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[Música] eu sou o hilar Correia e este é o p24 jovem que faç a asneira deve ir à tropa o ministro de defesa defendeu que os jovens que cometem pequenos delitos devem cumprir serviço militar para se tornarem cidadãos melhores Nuno Melo entende que o serviço militar é uma alternativa à colocação dos jovens em instituições que considera que são escolas do crime a ministra da Justiça Margarida Blasco concordou com a proposta e acrescentou que Mel falara em nome do governo mais tarde porém o ministro de defesa disse que aquelas declarações tinham sido e cito uma possibilidade para efeito Académico e de conjuntura fica-se na dúvida de que instituições é que o ministro está a referir dos centros educativos para jovens que cometem delitos depois dos 16 anos ou dos centros de acolhimento para crianças e jovens em perigo fica a dúvida auno Melo está a falar afinal das prisões por todos os efeitos o serviço militar não é permitido a jovens com idade inferior aos 18 anos para nos falar sobre esta proposta e sobre os problemas de recursos Uranos das Forças Armadas temos hoje connosco o general Pinto Ramalho que exerceu o cargo de chefe do estado maior do exército entre 2006 e 2011 bem-vindos ao p24 desta quinta-feira 2 de Maio de 2024 caro General Pinto Ramalho seja bem-vindo ao ao p24 o ministro de defesa propôs que os jovens que cometem pequenos delitos devem cumprir o serviço militar para se tornarem cidadãos melhores eh acha que esta proposta corresponde às carências das Forças Armadas de que tem falado bastantes vezes muito obrigado pelo convite mas devo dizer que não posso associar as declarações com o que o Senor ministro da Defesa Preferiu a qualquer hipótese ou qualquer ideia de solucionar os problemas das forças Armadas com a proposta que efetivamente foi apresentada as forças armadas não são eh um quer dizer melhor dizendo o serviço militar não é uma punição nem as forças armadas são uma instituição destinada a receber delinquentes para os reinserir na na na sociedade Portanto o seor o seor ministro da Defesa certamente eh desconhece a função a função da das das das Forças Armadas Ou pelo menos não esteve presente quando fez essa proposta e julo que será feito que terá feito de uma forma talvez eh desconcertante para não dizer uma outra palavra eh e de uma forma pouco pouco pensada e pouco enfim pouco sustentada quer dizer eh não não faz sentido aquilo que disse eh as forças armadas têm realmente que ser uma instituição Atrativa a todos os os tratos da sociedade portuguesa mas uma instituição que motiva a participação e não entendida como uma instituição que recebe delinquentes para enfim de certo modo os recuperar isso compete a outras instituições E essas essas outras instituições é que têm que realmente tratar desses assuntos Forças Armadas não são Instituto de reinserção social Claro é negável que as forças armadas têm um problema de recursos humanos não é a título de exemplo citando até o próprio General a PSP tem o dobro dos efetivos do exército que pode pôr em causa as missões internacionais no nas quais o país participa não é como é que vamos poder resolver esse problema de recursos Ora bem eh o a questão que se coloca e que se deve ser avaliada tem a ver com aquilo que foi que é a situação que se verifica desde 2011 em 2011 nós tínhamos um efetivo eh estrutural e um efetivo que que se aproximava das efetivas necessidades do sistema de forças que tinha sido levantado estávamos à volta dos 24.500 militares e se vi tínhamos nesse nesse nesse número cerca de 2000 civis de lá para cá nós temos neste momento umas Forças Armadas que atingem 21.000 cerca de 21.000 homens e no caso do exército menos de 10.000 portanto estamos está a ver qual é a situação Ora bem alguma coisa aconteceu durante este período e é isso tem que ser analisado durante este período houve claramente como Aliás o antigo primeiro-ministro referiu na na Ucrânia um desinvestimento eh significativo nas Forças Armadas não só nos recursos humanos como também na no no âmbito da Lei programação militar e nos sistemas de armas houve muitos equipamentos designadamente no exército houve pelo menos três programas estruturais que foram que foram cancelados um definitivo na totalidade no caso dos helicópteros NH 90 e dois particolarmente o caso dos caros de combate leopardo 2 A6 e o programa da pandur Mas pior que isso foi realmente ter-se quebrado aquilo que era designado pelo fluxo de recrutamento das 10 incorporações anuais que tínhamos em 2011 passamos a ter eh incorporações deced didas pela disponibilidade que o ministério das Finanças eventualmente eh definia e portanto esse fluxo foi-se perdendo que houve anos em que se fez uma duas incorporações e realmente nós podemos interrogar um cidadão que pretende vir para as forças armadas e que lhe digam depois que quando ele pergunta bem mas agora quando é que eu quando é que eu entro quando é que eu sou admitido bem nós depois avisamos Talvez daqui a seis meses Ora bem o cidadão vai tratar da sua vida portanto houve todo um processo de desinvestimento eu até relembrava aqui um um aspeto que durante algum tempo esteve em em cima da mesa que era aquela ideia Peregrina de só se recrutar um um funcionário quando saiam dois quer dizer isto aplicava-se também às Forças Armadas ou pretendia-se aplicar também às Forças Armadas portanto chegamos à situação em que estamos hoje o número efetivo está de facto abaixo do autorizado e as forças armadas têm também como o seu próprio General tem dito uma pirâmide invertida não é É necessário uma reforma repar não podemos confundir dois dois aspectos um aspecto tem tem a ver com o serviço militar as políticas públicas de Serviço Militar que podem ser um serviço militar de conscrição Há muitas variantes e realmente não temos provavelmente tempo para para div enfim para debater todas essas essas Vertentes mas nós temos que encontrar meios atrativos tornar as forças armadas atrativas para Realmente todos os tratos da sociedade portuguesa poderem sentirem-se vocacionados para participar sentirem que há vantagem participar nas Forças Armadas as forças armadas estão dignificada a condição militar está dignificada quer dos pontos de vista social quer do ponto de vista económico e portanto os jovens sentem que há vantagem há interesse há realmente é importante participar nas Forças Armadas repare que há países onde onde o mino da Defesa tem departamentos para explicar porque é que determinado indivíduo porque é que determinado jovem não é demetido no serviço militar e é dispensado porque realmente fazer o serviço militar nesses países É vantajoso e implica realmente aspectos muito concretos depois a questão da pirâmide não confundamos as coisas nós somos um país com 10 milhões que necessariamente teremos umas Forças Armadas de com uma com uma dimensão limitada e portanto adequada às nossa a nossa dimensão estratégica Ora bem se nós tivermos que mobilizar nós temos que dispor de um quadro permanente para além de segurar o sistema de forças que levantamos esse quadro permanente tem que ter capacidade para treinar e para enquadrar a primeira vaga de mobilização se é que nós realmente queremos dar corpo àquilo que dizemos no na Constituição da República no artigo no parágrafo primeiro da da da da do artigo 276 que a defesa da Pátria é uma responsabilidade de todos os portugueses Ora bem se é uma responsabilidade de todos os portugueses nós deveremos criar condições para que eles possam desempenhar essa função e que um processo de mobilização parta de um universo que tem alguma preparação militar e portanto aqui levava-os enfim ao debate se eh deve haver um serviço militar à República um serviço Nacional à República armado e não armado em que o cidadão possa optar e onde a legislação garante que asidades desse serviço militar armado eh e desse serviço portanto da República armado tem os quantitativos necessários e depois permite a partir daí crescer para para o o contrato e para preenchimento do sistema de forças que pretendemos portanto isso é um debate que se tem que fazer não pode ser feito como nós temos assistido um debate praticamente quase como se fosse à mesa de um café em que eu concordo tu Disc cordas em que realmente o grande argumento para não se fazer o debate um debate onde devia estar envolvida o poder político necessariamente mas também a sociedade civil e as forças armadas a academia As instituições da sociedade civil eh que debatesse realmente toda esta toda esta problemática porque não faz só para terminar não faz sentido Não é argumento nem pode ser digamos assim uma escusa responsáveis políticos dizer que eh não não não não concordo com o serviço militar obrigatório ponto e depois dizer que não há condições para trazer o serviço militar obrigatório quer dizer isto é uma forma de dizer que não se quer fazer um debate pode-se chegar a essa conclusão ou outra mas faça-se o debate tenha-se a coragem política para debater esta questão que é uma questão estruturante do estado e não feder que se resolve com delinquentes nas Forças Armadas ou eventualmente até com estrangeiros parece que nós estamos aqui com a preocupação de não ferir eleitorados dizendo que bem nós resolvemos este problema com com uns cidadão especia cidadãos especiais e que os nacionais podem estar descansados que isso não é convosco este direito de ausência não é admissível portanto há realmente que haver neste debate e não está a ver eu costumo dizer que a questão não se pode resumir a ser pró ou contra o serviço militar obrigatório porque a questão vai muito muito para Além disso não é mas sabemos que uma recruta com 3S meses ou ou 4ro meses como há pouco tempo não não permite obviamente preparar ninguém para para exercí Essas funções e por outro lado também a contratação neste momento não é minimamente interessante seja seja para quem for portanto não estão reunidos as condições para resolver esse problema de de recrutamento não é desculpe Eh estamos estamos a confundir duas coisas peço desculpa enf introduzir aqui alguma clarificação quando se fala num serviço militar ou num serviço à República armado pretende-se realmente criar condições para que o cidadão tenha pelo menos as seguintes oportunidades saber sobreviver no campo de batalha integrar-se numa unidade e desempenhar algumas funções e operacionais repare que a questão da tecnologia e aquilo que acabou de referir eh não é quer dizer por vezes está está realmente a mascarar alguma confusão porque Repare no que se passa atualmente o que é que acontece atualmente atualmente nós recebemos os contratados um indivíduo que vem para o contrato e durante o primeiro ano é preparado quer dizer é feita a a sua recruta é feita a sua especialidade e depois começa a ingressar no sistema de forças Ora bem o aspecto tecnológico é um aspecto que deve ser tido em conta da seguinte forma quando nós chegamos quando qualquer mancebo quando qualquer cidadão chega às Forças Armadas é treinado como se espera combater e é treinado no ambiente tecnológico que essas Forças Armadas T não é nro quer dizer poes diz ah mas ao fim do ano não está ainda totalmente Prado é natural como acontece hoje no nos contratados e só ao fim e por isso é que é o problema da retenção se nós não conseguirmos reter os contratados durante um certo tempo pelo menos 36 meses Então temos problemas significativos no no levantamento das Forças Armadas do sistema de forças portanto eh ir às Forças Armadas durante um período e não pode ser três ou quatro meses senão isso é uma brincadeira quer dizer nós já tivemos essa figura dos três ou 4ro meses quer dizer apontemos para 10 ou 12 meses será sempre qualquer coisa aliás é o que se passa noutros países é um ano de serviço militar e e portanto é isso que permite realmente atingir alguma qualificação e criar um universo capaz de ser mobilizado senão o processo de mobilização começa sempre do zero e portanto não é isso realmente que é eficaz repare nós podemos comparar com situações muito concretas que estamos a viver aliás são essas situações concretas que têm motivado este debate o que se passa na Ucrânia quais são uma das queixas da Ucrânia é que na realidade os indivíduos que são chamados às fileiras não têm tido o o o o treino que era necessário mais eles queixam-se inclusive que não não recebem o armamento que deviam receber e até já houve propostas enfim dos cidadãos que estão no exterior que dizem bem o grande problema é que se nós tivéssemos um Centro de Instrução por exemplo Na Polónia noutro sítio quer dizer coisas um bocado enfim um pouco enfim mirabolantes Mas enfim nós aí tínhamos a garantia de que o nosso treino era adequado e que podíamos ir para a frente e depois é também o próprio duração do serviço militar repar falamos aqui num ano mas quer dizer um um um um estudo sobre o serviço militar tem que implicar primeiro eh se queremos criar este Universo de possibilidade que possibilita a mobilização segundo qual é a duração desse serviço por forma a responder minimamente à preparação do cidadão e eventualmente às necessidades das Forças Armadas porque esse processo pode ser a grande fonte de recrutamento dos contratados e dos voluntários como aliás acontecia quando o smo o serviço efetivo normal coexistia exatamente com o contrato e com o voluntariado e depois temos que dizer o seguinte e e portanto este este este mecanismo prevê efetivamente eh que os cidadãos possam fazer a sua qualificação académica de uma forma normal e daqueles que conseguem seguir portanto na na na faculdade a sua formação sem sem interrupções depois do serviço militar há condições está prevista a sua reinserção no mercado de trabalho quer dizer há espaço para para utilizar aqueles que genuinamente genuinamente têm uma objeção de consciência estou-lhe dar aqui alguns exemplos e repar por isso é que eu digo que não é branco e preto e portanto a forma de tratar o problema tem tratar o problema como tem sido até agora é uma forma Leviana irresponsável e penso que não dignifica Quem trata o problema Desta maneira panto estamos ter esta conversa por causa da invasão rússa da Ucrânia tá na altura na sua opinião de Portugal e Europa reverem os seus investimentos na defesa com este governo e não neste cenário de de conflito tão reunida finalmente pelo menos as condições para este debate as condições políticas para essa revisão para atingirmos como defendo os 2% do do PIB de investimento nas Forças Armadas Olhe eu devo dizer-lhe que se não for agora não sei quando é que será se não é quando temos uma guerra na Europa e temos realmente a a a perceção nítida da incapacidade europeia de apoiar a ria porque tem realmente os seus stockes em baixo em capacidades notórias do ponto de vista eh da defesa e e do arder necessário para enfim para levantar Exatamente esse apoio quando é que será e bem É muito fácil falar da Ucrânia e da Rússia Mas é bom também falarmos da nossa casa e falarmos das nossas forças armadas e portanto E quando é que realmente as nossas forças armadas encontram da parte do poder político dos poderes políticos dos vários governos uma atitude no sentido de lhes dar aquilo que necessitam aquilo que que realmente são ultrapassar as lacunas operacionais que têm não só e mas não só mas quer dizer mas em primeira prioridade a questão dos recursos humanos mas depois também aspectos muito concretos que temos visto temos ouvido falar inclusive neste ambiente operacional da Ucrânia Como é que está a nossa defesa aérea Como é que está a nossa artilharia como é que estão as nossas reservas de guerra como é que estão as nossas capacidades em termos blindados em em termos mecanizados Como é que está a nossa força aérea Como é que está a Marinha sobretudo que reservas de guerra Qual é a sustentação qual é a duração em combate da da das nossas forças armadas portanto tudo isto são são questões olha um outro aspecto por exemplo a nossa lei de mobilização é datada de 1992 quando existia serviço militaro obrigatório nunca mais foi nem regulamentada foi nem revista foi portanto se não é agora que Nós pensamos as forças armadas em função dos Desafios que temos e não só no enfim perante o o quadro que vivemos na na na Ucrânia e na e na e na enfim na Ucrânia e também em Gaza também é um bom uma boa um bom digamos palco de observação se nós não pensamos naquilo que é as responsabilidades que temos vou lhe dar mais um exemplo em 2011 Portugal Assumiu a responsabilidade de enquadrar e Comandar um Battle grouo da União Europeia enquadrando forças das da da França da Espanha e da Itália e nós fornecemos o comando de Brigada e tudo aquilo que era associado à estrutura do comando e de apoio desse Battle group neste exercício que vamos faz que rato está a fazer mandamos 130 homens e vamos mandar cinco carros de combate portanto está aqui bem visível aquilo que nos devia preocupar caro jel muito obrigado por ter participado neste podcast a sugestão de hoje é de queou à série de podcasts clandestinos este podcast especial para os 50 anos a 25 de Abril chegou Antão fim no último episódio ouo a história de Branca Carvalho a mulher que resistiu dentro e fora da casa clandestina e que no primeiro de maio de 1974 o primeiro celebrado sem repressão policial após 48 anos de ditadura distribuiu a propaganda que fizera numa tipografia às escondidas são histórias sobre pessoas a quem o 25 de abril de 1974 devolveu a liberdade mas também o próprio nome Branca Carvalho está prestes a fazer 71 anos naquela altura estava prestes a fazer 21 a sua consciência política não era coisa recente terminada a quarta classe teve de começar a trabalhar aos 11 anos fazia serviços de limpeza em casa de familiares aos 13 assumia uma tabacaria aberta pelos pais numa janela lá de casa eu não achava muita piada porque eu não gostava de estar em casa eu preferia andar fora mas nesse período foi necessário e eu fiquei para ouvir em público PPT barp podcasts ou nas plataformas de streaming obrigado por ouvir o p24 voltamos amanhã o p24 é um podcast do público com música original de Ana Marques Maia a s na plastia deste Episódio é de Ruben Martins o público fica no ouvido