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[Música]
eurotopia aqui a
Europa
[Música]
europ éo deir para uma recupera verde e
digit os jens a Europa e os desafios que
enfrentamos
eurotopia e sejam bem-vindos a mais um
episo do eurotopia pod da R públ
ONU osfios da Europa perceber Qual a
união que queremos eu sou a Marta e como
dissemos no último episódio dedicamos os
próximos meses ao debate e discussão de
ideias e conversaremos com alguns cabeça
de lista de partidos candidatos às
eleições europeias e porque para além de
eurot topicos somos também
patologicamente inconformados o
eurotopia e o jornal cronic juntam-se na
comedera destes episódios e connosco
temos o Francisco Lemes Araújo Olá
Francisco Olá no episódio de hoje
conversaremos com Catarina Martins um
nome incontornável da política
portuguesa foi coordenadora na do bloco
de esquerda de 2012 a 2023 e deputado à
Assembleia da República de 2009 a 2023
agora a cabeça de lista do bloco às
eleições europeias que vão decorrer no
dia 9 de junho Olá Catarina bem-vinda
Olá prazer estar aqui obrigada o bloco
tem atualmente dois dos 21 eurodeputados
que Portugal e le sendo por isso a
terceira maior força política depois do
PS e do PST nas últimas europeias obteve
9,8 por dos votos já nas legislativas 10
de Maro foi a quinta força política com
4,4 por dos votos pelo que a nossa
primeira pergunta seria tendo em conta o
atual contexto político Qual é o
principal objetivo do bloco para as
europeias de Junho pem e o objetivo do
bloco de esquerda é ter uma
representação e ter uma representação
forte que possa disputar ideias e do que
é que nós queremos da política europeia
nós enquanto país enquanto povo que tem
tantas crises para ultrapassar e não só
no no campo Nacional digamos assim mas
no campo europeu mais vasto do do que é
a resposta de uma esquerda que é
ecologista que é feminista e que é julgo
eu o o o mais
importante a mais importante luta contra
uma extrema direita que está a crescer e
que põe em causa direitos fundamentais
de todas as pessoas e enfim o bloco de
esquerda apresenta-se essas estas
eleições percebendo a dificuldade do
momento político que estamos a viver ela
é grande percebendo também que para
responder neste momento na política
europeia como na Nacional também mas é
da europeia que falamos é preciso uma
combinação Clara de julgamos duas coisas
primeiro a capacidade de ter uma agenda
anticonseptivo
económica uma alternativa que supera as
crises do nosso tempo que deu uma
resposta à crise climática mas também à
crise da Habitação ao serviços públicos
que
possa criar horizontes de Esperança na
própria democracia eh porque só com
esses horizontes de esperança é que nós
temos mais gente interessada numa
política que não seja simplesmente a do
ressentimento ou a da vingança ou a do
enfim
que já não acreditei nada e a Democracia
tem que ser esse espaço e o Consenso
Liberal digamos assim que tem
atravessado as políticas europeias ao
longo dos últimos anos tem deixado muita
gente com a sensação de que está a ficar
para trás e é preciso propor uma
alternativa é preciso ter um projeto e é
aí que o bloco de esquerda se Ali há uma
série de forças progressistas de
esquerda em toda a Europa ecologistas
para criar essa alternativa falou na na
dificuldade do momento político a
verdade é que o contexto atual mudou
muito desde as últimas eleições eh
tivemos uma pandemia explotar na guerra
da guerra na Ucrânia e o surgimento do
conflito no médio Oriente e portanto
atendendo ao contexto atual eh quando
olha para para a Europa no cenário atual
eh O que é que vê e que e que que Europa
é que sente que
temos eu acho que as pessoas veem sinais
contraditórios e é normal que vejam
sinais contraditórios e eu darei dois
exemplos simples por
exemplo eu acho que há uma enorme
maioria na Europa que defende o direito
à autodeterminação da Ucrânia e que acha
que é intolerável a invasão rúa e o seu
projeto imperialista e portanto e bem
acha que é preciso solidariedade com a
Ucrânia e é preciso ter força contra as
pretensões russas ao mesmo tempo que
isto está a acontecer vemos uma união
europeia que Face à invasão que Israel
está a fazer e Face à à enorme ao
genocídio que está em curso em Gaza não
tem outra palavra não vê uma união
europeia a dizer não o povo palestinian
tem direito à sua autodeterminação e
Israel não pode estar a fazer o que está
a fazer e aqui temos um sinal
extraordinariamente contraditório Afinal
os chamados valores europeus são o quê
como é que nós nos definimos porque
depois fica muito a ideia de uma agenda
e muito eh Tatica de interesse
económicos e de interesses próprios
muito egoístas da União Europeia quando
é confrontada com estas duas realidades
e eu acho que nós precisamos de dizer
que o projeto europeu tem de ser aquele
que acredita na autodeterminação de
todos os povos tem de ser aquele que não
aceita o o assassinato de populações e
acho que essa é ou seja este momento é
também tem que ser o momento dessa
afirmação não é com mais nem com meio
mas é afirmações Claras do qual é o
respeito pelos Direitos Humanos pelo
direito
internacional em que é que acreditamos
outro dos exemplos Por Exemplo foi a
resposta à pandemia em que eu o que
vimos todos como um sinal importante que
a União Europeia tenha compreendido que
tinha de mudar a forma de de funcionar e
isso tanto quando suspendeu as regras de
governação económica que não permitiam
aos países ter a capacidade de responder
às urgências dos povos como também
quando decidiu comprar em conjunto
vacinas para garantir a vacinação da
população ou seja foi Foi um momento de
cooperação Foi um momento em que os
povos e as necessidades dos povos
tiveram à frente de outros interesses
isso é tão importante o que é
absolutamente contraditório Por exemplo
quando foi momento de negociar as
vacinas em concreto se ter deixado que
os laboratórios farmacêuticos impusessem
o preço que quisessem não só à União
Europeia como ao resto do mundo e com
problemas tão graves em países que não a
conseguiam pagar quando a investigação
de base que permitiu a vacina foi feita
graças a financiamento público e muitos
países de Europa para que fosse
desenvolvida aquela tecnologia e
portanto aí já os interesses das
farmacêuticas estiveram à frente dos
interesses dos povos ou agora que voltam
as regras de governação económica e que
estão a ser redefinidas estão a ser
redefinidas dando um grande uma grande
discricionaridade à comissão europeia
naquilo que pode impor e uma grande
capacidade de impor e restrições que não
permitem o investimento público ou não
permitem que os serviços públicos
funcionem isto quando os estados ainda
estão a tentar até reconstruir as suas
capacidades na saúde depois da pandemia
não é só em Portugal que vemos os
problemas do SNS ou seja as questões da
da da saúde ou as questões da Habitação
são crises nos vários países da Europa e
portanto parece que por um lado houve um
sinal positivo e logo a seguir andou
para trás falou em vários desafios de
que a Europa atravessa neste momento e e
um bocadinho o posicionamento do bloco e
mas perante estes desafios eh sendo
Eleita por exemplo eurodeputada nas
próximas eleições quais seriam medidas
concretas que que tomaria para para
procurar e resolver este estes desafios
de que falava há pouco é é fundamental
que disputar ou seja tentar criar
maiorias sociais para mudanças grandes
na Europa eh Porque sem isso não haverá
mudança ou seja o Parlamento europeu não
é um Parlamento como a assembleia da
República em que há iniciativa
Legislativa nós sabemos sabemos do
perigo do perigo que é já uma realidade
virmos a ter uma comissão europeia muito
à direita porque há muitos governos de
direita na Europa e portanto a relação
de forças é que é e portanto eu acho que
a esquerda tem a obrigação de ter um
projeto que possa mobilizar pessoas nos
vários estados para projetos diferentes
isso é o mais importante se nós nos
embrenhar a discutir coisas que são eh
um digamos assim muito institucionais e
sem nenhuma capacidade de avançarem no
próximo mandato Face à relação de forças
concreta que temos podemos estar a dizer
às pessoas para desistirem desistirem de
ter uma ideia de Europa desistirem de
ter uma ideia de futuro ter uma ideia de
democracia portanto eu acho que este é o
momento em que é muito importante
alianças largas para alguns desafios e o
primeiro deles e aquilo que eu acho que
podia criar uma ideia de vamos
reconstruir um projeto comum um projeto
tenha sentido que dê Horizonte é a
resposta à emergência climática mas essa
resposta à emergência climática Eu sei
que está presente no discurso de quase
todos os partidos exeto os negacionistas
mais à extrema direita e alguns liberais
também mas enfim mas de resto quase toda
a gente tem esse discurso Então o que é
que a esquerda tem de fazer a esquerda
tem de ser Clara sobre o que é que acha
que é a resposta às alterações
climáticas isso tem ver com o tipo de
transição que nós queremos fazer da
nossa economia Isto é muito
importante nós não teremos capacidade de
mudar o nosso modelo de economia da
forma como produzimos como consumimos
com a energia que temos como nos
movimentamos Qual é a nossa mobilidade
ou seja o que é fundamental para reduzir
as emissões
se o modo como impomos essas alterações
à economia for penalizar as pessoas que
já vivem com menos eu por exemplo acho
que há uma expressão terrível que foi
muito utilizada e muito utilizada em em
amplos setores mas que é é preciso
começar a pensar são os impostos verdes
porque quantas vezes as pessoas sentem
Imaginem eh em Portugal houve uma
discussão sobre o iuk que se punha
aquela questão mas então e quem vive
onde nem sequer transportes públicos não
tem dinheiro para comprar um carro
elétrico ou um carro mais eficiente e
vai pagar mais quer dizer já é mais
pobre já tem menos serviço público e vai
pagar mais portanto é preciso começar a
discutir as coisas como elas são não há
impostos verdes há impostos justos e há
impostos injustos e há quem tenha
poluído muito e ganhe muito e há quem
tenha uma Pegada Ecológica relativamente
pequena e que seja obrigado a ficar com
a consumir o que for mais barato e não
se pode penalizar essas pessoas pela
transição e portanto portanto a união
europeia tem aqui uma responsabilidade
enorme e acho que esse é um caminho que
temos de fazer para compreender Quais
são os setores que têm ganho mais e não
tem participado no esforço e qual é o
tipo de investimento que pode fazer para
se reconstruir porque nós estamos a
falar de um projeto muito ambicioso e as
metas da União Europeia que a União
Europeia se propôs não está a cumpri-las
mas para Além disso já são irrealistas
Face aos relatórios que nós temos do
painel intergovernamental ou seja
olhemos para a ciência a ciência deve
guiar-nos e portanto a união europeia
tem que fazer duas coisas não só tem que
redefinir as suas metas para que as
metas correspondam com a ciência nos
pede hoje como tem depois ter capacidade
de investimento para mudar os modos de
produção de mobilidade de consumo sem
penalizar mais quem é já mais vulnerável
na população e que muito francamente é
quem tem Pegada Ecológica mais pequena
porque é quem consome menos e essa é uma
transformação que vai exigir julgo eu um
tradução tradução concreto O que é que
nós queremos queremos Transportes
Coletivos públicos gratuitos Isso é uma
medida que reduz emissões ou queremos eh
um modelo de agricultura diferente que
não pode ser a agricultura intensiva tem
de ser outro mas as pessoas que vivem da
Agricultura têm que continuar a ter
rendimentos queremos mudar a indústria
mas não queremos criar desemprego
portanto temos que ter investimento para
criar emprego todas estas áreas são
áreas de investimento e a União Europeia
tem uma capacidade única no mundo não é
só a união europeia os Estados Unidos e
outros países também têm mas a união
europeia enquanto espaço económico tem
essa capacidade única de arranjar
receitas para fazer essa reconstrução eu
acho que não é de mais lembrar que a
generalidade ou A grande maioria dos
offshores do mundo ficam em território
da União Europeia ou seja onde as
pessoas pem dinheiro para não pagar
impostos deve faz-nos pensar boa parte
das fortunas do mundo vão para a união
europeia porque se sentem mais
protegidas mas nem por isso há um
imposto sobre grandes fortunas embora
até já haja milionários a pedirem para
ser tachados nesse espaço portanto fazer
esta luta por uma por uma transição que
seja justa eu acho que esse é o grande
papel da esquerda porque é isso que
queria a Utopia uma Utopia e as utopias
não são para nós ficarmos descansados a
dizer ah ten Um Sonho Bonito não é para
nós juntarmos forças e realizarmos
Estamos nos 50 anos do 25 de Abril
seguramente a liberdade era uma Utopia e
mas foi concretizada não por quem ficou
à espera que chegasse mas por quem
juntou forças por quem fez debate por
quem quis ir à luta e conseguiu enfim
essa massa crítica que permitiu a
mudança e eu acho que a Europa precisa
muito de uma mudança a Catarina falou
aqui em duas coisas falou sobre
organizar a esquerda e e existir
um um combate à extrema direita foi logo
a sua a sua o seu a sua primeira
resposta e nós pegávamos aqui numas
declarações da coordenadora do bloco de
esquerda Mariana morte água que disse
que o que se joga nas eleições europeias
é também a luta contra a Extrema direita
e a afirmação de um projeto alternativo
para a esquerda que alternativa é esta e
como é que o bloco pode pode contribuir
para a sua
construção eu acho que a alternativa é
uma alternativa económica mas há depois
também uma agenda a Extrema direita e
isso é comum em todo o lado que a
Extrema direita faz é ter uma agenda
conservadora Ultra agressiva que tenta
culpar os mais vulneráveis pelos
problemas das sociedades e ao mesmo
tempo que faz isso e entretém as pessoas
com este debate e quando eu digo
entretém não estou a dizer que seja
inócuo não é há vítimas por se colocar
este tipo de debates e este tipo de
projetos Ultra conservadores violentos
na agenda como nós sabemos mas isso
serve também para manter um sistema
económico de Privilégio que é intocado e
é por isso também que a disputa sobre o
que é uma transição justa é também uma
forma de combater a Extrema direita Sem
dúvida nenhuma mas há também uma agenda
em que a União Europeia tem tem estado
difícil de distinguir da agenda da
Extrema direita pensemos O que é hoje a
externalização das Fronteiras a união
europeia decidiu fechar sobre si próprio
PR e Dirá não é a união europeia são
acordos bilaterais bem acordos
bilaterais todos os países iram fazer ao
mesmo tempo claro que é a política da
União Europeia acordos bilaterais com
países terceiros para não deixar quem
está a fugir da guerra da Fome chegar à
Europa são os acordos com a Turquia com
a Líbia com o Egito em que a União
Europeia cria uma espécie de Eh Ou seja
faz de conta que não é nada comigo Ou
seja quando
quando quando os barcos da Líbia se
aproximam de um barco de imigrantes de
refugiados no Mediterrâneo que está a
fugir pela sua vida aparecem num barco
que é igual a um barco de um qualquer
país europeu porque foi pago pela união
europeia e os militares estão equipados
pelo mesmo equipamento que utiliza-se
nos países da União Europeia porque foi
a união europeia só que fazem uma coisa
mandam os barcos de volta para para para
ou de volta ou mandam os barcos para a
Líbia têm Campos de refugiados nós
sabemos da escravatura do trabalho
forçado dos atentados aos direitos
humanos a união europeia está a pagar
para que outros países que não a união
europeia in cumpram o direito
internacional e Isto É vergonhoso e isto
deve assaltar noos a todos isto já é Ou
seja eu ouço muitas vezes responsáveis
europeus dizerem que a União Europeia
tem de combater a Extrema direita eu não
podia estar mais de acordo mas o
problema é que aí a união europeia já
está a ser a Extrema direita quando o
frontex em vez de salvar em vez de ter
capacidade para salvar quem está a
morrer afogado no Mediterrâneo o que faz
é estar do ar a localizar as embarcações
que estão em perigo de naufrágio e a
sinalizar a países terceiros que não
cumprem com Direitos Humanos para irem
lá buscar aquelas pessoas Isto é ou não
uma política de extrema direita já a ser
implementada pela união europeia eu acho
que é e é por isso que uma esquerda que
seja muito clara sobre o que o valor dos
Direitos Humanos é importantíssima nesta
altura para combater a Extrema direita
isso tem que ser absolutamente acho eu é
o combate das nossas vidas nós não
podemos querer
quando o mediterrâneo é um cemitério é
também
h a própria ideia de de esperançosa de
uma Europa de paz que se está a matar a
si própria certo ou seja Falou várias
vezes na nas alternativas que propõe eh
a ao modelo que existe at Ah sim em
relação em relação a isto nós queríamos
que haja portas de entrada seguras nos
países onde as pessoas vêm como é
natural para não ficarem nas mãos dos
traficantes sim sim sim mas pronto ou
seja falou de várias al de alternativas
em vários em vários temas falou na na
migração na na na agenda económica nas
alterações climáticas e falou também
muito na na questão da Extrema direita e
e a ascensão da Extrema direita é terá
quase seguramente reflexos no no próximo
Parlamento europeu eh na mais recente
projeção do Europe elect e o grupo
parlamentar da identidade e democracia H
surge em quarto lugar nas nas intenções
de voto e alcança 11,2 por dos votos
podendo conquistar até 82% 82 lugares no
no Parlamento eh já à esquerda o grupo
político do qual do qual o bloco de
esquerda faz parte chega aos 7,7 e 47
deputados apesar de ganhar seis seis
lugares Face aos resultados de 2019
continua a ser o grupo mais pequeno
dentro do Parlamento e portanto
sondagens são sondagens e já já houve
uma grande discussão em relação a isso
Eh mas esta perspectiva será sintomática
também de uma esquerda que não consegue
responder eh aos Desafios que a Europa
enfrenta ou seja não consegue passar a
mensagem de que tem
uma alternativa eficaz para responder a
estes desafios eu acho que é sempre
preciso fazer melhor não seja se uma
coisa não está não está a correr bem
todos temos que pensar como é que
estamos a comunicar que projetos é que
apresentamos como é que estamos mas nós
temos um problema de de projeto
económico e de clareza no debate
político é muito complicado e que muitas
vezes e nas da da forma mediática como
se trata da política nesta cuida das 10
palavras as ideias todas aí 10 palavras
ficam todas muito complicadas que é
criou-se a ideia que combater a Extrema
direita era manter um determinado estado
de coisas na Europa e que portanto se
uma esquerda questionasse o estado de
coisas europeu era um perigo parecido
com a Extrema direita porque era preciso
era manter o status qu porque só isso é
que limitaria à extrema direita e eu
acho que isso é errado eu acho que se
prova errado porque à medida que o
estado de coisas se mantém o que nós
vimos é que desde a pandemia até agora
as as desigualdades na Europa aumentaram
e de uma forma enfim inacreditável os
relatórios da do oxfam que estava a ver
no outro dia dizia qualquer coisa como
enfim os os cinco milionários mais ricos
de Europa aumentaram su fortura em 76% e
a 99% da população europeia nos últimos
anos
empobreceu e não é só o empobrecer não é
que empobrecer seja pouco porque é muito
mas ou seja não é só poder se dizer é
uma coisa conjuntural com a guerra com a
pandemia Não é só isso é que o projeto
económico que é o Projeto económico e o
projeto de sociedade que é apresentado
diz algo que eu acho que é muito grave
que é a Inovação deixa de significar
progresso social ou seja nós vivemos
numa zona do mundo que é capaz de enorme
inovação E no momento do mundo dos da
nossa história em que há imensa inovação
mas é DIT às gerações mais jovens que se
preparem para viver pior do que os seus
pais ou seja o projeto económico
que Alia boa parte das forças políticas
na União Europeia convive bem com esta
ideia de que a Inovação não representa
progresso social ora a Europa e a paz na
Europa e até esta ideia de democracia
liberal em que as pessoas podem
acreditar viveu de inovação significar
progresso social e não há nenhuma razão
para deixar de significar isso agora é
verdade que este é um combate muito
difícil sempre que a uma alternativa
económica se cola à ideia de que se está
a destruir ir um projeto democrático ou
que sequer isolacionismo ou seja o que
for como se nada podesse ser discutido e
eu acho que nós temos esse problema na
Europa mas há duas certezas que eu tenho
a primeira é que acho que hoje é mais
claro do que nunca que não vale meter a
cabeça na areia e dizer que está tudo
bem como está Não está não só pelo
crescimento da Extrema direita mas com
uma pela incapacidade de responder à
crise climática e pelas dificuldades
objetivas de vida da dos povos todos
eles na União Europeia que estão a
sentir de formas diferentes Claro os
países são diferentes por outro lado
também ten a certeza que o bloco de
esquerda foi sempre capaz de fazer
pontes mais vastas do que o seu campo
político hh e e orgulhamo-nos disso eh
orgul e isso é assim desde o desde o
início do Bloco Eh o Miguel portas por
exemplo Eh Ou seja muitas vezes a a
atividade do bloco de esquerda no
Parlamento europeu fica eh muito ligada
e ainda bem temos orgulho disso às
questões de direitos humanos e de
política Internacional ao trabalho feito
sobre refugiados sobre o médio Oriente
etc e ainda bem mas é lembro por exemplo
que o Miguel portas foi das pessoas que
trabalhou Para que houvesse um fundo que
apoiasse no desemprego eh os po os
trabalhadores em toda a Europa fossem
afetados por processos de deslocalização
e assim existiu não foi que só com a
esquerda foi preciso fazer pontos ou que
a Marisa Matias conseguiu um trabalho
Extraordinário de uma diretiva sobre os
medicamentos para nos salvar a todos de
medicamentos que nos fariam mal à saúde
e que nos enganariam seguramente não foi
só partido da esquerda ou mesmo o
trabalho que foi feito eh sobre o
Alzheimer que nos permitiu usar palavras
como cuidadores informais e que depois
deu origem também a processos nos vários
países como em Portugal que deram visão
a essa realidade Isto não foi feito só
com o partido da esquerda o trabalho que
o José Gusmão está a fazer agora com a
agenda da governação Económica em que
enfim sabemos que existe um acordo
lamentável lamentável do nosso ponto de
vista entre o partido Popular os
sociais-democratas e portanto
eh Os Verdes Os Verdes não Os Verdes
estão estão com a esquerda no no numa
outra agenda ou seja mas um acordo que
diria em termos nacionais vai do PS ao
CDs para uma agenda de governação
económica vai que vai criar mais
problemas no futuro a que os estados
tenham investimento por exemplo na
transição eh climática ou que tenham
serviços públicos a funcionar que é tão
necessário mas ainda assim a esquerda
não ficou isolada foi possível fazer
pontos com outros partidos para que pelo
menos se discutissem alternativas se não
estivermos lá nem Isto é discutido e
portanto esse caminho está eu eu acho
que esse que esse é mesmo caminho quando
as coisas são difíceis não metemos a
cabeça na araia Vamos à luta e também
sabemos a capacidade que
temos ao longo desta conversa temos acho
que se tornou notório que o Bloc também
tem um discurso eh muito eurocris apesar
de ser e um partido europeísmo tem
também um discurso muito antino já
falamos aqui de várias questões de
segurança que ameaçam a paz na Europa eh
numa entrevista recente ao público
quando quando a Catarina foi questionar
exatamente sobre este sobre este assunto
respondeu com uma pergunta que tem algum
sentido escolher entre o projeto que
zarista de Putin ou o projeto
imperialista de trump quando ainda por
cima podem vir a ser o mesmo e a Europa
não tem nenhuma capacidade que a proteja
das questões da guerra e da energia pelo
que a minha pergunta seria como é que se
faz a europ a paz na Europa quando essa
será seguramente a prioridade para o
próximo
mandato Claro é a prioridade e é e é
muito importante mas é preciso não não
ter discursos simplistas eu tenho
observado com com uma com uma grande
apreensão digamos assim os discursos de
quem estando sentado num sofá digamos
assim até de um estúdio de televisão às
vezes bem na outra ponta da Europa
parece estar a desejar uma escalada de
guerra na Europa como se fosse Resolver
tudo impondo uma derrota militar à
Rússia que não destruísse completamente
a Ucrânia entretanto e sabe-se lá mais o
quê e portanto eu acho que a Europa deve
ser absolutamente Clara sobre o direito
da Ucrânia ao seu território e sobre a
necessidade da Rússia retirar as tropas
mas também deve usar a diplomacia não
usou bem as sanções económicas porque
basicamente cada vez que dizia uma
sanção económica avisava com tempo que
era para oligarquia russa poder pôr os
seus bens a salvo antes de antes de
serem apreendidos que é uma Coisa
inacreditável mas deve utilizar essa sua
capacidade e é preciso pôr a diplomacia
em marcha porque nós precisamos mesmo de
uma conferência de paz para a Ucrânia
sobre a ID da ONU seguramente mas a
união europeia tem de estar interessada
nisso mesmo que os Estados Unidos não
estejam
nós não podemos deixar que os interesses
norte-americanos e nomeadamente disputas
sobre a energia sejam mais importantes
do que a capacidade da União Europeia pô
em cima da mesa um caminho para a paz eu
não estou a dizer que é fácil nenhum É
mas não se vê não se vem esses espaços a
serem dados e têm de ser dados e não é
verdade que a União Europeia não possa
ter outro tipo de cooperação e outro
tipo de defesa para lá da Nato diferente
da Nato eu não acho que isto se faça de
um dia para o outro nem é isso que o
bloco propõe mas propõe que se encontre
uma alternativa foi criado a organização
de segurança e cooperação da Europa foi
criada já há muitos anos e é um
organismo que existe e onde pode existir
cooperação e segurança a Rússia fazia
parte desse espaço e foi expulsa e bem
foi suspensa e bem por causa da invasão
da Ucrânia Terá algum sentido que os
Estados Unidos estejam nesse espaço se
calhar Não mas esse não é um espaço de
cooperação por exemplo que pode ser
utilizado para que
a união europeia mas não só a união
europeia outros países da Europa pensem
a sua defesa e a sua segurança eu não
tenho nenhuma simpatia pelo governo do
Reino Unido muito pelo contrário Aliás o
que eu disse sobre o frontex Imagine se
eu i fosse falar sobre a política de
imigração do Reino Unido mas o que digo
é nas nas políticas de defesa e
segurança como nós sabemos tem de haver
conversas largas e o território europeu
Precisa dessas conversas largas porque é
que a Nato é melhor do que uma
organização para a segurança e para a
cooperação na Europa
porque é que nós não podemos ter uma
defesa dos nossos interesses
estratégicos e já agora subordinado ao
direito internacional e que acho que os
direitos humanos são mesmo importantes
agora voltando se calhar saindo um
bocadinho do do tema da Defesa em
relação à própria União Europeia H em
vários programas eleitorais do bloco
existe existe uma uma vontade de fazer
uma Europa de democracia liberdade e
solidariedade e também tem uma frase
curioso e que eu gostava que que que se
calhar nos pudesse explicar um bocadinho
melhor e que diz que este compromisso
impõe em submissão à União Europeia dos
tratados e regras do Euro isto é uma
frase que aparece em vários programas do
blog tanto legislativas como europeias
eh e portanto a minha pergunta é no
sentido de perceber no que é que se
traduz ao certo esta
insubmissão nós temos que ser capazes de
defender eh direitos fundamentais que
não podem ficar submetidos a regras
orçamentais que são
h arbitrárias e que não tem nenhuma
explicação hoje toda a gente diz isso
claramente nos debates europeus que por
exemplo quando se estabeleceu no Tratado
de mastr o rácio de 60% da dívida
pública relativamente ao PIB e máximo 3%
de défices o número foi inventado ou
seja não tinha nenhuma não tem nenhuma
não tem nenhuma justificação económica
certo e o que é que nós aprendemos
aprendemos que cada vez que nós dizemos
que o nosso país não pode fazer melhor
porque a Europa não deixa perdemos e
cada vez temos coragem de ir à luta
ganhamos eu dou um exemplo que eu
acompanhei de perto entre 2015 e 2019
aliás em 2015 quando bloco de esquerda
negociou um acordo com o partido
socialista foi imposto um ritmo de
aumento do salário mínimo nacional que
eh e eu sei que o salário mínimo
nacional continua a ser baixo e continua
a ser um problema até de direitos
humanos Mas enfim mas estava parado e
portanto foi a primeira vez que se fez
esta discussão o salário mínimo tem de
subir e tem de subir todos os anos e tem
de subir em poder real ou seja em poder
de compra real tem tem ter uma subida
real e não apenas nominal portanto isto
esta subida foi decidida e na altura
Portugal não estava naquele período em
que estava da observação por causa da
troica naquele período misto estão
lembrados eh ou não Mas enfim quem
acompanhou a política na altura enfim
ainda ainda havia aquela ideia de que
Portugal podia ter sempre sanções podia
sempre voltar a troika era chantagem
todos os dias nós não podíamos dizer
nada que a troika não gostava
basicamente tudo o que tivesse a ver com
o poder de compra dos Trabalhadores em
Portugal ai não posso ser que a trca não
deixa Era este o argumento e na altura
como havia o acordo e o partido
socialista só seria governo fiz um
acordo sen não não não porque não não
tinha ganh as eleições não tinha maioria
tinha mesmo que fazer o acordo ficou
escrito no acordo ora mal ficou escrito
no acordo eh houve enfim vozes que se
revoltaram contra a irresponsabilidade
de querer subir o salário mínimo
nacional em Portugal dizendo que isso
era um perigo para a economia que ia
criar imensos problemas eh e e e estavam
se a discutir sanções a Portugal na
União Europeia Imaginem o que tinha
acontecido se nós da altura disséssemos
ai não então se os trabalhadores em
Portugal devem trabalhar a tempo inteiro
e mesmo assim passar fome nós ficamos
quietos não foi não se não se aceitou E
como não se aceitou E o governo
Português foi firme e com o apoio do
Parlamento Claro e se Manteve uma
trajetória de subida de salário mínimo
nacional O que aconteceu é que ela foi
feita ela foi feita e depois dela ser
feita não há hoje ninguém que tenha a
coragem de dizer o que foi dito na
altura sobre o salário mínimo nacional
as pessoas percebem que isso é
fundamental quer dizer que que os
trabalhadores têm que ter direito a um
salário que lhes permita pagar as contas
básicas e hoje com o aumento do preço de
habitação isso já não é sequer verdade
mas mas os argumentos utilizados da
economia tinha de ser sempre uma
Economia em que o salário significava
miséria e que não podia haver nenhum
nenhuma aspiração a nada isso acabou e
acabou por se fez frente eu pergunto-me
então E se nós tivéssemos a coragem
Imaginem
de aumentar a despesa estrutural em
saúde e pagar salários a médicos e
enfermeiros que é despesa Estrutural
para eles ficarem no SNS em vez de andar
a pagar Oros extraordinários ou
tarefeiros que já não é despesa
estrutural e portanto gastamos o
dinheiro na mesma mas As equipas estão
muito mais desorganizadas e o trabalho é
muito mais difícil se calhar ganhávamos
saúde e
provável de fazer o que É sensato e não
simplesmente aceitar instruções
irrazoável
e É também por isso que são um partido
tão eurocris mas repar e é uma forma é
uma forma de nós nunca aceitarmos
discutir alternativas dizermos aos
partidos que tiverem qualquer diferença
em relação digamos assim ao centrão ao
stc europeu que se estão a falar disso
estão a atacar qualquer projeto europeu
o o há uma há uma expressão que é eh que
é que que é utilizada várias vezes até
pelo bloco de esquerda que é nós somos
europeísmo mas nós não somos
eurocêntricos eh nós sabemos que há mais
mundo para lá da Europa e portanto
queremos diálogos vastos e não somos
euro ingenus ou seja percebemos que há
projetos económicos que respondem eh a
quem trabalha a quem está mais
vulnerável e há projetos económicos
criam desigualdade social e a União
Europeia não é neutra é um projeto
económico também e portanto quem queira
defender as pessoas quem queira
horizontes para todas as gerações
precisa de lutar por eles não é a ch que
tá tudo bem nós também lutamos por
mudanças em Portugal ou seja mas e e
porquê porque somos profundamente
Democratas porque acreditamos muito na
soberania do Povo porque acreditamos que
é preciso disputar projetos coletivos de
maiorias sociais para melhorar a vida do
ponto de vista coletivo isso é o mais
importante diretiva eurot topica estamos
mesmo a chegar ao final do episódio de
hoje e isso significa que chegou a hora
da nossa rubrica residente a diretiva
eurot topica para quem ainda não ouviu
os outros episódios no fundo pedimos aos
nossos convidados que Tragam uma
proposta de uma Medida europeia que na
sua opinião permita à Europa chegar mais
perto da eurotopia o que quer que isto
signifique Catarina Que proposta é que
nos traz a há uma há na Europa uma carta
de direitos fundamentais Mas esta carta
de direitos fundamentais não é direito
na União Europeia nem é vinculativa ou
seja temos uma série de tratados que
definem a economia como vinculativa mas
quando chegamos aos direitos e aquilo
que muitas vezes define ou que nós
chamamos os valores europeus já não é
vinculativo o que nós propomos é que
esta carta de direitos fundamentais seja
simultaneamente vinculativa e seja
alargada acrescentada a direitos porque
é uma carta ainda muito incipiente do
ponto de vista de direitos é uma carta
que não olha para a desigualdade por
exemplo nas suas várias versões entre
homens e mulheres portanto é uma carta
precisava do ponto de vista feminista
ser diferente precisava por exemplo de
consagrar o direito das mulheres ao
aborto que é tão importante essa luta
hoje na Europa ou precisa de consagrar
eh respostas
antirracistas que consagrem direitos das
pessoas lgbti mais em todo o território
europeu ter uma carta de direitos
fundamentais que estabelecesse mesmo
direitos e que estabelecesse também a
carta já defende o direito ao trabalho
mas o o direitos dos trabalhadores ou
seja os direitos ao estado social se nós
somos uma Europa que acredita no acesso
à saúde à educação enfim que esses
direitos sejam plasmados nesta carta e
que esta carta passe a ser uma fonte de
direito vinculativa na União Europeia
isso eu acho que não podia ter efeitos
transversais digamos assim na
organização europeia porque depois
passava a ter de ser pensados os
direitos fundamentais quando decidimos a
governação económica passavam os
direitos fundamentais a fazer parte
Quando pensamos como lidamos com as
imigrações passavam os direitos das
mulheres das minorias a ter de valer em
todo o espaço da União Europeia e eu
acho que isso fazia uma enorme diferença
neste momento para os desafios que vamos
ter pela frente chegamos assim ao final
de mais um episódio do eurotopia não se
esqueçam de passar pelo nosso Instagram
po. eurotopia e também pelo Instagram do
crónico jornal crónico onde onde podem
não só ver certos dos nossos episódios
mas também aceder a conteúdos exclusivos
e claro conversar connosco enviar
perguntas sugestões o que quiserem
Obrigada Catarina por ter estado
connosco Obrigado obrigado eu gostei
muito e como dissemos voltamos
quinzenalmente à antena do público para
discutir Os desafios da Europa e
perceber Qual a união que queremos até à
próxima
eurotopia aqui a Europa
recuperação justa verde e
digital os jovens a Europa e os desafios
que enfrentamos eurotopia
[Música]
1 comentário
Em termos de defesa a UE nada faz ou poderá fazer sem o consentimento da NATO ( leia-se EUA).