o passado para pensar o futuro todos os meses com um tema diferente em análise e debate como resolver a crise da Habitação e preparar o país para o envelhecimento quais os
Desafios na saúde na educação na política e na economia estratégias para as alterações climáticas as migrações e o combate à pobreza para saber as respostas a estas e outras questões acompanhe os debates na siic notícias e saiba mais sobre o projeto no Expresso Boa noite seja bem-vindo a mais
Um debate sobre as cinco décadas de democracia ao longo do ano siic notícias O Expresso e a fundação Francisco Manuel dos Santos refletem sobre o que mudou nos últimos 50 anos e que lições devemos retirar para melhorar o futuro esta noite perguntamos aos nossos convidados Qual a melhor estratégia para as
Migrações estão hoje connosco António Vitorino ex-diretor-geral da organização internacional para as migrações Pedro Gois professor da universidade de Coimbra Inês urmal Fernandes diretora da área de recrutamento da obei e Gonçalo Saraiva Matias professor da universidade católica para já importa relembrar que Portugal é um país de imigrantes mas é
Também um país que cada vez recebe mais pessoas de diferentes geografias tantas vezes considerado um problema que os especialistas preferem classificar de desafio não só porque afeta quem está mas também quem chega ou quem parte Portugal continua a ser um exportador de pessoas tantas vezes esquecidas pelo país mesmo depois da
Experiência conquistada no estrangeiro Mas tem sido cada vez mais de entrada Europeia para quem foge da guerra da fome da pobreza dos conflitos e procura uma vida melhor já não há nenhuma parte de Portugal que não seja afetada pelas migrações seja de entrada seja de saída e por isso temos todos que
Nos adaptar a essa realidade e o poder seja local seja Central tem também que incluir esta temática na sua agenda e mais uma vez eu digo colocar recursos sejam recursos humanos bem preparados sejam recursos financeiros para que estas populações não sejam excluídas socialmente os dados da pordata mostram
Que os cinco conselhos que mais recebem população estrangeira estão na área da grande Lisboa mas os desafios são transversais ao país e a diferentes áreas por exemplo recursos nos centros de saúde para que os médicos falem as línguas dos Migrantes ou tenham a capacidade de mediar e de traduzir as
Línguas de quem chega recursos nas escolas para que os professores possam estar preparados para uma uma sala de aula que vai ser muito mais diversa por isso há aqui ainda muito a fazer no país mas eu creio que nós estamos preparados para para o fazermos até porque é inevitável Porque os portugueses há
Profissões que não querem fazer e há menos portugueses do que havia há umas Décadas atrás e precisamente no que diz respeito à renovação de gerações dos últimos 20 anos os dados mostram que há um aumento significativo do número de nascimentos em que a mãe não tem nacionalidade portuguesa 2022 registou
Uma percentagem quase quatro vezes superior à registada em 2000 eu creio que às vezes nos esquecemos da sua importância e temos que a sublinhar para enquadrar uma realidade que é como a vento não vai parar o fluxo migratório que todos os dias constatamos nas ruas
Nos serviços na vida de um país que por outro lado também Continuará e cada vez mais a ver sair jovens em idade fértil altamente qualificados e ansiosos por condições de vida que lhes permitam PR isso viver partimos para a análise com os nossos convidados muito boa noite aos quatro muito obrigada por estarem
Connosco esta noite Pedro Gois vou começar por si porque preciso que nos defina e uma palavra essencial para este debate talento Porque Portugal precisa de captar e reter talento mas muitas vezes até de forma errada associamos talento a pessoas com elevadíssimas qualificações com MBA com um doutoramento Mas neste caso em concreto
Não é só disso que se trata pois não não na verdade quando falamos de talento estamos a falar de um conjunto de competências em diferentes áreas mais técnicas mais científicas mais académicas ou menos que o país não consegue produzir Na quantidade necessária para o funcionamento da sua economia ou para uma Integração Social
Mais forte e por isso talento aqui no nosso debate deve ser também traduzido como essa ideia de competências podia ser capital humano mas o capital humano está muito aliado ainda a esta aos diplomas académicos à lógica de formação de um capital nas escolas e não é só isso ou seja há talentos que
Dependem de competências que não estão necessariamente impressas no capital humano portanto talvez se tivéssemos este Trio talento competências capital humano tivéssemos todos os temas em cima da mesa posto isto e e a pergunta de partida deste debate será igual para todos muito diretamente e começando pelo António Vitorino como é que conseguimos
Reter talento em Portugal boa noite boa noite aos membros deste deste debate sabe em matéria de migrações as realidades e as perceções são muito distantes a perceção que as pessoas têm do que é a dinâmica das migrações está normalmente bastante distante do que é a efetiva realidade portanto a primeira
Preocupação que eu tenho é dizer Nós temos que nos debruçar sobre a realidade tal como ela é estudá-la eh e fiar nos dados eu vi que este fim de semana houve um um um líder político que eh disse que 40% dos habitantes de Braga eram Imigrantes bom deve ter confundido
Referirse a André Ventura e essa declaração foi feita na convenção na convenção deve ter confundido Braga com roterdão Provavelmente o que para um líder nacionalista não é nada aconselhável mas o o ponto aqui é este nós temos Como disse o Pedro Gois nós temos a característica de ser um país de
Emigração e de facto Há Um número mais significativo de portugueses a emigrarem com qualificações académicas mas as necessidades do nosso mercado de trabalho são estão sobretudo em relação não aos Einsteins deste mundo mas em relação à aquilo que pode melhorar a vida dos portugueses por exemplo o cuidado do o cuidado a idosos
Eh o cuidado doméstico por exemplo certas profissões que têm a ver com a agricultura nós vimos ali Aquelas imagens cada vez menos portugueses a quererem ir para a agricultura portanto a percepção de que os imigrantes estão a substituir os portugueses nos postos trabalho é completamente errada e destituída de fundamento isto dito isso
Dois ter dos países do mundo hoje são simultaneamente países de emigração e de imigração Esta é a realidade hoje em todo o lado no sentido de que uns saem e outros vêm e muitas vezes aqueles que vêm não têm a oportunidade de pôr ao serviço do país de acolhimento as suas
Próprias qualificações e a entrada a porta de entrada deles nem Portugal por exemplo é aceitarem trabalhos que estão abaixo das suas qualificações mas que lhes garantem uma forma legal de estar de estar no território no território nacional e é esta compatibilização entre o perfil dos Imigrantes e aquilo que
Eles podem dar de mais positivo ao país e as nossas necessidades do mercado de trabalho que uma política de migrações com sentido e com propósito tem que ser definida muito bem Inês eu aqui numa Ótica antes mais boa noite Peço desculpa e e obrigada pelo convite numa Ótica de quem atua na parte
Do do recrutamento eu acho que nós temos aqui realmente eh grandes desafios quer a nível de atração quer a nível de retenção dos nossos talentos nós recrutamos muitas pessoas internacionalmente isto porquê Portugal não é autossuficiente eh nas suas competências ou seja nós não temos profissionais suficientes para colmatar
As necessidades que nós temos por outro lado também temos eh profissionais de excelência mas temos uma fuga de talento enorme no no nosso país e eu acredito que existam aqui algumas áreas fundamentais onde nós temos que tomar medidas eu vou nomear apenas uma ou duas
Eh mas aqui mais uma vez na Ótica do ramento é muito importante mencionar a carga fiscal por exemplo nós até ao ao último ano tínhamos aqui algumas medidas de atração fundamentais eu falo nomeadamente do estatuto residente não habitual em que nós conseguíamos eh recrutar também talento pessoas altamente qualificadas infelizmente este
Ano estas medidas tiveram retrocesso eh e é bastante sentido na nossa capacidade de recrutar e infelizmente estamos a ter alguns retrocessos e a sentir uma falta de competitividade Face a outros mercados que eh é fundamental nós atuarmos porque realmente a carga a nossa carga fiscal aliado aos nossos
Baixos salários criam aqui um desafio eh gigante no que é recrutar e também por outro lado eh reter o os nossos profissionais de Excelência em Portugal Já teremos tempo de aprofundar algumas dessas questões mas agora coloco e eh precisamente a mesma questão ao Gonçalo como é que no fundo conseguimos reter
Talento em Portugal PR Boa noite a todos bom antes de mais eu acho que neste tema como em poucos é fundamental falar de factos falarmos da realidade Como dizia o António Vitorina acho que é muito importante olharmos para factos e para a realidade e a realidade é que Portugal
Precisa de pessoas eh de acordo com o senso entre 2011 e 2021 Portugal perdeu 200.000 pessoas as projeções apontam para um decréscimo populacional significativo nas próximas décadas que põe em ca a sustentabilidade do nosso modelo de estado social e portanto Portugal precisa inquestionavelmente de pessoas de que tipo de pessoas precisa
Acho que temos que estudar acho que não há ainda um diagnóstico preciso sobre o tipo de pessoas o tipo de perfil que Portugal precisa é evidente que Portugal precisa de pessoas para a agricultura para o setor do Turismo que é um setor fundamental o peso que tem no PIB
Português é fundamental e para setores os cuidados com as pessoas mais velhas que é um um problema que vai crescentemente existir nos próximos anos mas Portugal também precisa de pessoas altamente qualificadas também precisa de cientistas também precisa de pessoas altamente treinadas como se vê no sucesso de algumas instituições que em
Portugal conseguiram prosperar justamente por conseguir atrair essas pessoas como se vê no sucesso das nossas universidades que têm conseguido atrair talento internacional portanto aquilo que é fundamental da minha perspectiva é uma política consistente de atração e retenção de talento como como foi dito isso é fundamental e essa atração e
Retenção de talento não é apenas uma atração de talento internacional é também uma atração de talento internacional Mas também de atração de talento que é português e regressa ou de retenção de talento português por exemplo este dado pareceu muito interessante a fundação Francisco Manuel dos Santos a por datata lançou um
Retrato sobre a imigração Portuguesa e reparamos que o ano passado em 2022 entraram em Portugal 128.000 pessoas metade das quais eram portugueses portanto há aqui um potencial interessante de retorno isto sem que e aqui permitam-me fazer a reflexão sem que nós tínhamos feito grande coisa por isso sem que tenha
Havido uma política consistente e pensada Para apoiar esse retorno portanto há aqui não estou com isto a desvalorizar os outros 50% que não são Portugueses e Também vieram e que fazem muita falta a Portugal mas portanto pensar acho que é importante pensarmos os fluxos migratórios nesta lógica integrada de atraímos talento
Internacional e com isso também atraímos talento português que saiu e que pode regressar e que é um problema hoje tão difundido Expresso aliás fazia eass falaram tanto nos últimos dias sobre o relatório do Observatório da emigração que destacava os númer do Expresso e que aliás teve um imenso impacto na
Sociedade portuguesa porque é algo que toca a todas as famílias todas as todas as famílias se sentem de alguma forma tocadas por essa realidade de jovens a sair do país e vamos ver e enquanto sociedade isso também é muito importante portanto porque foi um investimento que Portugal fez nas últimas décadas para
Uma geração altamente qualificada e que está a sair do país é fundamental garantir que essa geração tem condições para voltar mas o que eu queria dizer com isto é que a estratégia de atração de talento não é assim tão diferente entre a atração do talento Internacional e o regresso dos portugueses porque há
Aqui uma lógica integrada dos fluxos migratórios e quando Nós criamos condições para eh vir viver e trabalhar para Portugal essas condições não têm nacionalidade tanto se aplicam aos portugueses como se aplicam aos estrangeiros depois se quiser podemos falar um pouco sobre algumas sugestões que podemos apresentar nesse sentido naturalmente será esse o principal
Objetivo mas agora eh devolvendo novamente a palavra ao ao Pedro Gois eh qual lhe parece no fundo ser o o maior desafio nesta retenção de de talento são vários não há um apenas é difícil dizer é apenas um eh o principal desafio é parar esta corrente que já está em
Movimento ou seja muitos dos portugueses que hoje estão a sair vão juntar-se aos seus amigos que já estão lá fora e que lhes comunicam as condições em que estão a viver nos países para onde foram e é estas condições não são apenas uma remuneração são muitas vezes condições
Acessórias como a política de carreiras como as questões que estão ligadas ao seu estilo de vida mais Urbano muitos dos jovens que emigram não são necessariamente das grandes cidades portuguesas eh o que potismo dos países para onde vão que têm eh verdadeiramente décadas e décadas de imigração e consolidaram ambientes multiculturais
Nos quais os portugueses se sentem à vontade tudo isso faz parte desta tentativa de ir à procura do mundo e não podia ser de outra forma já que para além da geração mais qualificada de sempre que vamos construindo ano após ano temos também a geração Portuguesa
Que mais viajou a sair ano após ano e portanto aquilo que hoje faz parte das nossas vidas viajar faz parte também das nossas vidas profissionais Portanto o mundo e este Mercado Global de trabalho A começar por este mercado europeu de trabalho é algo de natural para os
Sub-40 digamos assim e por isso vai acontecer esse movimento isso não tem nada de mal talvez a quantidade nos assuste um pouco o Gonçalo falava dos números do da capa do Expresso porque de facto um em cada três entre os 15 e os 39 anos é bastante assustador porque não
Significa apenas perdermos força de trabalho significa deixarmos de estar ao pé das dos nossos familiares dos nossos amigos que entretanto saíram e portanto isso é é impactante como é que se trava este movimento com uma estratégia global e eu ATR ver-me ia de tirar para cima da
Mesa algumas sugestões na cenda do que o gonçal estava a dizer fegar num país como a Irlanda e pensar o que é que a Irlanda fez para atrair primeiro capital depois do Capital atrair força de trabalho estrangeiro ao ponto de hoje 25% do da força de trabalho na Irlanda
Ser internacional um em cada quatro O que é e e não me parece que a Irlanda tenha grandes conflitos com esta população que chegou e portanto parece-me algo de natural que está a acontecer países como a Nova Zelândia também tem uma estratégia de longo prazo
Não é 1 ano é talvez a 10 a 15 a 20 com como é que conseguimos parar este movimento para as novas gerações fazer retornar os que saíram que entretanto tiveram novas aprendizagem que acrescentarão a nossa economia e à nossa sociedade e com tudo isso e criar uma
Dinâmica societal que torne Portugal o sítio onde se quer estar para toda essa gente Isto já acontece em alguns nichos profissionais temos que alargar a a muitos outros e portanto tornar o país atrativo para esta população que vem trabalhar mas vem viver o país na sua Plenitude Isso é uma palavra chave viver
Porque não é só trabalhar o António Vitorina há pouco dizia que Portugal sempre foi um país de emigração Mas provavelmente está na altura de nos tornarmos mais um país de imigração até Face ao nosso défice demográfico somos um país extremamente envelhecido temos uma fuga de de jovens
Para o estrangeiro eh mas como é que damos esse enquanto país eu acho que nós temos sido nas últimas duas décadas país de destino Depois de termos sido durante muitos anos num país de origem de imigrantes tivemos uma imigração e temos de origem lusófona portanto que fala português e isso constitui um
Instrumento muito importante de integração e de imediação mas nós estamos confrontados cada vez mais com novas realidades no princípio do século XX tivemos a imigração ucraniana que manifestamente como não fala não falava português mas os ucranianos provaram uma enorme capacidade de aprendizagem do português espantosa e agora temos nos últimos TR
Anos uma imigração totalmente distinta que vem da península ind estão indianos banglades nepaleses que não só não falam português como pelo perfil das próprias comunidades é aquela chamada imigração de o o máximo de aforro no menor tempo possível e os incentivos para que isso quer dizer concretamente quer dizer
Aforrar o mais possível poupar o mais possível estando cá o menos tempo possível para preencherem um certo objetivo que lhes permita regressar ao seu país este tipo de modelo que Aliás não não tem isto não tem nenhuma crítica basta Recordar os portugueses nos anos 60 em França tinham exatamente este tipo
De imigração da alto aforro que tem depois consequências nas políticas de integração e é esta ligação que eu queria fazer a os bidon viles em Paris eram sobretudo povoados por portugueses que viviam em condições deploráveis porque o grande objetivo deles era aforrar o máximo possível para poderem regressar ao país e portanto construir
Uma casa na na terra e trazer um automóvel e que que fosse visível este tipo de imigração tem menos incentivos para se integrar na comunidade Portuguesa e portanto aquilo que para nós era um adquirido em matéria de imigração que era os que vêm falam português agora a importância da
Aprendizagem da língua é muito mais relevante porque estas comunidades não falam português e têm poucos incentivos elas próprias para aprender em português quem anda nos TVs e quem pede comida às às globos e às ubar deste deste país consegue perceber isto muito muito muito facilmente portanto é cabe às políticas
Públicas revalorizar em a aprendizagem da língua como instrumento fundamental de integração e em segundo lugar obviamente eh Aliás o Pedro Goes dizia isso na na entrevista o acesso aos serviços sociais Isso é uma questão fundamental para garantir a coesão da sociedade acendimento saúde crítico como vimos durante a pandemia houve países
Que não aceitaram que os imigrantes fossem vacinados e os imigrantes tornaram-se nesses países fatores de propagação do vírus por amor de Deus aprendamos com a realidade não é possível negar o direito à saúde como direito fundamental aos Imigrantes o vírus não distingue entre os a e os imigrantes Nós também não Podemos
Distinguir mas a educação porque quando as a deslocação dos Imigrantes é em família Um dos fatores fundamentais de socialização da Integração dos Imigrantes são os filhos os filhos as crianças e a sua ida à escola e em terceiro lugar obviamente a habitação é um tema muito complexo é um tema muito
Muito difícil mas que tem que ser tratado porque as pessoas muitas vezes aquela tal imigração máximo aforro no mínimo tempo possível normalmente não atribui muita importância às condições da Habitação e por isso nós vemos muitas vezes nas vossas peças a habitação situação completamente intolerável aí são as políticas públicas que têm que
Zelar pela coesão da sociedade e pelo tratamento Digno e que muitas vezes têm têm falhado e Inês urmal Fernandes O que é que pedem concretamente obviamente estamos a falar agora de uma realidade completamente diferente mas o que é que pedem os estrangeiros quando o vem para Portugal que exigências é que têm eu
Acho que tanto os estrangeiros como os residentes em Portugal pedem a mesma coisa que é qualidade de vida eh nós há 5 se 7 anos contratamos por exemplo muitas pessoas do mercado do Brasil que têm aqui uma vantagem que é a língua portuguesa e existem existe um fator em
Comum que ajuda a integração e eu acho que aqui é muito importante integração não segregação e neste nesta altura o que é que acontece atualmente com todas as dificuldades que existem eh o mercado imobiliário eh Como está atualmente a nossa carga fiscal eh o facto dos nossos
Salários também não serem os os mais atrativos temos muitas pessoas também com competências que nós precisamos eh na nossa economia portuguesa a voltar aos seus países de de origem Isso realmente é um problema depois também temos aqui um um tema que eu acho que é muito importante nós somos altamente
Burocráticos ou seja nós precisamos de ir buscar talento fora mas temos várias entraves ou seja nós podemos ter aqui um desenho uma estratégia fantástica pensada mas depois no dia a dia nós temos aqui vários temas que limitam eh essa vinda de de outros profissionais e também a retenção dos nossos talentos
Que já existem em Portugal eu eu vou dar aqui um exemplo eh e e como estava também a a mencionar quando nós contratamos ou quando nós tentamos atrair para Portugal alguém alguém que não fala português se para um português já é difícil arrendar uma casa imagine para alguém que não fala português sendo
Que muitos dos senhorios certamente nem o inglês eh eh conseguem conseguem falar e existe aqui uma série de entraves por exemplo tudo o que é e tudo o que se o que podemos falar na legalização de de um profissional estamos a falar de de obtenção de documentação e ter que ir a
Determinadas entidades em que muitas vezes nós também não temos profissionais que não falem que falam somente o português ou seja mais uma vez nós podemos ter uma estratégia montada Mas neste momento o nosso país não está preparado às vezes para as coisas mais básicas e para dar aqui um apoio na
Integração destas destas pessoas eh o Gonçalo e sarava Martins há pouco sublinhava uma palavra que é chave para este debate que é a palavra estratégia a minha questão e e é precisamente ao encontro disso mesmo nós temos uma estratégia para as migrações em Portugal Bom eu acho que não desde logo não temos
Uma política migratória em Portugal houve um plano estratégico para as migrações que foi aprovado Mas tenho a impressão que nunca foi verdadeiramente cumprido pelo menos não cumprido nesta dimensão Eu não eu não entro aqui na na na questão da Integração Embora ela seja importante até porque eu acho que aí sim
Nós temos tido exemplos muito positivos de qualidade de integração mas uma política migratória no sentido da atração para Portugal de pessoas eu acho que verdadeiramente nós não temos tido e as pessoas que nos procuram sejam os lusófonos sejam as pessoas agora do hindustão ou mais anteriormente da da Ucrânia fizeram-no muito por razões
Espontâneas e porque razões culturais e por relações familiares nós nunca tivemos uma política migratória uma estratégia migratória no sentido de identificar as necessidades do país e de proativamente procurar atrair e captar essas pessoas important como um primeiro passo isso parece-me fundamental o o o Pedro falava há pouco da Nova Zelândia
Que é um excelente exemplo disso um outro excelente exemplo é o Canadá uma razão muito simples o Canadá tem ao lado embora seja um país extraordinário e desenvolvido mas tem ao lado um gigante económico que é os Estados Unidos e teve de competir pela imigração com os Estados Unidos porque os Estados Unidos
Sempre foram uma atração enorme de anos de qualidade Portanto o Canadá teve de competir com os estados unidos nessa atração e desenvolveu políticas migratórias no sentido de conseguir atrair pessoas de qualidade eh para o para para o país isso passa desde logo por ter uma política migratória por ter
Algo que se eu falar pouco por exemplo a diplomacia migratória aquilo que nós fazemos nas empresas para a captação do investimento eh para o país nós não fazemos isso na captação de talento na explicação aos outros das vantagens que é viver em Portugal que é trabalhar em Portugal que é vir para Portugal
Constituir um um projeto de vida nós não fazemos isso nós não fazemos uma identificação das necessidades das empresas e dos setores de atividade em Portugal e procurar apresentá-los lá fora nos locais onde possa existir esse talento isso não é feito e portanto verdadeiramente nós não temos uma estratégia nós não temos uma política
Migratória e depois Rosa Há outra coisa que AAS referia com toda a razão como é possível atrair talento para Portugal se uma pessoa está do anos à espera de ser entrevistada pelo CEF se está no um Limbo legal durante 2 anos sem saber agora nem CFA e agora nem CFA mas isto
Transmite transferiu-se para a agência que continua com segundo sei 300 a 400.000 pendências e portanto como é possível e promover Portugal como um destino e agora aqui tanto faz falar de altamente qualificados ou não qualificados ninguém pode aceitar estar num Limbo jurídico durante 2 anos com esta burocracia e com esta ineficácia
Das nossas As instituições portanto quando se fala de política migratória é tudo isto é a capacidade de projetar a imagem do país é a capacidade de ter instrumentos céleres para que as pessoas possam vir para Portugal e a capacidade de responder do ponto de vista burocrático a estas necessidades e o
Mesmo se diga dos portugueses aí Admito que não haja o problema dos vistos porque tem o passaporte português mas há muita política de regresso que pode ser feita olhe-se para o que está a acontecer em em na Grécia para aquilo que está a acontecer em Itália há programas em Itália dirigidos ao
Regresso de cidadãos italianos a viver no estrangeiro eh através do da promoção do empreendedorismo da criação de emprego da criação de empresas entre jovens eh permitindo esse regresso obviamente os incentivos fiscais são da maior importância as questões relativas à à habitação são da maior importância mas eu não vejo uma política integrada
Que olhe para estes diversos fatores e que perceba que nós temos que eleger capital humano talento como uma prioridade absoluta para o país nas próximas décadas Pedro Gois em termos de políticas públicas porque elas eh eh são necessárias h o que é que Devíamos fazer e definir enquanto eh país para
Precisamente nos tornarmos por Excelência um país de imigração Devíamos fazer tudo aquilo que já foi aqui falado o investimento social que não está a ser feito parece-me eu falo muitas vezes a necessidade de colocar mais recursos no sistema porque é este investimento social na língua na habitação na educação na saúde que é
Necessário fazer é necessário contratar mais gente para atender todas Estas pessoas que estão a chegar e a reestruturação do CF a transformação na aima mostra o que o que não deve ser feito não nos mostra como deve ser feito foi feito de facto de uma forma muito
Trapalhona talvez agora o que é que nós podemos fazer para para resolver as questões do Futuro o diagnóstico que eu acho que começamos um pouco a ter consciência dos Desafios e esse talvez seja o momento zero do diagnóstico o diagnóstico de onde é que Queremos estar no futuro se Queremos continuar a atrair
O tipo de imigração que estamos a ter hoje ou se queremos mudar para um sistema mais próximo do sistema canadiano e selecionar quem quem chega a desburocratização do sistema algo que me custa há muitos anos falar que é o reconhecimento de habilitações de quem chega a Portugal com habilitações do
Ensino superior e depois passa por um Calvário de reconhecimento e muitas vezes desiste e executa Outras funções que não estão adequadas àquilo que poderia fazer mesmo em áreas que não devem ser Tabu com uma medicina onde nitidamente é provavelmente área mais falada onde nitidamente Temos alguma necessidade em alguns setores da
Medicina por exemplo em saúde pública de ir buscar médicos estrangeiros porque Os nacionais já não querem Preencher esses lugares para atender em em alguns sítios também estrangeiros e portanto não me parece que que devamos fazer disso um tabu se necessitamos de alterar as políticas e os procedimentos é tempo de
Os começarmos a fazer mas também temos que investir nos que já estão cá porque a migração aqui o Dr António Vitorino disse isso muito bem Pode parecer que é temporária mas não há nada mais temporário do que do que a migração que se torna depois permanente não é e
Portanto nós temos que olhar para os que chegaram e dar-lhes as condições que se quiserem ficar ficarem aliás muitos destes imigrantes que têm chegado do tal hindustão são homens e nos nos seus 20 anos que têm tudo para querer trazer as suas famílias e portanto essa etapa do do reagrupamento
Familiar deve também estar no nosso Horizonte e devemos criar condições para que se quiserem trazer as suas famílias o possam fazer e que subam depois todos estes degraus de integração de que estávamos a falar começando pela língua que me parece um patamar importante que de de facto nos últimos anos temos
Descorado um pouco porque achávamos que Todos falavam a nossa língua e e reintroduzir no sistema o bom acolhimento que tivemos para grupos anteriores que chegaram que eu acho que nesta altura perdemos um pouco seja nós hoje olhamos para as pessoas que estão a chegar e já não estamos com o mesmo tipo
De acolhimento que tínhamos há 10 anos ou há 15 anos atrás para quem vinha chegando isso pode criar hostilidade e em relação uns a os outros que eu não gostaria que acontecesse num país como Portugal até porque este é um tema cada vez mais sensível eh e particularmente
Explorado por algum tipo de forças políticas António Vitorino H tem naturalmente um conhecimento muito mais Global Por isso lhe pergunto que condições políticas é que são propícias e a uma boa política de imigração olhe a primeira condição que apesar de tudo tem havido em Portugal embora com vozes de
Dissonantes é que haja um consenso alargado no espectro político de que as políticas de imigração não são uma arma de combate Claro na política interna essa é a primeira questão fundamental temos muitas razões para nos dividirmos não precisamos de manipular a política de imigração para efeitos de luta
Política interna a segunda condição não parece desculpa a interrupção que isso cada vez vai ser mais difícil cada vez mais difícil estou de acordo consigo não só em Portugal na generalidade dos países europeus e vamos ver o resultado das eleições para o Parlamento europeu agora em junho onde isso vai ficar muito
Muito Evidente mas se queremos ser um país atrativo se queremos ser um país que tira o melhor proveito daquilo que são as sinergias da imigração na nossa sociedade nós não podemos cair nessa armadilha temos que resistir a essa armadilha e temos que construir um consenso alargado e por um consenso
Alargado porque tudo aquilo que foi dito aqui à volta desta mesa faz sentido desde que tenha continuidade no tempo o problema nosso é que muitas vezes nós temos as boas ideias mas que são aplicadas num curto espaço de tempo e depois não t sequência ora em matéria de
Imigração as políticas têm que ter continuidade no tempo não podem não se pode esperar resultados significativos se não dermos tempo a que as políticas produzam os seus resultados e isso exige estabilidade nas políticas terceiro lugar quem são os protagonistas E aí o protagonismo é muito importante é necessário uma política naal de
Imigração Sem dúvida da responsabilidade do Estado mas o sucesso da Integração joga-se a nível micro não se joga apenas a nível macro joga-se nos locais de residência e as autarquias locais têm um papel determinante nessa matéria joga-se no local de trabalho e aí empresários e sindicatos têm que estar despertos para
A realidade da imigração e de como lidar com a força de trabalho que a imigração representa e em terceiro lugar joga-se no sistema de ensino joga-se na escola como eu há pouco disse porque de facto quando as famílias vêm e as famílias eu sempre fui muito mais favorável à
Imigração familiar do que à imigração de uma pessoa sozinha isolada acho que nós devemos favorecer o reagrupamento familiar Mas para que o reagrupamento familiar Produza todos os seus resultados positivos do ponto de vista da Paz social é necessário que as crianças sejam Integradas na escola e que haja a suficiente exibilidade do
Sistema de ensino e dos professores para compreenderem essa realidade vou-lhe só dar um exemplo os alemães receberam 1 milhão de sírios em 2015 dos quais mais de 300.000 eram crianças os alemães foram confrontados com a necessidade de introduzir no sistema de ensino alemão 300.000 crianças Muitas delas com 12
Anos de idade 11 12 que não tinham aulas há 5 anos porque tinham estado a viver nos campos de refugiados do Líbano da Jordânia e depois na Grécia e quando uma criança com 11 12 anos de idade teve um um vazio na sua formação académica de 5
Anos e vai para uma escola alemã para um nível de ensino onde os colegas têm 7 anos isso gera uma enorme tensão dentro do sistema escolar que tem que ser gerida pelo Estado mas também pelos professores e pelas autoridades escolares é esta Esta micr imagem da realidade é preciso estar Atento e ter
Os instrumentos necessários e parece-lhe que Portugal H estará à altura de todas essas responsabilidades Oi nós temos a obrigação moral de estar eh não vou dar o exemplo dos descobrimentos não é um país com com 1 milhão e meio de habitantes 350.000 saíram para aí fazer as descobertas mas vou-lhe dar os
Exemplos mais recentes nós temos uma experiência vivida não há nenhuma família portuguesa pelo menos da minha geração que não tenha tido uma pessoa na Imigração e ainda hoje na Suíça na Alemanha em França no Reino Unido mais recentemente Aliás o Reino Unido foi o principal destino nós sabemos o que é
Ser Imigrante pela nossa própria pele pela nossa própria carne pelos nossos próprios familiares Ah temos isso cria também obrigações Morais da nossa parte obrigações democráticas de respeito pela dignidade dos imigrantes mas também uma obrigação moral que provavelmente e mais do que nunca tem que ser lembrada Porque como convé uma altura particularmente
Sensível a a esse a esse nível Inês urmal Fernandes H já aqui falamos de boas práticas e que é feito lá fora e já foi referido o Canadá também a Irlanda quero também trazos bons exemplos que na sua Ótica H acha que funcionariam em Portugal sim eh neste momento eu
Acredito que existam várias empresas privadas a tentar colmatar aqui algumas lacunas que o nosso governo não consegue apoiar nesta fase ou seja nós para conseguirmos atrair e reter talentos muitas vezes nós temos que e jogar com o que nós temos disponível e com apoios diferentes e sermos diferenciadores
Também e da da nossa da nossa concorrência eu vou dar aqui um um exemplo muito específico nós infelizmente em Portugal temos um mindset muito conservador e eu acho que isso acaba por pecar muito na nossa atração e retenção de de talento o que é que quer dizer com conservador Neste
Contexto nós temos e eu trabalho na área da da tecnologia tenho essa sorte eh Trabalho há 10 anos numa consultora tecnológica eh e geralmente a área da tecnologia acaba por estar na Vanguarda é área mais inovadora e que acaba por implementar também novas ideias novos modelos de trabalho vou dar um exemplo
Muito específico com a questão da flexibilidade laboral nós em Portugal Quantas são as entidades empregadoras que nos permitem trabalhar remote ou por exemplo no modelo Smart working ou ou um modelo ou um modelo híbrido São muito poucas se calhar em áreas mais de Vanguarda nós temos sim essa
Oportunidade mas nós neste momento o nosso perfil de imigrante acaba por ser muito diferente do que era há 10 ou 20 anos atrás nós cada vez temos mais jovens com cada vez mais eh qualificações a querer sair porque não encontram a qualidade de vida em Portugal que se calhar vão encontrar num
Num num outro país a da Europa temos inclusive profissionais a trabalhar de dentro para fora ou seja estão a trabalhar em Portugal mas para empresas estrangeiras porque têm flexibilidade laboral hoje em dia os jovens cada vez mais pretendem uma conciliação da vida pessoal e profissional se nós não temos
Outros fatores atrativos e se não apostamos também nesta flexibilidade laboral nestes novos modelos de trabalho ser competitivos naturalmente já estamos mesmo na reta final nos últimos 2 minutos eh Gonçalo Saraiva Martins há pouco eh eu já sei qual é que vai ser a resposta que me vai dar eu vou-lhe pedir
E é para para ter outra abordagem porque eu ia lhe perguntar se a legislação portuguesa facilita a imigração já sei que não porque o país é extremamente burocrático Mas é por falta de leis ou exatamente Por isso mesmo porque é demasiado burocrático e porque os organismos não funcionam não eu até
Diria no caso da Lei da Imigração Portugal é os países mais generosos do mundo isso Aliás está a causar noos problemas porque nós temos um mecanismo que permite a qualquer pessoa vir trabalhar para Portugal mesmo sem se legalizar e depois legalizarse cá e isso criou enormes dificuldades e criou Aliás
A oportunidade para algumas redes clandestinas prosperarem e funcionarem com base nisso agora porque é que Portugal tem esta lei assim desenhada porque as instituições não estavam a funcionar em tempo útil porque não era possível responder aos pedidos e por isso é que houve necessidade de flexibilizar a lei porque senão o
Resultado seria uma política de portas fechadas o que era manifestamente insustentável portanto eu não acho que o nosso problema seja a lei até enfim nesse sentido até devia ser Talvez um pouco mais regulada e um pouco mais sofisticada para evitar que à custa da Lei se pudessem se possam desenvolver
Estas práticas Onde eu acho que há falta é justamente na estratégia e na política não é na legislação se nós olhar Portugal é tanto do ponto de vista da legislação de entrada como da da legislação de integração dos países mais avançados do mundo o my Pex coloca-nos
Entre os melhores países do mundo do ponto de vista da da Integração onde nos falta é precisamente na estratégia e na política resta-me agradecer aos quatro foi um gosto muito obrigada e até uma próxima oportunidade OB assim fechamos este debate Mas fique connosco fique com a si notícias boa noite [Música] k