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Dizem que os fotógrafos não são pessoas como as outras consta que caminham com metade dos olhos entre as mãos e não fazem separação entre o seu corpo e o mundo como as crianças e os Animais neste último aspeto compartem a condição com todos os artistas dignos desse nome
E ainda bem que assim acontece são palavras de Lídia Jorge no livro silêncios do meu convidado de hoje Eduardo gajeiro um dos mais premiados históricos fotojornalistas portugueses que acompanhou criticamente acontecimentos modos de vida e personalidades diversas da história recente do país e do mundo no dia em que
Faz 89 anos acolha este profissional da nona arte a que Salgueiro Maia chamou artista e fotógrafo da Verdade criador de documentos históricos Como disse ramal Anes através de quem nas palavras do amigo José Cardoso Pires reconhecemos que a fotografia vê o que o olhar não abrange até 5 de Maio Não perca na
Cordoaria Nacional a exposição factum entrada livre para uma mostra com 170 fotografias que cobrem mais de sete décadas de atividade deste ampliador de instantes únicos revelador de personalidades e fixador de memórias Olá Eduardo e muito obrigado por ter aceitado este meu convite bem-vindo à rádio observador me terem convidado é um
Grande prazer estar aqui a falar consigo eh tá quase para o ano faz 90 anos mas está 89 para o ano para o ano não sei seje faz 89 para o ano não sei se querer já já fiquei tão longe É extraordinário porque chegou muito mas eh eh e e é
Muito engraçado porque eu eu descobri que o seu o seu apelido quer dizer o homem que que que vi o mar da Gávia o era o marinheiro queia o mar e via quando havia terra e era ele que anunciava é engraçado porque há muitas coisas que nós descobrimos sobre a nossa
História ao ver a sua exposição e sobre as nossas personalidades H há uma coisa que que sempre que me espantou foi porque o Eduardo é um autodidata o seu pai disse não vai nada para para o Liceu vai mas é ser um manga da alpaca foi
Funcionário do da da fábrica foi ó sim mas eu primeiro eu fui o meu pai depis Trabalhar na fábrica de louça quando eu tinha 12 anos quando nasceu e era um miúdo Claro e entretanto o meu primeiro emprego foi andar de secção em seção a entregar papéis era paquete não havia
Essa tecnologia não e de forma que era aquilo era a pé não é sim e então acontece que eh ao fim de um tempo eh eu estava fui muito fiquei muito zangado por ir para a fábrica e então ao fim de um tempo quando eu comecei a dar-me com
Pintores com escultores e mais intensamente com os operários comecei a gostar gostar imenso eu só conhecia os operários como tinha um estabelecimento em frente da fábrica casa de pasto nãoé exatamente E então eles iam lá ainda de pé descalç Nessa altura para a minha mãe aquecer a marmita com sopa e conheci
Isto daí e então depois quando eu fui para para a fábrica quer dizer o nosso contacto foi mais direto ainda Uhum E então foi quando eu comecei quando eu comecei a levar uma maquinazinha pequenina com Duck baby Duck baby que que tinham dado ao seu irmão mas o oser
Não ligava nenhuma não ligava nenhuma à fotografia tinha sido dada por um tio meu que veio da África nesta exposição tá lá essa máquina muito engraçadoas podem ver h muitos ir e então acontece que comecei a fazer fotografias que queria registrar digamos as pessoas os artistas e os neiros e não
Sei que mais então comecei a fazer fotografias e então ao fim num ano talvez ou talvez menos uhum houve um Escultor o herando Mesquita disse tens que trazer as fotografias para eu ver o que é que andas para aí a fazer e então lá levei e as fotografias el olha para
Mim e diz-me assim ó lá tu tens olho mas não percebes nada disto então porque sou Mesquita Tu não percebes nada de composição não percebes de forma que tens que ir a meu atelier e eu ensino-te arte e composição anda lá há dois anos e então primeiro Eu digo uma primeira
Imagem que eu tenho é o senhor herando Mesquita fazer um retângulo cheio de quadradinhos e assim olha Isto é é regra deouro de forma que tu tens que pôr sempre o o o motivo principal no lado direito que a nossa Vista tem tendência sempre ao lado direito não sabia repar
Que é uma regra que para para atrair o olho para para a fotografia L direito isso reg S um elemento de composição no lado esquerdo Isto é a regra de depois fazes alterar isto mas sempre nesta base não arranjas uma coisas muito confusas e tal eu comecei a fazer fotografias com
Ah não tinha máquina e o meu pai não me queria comprar de forma que eu Desc eram coisas caras eram coisas caras na altura em Sacavém havia um senhor chamado José Carvalho e que era muito mais velho que eu que tinha uma boa máquina era uma cos
Uma zcon umao boon e então fui o Senor José Carvalho não se importa estar a máquina quando a receber lições do Senhor herando mesqui que era conhecidíssimo exatamente lá me pestou a máquina eu era um miúdo confiou em mim então comecei a fazer fotografias melhores e estei logo com Armando
Mesquita Claro com a máquina do José Carvalho e entretanto comecei a fazer fotografias e lá no Rio trancão os pescadores lembro-me fazer uma fotografia no nesse ano vieram cá os meus tios de África e então aos fins de semana não sempre viajar não é levaram E então lembro no convento de Cristo havia
Assim um um um rio de luz J bonito e que entrava lá para um Vitral Uhum E eu já com a influência do do herando Mesquita das lições pedia a minha à minha à minha sobrinha minha prima prima a minha prima para simular que estava a rezar Ok e
Então fiz essa fotografias uma uma série delas e houve um concurso dos emados escritórios do Distrito de Lisboa concorri e pela primeira vez que concorri ganhe logo dois primeiros prémios e dois segundos e não pode estar a acontecer não é de forma que eh eu lembro Tái tá lá na exposição essa fotografia
Eh as pessoas eram muito mais velhas que eu eh e quiseram que eu ficasse no meio delas e estou lá eu com um ar muito petulante com as salvas de prata e então isso foi um foi um caminhar e então depois no no outro dia
O senhor foi outra vez falar com o meu pai Então o rapaz ganha prémios e tudo e você não compra uma fotografia e por fim lá me dizia vai lá saber quando é que esta máquina e tal então fui ao JC alvaras Hum que era das melhores casas
Que havia em Lisboa Nessa altura onde eu comprava os rolos para as para a máquina do Zé Carvalho uhum e conhecia muito bem e então eh o amand o Nuno Ferrari era da minha idade ele era filho do do amandu Ferrari e e a falar com eles olhe
Diga-me por favor quanto é que custa uma máquina porque o meu pai talvez compre com a máquina finalmente para mim e Então mostra uma a role Flex e a role Core assim olha a role Flex é a melhor de todas tem objetivo at sar sei tinha célula fotoelétrica pois célula
Fotoelétrica não e esta não tem que era role Core e é metade do preço tem uma objetiva Menos boa que é chenar sim mas não há problema eu faço aqui uma escala se tiver o sol dás 2501 se tiver encoberto dás 28 E então tomo nota aliás F mas cala logo está lá
Na exposição e Então disse comprou a mais barata a prestações a mais barata prestações E então diz digo assim ó ó Senor Senor Jé Então quer que eu diga ao meu pai quanto é que quant é que como é que ele paga isto como é olha levas a
Máquina is com move-me agora ainda levas a máquina e dizes ao teu pai como é que quer pagar quer dizer como é que eles depositaram confi Exatamente exatamente E então lá vou na cabinete de carreira Nessa altura Havia duas de manhã e duas da tarde e e leva a máquina depois
Começa a fazer mais fotografias mais fotografias e com herando Mesquita outra vez assi essa máquina com herm Mesquita Uhum E que tinha feito era com a máquina do José Carvalho e então comecei a mandar fotografias para vários concursos internacionais e a minha missão era ser fotojornalista fotojornalista nessa
Altura diz diz-se diz di fotógrafos de imprensa não é Uhum E então e e comecei a concorrer a concursos internacionais comecei ganhar prémios com fotografias Fe se que vem hã então que estão lá na exposição algumas no os livros estão mais e então acontece que eh a minha ambição era ir
Para os jornais tendo de ir para os jornais uhum Mas aquilo era muito difícil porque quem controlava aquilo Nessa altura era uma máfia fotógrafos ch mal sim sim sim sim havia bons fotógrafos na altura atenção sente eles nunca os deixavam entrar para os jornais eles é controlavam tudo e quando entrou
No século lustrado assim puseram depois no laboratório a a processar os os examente isso era terrível E então mas eu nessa altura pedi houve um um jantar lá em muito ao lado e onde é a companhia das águas e na companhia das águas houve um jantar de jornalistas em que foi o
Mário Ventura que era meu amigo de infância já era jornalista do diá Popular eh E então convidou-me convidaram-me convidaram-me eu fui lá manifestei o meu interesse em ir para o jornais e houve um Jorge Tavares Rodrigues disse assim olhe você apareça lá e leva umas fotografias asim foi então apareci
Eh levei fotografias ele me dis simpático olha Entra você entrar amanhã se quiser que você tem olho não tá bem e eu já fazia fotografias quer dizer tinha conteúdo que era a minha cabeça mas depois já sabia digamos eh pôr as fotografias para além da do conteúdo ter
Uma certa Beleza Estética digamos bem equilibradas o seu o seu grande o grande salto foi quando quando falhou um fotógrafo no no século do estrado para ir uma entrevista do Ferreira de Castro acho que era e e depois e eh e vai lá o miúdo vai o miúdo foi foi o exatamente
Você sabem a minha história e então foi nessa altura que realmente Nessa altura que que o diretor disse-me assim olha tu é er o responsável do do do suplemento literário E então pronto Nessa altura conheci e fotografei os melhores poetas escritores eão de todos todos todos todos esses E
Então eu tinha um eu fazia o seguinte nas entrevistas Como sabe as pessoas estavam sentadas fazem GES eu ouvia atentamente mas depois de acabar a entrevista propunha lhes fazer umas fotografias por ter umas fotografias daquilo que eu tinha ouvido e E então e comecei ó ó ó Senor Ferreiro de castos
Ponha-se ali naquela escrivaninha onde onde escreve po pois não Di não esqueça-se de mim o senhor EA fumar faz favor a cenda lá não sei que o cas de cas tudo assim e então quer dizer quando quando manda as fotografias para redação e Então no outro dia e recebe
Uma chamada vai com muita urgência que o diretor queria falar comigo eu fiquei aflito o que é que eu fiz o que é que eu fiz de mal e Então chego lá e vejo todo sorridente assim olha não foi não é nada de mal exato E então diz simpaticamente olha
Gostei muito das suas fotografias Tu fotografas de maneira diferente tu agora vais ser o fotógrafo do suplemento literário depis então nessa altura conheci e fotografei As melhores pessoas deste país impressionante e e uma coisa important foi as pessoas que confiavam em mim eu depis dava as fotografias el
Dava-me livros Comecei a ler mais eu sou um autodidata s a Sofia mel tem uma fotografia muito bonita est na exposição ela a dançar com os filhos com o Miguel S Tavares e com a Teresa e a dizer a s era lá na Travessa das Mônicas ó ó Eduardo tá à vontade fotografa
Exatamente isso é muito bom dizia-me dizia-me assim palavra Dom mas faz parte da família t à vontade e então ia fazendo fotografias à vontade depois e depois dava-lhe as fotografias chegou a ser o fotógrafo da presidência por exemplo concretamente do ramal Anes nos dois mandados e tiou uma fotografia a
Ele com ele com com uma lente a ver ele fazia coleção do reló sim sim sim sim uma ide e claro até a lup era sua oes era fantasma apresentava os presidentes o rean apresentou o regan por exemplo Ronald e e assim dessa maneira olha o
Eduardo gajeiro e é é o nosso fotógrafo e é meu amigo e já ganhou uma medalha dour em Washington verdade e então o ran chamou-me fizer uma fotografia de forma que eu acho que eu tive a sorte de arranjar pessoas excelentes mas as pessoas confiaram em mim quer dizer isso
Que é fundamental apo ser para Pará acho horroroso percebe Eu acho que tenho que dignificar a pessoa eh que se fotografa foi isso sempre que eu fiz esta esta há uma fotografia uma história extraordinária esta fotografia da viúva da Nazaré o Calvário uma uma fotografia uma fotografia de 62 ela faz agora 60
Anos 62 anos quas e o Calvário aquela da da mulher da Nazaré essa fotografia que deu medalhas de ouro 22 medalhas de ouro e levou à prisão essa fotografia ganhou 16 Medal impressionante quer dizer eh ganhou em Washington ol ganhou também ganhou em Hong Kong ganhou pelo mundo de Fora
Ganha na Romênia ganhou ganhou sei lá países de Leste e não só e não só são 16 medalhas de ouro G eu tenho na lista agora na cabeça não não sei e então uma lista uma prémios internacionais também Sim claro claro no total sim e então acontece que fui convidado também esta
Fotografia Exposições internacionais a última foi no museu mundial de arte de Pequim por exemplo e há uma fotografia sua que é tem 1000 fotógrafos a a a fotografar e o e o e o Eduardo a fotografar os fotógrafos fotografei os fotógrafos davam a fotografar exa ordinário Nessa altura até estava a
Lutar com uma coisa grave na sua saúde Nessa altura diga di Nessa altura estava a lutar pela sua saúde tava estava nessa altura e passado pouco tempo eh Nessa altura aconteceu é uma coisa que Considero que foi das mais dramáticas da minha vida eu ganhei o prêmio
Eh em e em Pequim uhum e e a a a fotografia ganha o prémio máximo que foi escolhida pelo Roberto plees que era da press foto foto a escolha do Júri ganham em 35.000 fotografias são simples qu isso e de forma aliás eu tenho lá o
Catálogo com ele com com a fotografia na mão Uhum Então acontece que eu realmente fiquei feliz e e depois pensei eh fazer um uma reportagem já tinha feito tanta coisa em Portugal e não sei quais aliás fiz reportagens em 72 países mas pensei assim na altura foi no na
Altura do darfour eu sim tenho que fazer esta luta desta desta gente que está a ser morta de uma maneira Infame fome sim e então consegui falar com o Guterres que era da acnur e era muito simpático gaj Com certeza e E então você tem que
Ir tem que ir a Genebra e eu falo lá com com com as pessoas indicadas e com lá isso lá fui a genevra Felicíssimo E então passado um mês aparece-me um limfoma que eh controlou a vida durante 3 anos com quím então tive que desistir tive que desistir porque eh não tratamentos
Dolorosos primeiro foi radioterapia depois qu e foi terrvel safou-se o que é certo é que safou Eduardo gaziro estávamos ficamos aqui em suspens e eh Eduardo neste nesta luta que o Eduardo fez entre entre entre a vida e a morte porque de facto e eh de repente apareceu-lhe um um
Uns gangl e apareceu um caroço no pescoço depois já foi para os pulmões fez esses tratamentos mas um dia recebeu uma chamada da sua filha muito contente a dizer que tinha-se que não era desta morrer pelo menos e eh tenho essa sorte e vou dizer dizer-lhe que eu fiz Exposições por esse
Mundo fora uhum e e que em Portugal nunca fui convidado para fazer uma grande exposição isso como profundamente e eu assim o ano passado quando eu fiz um livro sobre o amor uhum eh convide as altas individualidades como como cuma dizer não foi ninguém só foi o presidente da Câmara de Lisboa Carlos
Moedas Engenheiro Carlos moedas e então eu estava um bocado Liv amor é um fogo que arte sem se ver com os poemas lindos apareceu imensa gente não é che e E então tem aquela fotografia com o elício Munhóz tem aquela foto com o elício Munhóz com com com os netos ou com os
Filhos está com os filhos Lindíssima de 66 ou que fo uma fotografia antiga muito bonita e então acontece que eu disse ao o disse ao presidente da Câmara Olha eu lamento profundamente fiz fotografia fiz Fas aqui ali ali ali nunca ninguém me convidou em Portugal fazer uma desisão
Com uma certa dimensão e então para 10 dias é que entrar em contacto comigo e depois propuseram fazer e estou feliz por isso diga-me uma coisa esta esta como é que o Eduardo gostava de ser lembrado por alguma imagem particular alguma que que será assim que o
Represente Olha eu eu já já eu às vezes tenho assim uma saída diga já programei o meu funeral Estou a brincar outro dia passei pela academia recreativa musical de Sacavem que é muito próximo do cemitério sim e e 50 m e fui lá falar com o com o presidente falar quer falar
Contigo então F sen olha queria com meu funeral que quando morresse viesse aqui para a academia que eu sou sócio Desde há 50 ou 60 anos e de forma que temos parti do cemitério as pessoas não vão ter não vão trabalho nun não vão andar muito v e depois a minha família assim
Eu quero não quero que H cerimónias religiosas nem nada quero eh ir com o colete acnur foi a única reportagem que eu não quis fazer dos refugiados com as comas calças que eu comprei na Austrália tive ti Timor e ténis não pois não ponho a máquina
Fotográfica porque senão o o o o o homem do cit pode ficar com ela mas quer dizer portanto nada de cerimónias nada Ah e outra coisa que é ridícula eu gosto muito não estou filiado a nenhum partido mas gosto muito C Talent Ano sim e então há uma canção
Que me impressiona muito que é a canção do Mineiro e então falei com os amigos de Sacavém que cantam canção do mineiro Olha quando eu morrer vão lá cantar a canção do mineiro é um espetáculo tudo não não pode ser uma coisa muito tétrica tétrica e e o seus espólio já tem noção
De quantos milhões de imagens tem ou não Não nunca contei mas mais de 1 milhão de imagens tenho é porque se não me engano Torres Vedras está um bocadinho a estão a tratar disso não é gostava ter uma casa da imagem em Torres Vedras exatamente eu vou dizer porque Torres
Vedras aqui há uns anos um presidente de câmara eh que eu conhecia uhum disse h convidou-me para lá e para lá ir jantar com ele e convidou também um amigo meu Torres Vedras para jantarmos todos e ele disse ó ó Eduardo eu quero fazer um convite para você a fazer um um
Livro sobre a parte a parte Histórica de Torres Torres Vedras uhum Eu disse caraj Miguel e pá você desculpas eu não gosto esse tipo de lives e não sei que mais eu nunca fiz nenhum ele ele apanhou-me nunca fiz nenhum você fez um sobr Évora
Ah pois fiz tem razão desculpa e h o alente aquele do cost do Saramago e não sei qu po e então do torga E então depois fiz portanto porque é que faz Torres Vas eu disse pronto tá bem Vamos pensar nisso eu tenho que falar com um Historiador para para me mostrar Torres
Vedras eu conheço Torres Vedras mas não conheço sind bem E então andei lá sei lá qu ia lá fazia umas as imagens depois regressava para descansar e anda lá meses ao fim de de um tempo fez-se um livro uhum tive Du horas a assinar Livres impressionante maior adorei
Incrível e Então porquê Porque Torres vedas está aqui ao pé da porta é mais rápido ir para Torres vedas do que para a Costa da Caparica Pois é e então tem tem um mercado Fantástico sim tem peixe magnífico ali em Santa Cruz e tem carne do melhor tem o mosteiro antigo muito
Bonito e tem uma vida intelectual cuidado verdade é verdade ao fim de semana verdade não é só o Carnaval não não carnaval e Caral que eu goo foi o último livro que eu fiz o carnaval é autêntico é o único que eu conheço eu conheço Gené conhe E então acontece gen
Também é autêntico não é então acontece que comecei eh já estou a a fazer as as fotografias e então quer dizer entretanto comecei a ver a ver que aquilo tinha um um vento cultural Fantástico há bom teatro há Bom cinema ao fim de semana e tem imensa gente interessada por cultura e então
Quer eu Falá com eles souberam disso promoveram o seu trabalho Claro é incrível por todos os seus livros a começar pelo gente aquele primeiro depois mulher todos depois têm textos a Maria velha da Costa a Sofia o Miguel torgan aquele do alentejo o David Marão
Ferreira e o o texto de Mário Soares do José Saramago do Lobo Antunes do do Jorge Sampaio do José Matoso Lídia Jorge e nunca mais Acaba das pessoas extraordinárias que o que o Eduardo sempre Sempre convidou para os seus livros tenho que falar obviamente desta e porque aí estamos quase a Celebrar os
50 anos do 25 de abril e de facto Foi a reportagem mais importante da sua vida e e e o e o Eduardo tem uma lata que mais ninguém tem foi foi porque eu sabe que no no no Séc havia grupos muito politizados eu não me filiei nenum partido estava muito bem
Com eles e continu Claro claro dosos que estão vivos e então acontece que falaram às 6 da manhã aquilo já havia um quer dizer assim um uma um sururu já tinha vida a revolta das Caldas exatamente estava para breve olha vai para o terre de passe já é hoje é
Hoje é hoje leva os rostos todos levei 20 só tenho 14 his tirou a última aquele pid em cuecas P em cuecas exatamente foi a última foto tirou er da manhã então acontece que lá fui eu apareceo um soldado delicadamente não pode passar não pode passar que o nosso Comandante
Não quer e eu com algum descaramento digo-lhe assim e pá leva-me leva-me ao Comandante que eu sou amigo do comandante pá e então ele coitado pá e eh acreditou e disse leva este senhor ao Comandante que ele é amigo do comandante e eu quer passei aliás Fi com um outro
Um colega dele Uhum E então apresentaram-me ao Comandante apresentaram ao Comandante eu não sabia que er um recomendando e e disse e apresentou-se Eduardo gaj do Séc ilustrado e assim mas eu sei quem você é salger ma eu sei quem você é era salger ma desculpa como é que o senhor sabe
Quem eu sou compro todas as semanas O S E você faz fotografias que eu gosto in você fotografa Portugal real ele fez-lhe uma grande dedicatória no no naquele coisa que lhe mandou que ele diz foi o primeiro fot E então quer dizer a partir dessa altura desde à 6 da manhã
Anda comigo anda comigo e ficou à só ser os outros jornalistas por volta das 11 atéos câmaras e tudo e andei assisti a tudo tudo tud tudo e então quer dizer foi um dia impressionante porque eu já tinha T sido preso já estava muito triste de Viver num país desse quando eu
Conhecia tantos países diferentes e assim hoje é que é e estava Felicíssimo assim a partir de agora Portugal vai ser diferente e afinal não foi assim tão exatamente anos depois esperava melhor esperava melhor esperava quer dizer mais Liberdade mais quê não Liberdade talvez haja mas que a riqueza fosse mais bem
Distribuida e e por exemplo é de conhecimento de todos os portugueses que empresas tem milhões e milhões de de loucos não vou citar nomes coisas se posso citar nome do sío e Supermercados há um supermercado para mim é é o pior que existe em Portugal na
Na primeira não vou dizer o nome na primeira no primeiro semestre de [Música] eh primeiro semestre do ano passado 300 milhões de euros de lucro 300 milhões impressionante impressionante há um mesmo na minha frente nem vou lá quer dizer aquilo e porquê e quer dizer eu
Acho que eles T tem que ter lucro toda a gente tem que Tero Mas porque é que não pagam o imposto dá muitos trabalhos dá trabalho a muita gente em relação a exesso Cruz há uma H em benefício do Povo Sim claro eu estou a falar em um
Povo que é povo não estou filiado em nenhum à linguagem ex exatamente a linguagem assim muito mercado o povo é o povo os mais mais Humildes as pessoas tê dificuldades agora já vai na classe média porquê já a classe média Tem dificuldades Claro que sim discordo e aqueles problemas uma de
Uma de uma de uma de uma empresa de telemóveis e coisas tudo isso é tão feio escândalo fica muito canalizado com corrupção que isso aflige entristece o esta corrupção e esta estes casos todos e com os políticos e pois revolta isso diga diga se se não revolta essa essa
Revolta revolta A corrupção e e Sim este agora estou aqui a passar algumas imagens da há umas imagens suas muito emblemáticas que eu gosto muito aquela do Salazar e eh no Forte de Ah essa eu gosto muito é extraordinária ele sozinho hem só o homem só hã esta do
Esteticamente é muito bonita já reparou Sim sim e cá tá o enquadramento arreador tá lá tudo compreendi aquela aquela do do Américo de Deus Rodrigues Tomás com os os governantes quando ele veio de Angola com a mão com a mão na cara triste quando ele veio da África quando
Veio da Angola exato quando ele veio da África tá o tenreiro e tal então o minist interior ão as pessoas todas e então quando ele veio da África deram mais notícias com certeza Claro e então que ele está profundamente preocupado tá com com a mão na cara assim com ar mesmo
Triste e eh estas e Há outras imagens aquela na morte do Salazar e a governanta esta não tá na exposição mas eu sei que é uma que o marca muito custou muito governanta muito violenta e está num livro meu chamado chamado eh olhares olhares e e e nessa altura
Proib fotografias É despedida da Maria a dar-lhe um beijo governante de sempre a governante de sempre a dar um beijo a ele no caião a despedirse quando iam fichar o caixão eu tive lá até ao fim porque os outros jornalistas os outros fotógrafos e foram-se embora falta de
Profissionalismo eu sinto eu ficou assim nem que passe fome eu que gosto muito de comer passei fome nesse dia gosta de peixe cozido ouvi dizer gosta de peixe cozido go não gosta sim ouvi dizer que gost gostava muito peis cozido é engraçado sim sim gosto imenso e eh e há
Outro há outro momento que eu tenho há mais dois momentos que eu vou vou lembrar seus muito bons um é com o Papa Paulo VI em Fátima ã quando teve cá o São Paulo VI em 67 essa gira essa gira a minha a minha um milhão 1 milhão de
Pessoas o o meu o meu susto fez com que eu fizesse uma grande imagem é assim eu eh era eu trabalhava imensas jnis e revistas internacionais e trabalhava para sujeito de presse Uhum E as as as fotografias que que apido não gostava a maioria eram enviadas através
Da ass pressa e depois outros canais que eu não vou dizer sim e então acontece eh quando Veio cá o Papa via uma equipa dos melhores fotógrafos da ass de pressa de mundiais pronto e eu era o português que ia trabalhava para C depressa E então a
Minha incumbência era ir para um palanco próximo do palco próximo do palco eu tinha objetivos Eos objetivos teleobjetivo cá não é cá não tou passa marca é que me dava as máquinas prêmios que eu ganhava mas ficava Ficava muito longe mesmo assim ficava muito longe ainda do Papa sim ficava E então ficava
Longe do Papa mas com atela objetiva de 300 chicava mas era uma imagem normal sim e então acontece que quando eu chego e lá o grupo da da C prece teve toda nos copos até às Santas e então qua que o quê às 5 da manhã eu sempre dormir 1
Hora ou duas e então levantei às 7 e então tento entrar no santo no recinto no recinto e eu assim mas como é que eu passo tava lá 1 milhão de pessoas eu assim todo desgraçado como é que eu rentei ali e e e andava 1 metro ou dois
Pois e então por fim havia uma torre da televisão no corredor onde ia passar o papa e então eu pedi para Tod Chandinho pá eu conhecia as pessoas conheciam-se todas deixa-me ver aí para cima o papé ti pá que não t e pá T TD desgraçado T
Desgraçado eu estava mesmo em Pânico pá não podes vir não podes vir porque eu tenho que fazer um movimento de câmara não sei que e pá mas eu hoj velho eu que não sou religioso eu hoje velho quando quando quando fizesse um movimento Câmara então sobe lá eu não atrapalho e
Então foi o que eu quis ouvir chego lá falei pá obrigado e então lá estou eu ainda a calmar aparece o Papa no corredor olhar para a frente assim sim e estou aqui no lado esquerdo não é E então começo eu aje GR assim João Paulo
Ora Paulo Paulo VI João não João Paulo é o João Paulo não não não Paulo VI Paulo VI Paulo VI João Paulo VI assim exatamente Paulo VI Paulo VI os gritos eu estava em Pânico e ele olha para mim deve ter pensado que este maluco tá a
Olhar para mim depois e abre os braços foi a primeira fotografia foi todo do mundo através da su di há umas há umas há outro momento extraordinário seu quando foi o jog Jogos Olímpicos de Munique houve aquele comando aquele grupo do setembro negro que matou 11 atletas israelitas aquele comando
Palestiniano já nessa altura havia esses problemas todos havia havia problemas terrível e o e e o Eduardo Conseguiu lá furar aquilo para tirar umas fotos que mais ninguém teve e conseguiu furar aquilo para tirar umas fotos for um exclusivo mundial foi muito complicado foi das coisas mais difíceis que eu fiz
Então é assim e eu fui para lar logo logo que houve notícia e não deixavam passar ninguém aquilo era disse eu sou polícia e não sei que mais e e tanques e não sei que mais quando eh não me não me lembro se era 11 horas da noite ou era 10:30 não
Me lembro a hora uhum o que é certo é que eh aquilo começa começam a entrar as pessoas os atletas assim a correr e tal porque aquilo houve notícia que estava ia a acontecer coisas muito complicadas eu não sabia não sabia o que era mas o
Que é certo é que continuava a não deixar entrar e de repente eu vejo que o crachá que eles tinham os at o cch que eu tinha tinha mais duas letras do que dos atletas E então Oi e então de repente eu tinha oão azul escuro pass com os
Atletas fez passar por atletas pus pus as máquinas dentro de um saco não era deses sofisticados que é agora que era para Cido com os atletas azul e por cima eu tava vestido azul com azul e então meto numa fila tapas três letras e entrei e consegue passar no meio dos
Atletas como se fosse mais um mais um pronto e foi até a ao 10 vejo-me lá dentro F Eh pá não posso acreditar até ter lá o cchá para não haver problema não dizia que era jornalista tinha mais TR letas e Então mostrei me com eles não
Sei como é estou ali um bocado eu vou para uma varanda ali logo e os helicópteros estavam muito próximos mas depois eh ainda não sabia o que é que ia acontecer a maioria das não sabia nem eu sabia sabia que havia Os helicópteros depois sou mais tarde que tinha havido
Negociações e que iam embarcar com os patrocinios então acontece que eh vieram uma quantidade de polícias à paisana aquilo parecia o Far Oeste com com pequenos metralhadoras debaixo do casaco e não sei que mais e correram com todas as pessoas que estavam ali mais para dentro já estava dentro da Cidade
Olímpica mais para dentro e então mais para dentro a delegação portuguesa estava no 16º andar desse prédio eu assim o que me resta é ir lá para cima porque que eles não querem ninguém aqui embaixo aquilo estava perigoso torto e então lá vou eu subiu as escadas os Sil vadores estavam
Variados se calhar até foi o os o o comando dos palestinianos que que avariaram e então eu preocupadíssimo e era novo agora não conseguia subiu 16 and 16 andares a pé escada sim sim sim e então cheguei lá a cima toquei a campainha eles os portugu p como é que
Conseguiste entrar como é que conseguiste como é que foi o que é que estás aqui a fazer pá conseguiste consegu consegui eu só diz assim apaguem as luzes não olha apagem as luzes que eu vou vou volto para a varanda não quis falar naquele momento Hum E então lá
Estou eu na varanda não podia disperar Flash nem mensar não gosto de flash simplesmente não havia máquina digamos digitais Sim era película é mais sensível eraa 400 é que era pouco não é sim e então eu tinha a máquina tinha uma objetiva de 85 MM que era muito Luminosa
Assim Mas aquilo era praticamente às escuras eu sei mesmo com esta objetiva Luminosa e dando uma velocidade lenta de 4ro avos de segundo com a máquina apoiada apoiada na varanda não simplese não era suficiente e então nessa noite vinha o o o da luta greco-romana e para
Lisboa Uhum E eu fiz um bilhete ten esse bilhete ainda e eu assim e eu quer dizer explicava o que tinha acontecido entreg o rlo ao Fernando Baião e digam para ele puxar o golo a linguagem fotográfica é revelar mais puxar o golo que isto foi feito praticamente às escuras e pronto mas
Disse que era era o exclusivo Mundial ninguém mais tinha assistiu no fundo à aquela saída para helicópteros dos terroristas o famoso Carlos e e aquela não e depois fui fui fui para para o bar do centro de imensa uhum e verber uns copos e e vi bem nessa noite e então e
Disse que tinha feito ninguém acreditou ninguém acreditou ofereceram o equivalente do Volkswagen 250 as coisas já iam na altura o dinheiro não era não era nada para mim era não sei quantos Marcos e foi à paramente E então pronto isso foi foi importante eh mas no outro
Dia já pensei cabeça fria não estou arrependido uma uma última coisa Eduardo o o que é que é para si a fotografia porque é que a fotografia é tão importante que as outras Artes não conseguem Ora bem por exemplo no cinema Adoro cinema e o cinema ajudou a col
Livar muito vi eu diria quase todos os livros os film não realistas italianos se qu simplesmente o cinema passa uma ideia uma sequência de imagens sim a fotografia é única quer dizer uma pessoa numa fotografia dar uma ideia que consiga sensibilizar uhum a outra pessoa é muito mais difícil muito mais tem que
Ter muita força é um instante fixo é o instante não é é o instante e para mim essa paixão é insubstituível ando sempre com a máquina Como sabe já disse que estou aqui mas tenho a máquina agora é mais pequenina eu vi ou vi mas e aliás
Os seus colegas dizem que se um dia não levar a máquina tem que pagar o almoço exatamente eu dizer se não virem um dia com sem máquina p o almoço Eduardo Eduardo nunca Pari nenhum almoço comç no não não temos mais tempo mas quero agradecer muito a sua
Disponibilidade em vir aqui no seu dia de anos à rádio observador quero agradecer muito também essa esta tudo o que nos deu da nossa história recente e e as personalidades do mundo que vemos através do seu olhar e e quero deixar sei desta exposição factum vem lá um
Catálogo em breve vai sair um catálogo com edição com com o ensaio do Sérgio Gomes h e já agora depois de amanhã no domingo dia 18 vai haver uma visita guiada com o Jorge Catarino da equipa de mediação das galerias municipais visita gratuita às 4 da tarde não perca fica
Então este convite para a exposição factum fotografias de Eduardo gajeiro do Real Nascente da ceria nacional em Belém até 5 de Maio todos os dias das 10 às 6 com entrada livre bem a Eduardo e até breve Quero Agradecer foi uma ótima entrevista des os melhores que me
Fizeram obrigado e de forma que foi uma honra ser interado por si Muito obrigado bem a Y