🗣️ Transcrição automática de voz para texto.
[Música] antigo Ministro foi presidente da caixa geral de depósitos é da Associação Portuguesa de bancos e é a pessoa indicada para olhar para as lições da supervisão bancária e para o orçamento do Estado Faria de Oliveira vai direto ao assunto nesta edição da tarde política bem-vindo Obrigada por se juntar a nós com o julgamento do bês decorrer ao fim de 10 anos podemos dizer que aprendemos com a lição Creio que sim eh creio que o momento atual é bem o testemunho do trabalho que foi desenvolvido não apenas e em depois da crise do Bees Mas mesmo depois da crise financeira de 2008 da crise da dívida Soberana da ressão económica que se instalou até 2014 eh e que e foram algumas das causas da situação do Be e de outros bancos no caso do bez em particular e isto foi acompanhado por erros de gestão bem graves alguns e o que simultaneamente acompanhado pelas deficiências regulatórias foram os grandes responsáveis pela pronto por aquilo que veio a acontecer naa as autoridades políticas e decidiram rever o quadro regulatório e apoiar financeiramente os bancos viáveis mas com problemas de Capital com o objetivo de salvaguardar e por um lado a estabilidade financeira mas fundamentalmente os depositantes eh Isto foi feito introduzindo requisitos regulatórios muito mais exigentes uma supervisão muito mais intrusiva e um novo quadro que eu diria muito quer que foi de facto muito mais complexo muito extenso eh muito denso tendo mesmo produzido e regulação excessiva nalguns casos com calibragem com flexibilidade com períodos de transição insuficientes e foram também eh realizadas e realizados empréstimos para a recapitalização dos bancos em dificuldades curiosamente em condições estranhamente eh contraditórias com os objetivos na medida em que os bancos foram obrigados com o argumento de questões de concorrência a pagar juros de valor exorbitante apesar disso eh eh para agravar a Não e aqui Acre que mais tarde com a descida das taxas de juro que vieram a atingir valores por vezes até negativos afetaram ao mesmo tempo e significativamente a margem financeira dos bancos e com isso a sua rentabilidade a tudo isto eh eu creio que os bancos responderam aos novos desafios eh de uma maneira muito significativa e a prova disso é que se encontram hoje numa situação que se pode dizer francamente positiva tem ros de Capital muito elevados tem ros de liquidez excelentes uma rentabilidade finalmente acima dos valores do custo de capital rácios de NP de npls e portanto de de incumprimento de crédito francamente baixos O que significa que o sistema bancário português hoje está muitíssimo mais robusto e portanto aprendeu-se aprendeu-se a lição engir Faria de Oliveira mas no entanto há 10 anos a queda do Be enfim conseguiu-se evitar que o efeito de cascata mas provocou um dano enorme na e ecomia Portuguesa e sobretudo eh nos lesados que vemos e temos visto agora ainda ali à porta do tribunal ainda é possível eh fazer justiça a Estas pessoas que que que perderam algumas tudo o que tinham dos seus das suas eh dos seus depósitos das suas reservas para a reforma ainda é possível que este que que que a justiça seja feita a Estas pessoas vamos eu eu penso que entre os lesados do Be há há de facto várias situações e bem diferentes e e várias causas também bem diferentes mas sem dúvida nenhuma que cabe agora à justiça eh de definir eh em primeiro lugar eh em termos de julgamento eh as penalizações que forem justificadas e por outro lado eh eventualmente encaminhar-se para procurar encontrar soluções para aqueles que foram de facto eh lesados através de informações indevidas de pronto de induzir ao erro pronto Essas são sem dúvidas situações que devem ser reparadas soubemos ontem que o orçamento do estado vai ser aprovado antes de mais este é um bom orçamento ou é um orçamento feito para agradar olhe a eu creio que e este orçamento é o orçamento e possível Face ao quadro parlamentar existente H mas é naturalmente e por isso mesmo menos ambicioso do que se esperaria Face ao programa da Av no entanto eh aparenta ser um um um orçamento eh que eu diria eh muito razoável apresenta desde logo um quadro macroeconómico e em que o crescimento previsto para a economia em 2025 sendo inferior ao que constou do programa é no entanto já e superior e h algumas previsões mais recentes eh por outro lado em relação aos anos seguintes aquilo que aparece no no quadro plurianual eh refere-se apenas ao crescimento do pi potencial e e este crescimento do PIB potencial que que é apresentado corresponde a um novo regulamento comunitário e não Tom em consideração alterações ao quadro atual portanto é como se é como se houvesse uma fotografia do momento atual E no momento atual se perspectiv Asse o que vinha a acontecer ao futuro e não não considera o efeito de todo o conjunto de medidas adicionais de medidas variantes que possam vir a ser realizadas a partir deste momento incluindo o próprio efeito dos PRF Portanto o que nos está a dizer é que eh porque foi muito criticado o governo por ter apresentado no seu programa de governo uma previsão de crescimento eh muito acima daquela que temos registado nos últimos anos mas depois eh nestas previsões entregues a Bruxelas e o cenário é o contrário o que nos está a dizer é que isso por via das das regras eh obrigatórias para fazer este cálculo Exatamente exatamente é exatamente por isso portanto não tomando em consideração todo o conjunto de medidas que possam vir a ser tomadas pelo governo e não deixa de ser eh em qualquer circunstância eh eventualmente difícil realizar todas as que o governo pretenderia faça mais uma vez ao quadro parlamentar mas na realidade espera-se bem que o governo possa vir a tomar e depois todo todo o conjunto de medidas de política que permitam e um crescimento económico Muito mais significativo e a principal a principal medida pelo menos de acordo com o programa económico que que a AD apresentou é a descida do irc para isso o o governo vai ter que contar com os votos do cheg e não com os do partido socialista eh bom eh eh a descida do irc eh é é é algo que é eh no meu ponto de vista é algo que faz toda H eh faz tem toda a razão de ser eh e isto porquê eh que eh neste momento era essencial para promover o crescimento económico incentivar fortemente o o investimento e aproveitar a aquilo que a ocorreu positivamente muito positivamente em termos da evolução das Finanças Públicas hoje em dia os os mercados olham para Portugal de uma forma muito favorável Exatamente porque conseguimos eh promover uma redução e da dívida pública e obter mesmo e excedentes orçamentais por um lado e por outro lado eh todo o sistema bancário isso é muito tido em consideração eh mudou radicalmente havendo eh por esta via condições favoráveis ao aumento do investimento e h atração de investimento direto estrangeiro Há no entanto fatores que eu considero muito desfavoráveis que têm que ser ultrapassados e tem que ser ultrapassados com determinação eh e esses eh e esses fatores têm a ver com tudo o que são bloqueamentos ao crescimento económico eu penso eh no nosso país os temas centrais aqueles temas que devam ser prioritários são como aumentar a riqueza e a prosperidade como distribuir melhor a riqueza eh promovendo uma mais justa repartição que estado podemos que estado devemos e POD podemos ter e e ainda como libertar mais a sociedade civil para uma nova dinâmica de crescimento económico nós vivemos uma situação infelizmente eh que é que é estrutural eh e que tem a ver com com o facto de a criação de riqueza no nosso país eh é historicamente muito difícil desde o século XVI e de atingir valores razoáveis digamos assim nunca se desenvolveu uma estratégia de criação de riqueza substantiva há uma dependência e uma subserviência em relação ao estado que são muito inibidoras da iniciativa Empresarial há insuficiências de capital e neste momento temos um problema adicional muito forte que é uma taxa de poupança muito baixa e portanto Isto é contrário à capacidade de investimento e o capital humano só recentemente e sofreu uma melhoria significativa não temos instituições fortes e temos uma cultura que é extremamente contrária àquilo que permitiria uma dinâmica Empresarial forte ó senhor Engenheiro desculpe interrompê-lo mas também não temos uma maioria no governo que permita por si só e sozinho imprimir essas mudanças e por isso é que lhe perguntava há pouco eh para essas medidas que não são eh não tem o Consenso do partido socialista o o governo no próximo ano vai ter que optar por outro caminho eh não como como é evidente eh o Governo está numa situação particularmente difícil porque à à sua direita tem um partido e que infelizmente não é fiável a trajetória cheia de ziguezagues e e é e em política é fundamental haver confiança portanto é muito difícil e o governo e mudar neste momento de estratégia em relação a essa matéria e se o chega não não se alterar significativ No que diz respeito eh à maneira como faz política eh Portanto o o o PSD tem que procurar realizar todas todo o conjunto de medidas de política que favoreçam o crescimento económico eh e e e com isso naturalmente tem capacidade de ir dialogando eh Ora mais à esquerda com o PS e à direita principalmente com a iniciativa liberal e e podemos ter a ilusão de que o chega se possa vir ao fim ao cabo a devo dizer que pimos do partido socialista do do Dr Pedro Nuno Santos que acabou por deir aação do orçamento estado através da abstenção do PS não se foi seguramente feita apenas pelas razões por ele invocadas designadamente evitar novas eleições eu creio que também por outras que têm a ver com interesses do próprio partido socialista é bem possível do meu ponto de vista que os dirigentes do PS eh temam as novas eleições porque e elas poderiam conduzir a um afastamento e do número de de votos em relação ao o PSD com crescimento do PSD e que se interroguem sobre o perigo do PSD vir a ocupar bastante mais o centro eh político eh aproveitando dois fatores complementares O primeiro é a conotação do líder do PS e d do seu braço direito que é a Dra Alexandra Leitão Qual a mais radical e mais à esquerda do partido socialista por outro lado eh a imagem positiva que o primeiro-ministro tem deixado e o facto do desempenho do governo não obstante todas as dificuldades da de de de de não ter uma maioria eh que e e e que na realidade limitam a sua capacidade de atuação uhum eh chegamos mesmo ao fim do nosso tempo eh muito obrigada por ter estado connosco neste direto ao assunto eh foi uma um retrato eh daquilo que se passa na política portuguesa nestes últimos meses obrigada muito obrigado [Música]