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eu sou o Ruben Martins e do jornal
público Este é o p24 hoje uma revolução
que parou ao
semáforo Francisco João Ferreira pode
ser um ilustre desconhecido da revolução
mas é graças a ele que há uma história
que correu mundo a coluna militar que
vinha de Santarém para fazer um golpe de
estado parou a um semáforo à entrada da
cidade de Lisboa nós falamos com ele
neste p24 ouvimos o jornalista João
Pedro pincha que conversou com Francisco
João Ferreira João a revolução do
escravos também ficou marcada por um
insólito nem chamaria incidente mas um
um insólito uma insólita paragem um
sinal vermelho à entrada de de Lisboa Tu
conseguiste falar 50 anos depois com o
responsável por esta paralisação da
revolução ao sinal vermelho o que é que
aconteceu ao certo e quem é que é este
militar que durante uma revolução não
quis incumprir com as regras de trânsito
este militar que parou no sinal vermelho
é de facto uma história muito conhecida
do 25 de Abril é um episódio que entrou
no ano Dário do 25 de Abril porque
eh não há relato nenhum do dia da
revolução que não refira a este momento
um bocadinho insólito um bocadinho
bizarro eh que podia perfeitamente ter
provocado problemas um bocadinho mais
sérios porque
a o Salgueiro Maia chega a dizer que
quando eles paravam no semáforo eh ao
lado est um autocarro da Carris portanto
e era muito estranho era uma coluna
militar com 25 veículos militares entre
os quais blindados eh e portanto com
canhões etc portanto completamente Fora
do Comum ver um uma coluna militar
daquele tamanho e com aquele tipo de
armas a entrar em Lisboa e portanto essa
paragem no semáforo podia ter custado um
bocado caro à à Revolução mas
basicamente este este ex-militar
Francisco João Ferreira ele justifica e
a paragem no semáforo com o facto dele
não saber o que é que eles iam fazer eh
ele na altura era um simples soldado
Raso um praça não era ao contrário de
muitos outros que estavam envolvidos no
no na na preparação do golpe militar ele
não tinha não estava de maneira nenhuma
envolvido eh e também ao contrário do
que aconteceu com muitos soldados que
foram recrutados E na escola prática de
Cavalaria em Santarém naquela noite a
quem Salgueiro Maia explicou salger Maia
e outros oficiais explicaram exatamente
o que é que eles iam fazer falaram num
um golpe militar e iam para Lisboa
derrubar o regime etc
e Francisco Ferreira diz que a ele não
lhe disseram nada disso e que a única
coisa que lhe disseram foi que
precisavam de motoristas para Lisboa
para vir até Lisboa e ele veio porque
estava farto de estar enfiado no quartel
e queria mudar de Ares e queria e pronto
e
portanto a justificação que ele dá é
essa na noite 24 meia-noite ou
meia-noite e tal parece l c dia e o o
plantão à caverna acordar à Malta a
gente vamos precisar aqui de uns
contores que não tem que ch Mas também
ele vai assim mas só vai quem quer e
eles ser assim quem quiser ir quem
quiser ir livre vontade Mete a mão no ar
vamos para Lisboa vamos para Lisboa Bora
eu metiu a gente meu os três eu ch
Francisco João Ferreira tenho
72 anos nasci em C 5 do 551
aquilo falou não disse se era para
Lisboa se era se era um se era uma
revolução sen pronto a gente já sabia
que tinha vido nas calas né mas pronto a
gente não sabia de nada eu não ninguém
sabia nada não deixa João de ser
estranho uma coluna militar ser
encabeçada por um militar que não fazia
ideia para onde é que tinha de ir
imagino eu eles dada altura eles sabem
já já depois de Saírem de Santarém
passado um bocado essa história já já já
foi contada de que às tantas o salger
Maia que era a única pessoa daquele Jeep
naquele jip seiam três pessoas e o
salger ma era a única pessoa daquele
Jeep que conhecia o plano de operações e
ele só depois eles saírem da escola
prática de Cavalaria já Saírem de
Santarém já tinham andado um bocado é
que
o o capitão sger Maia tira o plano de
operações do bolso e explica que é para
irem para o terreiro do Passo cartacho
carregado
alberca se acabei o sgir me ia sempre
com o transistor Zinho aqueles
transistor zinhos antigos e viia essa
essas música e El tá por bema para o
Furriel Eu nada com isso ali ó el se
cortava para para a feira
Popular estava ali uns semáforos
vermelho e eu que vais parar vou se não
V é sem andar e bora
ele isto a correr bem Já o vi morenas e
aquilo senhas contrassenhas mas a gente
sem saber nada tá lá baixo a ter Aliás
ele próprio não tinha muito bem a noção
de que esta história do Semáforo fosse
assim tão conhecida como isso ou seja
ele sabe que é uma história
relativamente conhecida mas não tem não
tem assim grande noção de que é uma
história assim mesmo muito conhecida mas
o que é certo é que ele nunca mais parou
nenhum semáforo naquela noite ele a
coluna seguiu sem parar a a coluna
seguiu Eh agora aqui a doutrina Diverge
um pouco porque na verdade ele ou seja
ele a nós não nos conta diz que o e o
relato que ele faz é que eles param no
semáforo e o salger Maia vira-se e diz é
sempre a andar e eles Av e portono eles
avançam o profio salger Maia depois da
revolução explica que a partir dessa
altura do Semáforo ele manda ligar as
sirenes dos milares Aliás o Francisco
este este senhor Francisco Ferreira o
que nos diz também é que
e apesar de ser uma coluna militar a
marcha não ia a ser assinalada Eles não
iam a assinalar a marcha se ele diz nós
não íamos a assinalar a marcha portanto
obviamente que eu ia parar no semáforo
porque se nós fôssemos a assinalar a
marcha obviamente tinham digamos
andavam é como é como as ambulâncias um
pouco não é passam os sinais vermelhos
eles diz nós não íamos assinalar a
marcha a partir do momento do Semáforo
diz diz Sher maa diz dizem entrevistas a
partir do momento do Semáforo ele manda
ligar as sirenes das viaturas blindadas
que por acaso eram Talvez as mais as
mais potentes Digamos que iam no no na
coluna que são que tem uns canhões e
portanto e e e a avançam Daí até a
terrer do passo sem sem mais
interrupções esta é a versão do salger
Maia e também do deste senhor Francisco
Ferreira e da qual nós não temos motivos
nenhuns para duvidar no entanto aparece
em alguma literatura que eles terão
parado ainda noutro semáforo mais à
frente agora isto enfim e quem lá
esteve deixa-me perguntar se também H
Portanto o Francisco Ferreira chega ao
terreiro do Passo e h o que é que ele
depois fez neste 25 de Abril ele não sei
se ele te contou essa história pronto
eles chegam ao terreiro do Passo e
eh só ali é que ele toma verdadeiramente
consciência do que é que está a
acontecer eh do que é que está a
acontecer e o que é que está envolvido e
ele até aí
eh não sabia muito bem estava meio
desconfiado tinha lá umas questões mas
não não perguntou nada durante a viagem
inteira não quis quebrar a relação
hierárquica entre ele o salger Maia
porque que era um Capitão que era um
oficial e ele era um simples praça e
Portanto ele não perguntou rigorosamente
nada e quando chegou ao terrer do passar
é que ele começa a a tomar alguma
consciência a
capacitar-se de que
eh tá envolvido num golpe militar e
h muito concretamente quando a Fragata G
cotinho entra na barra do tej Ali
emfrente A cajo das colunas e ameaça
disparar sobre os revoltosos e aí é que
ele eh sente medo pela primeira vez ele
admite que sentiu medo Nessa altura
sente medo pela primeira vez
eh e e e afasta-se do jip pela primeira
vez também a missão dele era e ficar no
gip ficar a guardar o jip porque era o
gip do comando e portanto era era o jip
do comando e portanto ele precisa podia
ser preciso saírem dali para qualquer
lado rapidamente Além disso o Jeep tinha
armas lá dentro que tinha explosivos e
portanto também não convinha deixá-lo
sem guarda durante muito tempo mas ele
admite que aí nessa altura há há uma
altura em que foge do Jeep porque Porque
sentiu medo tir sem saber de onde é que
vem ali ti medo ti tanto ti medo como no
carmo o gip ia carregado não sei como
ela se lá para cima Malta penoso depois
era tanto a civili lado baio arrancar
tudo a acompanhar e tudo a grit
aquilo estava cheio Era era mais sío que
tropas mais sío que tropas né no carro
havia uma rua ali e e o meu gipe ficou
estacionado assim numa subidinha ali a
20 m ou 30 do do carro né estacionada o
Ferrel estamos lá e ele pronto depois
cai baixo na vi só sebi o o o Salgueiro
Maia com o alão falando e eu estava ali
estava ali mais o Fel e se já havia
vontade de
comer sai uma uma menina nova Dea casa
sim aditou ao jip e e trazia um
terço trazia on não vi o terço vi depois
quando ela entregou o Ferrel e disse o
deu terço é o Ferrel e disse o ar dis
que tenho o meu namorado lá fora e t
corra bem e vá lá correr para casa dig e
agora aí apareceu com uma sãozinha para
cada um da gente aquele é que soube bem
passado toda as primeiras movimentações
no terreiro do Passo eles sobem para o
Largo do Carmo com com ele leva mais uma
vez o salger Maia dali para o Largo do
carpo e ele relata que já nessa altura
entre o terreiro do páo e o larg do
Carmo já vai muita população a
acompanhar e que e já foi difícil ao gip
chegar lá a cima porque já levava muita
gente eh agarrado aos lados etc pronto
eh e depois ele chega ao Laro do carm e
fica estaciona lá num sítio e fica um
relativamente afastado da ação principal
ou seja não não está cá em baixo Onde tá
o salger má em cima da shimit a mandar
os comunicados etc não ele fica um
bocadinho afastado da ação só volta a
reentrar digamos em Ação quando mais
tarde
o aparecem duas pessoas
da então Secretaria de Estado do Turismo
a dizer que tinha uma mensagem do
General spinol para Marcel queito para
para negociarem a rendição do do do
governo e depois deles irem deles
entrarem no cartel do carm e falarem com
Marcial citano voltam cá para fora e
dizem que precisam de falar com spin e
então salger ma diz levem o meu Jeep
nesse momento em que eles vêm cá para
fora o Salma
põe-lhe conduz
gip até casa de spinol obviamente que
ele não sabia onde era e há um texto do
Diário de Notícias no dia seguinte no
dia 26 de abril que dá a entender não o
diz explicitamente mas dá a entender que
eh eles próprios os dois Mensageiros de
spin também não sabia onde era e que e
quem sabia onde era era o jornalista do
diário notícias que vai e apoiado na
parte de trás do gip a dizer vá para ali
Vá para ali não sei qu Corta Aqui faça
isto faça não sei quê portanto eh também
é uma histria curiosa e ele depois vai a
casa do Spin não vê o Spin obviamente
porque ele fica no carro enquanto os
outros vão lá acima e e e volta para o
Laro do Carmo porque depois o general
Spin vai no seu próprio carro para o
larco ao longo desta semana tem muito
para ver ouvir ler sobre Abril 50 anos
25 de Abril uma revolução contada nas
canções de Abril podcast canções de
abril Por n Pacheco clandestinos também
as histórias da
clandestinidade temos também reportagens
especiais Muitas delas já têm sido
publicadas no P2 com trabalhos de fundo
sobre uma revolução que agora celebra
mais século de
existência eu sou Ruben Martins do p24 é
tudo por hoje tenha um bom dia e até
manhã boa semana o público fica no
ouvido