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50 anos passaram desde que um império de
cinco séculos acabou uma ditadura de 48
anos foi deposta do império nos viramos
para a Europa mudamos quatro vezes de
regime
económico Parece que foi ontem ou
anteontem mas não foi foi há meio século
dei hoje comigo a verme há 48 anos
sentado neste hemiciclo
na Assembleia constituinte e não
encontro aqui a não ser dois antigos
presidentes da Assembleia da república e
um antigo primeiro-ministro também
Conselheiro de estado constituintes e
alguns capitães de Abril não encontro
muitos mais desse tempo nesta sala é a
lei da
vida Decididamente até por isso vale a
pena tentar compreender o 25 de Abril
porque não foi antes foi foi o que uniu
mas dividiu os seus tempos e modos e
como chegamos até hoje primeira questão
porque foi tão tarde o 25 de Abril
porque vários impérios coloniais ainda
eram tidos por quais eternos até ao fim
da segunda guerra porque esse sonho
ilusão durou entre nós nos anos 50 e
para uma ditadura em queda após a
campanha presidencial de 58 se converteu
com as guerras da África na última
narrativa libi para tentar sobreviv e
porque o sucessor do chefe do regime só
em 72 tornou totalmente visível a
impossibilidade de democratizar sequer
de liberalizar e sobretudo de
descolonizar assim as tentativas
militares e civis de abreviar o império
de obrigar à sua transi de preparar o
seu fim falharam todas as da oposição
sempre severamente reprimidas as da
situação sempre
ignoradas o império mesmo já sem futuro
agarrou-se e com ele a ditadura à ilusão
da Sobrevivência
impossível segunda questão porque foi
como foi porque só assim teria sido
possível a ditadura nascera pela mão das
Forças Armadas dos jovens oficiais
revoltados com diferença política
perante a sua quase solitária luta na
grande Guerra a ditadura cairia pelas
mãos de outros jovens capitães com uma
duas TR qu CCO comissões
africanas livres conhecedores do terreno
e da situação nele vivida
descomprometidos o mesmo opositores à
ditadura em menos de 1 ano passaram da
luta pela dignidade da condição militar
aos da sociedade portuguesa para a
análise do que se vivia em África e para
duas conclusões não se anevia solução
política para a guerra e apesar do
corajoso combate centenas de milhares de
jovens não havia Vitória militar
possível nessa guerra num tempo em que
as Guerras não duravam décadas e num
país com mais de 1 Milhão portugueses a
emigrar em pouco mais de 10
anos se não responsabilizasse o poder da
ditadura acabariam por ficar os únicos
responsáveis por aquilo que não tinham
decidido e não tinham tido condições
para mudar em menos de um ano aqueles
jovens militares organizaram-se
prepararam-se
concluíram que a ditadura devia cair e
que deveriam ser eles a derrubá-lo
não os políticos que governavam não os
grupos económicos mesmo os mais abertos
à Europa mas ainda ligados à África não
apenas os abnegados partidos sindicatos
movimentos militantes de décadas de
resistência não apenas os estudantes a
cultura aquela parte da igreja católica
já é mudança só eles ligados a todos os
mais mas os únicos com poder
para depor um regime desde sempre
assente no poder militar que controlava
e fizeram sem sangue a não ser recordou
vossa excelência muito bem e muito
justamente o do desespero da polícia
política da ditadura que fez derramar
num dia de revolução sem sangue sangue
de vítimas inocentes daqui saú com
gratidão escreve os jovens capitães de
Abril os únicos a poderem ter feito o
que fizeram em 25 de abril de 74 e Saúdo
os a
todos
aqueles que temos hoje connosco e
aqueles que
partiram durante este meio século
terceira questão porque foi tão agitado
o pós 25 de Abril o chamado processo
revolucionário de cerca de 2 anos porque
o movimento Militar se
converteu pela presença massiva do Povo
em revolução porque dentro de qualquer
revolução não há uma há inúmeras
revoluções com projetos diferentes e
líderes diversos militares e civis já
que aos partidos vindos da
clandestinidade se juntaram outros
entretanto formados e como em todas as
revoluções e como em todas as
constituintes e constituições há quem
ganhe e há quem perca e Isso mudou ao
longo da
revolução uns queriam primeiro levar
mais longe a sua revolução outros
abreviá-la com a sua
Constituição e Dentro de uns e de outros
e dos pactos assinados entre os jovens
e partidos muito foi mudando entre 74 75
e
76 sendo então presidentes dois
destacados chefes militares e
governantes na ditadura um destemido
detonador de consciências pela sua obra
de 73 nas vésperas de Abril o outro
viria a ser decisivo para evitar um
confronto civil em novro de 7
no fim ganhou um setor político
militar protagonizado de algum modo pelo
documento dos no de que sairia o nome do
candidato a primeiro presidente da
república eleito aqui hoje conosco
essencial na transição da revolução para
a democracia que Saúdo muito
efusivamente sempre teimosamente avesso
na sua humildade
a todas as homenagens incluindo a do
Maral
também também ganhou um partido que
liderou por várias vezes uma frente
Ampla na Revolução e arbitrou fui disse
testemunha os dificílimos compromissos
na constituinte um partido liderado por
um homem que acabou por ser de facto o
imediato vencedor civil da revolução já
não está entre nós mas este ano
celebra-se o Centenário do seu
nascimento e é justo evocá-lo até por
ter somado Um percurso singular na
Revolução e na democracia a uma longa
luta contra a ditadura
[Aplausos]
ele foi o imediato vencedor civil mas a
história
recorda com o devido
relevo três outros principais pais
fundadores do sistema partidário desde
logo que numero pelo peso dos seus
partidos na
constituinte aquele que foi o primeiro
primeiro-ministro do Hemisfério oposto
Ao Vencedor civil imediato
e que teve um papel muito marcante na
génese da Democracia apesar de ter
estado meia revolução afastado por
doença e depois tragicamente morto muito
no começo de uma carreira Notável
o segundo seguindo a ordem do Peso na
constituinte o mais antigo e mais
persistente lutador contra o salazarismo
com mais provas de resistência na prisão
na clandestinidade e no exílio
e o terceiro o líder da formação mais
conservadora que votou mesmo contra a
constituição mas que
garantiu em tempos muito difíceis a
existência de um mais amplo leque de
pluralismo
em portug não o podemos também
esquecer muitos muitos e muitos outros
como eles batalharam e tantas vezes
venceram e outros batalharam e perderam
pouco ou muito e alguns se desiludiram
uns no próprio 25 de Abril outros no 28
de Setembro outros no 11 de Março outros
no verão quente outros no crucial 25 de
Novembro que acabou por definir o
desfecho da
revolução e por isso a justo título tal
como a constituinte e a constituição
desde sempre foi pensado para integrar
as celebrações de
Abril que só terminarão em em
2026 outros ao longo dos últimos 50 anos
é assim a história Face e refaz de altos
e baixos a miúdo mais de baixo do que de
Altos quarta questão e esses altos e
baixos terão comparação com qualquer
outro movimento político militar social
na nossa história contemporânea na
história dos nossos parceiros europeus
mais antigos ou dos nossos parceiros foi
os mais recentes não não tem comparação
o 25 de Abril implicou ao mesmo tempo
fim de um império de cinco séculos fim
de uma ditadura de 48 anos integração
económica e política na hoje União
Europeia e quatro mudanças de regime
económico de uma economia meio Colonial
meio europeia para a firmad m europeia
nacionalizações e expropriações
revolucionárias reprivatização
mais tardias e lentas para mãos
portuguesas e anos volvidos numa parte
de mãos portuguesas para mãos
estrangeiras e tudo num tempo
concentrado Desolação nacionalizações
expropriações 74
75 fora os efeitos decorrentes
democratização só verdadeiramente
completada com o fim do período
transitório
em2 entrada na Europa em 86
reprivatização dos setores chaves da
economia a partir de 92 e quais Até ao
presente cplp em
96 nenhuma outra revolução o golpe
militar foram comparáveis na nossa
história contemporânea
1820 1910
1926 nenhum outro império europeu
moderno enfrentou todos estes desafios
ao mesmo tempo em menos de 30 ou 40 anos
o
espanhol findara no século X o britânico
ou francês no termo da Segunda Guerra e
estes dois já eram democracias
consolidadas e Integradas na
Europa nenhum dos nossos parceiros de
Leste tivera impérios
extra-europeus nem vivera
descolonização com democratização com
integração europeia e com mudança de
regime económico como nós por isso é
injusto comparar o incomparável
esquecer os custos globais daquilo que
vivemos e até os custos da revolução que
só existiu porque a ditadura não soube
ou não quis fazer uma
transição ao contrário da vizinha
espanhol quinta questão E como foi com
esses custos com tão complicados prazos
o só ser democracia plena 8 anos depois
de 74 só ser integração na Europa 12
anos depois só ter economia como
europeia 18 anos depois só constituir a
cplp 22 anos depois como foi sabemos
três ciclos se sucederam muito diversos
o ciclo da estabilização do regime
político de 76 a 86 nascido à esquerda
terminado à direita o da estabilização
do regime económico de 86 A 96 à direita
o ciclo dos novos desafios externos e
internos de 96 até hoje esmagadoramente
à esquerda com duas janelas à direita
primeiro ciclo da estabilização do
regime político com dois protagonistas
cimeiros o presidente saído dos
vitoriosos militares que pilotou a
transição da revolução para a democracia
e o primeiro-ministro saído dos
vencedores civis da revolução que lhe
sucederia em Belém em
1986 entre governos partidários governos
presidenciais cumprimento escrupuloso
pelos militares da Promessa de regressar
aos quartéis em 82 abertura do acesso ao
poder executivo do Hemisfério de direita
foram 10 anos agitados de executivos
Breves de indefinição de modelo
económico culminando na adesão às
Comunidades europeias em 86 assim
acabando por escolher modelo económico
Para o Futuro segundo ciclo o da
estabilização do regime económico também
com dois protagonistas
cimeiros o Presidente da República
primeiro presidente civil como fora o
primeiro primeiro-ministro em democracia
e o mais duradouro primeiro-ministro em
democracia
ciclo este que beneficiou da Adesão
europeia e dos seus Fundos e da
permanência do mesmo partido no governo
desde
79 até 96 embora com 2 anos partilhados
de
primeiro ciclo que reforçou a
estabilidade governativa introduzi o
equilíbrio financeiro e no quro do
regime econmico lanou as privatizações
primeir
mais tarde a ser o quarto presidente da
república e o primeiro do Hemisfério de
Dire terceiro ciclo com múltiplos novos
protagonistas
com especial relevo para o terceiro
presidente da
república fundamental na crise Timor
Leste e que desempenhou ao longo da sua
vida
política em particular um duplo papel de
concertação dos hemisférios de esquerda
e direita e de convergência de toda a
esquerda também ele merece a nossa
Evocação
e
depois inúmeros primeiros
ministros de que cito apenas dois pelos
cargos internacionais o futuro
secretário Geral das Nações Unidas e o
já passado presidente da Comissão
Europeia
iniciado com o tempo porventura mais
esperançoso quanto ao mundo à Europa e
Portugal foram os anos de meados de 90
até ao final da década de
pararia depois com crises económicas com
crises sociais com crises sanitárias
externas e
internas mas também com o envelhecimento
da sociedade portuguesa
com a repercussão em antigas e novas
desigualdades coexistindo com mudanças
estruturais novas exigências de
qualificação novos modelos energético e
digital e internacionalização
económica SB o manto da persistência da
Matriz governativa vinda dos primórdios
da
Democracia regime político e sistema
partidário começavam a conhecer
alterações sensíveis
sexta questão e mais
recente 50 anos passaram mundo Europa e
Portugal
mudaram aquilo tudo que foi sumariamente
evocado não ficou
ultrapassado os mais
novos desconhecem parte destes 50
anos muitos dos menos
novos ele tem recordações distantes
apareceram novas ideias novos movimentos
novos partidos novos parceiros novos
fenómenos mediáticos novos problemas
sociais A somar aos antigos desafios
externos a agravar os do foro doméstico
Noca correu bem ou muito bem no após 25
de Abril na saúde na educação nos
direitos fundamentais no papel da mulher
na atenção aos excluídos na
solidariedade social na mobilidade na
abertura
na tolerância tanto mais muito parece
ser já de outros tempos ou precisado
impulso de novas gerações ideias e
pessoas é inevitável e é bom que assim
seja antes que
Abril que os estudos recentes da opinião
mostram que é partilhado como um Marco
histórico único na nossa vivência
coletiva em percentagem
fique o ac purificante saudosismo
nostalgia mais passado do futuro o que
fazer como fazer tomar aquilo que de
mais forte mais durador mais Redentor
mais promissor tem abril e com isso ir
recriando Portugal esse valor único
singular que nunca morreu nunca se
apagou nunca se enfraqueceu chama
democra e vontade do
povo Então reconheçamos essa força vital
da democracia e tenhamos a humildade e a
inteligência de preferir sempre a
democracia mesmo imperfeita à
ditadura são democracias mesmo
inacabadas as sociedades mais fortes e
[Aplausos]
ambientalmente mais avançadas como são
as mais Livres mais plurais mais abertas
menos repressivas menos persecutórias
menos intolerantes
mais menos avessas à diferença mais
abertas a todos a mesmo a todos
incluindo aqueles que contestam no todo
ou em parte essa democracia as na
qualidade mais democráticas e menos
democrá
consa qualid económica social e cultural
no fundo igualdade mas ninguém quer
trocar uma democracia menos perfeita por
uma ditadura ainda que sedutora ou
escondida por detrás de liberais nós em
Portugal não
queremos é
qualidade política
excelências
portugueses comecei as minhas palavras
recordando o constituinte de 20 e Poucos
Anos que eu era a votar a 48 levantado
na última fila do hemiciclo além entre o
centro e a direita a Constituição da
República Portuguesa em
liberdade com uns a maioria esmagadora a
aprovarem
com outros em liberdade a rejeitarem
termino com uma memória uns anos mais
antiga no final dos anos 60 sentado na
terceira fila da galeria irónicamente
por detrás da futura bancada de
76 acompanhado de colegas estudantes
universitários olhando para os que
falavam e todos eles escolhidos um a um
por uma pessoa
e só ela Líder vitalício ou Líder sem
prazo do partido único não assumido aqui
chegados por vontade do chefe não pela
vontade do povo um hemiciclo tão
diferente tão oposto ao de 76 ou dos
últimos 50 anos ou de hoje um hemiciclo
de escolha Popular seria impossível de
encontrar em 35 em 45 em 55 em 65 em 24
de Abril de
74 definitivamente o caminho que
queremos Não é esse o da ditadura é
outro da Democracia mas o de cada vez
melhor muito melhor democracia pelo
futuro de Portugal Viva o 25 de Abril
viva a liberdade viva a democracia viva
Portugal
Muito obrigado
6 comentários
A França o fez, isso chama-se ''honra''.
Marcelo Rebelo de Sousa, a justiça pode demorar, ou até nunca vir a ser aplicada. Mas pode ter uma certeza, o Povo ficou a saber o que você é na realidade.
VIVA PORTUGAL.❤️🇵🇹👏
Estamos perante um presidente psicopata. K devolva os 4milhoes k deu as gêmeas Já k cortou relações com o filho
Grande monte 💩
"Marcelinho das Beijocas e das Selfie"! Prepara-te que a justiça ainda que tardia, ela será feita! Essa história do alegado favorecimento das gémeas luso-brasileiras que alegadamente envolve o Sales, o teu filho, e tu próprio, um dia irá vir ao de cima para "vergonha da tua cara"!!
ya