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eu sou Ines Rocha e este é o p24 que geometrias políticas saem das europeias em Portugal e na Europa o PS venceu estas eleições e é hoje a primeira força política em Portugal o PS venceu as eleições europeias com 32,10 dos votos menos do que nas últimas eleições mas fica ainda assim à frente da Ad que só conseguiu 31,12 dos votos Luís Montenegro assumiu a derrota mas com uma diferença curta para o partido socialista o líder da Ad não questionou a legitimidade da Coligação para continuar a governar e o resultado de hoje não cumprindo o primeiro objetivo ainda assim dá-nos muito mas mesmo muito alento para prosseguirmos nos próximos anos a caminhada que nos trouxe até aqui da noite a iniciativa Liberal ameaçava tirar ou chega o lugar do pódio mas apesar de um resultado muito inferior aos 18% alcançados nas legislativas o partido de André Ventura manteve-se à frente dos liberais com 9,79 por dos votos e dois deputados eleitos ainda assim a iniciativa Liberal registou a sua maior vitória numa eleição pela primeira vez consegue eleger para o Parlamento europeu e com dois deputados acima do Objetivo traçado de um deputado eu vou para Bruxelas mas não vou sozinho levo Ana Martins comigo à esquerda bloque de esquerda e cdu conseguem eleger um deputado cada livre e Pan ficam à porta do Parlamento europeu em Bruxelas as relações de forças mudam agora para os próximos 5 anos a esperada subida da direita radical aconteceu mas com menos peso do que o esperado e o partido Popular europeu continua a ser o partido com mais representação o que será uma boa notícia para Úrsula V derl já em França a direita radical Teve uma grande Vitória a união Nacional Venceu com o dobro dos votos do partido de Emmanuel macron o que levou o presidente francês a dissolver a assembleia nacional e a devolver a voz aos eleitores como se medem agora os equilíbrios de forças no Parlamento europeu e também na Assembleia da República neste p24 ouvimos David Santiago editor de política do público e também Rita Sisa correspondente em Bruxelas bem-vindos ao p24 hoje é terça-feira dia 11 de junho de 2024 David bem-vindo ao p24 Olá Pedro Nuno Santos disse no discurso da noite eleitoral que o PS é a primeira força política em Portugal Mas também disse que não será pelo PS que haverá instabilidade política como é que achas que este resultado esta vitória do do PS curta pode influenciar a política interna Portuguesa de certa forma enfraquece o o governo eu eu eu diria que não não enfraquece o governo o que eu acho é que este resultado acaba até por por ser uma espécie de maior salvaguarda ou maior ou quase um seguro de vida para o governo h e sobretudo para para a estabilidade governativa isto em que na medida em que este resultado é aqui no fundo uma espécie de remake das das legislativas com a diferença de que deixa ser a AD ganhar por muito pouco e passa a ser o PS a ganhar por muito pouco ora nós sabemos que poderá haver pessoas ou que haverá mesmo pessoas seja no governo mas em particular na AD que consideram e que têm atuado também por forma a deixar aqui a a possibilidade de de haver eleições a a a breve trecho ou seja haver aqui até algumas tentações de algumas pessoas eh de fazer aqui também uma espécie de aqui vou repetir a expressão mas uma espécie de remake daquilo que foi Cavaco Silva no seu início quando tem aquele primeiro governo de 2is anos e depois há eleições e os portugueses também na altura para para contribuírem para a estabilidade e para acabarem com a incerteza acabam por eh dar uma uma maioria a Cavaco Silva E e nesse sentido eu acho que isto vai vai acalmar esses ímpetos porque mostra aqui a AD que há aqui um risco de facto se forem provocadas eleições antecipadas há um risco de de de o PS ganhar e portanto eu diria que o refriar dessas desses íos aqui acaba por ser um contributo para uma maior estabilidade da governação por outro lado e aquilo que diz Pedro Nuno Santos é um facto o PS é agora a maior eh força política nacional no que di respeito às europeias nós não podemos falar no plano nacional no plano nacional O que é facto é que o governo é da Ad e que o PS e tem sempre dito que seria praticamente impossível viabilizar um orçamento do estado e do qual acent em pressupostos que a partida discordar sobretudo em matérias fiscais não só mas sobretudo H mas nós também sabemos que nas últimas semanas tem havido alguma evolução Tem havido uma pressão muito grande no PS por parte de autarcas em particular da Presidente da Associação Nacional do municípios da socialista Luísa Salgueiro que inclusive foi apoiante de Pedro Santos na disputa interna contra José Luis carneiro e essas pressões fazem que Como o próprio público noticiou há cerca de duas semanas diria duas três semanas há aqui uma a ideia de que o PS possa já contemplar a possibilidade de viabilizar o orçamento ou seja o tal praticamente impossível já deixou de ser pelo menos praticamente terá sido atenuado essa essa atenuada essa impossibilidade e isto para dizer que eu acho que o resultado das europeias acaba por ser um contributo nesse sentido uhum olhando também para o resto dos resultados o chega Continua em terceiro lugar eh mas com uma percentagem bem mais baixa do que nas legislativas e a iniciativa Liberal sobe consegue eleger dois deputados eh isto na tua Ótica explica-se pela Escolha dos candidatos Tanger Correia pelo chega e Cotrin Figueiredo pela iniciativa Liberal achas que podemos fazer leituras sobre o como fica o espaço da da direita e da direita radical em Portugal a a leitura e há imensas leituras que podem ser feitas destes resultados umas mais especulativas do que outras mas eu diria que o chega de facto cai bastante Face àquilo que foi o foi o resultado nas legislativas há um dado que é interessante que é eh nós víamos o chegas já aproximar-se de um grande partido partido médio grande nas legislativas ou seja ele estava muito mais próximo estava a cerca de 10 pontos daquilo que era a h a percentagem de votos conseguida por PS e ad e neste momento está eh na casa já dos 9% perto dos 10 mas está com 9% tal como a a iniciativa liberal e o que é que isso mostra então que de facto o o Chega Não só não se aproxima mais dos dois maiores partidos como acaba por recuar e com o crescimento da Il acabam por ficar em linha e portanto há aqui uma disputa agora claríssima pelo pelo terceiro lugar entre entre entre estes dois partidos eu acho que esse resultado H resulta digamos assim de vários de uma de uma confluência de fatores ou seja João cotri Figueiredo é claramente um candidato muito mais bem preparado muito mais capaz do que António Tanger Correia isso é indiscutível mas por outro lado Nós também sabemos que André Ventura esteve muito presente na campanha eo significa que ele próprio não conseguiu mobilizar o eleitorado por outro lado nós sabemos também que as eleiç europeias tradicionalmente são muito marcadas pela abstenção ontem voltou a ser o caso é um facto que a abstenção diminui Face a 2019 por exemplo mas isto para dizer que o chega nas eleições de 10 de Março nas legislativas foi buscar muito voto à abstenção ora a partir do momento em que há um reforço da abstenção tendencialmente o chega será o partido mais penalizado e nesse sentido por um lado e eu não gostaria de fazer um paralelismo deste AD para umas potenciais legislativas porque são são lógicas absolutamente diferentes mas também é indiscutível o facto de que André Ventura não se mostrou capaz de mobilizar o o eleitorado abstencionista em particular mas também algum do eleitorado que votou chega e que agora votou provavelmente noutros partidos eventualmente até na na iniciativa Liberal portanto eu diria que André Ventura é um derrotado neste neste particular até porque foi ele que assumiu as despesas da campanha António Tanger Correia teve várias vezes ausente houve até H dias em que nem aparecia ou ou pelo menos partes do dia em que não aparecia nas ações de campanha e ao mesmo tempo a el e em particular com o trin figaredo que é um candidato mais capaz até do que o próprio atual Líder que lhe cedeu na liderança e portanto nesse sentido eu diria que que de facto a leitura principal aqui é de que que há um um Vencedor aritmético que é o PS desta eleição mas que há um Vencedor político e o vencedor político é eh claramente a a iniciativa Liberal eu gostava só já agora deixa-me acrescentar uma nota que eu acho que pode ser interessante em relação ao chega que é será interessante avaliar nos próximos tempos como é que se vai comportar o chega eh em particular no Parlamento isto porquê vemos agora que tendo tido um mau resultado é possível que André Ventura tente aqui voltar mais à génese do partido E intensificar digamos assim esse discurso antissistema e um discurso mais radical por outro lado H poderá ter resultado também de alguma forma aquilo que tem sido a estratégia política do governo e do Luís Montenegro de colar o chega o PS Luís Montenegro no final da campanha na sexta-feira dizia H perguntava aos eleitores do chega estão satisfeitos ser era isto que queriam quando votaram no chega se era ter um partido que tem sistematicamente ajudado o PS a Izar medidas contra a vontade do governo tem-se visto isso agora na semana passada no IRS Sim há também as excute que já foi na generalidade há de ser votado entretanto ou seja há aqui uma eu não diria aproximação do chega e do P mas há aqui uma uma confluência isso é indiscutível e e confluência sobretudo a parte do chega porque tem sido o chega a viabilizar as propostas do PS e não o contrário e portanto resta saber também se este mau resultado do chega levará ou não eh André Ventura a repensar este tipo de posicionamento que de alguma forma é é é é é uma forma de bloquear e capacidade de governação do da Ad não é mas ao mesmo tempo acaba por aqui poder defraudar algumas expectativas do eleitorado do chega que é antissocialista Se quisermos e Portanto acho que há aqui uma reflexão interna que André Ventura fará isso nós sabemos que a reflexão interna no chega é sobretudo feita ou única exclusivamente feita por André Ventura e eu acho que será interessante perceber agora se haverá aqui alguma mudança de atitude seja no aspecto de maior radicalização seja no que diz respeito à aprovação de medidas e no Parlamento certo David muito obrigada obrigado eu e viramos agora para Bruxelas onde Rita Sisa correspondente do público tem estado a acompanhar estas eleições europeias Rita nestas eleições europeias o centro conseguiu resistir à vaga que se previa de grande crescimento da da direita radical eh como é que fica com as relações de forças no Parlamento europeu depois desta eleição O que é que destacarias e destacaria duas coisas e a primeira é que e a narrativa que foi sendo alimentada de de facto de uma forte guinada para a direita e não se materializou Mas isso não significa que a direita radical e extrema não tenha conseguido subir mas curiosamente eh os partidos da da chamada grande Coligação portanto aqueles dois grandes blocos de centro direita e centro esquerda também subiram e portanto eh na verdade voltamos a ter um Parlamento que vai estar mais fragmentado eh que vai estar eh mais plural porque há uma uma eh entrada de várias novas forças políticas que que até agora nunca tiveram representar e mas mas onde e as as aritméticas para formar as maiorias Não Se alteraram portanto tenho estado de calculadora na mão há mais de 12 horas e e a matemática não não permite e pensar que apesar dos dos ganhos alcançados que não é possível haver uma maioria exclusivamente de direita ou seja há uma clara e maioria bastante confortável da chamada do chamados partidos pró-euro e progressistas que são e além do ppe e e dos socialistas e Democratas eh também os liberais e também os verdes e e e portanto e aquele sonho para alguns Pesadelo para a maior parte dos outros de uma maioria de bloqueio eh das forças radicais extremas da direita eh não vai concretizar-se eu diria que isso são muito boas notícias para a união europeia uhum e não vai concretizar-se graças a vários países que não elegeram com tanta força a direita radical incluindo Portugal e e Espanha eh em França a questão é diferente a direita radical Teve uma grande Vitória eh ao ponto de levar o presidente a dissolver a assembleia Nacional como é que viste esta decisão de macron é é arriscada porque é que ele arrisca tanto bem eu acho que era a única decisão possível perante aquele e panorama eleitoral e Mas isso também me leva a a falar daquela que eu acho que é a segunda grande conclusão em deste destas eleições de domingo em termos europeus e e que é os impactos das votações vão sentir-se sobretudo no os estados membros e não tanto no Parlamento europeu Porque como já vimos antes em termos de Matemática A Coisa Tá mais ou menos estabilizada eh em relação à em relação à França eh convém dizer que eh mesmo num cenário em que o o o movimento do presidente perca eh a muito curta maioria que já tinha na assembleia nacional não seria inédito haver um um presidente eh a governar com uma assembleia nacional de um bloco político opositor ao seu e Mas seria absolutamente inédito que seja e um bloco de extrema direita e portanto é de facto arriscado desse ponto de vista e a minha leitura e e devo desde já dizer que não sou especialista na política interna e francesa é de que este era o único momento em que Emmanuel macron podia jogar esta cartada eleitoral porque eh Apesar de todas as sondagens já dizerem que que a união Nacional de Marine le pen seria a grande vencedora das eleições também não é novidade portanto os franceses utilizam muito as eleições europeias para para mostrar o seu cartão amarelo neste caso é um cartão vermelho eh ao governo mas o facto de ter sido uma vitória tão retumbante penso que o efeito de choque é é de tal forma grande para o eleitorado francês que provavelmente vai haver aqui uma tendência para tentar contrabalançar isto imediatamente já nestas eleições que estão marcadas agora para junho e julho eu acho que se o presidente francês Tivesse deixado correr o calendário eh até ao fim do ano o efeito surpresa já teria sido perdido e já e já havia aqui uma certa normalização desta situação e portanto eu acho que aí seria de facto mais arriscado do ponto de vista do resultado que poderia ter agora e está tudo em aberto não isto não quer dizer que que não venha a acumular uma nova derrota H nas eleições para a assembleia nacional que que depois complicaram enfim eu acho que que levariam uma espécie de uma paralisia política em França e agora enfim o resultado disso nem sequer me atrevo a tentar antecipar olhando agora para as lideranças das instituições europeias Com estes resultados estudo indica que Vl conseguirá a reeleição para a comissão europeia pelo Parlamento europeu e em relação ao conselho europeu as declarações de Montenegro abriram caminho a uma candidatura de António Costa bem eh abriram caminho a se o nome de António Costa eh acabar em cima da mesa na na simeira entre os os líderes europeus onde vão ser distribuídos os os chamados top Jobs não é portanto os cargos de topo dirig entes das instituições comunitárias Portugal apoio mas mas isto é uma decisão absolutamente partidária e portanto eh nesta distribuição que começa por ser uma distribuição pelas várias famílias políticas o primeiro-ministro português não está na família política do ex-primeiro-ministro e portanto quando muito daria um voto positivo se o nome de António Costa fosse avançado pelos seus correligionários socialistas parece-me que em todo caso ou H há mais hipóteses A partir de ontem de que esse de que o nome de António Costa possa ser mesmo um dos que estão em jogo para o cargo de de Presidente do Conselho europeu há assim uma espécie de de tradição da política europeia que aconselha um pouco mais de cautela e que é a seguinte normalmente diz em Bruxelas que os nomes que aparecem primeiro são os nomes que são para queimar e o nome de António Costa tem estado há meses até mais até talvez há mais de ano e a ser apontado e portanto e por essa enfim seguindo essa tradição eh isso significaria que alguém está a negociar nas sombras para aparecer como um vitorioso retumbante mas de facto olhando para o panorama no conselho europeu onde ao contrário do do que aquilo que aconteceu em 2019 a representatividade de de governos socialistas é muito inferior desta vez portanto Uma Escolha entre os e normalmente a escolha do presidente do conselho Europeu é uma escolha interpares portanto normalmente a escolha recai em alguém em quem os líderes que fazem essa escolha conhecem e Confiam E é verdade que António Costa já não está na sala mas todos aqueles que estão na sala conhecem no bastante bem e e dos que estão na sala que são socialistas poucos têm condições para aceitar esse cargo talvez a primeira-ministra dinamarquesa seria aquela que que tivesse nesta altura um pouco mais de de apetência eh pelo cargo mas depois aí entram em eh também em jogo as questões de distribuição geográfica de distribuição por género etc e e e e nesse caso eh António Costa talvez também fosse favorecido em relação à a presidente da Comissão europeia eh eu acho que vai ser uma uma nomeação no conselho europeu e uma eh reeleição no Parlamento europeu Sem drama acho que isso foi muito percetível eh já ontem no domingo eh e aliás foi também já muito percetível no discurso na breve reação que urs Vl eh teve no Parlamento europeu às às projeções da composição do próximo eh Parlamento europeu em que já deixou completamente de lado nem sequer mencionou o possível apoio das bancadas da direita radical eh aliás da da única bancada e de direita radical que ela admitia poder negociar porque percebeu que tem na grande Coligação e também na abertura que os verdes deixaram a Os Verdes que não a apoiaram em 2019 mas que deixaram essa abertura A apoiá-la desta vez portanto já percebeu que tem aí uma maioria confortável para a sua reeleição e amanhã quando a chamada conferência de presidentes do Parlamento europeu reunir para eh acertar a data eh para marcar a data em que vai ser feita a eleição do do presidente da Comissão europeia eh eu Eu presumo que se eles decidirem que será já na na sessão constitutiva que está marcada para 18 de julho eh Então isso é o Claro indicação mais clara de que esta maioria absoluta está cozinhada e que nem sequer vai ser preciso andar aqui a negociar E durante as férias para para que essa eleição ocorra só em setembro certo Rita muito obrigada nada nós temos poucos elementos que nos permitam fazer afirmações seguras ou relativamente seguras sobre o que foi a vida de Camões Um Dia Depois de celebrarmos o dia de Portugal que é também dia de Luís de Camões há um vídeo no público que vale mesmo a pena ver a vida do poeta português está rodeada de incógnitas de desde o nascimento às brigas em que entrou aos amores e amizades cinco mistérios sobre Camões um trabalho de Joana burgar e Ana Zara Coelho entra na casa forte da torre do Tombo para perceber o que sabemos e o que não sabemos sobre o misterioso autor dos Lusíadas é tudo por hoje o p24 volta à manhã Tenha um bom dia o p24 é um podcast do público com música original de Ana Marques Maia a s na plastia Episódio é de Inês Rocha
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