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Na Toyota vamos ao volante do novo Toyota chr para um futuro mais sustentável se esse também é o seu destino escolha juntar-se a nós o novo Toyota chr para além de híbrido ou híbrido plugin incorpora materiais feitos de redes retiradas do mar assim foi pensado para quem escolhe ter um
Estilo de vida mais Ecológico e consciente Cada escolha conta escolher o novo Toyota chr a ir mais além pelo Planeta Azul saiba mais em toyota.pt na terra dos cacos podcast sobre temas africanos do jornal público Elise macamo e eu António Rodrigues discutimos quinzenalmente às quartas-feiras os assuntos de África porque se Como dizia
O poeta micano Eduardo White os países africanos são Hoje os grandes Cacos E os pequenos Cacos dos sonhos que eles partiram ontem então todos devemos refletir a melhor forma de [Música] escolar bem-vindos ao episódio 12 deste podcast sobre temas africanos desta vez eu e macam vamos conversar sobre a saída
Da missão da comunidade de desenvolvimento da África austral da Província de cabo Delgado e as consequências que isso traz para a luta contra os insurgentes giad distas nesta província do Norte de Moçambique a seguir conversaremos sobre as eleições presidenciais no Senegal e da vitória de basiru deoma FAE o candidato da oposição
Que ganhou na primeira volta e passa de um quase desconhecido a presidente senegalês aos 44 anos finalmente na segunda parte conversaremos com o investigador angolano Domingues da cruz eh um dos pares políticos do chamado processo 15 +2 que em 2015 tanta atensão captou em termos internacionais e foi
Mais um elemento de pressão que ajudou a pôr fim à longa presidência de 38 anos José Eduardo dos Santos a razão para esta conversa são na realidade duas a greve geral convocada pelos sindicatos angolanos para 20 21 e 22 de Março em luta por melhores salários e também um
Ensaio que o investigador da Universidade de saragossa atualmente a residir no Canadá publicou no jornal público intitula-se Angola riscos de uma sociedade civ circular Domingos da Cruz defende que a denúncia dos abusos do Estado deixou de ser uma estratégia para conquistar a democracia e que a sociedade civil angolana está
Anestesiada E que esse seu empecimento contribui para manter aquilo a que chama a ditadura em Angola Vamos então começar esta primeira parte falando de da do do fim da Missão em moambique da comunidade de desenvolvimento da África austral a samim que chegou a cabo Delgado em Julho
De 2021 mais ou menos na mesma altura que a missão enviada pelo Ruanda para ajudar no combate aos giadas que desde 2017 levam a cabo uma guerra de guerrilha com fundo religioso naquela província zicana no extremo norte do país junto à Fronteira com a Tanzânia o seu mandato foi prolongado por duas
Vezes e agora Desde dezembro passado está em processo de retirada do país que será completada em Julho a saída dos cerca de 2500 Soldados da sadec coincidiu com o recrescimento da atividade dos insurgentes que se tinha mantido relativamente calma durante o ano de 2020 22 e parte de 2023 sobretudo
Depois de terem perdido cerca de 90% dos seus homens e as suas principais lideranças A Nova Onda de ataques que voltou a provocar uma vaga de deslocados que já anda pela centena de milhar faz també um retrocesso no conflito com recer dos dos ataques do al-shabab do
Al-shabab moçambicano que não tem nada a ver com o al-shabab somaliano agora cada vez mais assumidos pelo daes como o seu braço embora me pareça ser mais um aproveitamento político que uma a ideológica entre os jadas musicos e o daes ou o estado islâmico portanto aproveitando o vazio deixado pela força
Internacional que os militares moçambicanos não têm capacidade para ocupar com a mesma eficiência Por estarem mal equipados com saudades mal pagos e mal alimentados e que muitas vezes pelos seus atos são vistos pelas populações mais como inimigos do que propriamente como Força amiga Professor Elí macamo tem receio de que a guerra
Volte a aumentar em Cabo Delgado bom curios ente não eh é verdade que o o fato de essa tropa que foi lá acudir Moçambique se retira eh significa num primeiro momento um ligeiro enfraquecimento da parte de de Moçambique mas eu digo que pode não ser um grande problema por duas razões e uma
É que essa força não tinha realmente uma uma participação ativa no sentido verdadeiro do termo é verdade que ela dava uma certa cobertura ao exército moçambicano a exército e a polícia moçambicana para desencadearem eh ações e a outra razão é que de facto quem garantiu a melhoria da segurança naquela
Região foram as tropas ruandeses que inclusivamente participavam em ações eh ofensivas eh pode ser que tenha chegado o momento ainda que muito tardiamente eh de o governo moçambicano eh colocar a mão na consciência e perguntar se se de facto está a abordar este problema com a seriedade que seria eh necessário né E
Aqui há vários temas sobre os quais a gente pode conversar e nem vai eh esgotar eh eu acho que o primeiro tema por exemplo é simplesmente aía moambique de tropas estrangeiras sem um debate sério dentro do país com todas as forças vivas da sociedade para mim is é um erro é um
Grande erro e não é erro porque não teria sido necessário ou porque nós teríamos tido a capacidade é um erro simplesmente porque tratando-se de uma emergência Nacional O governo precisa de ter legitimidade da deliberação pública e para tomar esse tipo de decisões inclusivamente e esse seria o segundo
Ponto para poder eh explicar para poder fazer o balanço assim que essa tropa saia como a gente não discutiu Em que circunstâncias é que eles iam a Moçambique O que é que iam fazer qual Era exatamente o seu mandato não temos como hoje discutir eh se a sua presença
Foi boa ou não estamos todos a tatear e no escuro Então isso é um grande é um grande problema que mostra eu uso palavras muito pesados mas acho que neste caso é mesmo necessário mostra a grande falta de respeito que o governo de Moçambique tem eh não só em relação à
Sociedade eh como também em relação às Forças de defesa eh e segurança nãoé Não não é admissível eh que um governo que foi eleito eh de forma democrática mesmo com todas as reticências que a gente possa ter em relação ao processo eh que esse governo não não Ten o hábito de de
Deliberar eh e de comunicar eh com transparência bom já vai longa resposta mas era talvez a primeira coisa que eu queria dizer acerca deste deste assunto naturalmente que há outra coisa que também é importante eh é saber eh o que o governo decidiu fazer para tornar as
Nossas forças de defesa e segurança mais operacionais né sabe foi uma grande vergonha e eu lembro-me que comentei muito ISO nas redes sociais foi uma grande vergonha que a situação tivesse piorado ao ponto de serem chamadas tropas estrangeiras e que numa semana apenas eh as forças ruandeses eh
Tivessem feito eh sabe com 1 homens eh o menos do que isso tivessem feito aquilo que o nosso exército não conseguiu fazer em vários anos e ninguém levantou essa questão essa questão não foi discutida no Parlamento e teria sido necessário não era para dizer que bom sim senhora
Eh nós não temos exer que vha a pena não era para para fazer isso aí mas era para que houvesse uma reflexão sobre o trabalho que precisa de ser feito eh para queê a gente não se envergonhe não se humilha eh dessa maneira e mesmo isso
Não foi não foi feito portanto vieram as tropas fizeram o seu trabalho Eh toda a gente ficou contente mas ninguém ficou envergonhado por essas tropas terem feito aquilo que nós deveríamos ter feito e terem feito isso aí em pouco tempo né aquilo que nós não conseguimos
Fazer em não sei quantos anos eh então há uma grande falta de seriedade eh neste assunto Infelizmente o governo sai-se muito mal o Presidente da República sai ainda pior é uma grande vergonha para qualquer moçambicano o que está a acontecer em campo Delgado eu
Acho eu acho que há aqui uma há aqui uma coisa eh importante é que eu acho que o governo nada fez ou seja mesmo reconheçamos que que tinha que Ou seja que chegou uma altura em que precisava de de tropas estrangeiras mas a verdade é que desde então pouco tem feito para
Reverter essa situação ou seja aquilo aquilo que nós vemos é que por exemplo eh em relação às Forças ruandas é que toda a gente está à espera que as forças ruandes fiquem h de etno e que garantam a segurança pelo menos na zona do do do gás natural ou seja toda
Aquela parte de de para Norte na zona de palma e tudo mais que que se garante a segurança aí mas depois não há por parte por parte do governo moçambicano quer achar melhor as ou seja conseguir equipamento melhor e achar melhor as suas forças de defesa e segurança contribuindo aumentando a moral
Pagando-lhe como deve ser e e dando-lhe comida como deve ser que é o que parece que que há Que há Que há problemas não só de ordenados em atraso como de comida que não é que não é grande coisa ou seja isso não contribui em nada para que os
Soldados cumpram as suas funções da melhor forma quer porque estão fracos quer porque eh porque não não gostam daquilo que estão a fazer não é porque se não não são recompensados por isso e arriscar a vida quando não se não se é recompensado é uma coisa sequência
Normal ou seja as pessoas não querem não o querem fazer e depois por outro lado continua a ser uma oportunidade perdida para atacar aquilo que está no cerne desta revolta toda que é o problema do desenvolvimento económico e da falta de emprego para os jovens de cabo Delgado
Ou seja não há não há políticas não há políticas a sério para atacar isso ou seja por exemplo aquilo que era prometido desde o princípio é que o projeto de desenvolvimento de gás natural em Cabo Delgado iria eh criar mão d’obra local o problema de criar mão
D’obra local é a mão d’obra do para para o para o gás natural é uma mão d’obra qualificada não é uma mão d’obra de trabalho braçal normal ou seja eh independentemente de que possa haver logicamente trabalhos não qualificados mas a maior parte são trabalhos qualificados onde é que está feito o
Investimento para fazer ensino técnico técnico ou profissional e ensino universitário diretamente ionado com com com a com a exploração do gás natural tivemos estes anos todos perdidos ou seja temos uma década em que podiam ter sido formados já gente que obrigasse e que o governo obrigasse a Total A
Contratá-los porque havia já gente que estava formada ou seja onde é que está essa gente formada Ou seja a total agora pode dizer nós não podemos contratar Estas pessoas porque elas não têm qualificações portanto nós vamos ter que recorrer a patriados quando a verdade é que poderiam estar a formar aproveitar
Todos estes anos para formar Estas pessoas e agora 10 anos depois do do projeto que que se vem arrastando teríamos já fornadas de licenciados já para para para isso fornadas de Engenheiros para isso fornadas de técnicos especializados eh para aquilo que é preciso na na E
Isso não está a ser feito ou seja temos aqui toda uma oportunidade perdida não só para desenvolver o lado do que é o confronto com com os próprios Diad distas eh e por outro lado O Confronto há a própria origem disto ou seja as pessoas que estão desesperadas são
Facilmente recrutadas por este por estes grupos armados que lhes dão pelo menos comida e lhes dão um propósito quanto mais não seja mesmo que seja inventado um propósito da da charia e do e do estar de acordo com com a lei islâmica ou seja essa essa mensagem tem atração
Por causa disso o desespero faz com que as pessoas façam qualquer coisa eu acho que isso isso é um problema ou seja o governo moçambicano não tem atacado esses dois lados o que os torna dependentes do acaso por um lado e e dependentes e dependentes de forças estrangeiras por
Outro quer dizer e isso acho que é é um é um grande problema de cabo delegado neste momento sim bom eu eu acho que há dois assuntos aí o primeiro tem um pouco a ver e com um conceito com um termo que foi introduzido na Ciência Política
Sobre a áfric eh por um investigador francês Jean François B mas isso tem já alguns anos ele chamou isso de extraversion que é uma tradução assim livre do termo que ele usou em francês extraversion que isto é que é a orientação das elites políticas africanas para fora eh sempre que tem
Problemas procuram a solução lá fora e nunca dentro e com todos os defeitos que isso acarreta como por exemplo eh o aproveitamento ilícito e dessas Soluções para o benefício de de indivíduos eh de privados ou daqueles que controlam e o poder e isso contrasta muito com este
Discurso que nós temos em África sempre de culpabilização eh dos outros do ocidente e não sei quantos mas quando temos problemas o a nossa primeira reação é procurar a solução eh lá fora e infelizmente isto já tem uma certa tradição em Moçambique Mesmo durante guerra da renamo eh quem quem quem
Ajudou Eh Ou melhor nós tivemos que ter a ajuda eh de forças da Tanzânia mas sobretudo da forças zimbabwean que fizeram eh um grande trabalho que as nossas forças de defesa o nosso exército não foi capaz eh de manter eh né portanto existe toda uma série de
Peripécias em torno eh em torno disso aí então ao procurar ajuda na região e procurar ajuda no Ruanda o governo não fez diferente daquilo que está habituado a fazer tradicionalmente a um nível militar mas também a um nível económico sabe o o Estado de moçambicano está eh Totalmente Dependente eh do auxílio
Externo para o seu próprio orçamento isso é algo que parece estar enraizado eh digamos assim no DNA eh da Elite política moçambicana e e e isso eh torna naturalmente essas questões muito difíceis nessas circunstâncias é muito difícil pensar nas próprias soluções eh eu sei que algumas pessoas em Moçambique
Não vão gostar do que vou dizer agora mas eh por exemplo esse caso que nos levou às dívidas ocultas eh foi uma manifestação de uma vontade política de sair desse paradigma eh correu mal sobretudo por causa de todos os defeitos que o nosso sistema político tem o aproveitamento por causa da falta de
Transparência por causa da hostilidade que se tem a crítica e não sei quanto Mas isso foi eh digamos assim uma tentativa que houve em Moçambique de quebrar com esse Paradigma e a coisa e a coisa falhou agora a segunda coisa António eh já tem eh já tem tem a ver
Com os defeitos de uma cultura política autoritária porque uma das suas características é a falta de deliberação algumas coisas que poderiam ser facilmente resolvidas não são ou porque as pessoas têm medo de falar ou porque as pessoas gostam apenas de dizer aquilo que está
Bem a quem toma decisões é é o que a gente vê por exemplo na Rússia Putin está totalmente convencido de que a guerra está a correr a seu favor simplesmente porque el recebe eh eh eh relatórios bonitos por quê Porque dentro daquele sistema é difícil falar a
Verdade então nós temos esse problema eh eh em Moçambique e eu acho que isso mais do que eh as omissões eh em termos eh eh políticos em termos em termos de medidas políticas mais do que essas omissões isso é que pesa é é o que pesa mais portanto se houvesse uma cultura de
Debate as questões que o António está a colocar teriam ser discutidas eh as pessoas teriam dito assim olha nós temos aqui eh um problema político porque num primeiro momento a violência contra o estado em Cabo Delgado não é um problema militar é um problema político que tem várias manifestações uma é essa que
Muitos investigadores consideram como sendo eh digamos assim a a insatis a ação dos jovens e a frustração dos jovens e que é canalizada eh não é para violência É verdade que a gente tem que tomar esse argumento com algum cuidado né porque não é em todo lado onde há
Insatisfação de jovens é que a violência contra o estado portanto continuam a haver condições específicas próprias de cabo Delgado que deviam explicar o assunto para outra coisa é que eh um problema que nasce pequeno e cresce significa que não foi abordado eh portanto há um nível de saber Olhe como
É que o nosso sistema político funciona ao nível local qual é a capacidade que ele tem de traduzir conflitos não é traduzir conflitos de canalizar os conflitos para para para longe da violência para que eles sejam resolvidos de forma pacífica e o caso de cabo Delgado mostra claramente que havia
Conflitos locais eh que não tinham muito a ver com questões de marginalização e não sei não são conflitos normais onde as pessoas vivem em comunidade eh e que o sistema político não estava em condições de responder a isso aí eh aliado ao fato da sabe da da soberba da
Arrogância dos tribunais da arrogância eh das forças policiais e não sei quantos reagiram eh de forma inadequada eh ao que estava acontecendo no terreno e foi dar nisto então um governo sério eh O que teria feito num primeiro momento era refletir sobre a natureza política do problema e procurar saber
Que tipo de instituições é que nós precisamos eh de ter em Moçambique ou como é que nós devemos calibrar estas instituições e e e inclusivamente como é que nós podemos incluir por exemplo a rnam nesta discussão porque é bom não esquecer que um uma das razões paraa
Fraqueza do nosso exército é porque uma das condições para a assinatura do acordo de paz de Roma foi justamente o enfraquecimento do do Exército o que fez com que o governo apostasse muito mais eh na polícia sobretudo na força de intervenção rápida do que no próprio
Exército Este era o momento em que um governo responsável teria trazido isso à mesa da discussão da conversa inclusivamente com com com a Renam Mas qual é o governo e arrogante e autoritário eh que vai dar o braço a torcer sabe então tudo isto é que reflete de facto a miséria da política
No sanic Já estamos com com um tempo e demasiado longo acho que este acho que este Episódio vai ser vai ser grande passamos já a ao ao segundo tema basiru diom fai teve este ano um presente diferente para o seu aniversário cumprido a 25 de Março hos 44 anos este
Sindicalista ideólogo do partido PF Patriotas africanos do Senegal pelo trabalho ética e fraternidade tornou-se no presidente eleito do Senegal e logo à primeira volta o quinto presidente da sua história o terceiro escolhido em Democracia é também o mais novo de sempre e o primeiro da Oposição a ser
Eleito na primeira volta é o que se chama um feito para um quase desconhecido que ainda há um ano não conseguiu ser eleito Deputado em nigan comuna do centro oeste do país de onde é originário secretário geral e do Sindicato dos e inspetores tributários eh aliás curioso que ele é um inspetor
Tributário tal como o seu principal concorrente nestas eleições presidenciais amadu o ex-primeiro-ministro e ex-ministro das Finanças diom maifi tem tem pela frente eh um grande desafio eh depois de 3 anos de intensas lutas eh políticas que levaram até a que o levaram à prisão que levaram eh
O líder do seu partido esm sonco para a prisão eh que levou à ilegalizado do PF e que eh R andaram numa tentativa do do ainda presidente maial de se manter ainda no poder até ao final do ano adiando as eleições e para o qual Na verdade o conselho constitucional acabou
Por decretar essa decisão inconstitucional e portanto e obrigar a a realização das eleições Professor o que é que me diz desta escolha do líder da oposição para presidente do Senegal é uma demonstração da força da da Democracia senegalesa B não necessariamente é uma boa coisa né
Acho que isso é importante dizer logo a partida né é impressionante o que está a acontecer e no Senegal eh nós já estivemos a discutir isto num outro Episódio aquela decisão do Conselho constitucional foi impressionante e ao mostrar uma certa independência dos poderes do poder e judiciário no Senegal
Que é uma coisa que faz muita falta em muitos outros países eh africanos agora eu vejo dois problemas eh com com esta eleição eh o primeiro problema é que se trata eh de uma eleição simplesmente baseada na rejeição de alguma coisa eh não é necessariamente uma eleição a
Favor de algum projeto político eh de substância não é claro eh H digamos como se costuma dier em Ciência Política eh nenhuma oposição ganha eleições é sempre um governo que perde eleições né Então nesse sentido eh é claro que a oposição no Senegal não precisava de um projeto Claro para ganhar essas eleições
Precisava apenas demonstrar que o governo eh deve sair e isso aí conseguiu por é que eu considero isto um problema considero um problema por causa do segundo aspecto que eu gostaria de referir este fa e é conhecido por um discurso político muito problemático e aquele discurso de ressentimentos contra
A França eh portanto a chamada França fric eh e eu tenho muitas reticências em relação a este tipo de discurso que Aliás na região já levou a a vários golpes e de estado e o que eu seio é que eh ele eh entre ao poder com com políticas de hostilização eh daqueles
Que apesar de tudo eh deram uma certa estabilidade económica e política ao Senegal eh e que com isso ele Ponha em causa uma boa parte daquilo que garantia a estabilidade eh do Senegal então eh a minha inclinação aqui é esperar para ver o que é que vai acontecer eh
Daqui a um ou 2 anos eh porque eh ele vai ter que fazer trabalho e e eu não sei se eh ele estará à altura de fazer esse trabalho se eh Mesmo assim eles se mantiver no poder e e continuar a receber o apoio dos senegales aí sim nós
Podemos bater as palmas e nós podemos dizer que o senegal realmente já se livrou digamos assim da maldição Ah que se abateu sobre o continente Africano em termos de estabilidade sim eu eu confesso que também tenho algum receio e acho que aquela aquela vo orinha que ele usava na na campanha eleitoral para
Dizer que iria limpar que i a limpar o sistema político e a corrupção no Senegal faz-me lembrar outras coisas que não são agradáveis e acho que este acho que este populismo eu eu acho que este populismo tá muito PR muito próximo por exemplo do Júlios malema na na na África
Do Sul dos economic Freedom Fighters que é o típico Líder carismático que consegue capitalizar aquilo que é o grande trunfo da do eleitorado do eleitorado jovem nestes países não é porque são sempre são sempre problemáticos porque é gente que não vê grande futuro para eles e e e tem e tem
Logicamente um ressentimento e um ressentimento que é justificado pelas elites que controlam o poder e que e que manipulam o poder em em função dos seus próprios interesses acho que aqui os erros os erros conjugados das das democracias que são erros conjugados das democracias ocidentais também que também
Depois se refletem nos resultados da e no subida da Extrema direita na na Europa e nos Estados Unidos ou seja eh Há aqui há aqui as mesmas bases que são as mesmas bases de um sistema que a mim me parece que está que é um sistema que
Está gasto e que não tem soluções para as suas para os seus próprios problemas que são problemas intrínsecos e que mais uma vez continua a tentar a tentar resolvê-los de forma extrínseca e eu acho que no Senegal eh quer dizer acho que toda esta repressão toda esta tentativa de manipulação do sistema
Democrático no Senegal que já não é do do maial é do abdulai Eid que também que também eh tentou candidatar-se e candidatou-se um terceiro mandato por sorte por sorte foi derrotado eh mas mas todas estas manipulações do sistema democrático eh e a manipulação do sistema político em função dos
Interesses de uma elite política e económica eh que conjugada eh acaba por por aceder a todos os lugares do do do do poder e a todos os lugares económicos faz com que seja com que seja fácil entre aspas capitalizar eh capitalizar este este descontentamento de de de
Jovens que que que consideram que que o futuro lhes está a ser negado porque está a ser entregue e a a outros ou seja não há mérito aqui o que nos leva também se se formos também nos leva à questão de Moçambique ou seja para que o jovem
Vai investir no seu futuro e vai estudar se depois todos os lugares são preenchidos por aqueles que têm relações com o poder sim sim com toda a razão António agora há eh no Senegal um aspecto que talvez seja de interesse mais Geral do ponto de vista da
Sociologia política né e e e é talvez o aspecto que mais medo me faz eh é que uma das razões da estabilidade política do Senegal é uma coisa que eh os outros países africanos não têm eh que é a força institucional e a força social que
As confrarias têm sabe mais de 95% da população senegalesa e é membro de uma Confraria Sofi podem ser os midos e que são ou a mdia como eles costumam chamar eh que são maioritários e é também a Tania eh né que é a segunda maior ou o contrário
Já não me lembro muito bem agora o que é o que é interessante em relação a estes confrarias eh é que elas não só eh são uma expressão religiosa como também representam interesses económicos né E são interesses económicos que não são necessariamente dependentes do acesso ao estado né que é uma das maiores
Fragilidades dos sistemas políticos africanos porque as elites políticas dependem do acesso ao estado para sua própria reputação Então essas confrarias contribuem muito para disciplinarização da sociedade e da política no Senegal por exemplo o que contou muito para que Abdul eh não fosse eleito eh que não fosse por terceiro mandato eh foi a
Recusa perentória das confrarias de lhe dar de lhe dar o apoio foi isso que que abriu o caminho para Mação e aquilo foi feito da forma mais fantástica possível eles pura e simplesmente naquela altura das eleições eles retiraram-se disseram que vão fazer um retio portanto para não se pronunciarem em relação e as
Populações perceberam eh que aquilo era um sinal mesmo a dizer a ade eh para eh tomar atenção agora o que eu receio eh é que eh os jovens caiam fora eh da alçada destas confrarias E que comecem a fazer política fora delas eh com todo o risco existente eh de
Fragmentação e desintegração da sociedade eh senegalesa né porque eh toda afronta a autoridade e a autoridade no Senegal são as confrarias eh a carreta consigo esse esse grande risco e eu não tou a dizer que não deviam fazer isso aí tô a dizer simplesmente que eh Nós ainda vamos ver coisas interessantes
Acontecerem eh no Senegal porque o que está em causa neste momento é também a estabilidade daquilo que deu estabilidade ao sistema político eh senegalês ao longo dos anos né bom já escutamos e em muito o tempo desta primeira parte vamos passar à entrevista com o investigador angolano Domingos da [Música]
Cruz vamos conversar nesta segunda parte com o investigador angolano Domingos da Cruz um dos presos políticos do chamado processo 15+ 2 que em 2015 tanta atenção captou em termos internacionais eh e foi mais um elemento de pressão que ajudou pôr fim ao longo a presidência de 38 anos Eduardo dos Santos Domingos muito
Obrigado por ter aceitado este nosso convite que tem mais a ver com o ensaio que picou h no público eh no fim de semana passado e com esta greve geral H convocada por três centrais sindicais em Angola eh numa luta por Salários para uma subida do salário mínimo e pela pela subida da
Dos salários da função pública eh disse-me antes da greve geral em Angola que não acreditava muito e nesta nesta greve geral Até porque não confiava muito na na que os sindicatos em Angola levassem as suas as suas lutas e as suas exigências e as suas reivindicações até
Ao fim Qual é o balanço que faz desta primeira parte porque estão anunciadas mais duas greves Gerais h para este mês de abril e outra para junho basicamente mantenho o meu ponto de vista digamos Inicial e em relação ao balanço como é óbvio parece prematuro fazer qualquer balanço uma vez que a
Greve terá sido estabelecida em fases né de forma intermitente ess é a primeira e até ao momento os sindicatos SOS não conseguiram alcançar Ainda nada que está posto no caderno reivindicativo e a minha incredulidade que terá sido manifestada na na entrevista anterior não tem só que ver com digamos a indisponibilidade e a
Incapacidade das autoridades de dialogarem com com com os sindicatos mas também a própria incapacidade dos sindicatos serem capazes de levar as suas exigências até a último recurso Claro dentro de um Marco poderíamos acional dentro de um quadro local que faça sentido eh eu não posso acreditar em instituições que hora e meia lançam
Uma greve e nunca levam eh até ao fim não é mesmo quando aquilo que está previsto no caderno reivindicativo não é digamos atendido pelas autoridades Então isso é recorrente daí que com base nas experiências anteriores mantenho a minha incredibilidade né por outro lado gostava de reafirmar que muitas vezes
Deixam-se aliciar pelo regime isso é muito comum no contexto angolano não é Ou seja há aqui uma espécie de pescadinha de rabo na boca ou seja eh como os sindicatos não levam a fim até as reivindicações o estado também não os leva a sério nas suas reivindicações e
Portanto andamos aqui à volta de quase que de uma de uma espécie de de pantomima não que é eh eu faço greve o de estado não não me liga nenhuma Mas eu continuo a a a fazer só por fazer não é eu acho que há também um eu a pergunta
Enquadra-se perfeitamente no contexto de Angola mas eu acho que há também uma questão que é muito mais profunda hah sabe isso a tua questão lembra mong Bet o escritor camaronês que terá dito que nos Camarões os m do partido no poder de uma forma geral entendem que
Todos que se opõem ao poder na sociedade civil ou ou fora do contexto camaronês Na verdade são todos membros do partido É só uma questão de tempo e eu transportaria essa perspectiva de m para o contexto angolano eu acho que eles acreditam francamente de que todos que reivindicam qualquer
Coisa ação mínima dos seus direitos trata-se simplesmente de requererem eh que sejam integrados dentro daquilo que eu costumo chamar de uma espécie de eh banquete soberano Nacional não é e o banquete soberano Nacional pressupõe que tu sejas incorporado ou seja eles partem do pressuposto de que tu estás insatisfeito não propriamente com a
Forma como o país está a ser destruído desgovernado Mas tu tá insatisfeito porque tu não fazes parte do grupo que está a beneficiar do ponto de vista patrimonial e nesse sentido eu acho que eles também partem da ideia de Que hã aqui não há ninguém com o mínimo
De digamos mínimos éticos não é há uma espécie de crença de que todos nós partilhamos a mesma lama e portanto não vem cá com discursos de que tá preocupado com direitos humanos funcionamento das instituições a tua preocupação é ser integrada então H eles acreditam nisso e fazem de tudo como é
Óbvio porque também a experiência mostra-lhes que o aliciamento funciona e de alguma forma se essa tática sempre funcionou Claro eles partem do pressuposto de que continuará a funcionar sempre e até porque não se esqueça António que seres humanos como é óbvio estão muito condicionados também com a com as culturas que estão Opostas
Né com a forma como a sociedade funciona eh não se esqueça que há um nível de miserabilidade generalizada H mendicância geral no país e o regime faz por manter esse quadro e eles têm plena consciência de que a única forma de as pessoas sobreviverem estarem ao lado delas e eles conhecem eh
Através dos serviços secretos todas as condições em que esses sindicalistas eh vivem e portanto a f fazem o que quiser num país sério Eles teriam começado a negociar até ao momento o governo simplesmente ignora e isso é recorrente não é pela primeira vez que acontece
Isso quer dizer acha que um país em que há uma greve geral o presidente está em silêncio eh o ministro do trabalho da Segurança Social tá em silêncio isso significa o quê Qual é a concessão que eles têm de organização e gestão de um país é de despreso mais ou menos
Absoluto e a banalização Total das instituições do meu ponto de vista não é essa leitura eh é muito plausível eh talvez a a única dificuldade que ela levanta é um pouco a dificuldade do cinismo não é um cinismo justificado pela experiência Claro eh mas é é como se a gente tivesse que concluir
Que pronos eh tá tudo perdido não há mais nada eh a fazer e não sei se ajuda eh na reflexão por exemplo eh pôr num primeiro momento de parte as intenções das pessoas porque isso vai ser sempre uma leitura que a gente faz a gente vai sempre achar que as pessoas são
Motivadas por isto e mais aquilo ali e olhar apenas eh para as próprias estruturas como até já deu indicação de o fazer como é que a estrutura do poder eh e a estrutura política em Angola eh funciona e que constrangimentos é que ela impõe eh aos atores políticos independentemente das intenções que esse
Autores políticos eh têm porque eu creio que eh podemos imaginar que haja gente no governo que está interessada eh numa Angola melhor da mesma forma que podemos imaginar que na sociedade civil hja pessoas que estão mesmo interessadas na na mudança Então o que é que torna difícil esta mudança eh positiva e eu
Acho que talvez se encontra na própria estrutura do poder coloca de alguma forma h um questionamento complexo porque ã obriga-nos a olhar a sociedade tendo em conta as mais variadas dimensões que constituem digamos o o o país mas eu eu francamente tenho Tenho dificuldades de de de compreender
A a atuação daqueles que que que te têm cargo de responsabilidade pública deêm cargos de responsabilidade pública TM também dificuldades de compreender os partidos que estão na no espectro oposto ao partido vem H conduzindo Angola desde 1975 mas não ten dúvidas tal como referiu reafirmando o que terei dito que
A forma como o país funciona as estruturas que estão postas lá nas suas mais variadas dimensões sem dúvidas H influenciam a forma das pessoas se posicionarem mas eu não consigo conceber a atuação das instituições fora da responsabilidade individual não eu não consigo conceber isto Hã Porque tem um cara Vítor Frank que
Passou momentos terríveis na na prisão na era nazi Ele conta a experiência do sofrimento e ele diz que viu pessoas que sabiam que amanhã morreriam mas horas antes foram solidários com os seus companheiros de cela para partilhando comida por exemplo ajudando a enterrar um companheiro que morreu a ontem à
Noite na verdade não era enterrar era falar tirar o corpo dali e mover para um outro sítio de acordo com as ordens no campo de concentração ou seja por mais terrível que a situação seja o regime coloca todos os condicionamentos possíveis mas a minha consciência ética
Não me permite eh a aceitar que as pessoas simplesmente eh atribuem culpas às estruturas não é e e eximem-se da sua responsabilidade do ponto de vista individual como ser humano dotado de valores isso é que eu não consigo conceber Mas compreendo perfeitamente que há condicionamentos enormes ao nível
Do do país né no fundo a a dificuldade que eu vejo eh concordando Com tudo o que disse é mesmo de eh imaginar de que forma é que o a estrutura política de Angola ou de Moçambique já agora porque acho que são os mesmos problemas devia estar organizada
Eh para ser um lugar seguro eh para quem quer fazer o bem eh por todos né como é que se pode eh fazer isso aí e a minha dificuldade e e é que aqui estou mesmo a a colocar esta questão a mim próprio A Minha dificuldade é de imaginar eh como
É que a gente pode sair desse círculo vicioso né porque a gente acaba respondendo Que bom para para ter essa estrutura organizada não sei é preciso que ela Já exista não é sim eu tenho eh um ponto de vista muito pessoal mas baseado em experiências históricas de outras
Realidades eu vejo que não há qualquer possibilidade do Grupo Ah hegemon desmobilizar essa estrutura Digamos que não responde aos interesses nacionais desmobilizar essa forma de ser e de estar que põe em causa hã digamos o resto do país e beneficia exclusivamente o seu o seu grupo eu não vejo qualquer possibilidade eles fazerem
Isso porque ao contrário do que alguns pensam à luz de de critérios de fé acreditam que algum dia eles hão de parar e e tomar consciência de que estão a fazer mal ao país e mudar e concer h e nesse sentido acho que é preciso uma mobilização Popular nós vimos isso eh
Noutras partes do mundo e eu sei que o senegal não é um não é uma ditadura não é uma democracia perfeita mas notamos por exemplo que nos últimos anos o presidente maal estava a tentar pôr em causa um processo um país cuja cultura política democrática se foi foi progredindo os ranks internacionais
Sobre cultura eh política colocavam o senegal ou colocam o senegal no quadro das chamadas democracias imperfeitas hã contend para o melhor mas ele estava a destruir as instituições e os cidadãos tomaram consciência de que precisavam travar esse homem que pelo interesse próprio e eventualmente de um grupo que o apoiava
Estava pô em causa o interesse nacional e os cidadãos e apesar da fraqueza singular de cada um de nós mas perceberam que Unidos era possível travar esse homem que tinha tendências autoritárias e que inviabilizaria um futuro melhor para o senegal e eu acho que reafirmando que aquilo não é uma
Democracia é um contexto diferente mas quero simplesmente demonstrar o exemplo da Unidade dos cidadãos para construir um país diferente eu acho que no contexto de Angola para mim só mesmo um movimento H digamos eh de unidade Popular pode levar o país a democracia eu não estou a ver outro caminho
Francamente Isso é o que me ocorre tendo em conta o que tá posto tendo em conta que a minha capacidade me permite perceber mas ao mesmo tempo estou como é óbvio aberto a novas possibilidades Como disse no insai desde que estejam fundadas em H evidências de sucesso Ah
Sem garantias absolutas como é óbvio mas ao mesmo tempo que sejam ações eticamente mentadas que não seja qualquer coisa a sem uma proposta de sociedade sem uma visão do que queremos para para para o futuro só pena também de acontecer o que sucedeu no Egito né Eu costumo dizer que os revolucionários
Sabiam o que não queriam mas não sabiam o que queriam porque logo após a queda do tirano chamaram um velho de 7 anos para conduzir o país da Irmandade muçulmana e eles não tinham na verdade um projeto iedade curiosamente mesmo depis ter morrido gente na rua jovens que lutaram eu fiquei surpreendido
Quando de repente não havia um candidato entre os revolucionários não havia um projeto de sociedade e deram o país a um velho que na altura na verdade não representava grande coisa para o futuro eh digamos do do do Egito portanto eu acho que a desobediência civil é o
Caminho para Angola nesse momento não é ó Domingos pensando no seu ensaio como é que um povo anestesiado consegue lutar contra essa anestesia como é que como é que esse povo anestesiado consegue lutar colocas uma questão desafiadora muito interessante inclusiv até pode forçar uma certa incoerência mas não o povo
Está o povo está anestesiado sim mas a anestesia não é absoluta a semelhança do que acontece quando vamos a uma cirurgia estamos anestesiados mas ao fim de um tempo a o efeito da cirurgia H desculpe da da anestesi de passar né e em virtude daquilo que os médicos fazem
Não é H E eu acho que ao nível da sociedade civil há esse potencial de eh desbloquear a anestesia não é e fazer com que o povo se possa possa reconhecer o seu potencial de transformação unir-se e e e e começarmos a a a a fazer o que é
Necessário coletivamente para que o país se possa efetivamente transformar porque não há sinais absolutamente nenhuns de que o grupo Jônico mudará eu gostava de dar um exemplo muito simples neste exato momento há um projeto de lei eh eh sobre segurança nacional e o projeto de lei sobre segurança nacional H estabelece
Por exemplo que cada cidadão doravante tem o dever de denunciar o outro quer dizer a partir deste momento os responsáveis pelos serviços secretos Já não são eh instituições como se prev numa democracia civilizada e cada um de nós eh a vigiar o outro a questão que se
Coloca é perante um projeto destes Qual é o sinal de que esta gente quer efetivamente uma sociedade aberta quer um país que se adecue ao século XXI eu não vejo sinais e por outro lado esta lei nova essa essa proposta de lei sobre segurança nacional também prevê que quem
Eh se manver numa Assembleia de voto no dia das eleições a 100 m está a cometer um crime contra a segurança nacional isto o queê isso significa que o regime já está novamente a preparar o simulacro eleitoral a semelhança do que tem feito nas ocasiões anteriores sabendo que haverá mais um simulacro eleitorial
Eleitoral na possibilidade dos cidadãos se mobilizarem para controlarem e garantirem a verdade eleitoral eles já estão estão a preparar-se de forma antecipada tal como sempre fizeram António aliás eu costumo dizer que em Angola só há um grupo só um partido com gente competente e o único partido com
Gente competente em Angola é de facto empel mas eu já me explico de que competência Eu me refiro é a competência para fazer o mal eles são extremamente competentes o grupo do mel é muito interessante ao contrário dos outros os partidos por exemplo que quando em vez ameaçam protesto quando há alguma
Irregularidade dizem Vamos à rua e não vão o m diz não são sérios como que se eles fossem sérios Sim eles são sérios são sérios porque quando o mel diz vou matar eles matam mesmo vou assassinar eles assassinam mesmo vamos fazer fraude eles fazem mesmo vamos eh digamos
Capturar os recursos nacionais para o interesse do nosso grupo fazem mesmo ou seja para aquilo que corresponde à proteção do interesse do grupo eles efetivamente concretizam sempre estar no jar agora para o interesse nacional isso eles jamais fazem nesse sentido o m é único grupo que pode ser levado
Efetivamente à sério Eles preparam as fraudes eleitorais com anos de antecedência procuram cooperação internacional para o fazer e nesse contexto Portugal tem desempenhado um papel fundamental com a empresa signfica que contribui para fraude do ponto de vista técnico não é é o caso também de digamos de Espanha com a íra a aliás
Aindra tem fama de contribuir para fraudes na América Latina tem feito mesmo em relação à Angola e tudo isso é preparado com bastante antecedência existem imensas evidências existem estudos sobre o assunto portanto eu não vejo qualquer pretensão deles abrirem a sociedade e tornarem Angola uma sociedade eh onde hja esperança para
Construirmos um país diferente do drama que estamos a viver agora não é Domingues a entrevista já vai longa mas eu não resisto a fazer uma última pergunta que é H já aproveitando aproveitando esse paralelismo com o senegal no Senegal É verdade que que o povo se uniu e na rua protestando contra
Contra o adiamento das eleições mas a verdade é que houve um conselho constitucional ou seja um tribunal constitucional que decidiu que aquilo que o presidente tinha feito era era inconstitucional e portanto as eleições tinham que se manter e não podiam ser não podiam ser efetuadas só a 15 de
Dezembro na verdade em Angola o tribunal constitucional Digamos que está demasiado instrumentalizado para tomar alguma alguma decisão contra o poder político O que é que poderá restar ao povo que se quiser mudar a situação esse povo anestesiado que de repente recupera dessa fase cirúrgica eh O que é que eles
Poderão fazer eh alguma revolta armada alguma revolta popular e atacar as instituições é porque se não há instituições democráticas que possam fazer valer a a a voz do povo como é que o povo consegue chegar ao poder a história diz-nos que o povo depois pegem
Armas ataca não é que o que poderá isso acontecer em Angola nós estamos numa situação devo admiti de uma grande complexidade e eu acho que oente devo dizer-lhe que em virtude da complexidade em que o país se encontra nós temos que coletivamente também pensar uma saída estás a pensar em instituições
Democráticas que podem ser uma espécie de digamos suporte a esse levantamento Popular eh de modo que o poder como se costuma dizer não caia na rua de forma absoluta não é e haja aí um freio para voltar-se a costumam dizer à normalidade no caso da Angola não é voltar à
Normalidade ali nunca houve normalidade não há um sistema de educação não há um sistema de Justiça não há não há um sistema de saúde não nós não Voltaremos à normalidade o que se pretende na verdade é o que vai lá su P costumava chamar de o caos criador né Nós temos que
H instalar o caos para depois instalar a ordem que nunca houve naquele país agora eu coloco devolvo uma pergunta mesmo continuando a responder à questão que me coloca eh é verdade que no Senegal o conselho constitucional Travou a pretensão do presidente mas não nos esqueçamos que o povo sen galês vem
Lutando há 3 anos na rua houve mortes e eles não se intimidaram é lamentável que o facto de muita gente ter partido Ah para que o país realizasse eleiç normais e voltar à normalidade mas a questão que se coloca também é o conselho constitucional não é composto por anjos imunes ao movimento da
Sociedade eu acredito francamente que apesar do Conselho constitucional e outras instituições galesas se terem revelado ao longo desses anos instituições sérias que se vão consolidando Mas eu ainda acho que eh a pressão popular de alguma forma também deve ter contribuído para que esses juízes tivessem consciência de que temos
Que estar ao lado certo da história porque os cidadãos querem que permaneçamos no caminho que viemos trilhando até agora eu acho que a posição do Povo também teve algum papel não é só falar do Conselho constitucional em si é por isso que nesse sentido eu acho que nesses
Contextos a mobilização popular é chave E no caso da Angola como disseste eh é dramático porque de facto todas as instituições estão na bota do presidente da república e e o Parlamento os tribunais tudo tudo literalmente tudo a administração pública extensão do partido os serviços secretos servem até
A mulher do presidente com como vimos recentemente um episódio mas não vem esse ao caso agora Ah nós estamos num quadro verdadeiramente digamos dramático e outros detalhes eu também não sou capaz francamente de os apresentar Porque isso é uma questão que pressupõe contribuições de muito mais cabeças para
Encontrar uma solução para um problema tão complexo quanto o drama Nacional Ok Domingos Obrigado já vai longa esta entrevista já estouramos o tempo que Devíamos ter eh mas obrigado e dava para continuarmos por aqui a conversar muito mais sobre isso um abraço e obrigado obrigado terminamos aqui então mais um
Episódio da na terra dos Cacos e não sei antes deixar-nos as nossas sugestões Professor o que é que nos traz esta semana bom eu trago um livro de 2018 eh foi foi me oferecido no ano passado quando eu participei num num congresso na cidade da praia em Cabo Verde pelo
Próprio autor um colega e amigo Nardi soua que é sociólogo e é docente na universidade de Santiago lá em Cabo Verde e e o livro chama-se gang stogi é um livro de contos e e o que eu acho eu tenho estado a ler isto aqui desde o ano
Passado ainda não terminei Apesar de eu ter prometido a honar de sza de fazer a leitura em menos de uma semana para lhe dar o feedback eh então eh eu acho fascinante este olhar literário eh de um sociólogo eh sobre a realidade eh cab verdean sabe esta esta ficcionalização
Digamos assim do que ele vê pela pelas lentes eh de um sociólogo eh dá uma outra ideia da sociedade cabo verdiana dá uma outra ideia também do Imaginário eh cabo verdiana e por isso gostaria de recomendar o livro não sei se eh ele só está disponível eh em Cabo Verde mas o
Livro chama-se gang stog eh o autor chama-se nar de Sousa e foi pelas edições US Us e edições e o livro é de 2018 já agora aproveito e faço um parênteses nunca nunca nunca se sentiu tentado também como se sociólogo a ir pelo lado literário já Eu até tenho uma publicação
Aí que se chama ficção sociológica foi eh publicado no ano antepassado eh ou ano passado pela hã alcance editores em Maputo aí então tenho que tem que espreitar isso tem que espreitar isso eu pelo meu lado a minha sugestão desta semana não é um livro mas é um ensaio publicado pelo investigador eh
Moçambicano João Feijó do Observatório do Meio rural em conjunto com o cientista político aslak or na revista Cronos southern African histories publicada anualmente pelo departamento de história e pelo centro de investigação em humanidades da Universidade do cabo ocidental é aliás eh uma sugestão que se relaciona com o
Primeiro tema que nós discutimos hoje tendo em conta o que debatemos na primeira parte vale a pena aprofundar mais sobre o assunto com um texto Assinado por um dos investigadores que mais se tem dedicado ao tema de em surgência em Cabo Delgado João Feijó no ensaio Feijó e orre defendem que o
Conflito na Província do Norte de Moçambique está relacionado com a exploração dos seus recursos em função do mercado internacional primeiro com o sistema colonial português e depois com o país independente esse extrativismo aliado aá um sistema clientelista de elites que aproveitaram a sua proximidade ao estado para consolidar o
Seu poder e beneficiar pessoalmente da exploração destes recursos tudo isso é muito contribuiu para o Cadinho que ajudou a surgir a insurgência para Vale a pena ler e com isto Só nos resta despedir porque fica fica por aqui este Episódio 12 daqui 15 dias será o 13 esperemos que não seja do
Azar Professor mais uma vez foi um prazer até o nosso próximo encontro um prazer para mim também abraço abraço a [Música] todos o público fica no [Música] ouvido n
1 comentário
Serve para chamar a atenção sobre o salário mínimo! Serve para as lideranças sindicais se fazerem presentes.